Quinze
Kalel James
—Então, pra aonde vamos?
Juli fala, assim que eu me aproximo do meu carro, me viro na direção dela, confuso.
—A aula, Kalel, esqueceu?
Ela completou
—Aaah claro que não, eu estava um pouco Aerio.
Falo, mentindo em grande parte da frase.
—Então, podemos estudar aonde? É só matemática.
Ela disse, e eu olho em volta, fingindo estar pensando em algum lugar, mas eu estava mesmo é tentando se livrar dela, se ela me pedisse isso amanhã, talvez seria melhor que hoje.
—Podemos ir pra minha casa?
Falo sem ao menos pensar muito sobre isso e ela me aparece animada, quando um sorriso enfeita o rosto dela.
—Claro, você pode me levar?
Ela pede e eu concordo, abrindo o carro pra ela.
♾
—Suas casa é linda, mesmo vocês sendo...de baixa renda.
Ela diz de maneira cautelosa e eu apenas reviro os olhos sem que ela veja.
—Espera aqui na sala, vou tomar um banho e já volto.
Falo sem olhar, enquanto subo as escadas. Escuto ela murmurar algo que não dou muita importância.
Minha mente estava totalmente em outro lugar, ou em outro alguém.
Amber
Bufo ao entrar no banheiro, tirando minha roupa e jogando em qualquer lugar pelo chão, ciente da bronca que eu levaria, se minha mãe visse isso.
Entro debaixo do chuveiro, na intenção de relaxar debaixo da água quente que passava pelo meu corpo.
Mas nem ela conseguiu.
Era aquilo que Amber pensava que eu estava fazendo? Me aproximando para conseguir transar com ela?
Nem eu ao menos sei o porque eu quero me aproximar dela, mas com certeza não era por isso.
Depois de alguns minutos eu já estava pronto, descendo as escadas para começar a seção de tortura.
—Nossa, você demorou.
Juli diz, guardando o celular, pegando sua mochila.
—É...dia ruim.
Falo dando de ombros me sentando na frente dela.
—Então, Qual a matéria?
♾
Deixo Juli em casa, depois de uma longa e cansativa tentativa de ajudá-la a entender a matéria.
Passo as mãos pelo rosto, assim que ela saiu do carro, eu definitivamente preciso dormi.
Dirijo até em casa e me surpreendo assim que entro em casa, minha mãe com a Amber do lado.
As encaro sem entender nada.
—Oi?
Falo um tanto quanto desconfortável
—Oi, acabamos de chegar, fomos resolver uns documentos para a adoção permanente da Amber, a chamei pra jantar com a gente, tudo bem?
Ela diz totalmente animada, olho pra Amber que estava tão constrangida quanto eu.
—Tá bom, vou subir pra estudar.
Falando inventando qualquer desculpa para não ficar aqui, vou em direção à escada mas foi meia volta, quando minha mãe me chama.
—Você estuda de domingo á domingo, não custa nada você fica aqui um pouco com a Amber enquanto eu faço a janta.
Ela diz e antes que eu pudesse dizer algo, Amber se adianta, falando primeiro ;
—Eu não quero incomodar.
Ela diz olhando para as próprias mãos, minha mãe me olha como se estivesse me obrigando a ficar aqui com ela, com a força do olhar.
Suspiro e me sento em um outro sofá, um pouco afastado delas.
—Bom que vocês se conhecem melhor né?!
Ela diz enquanto se levanta, nos deixando sozinhos na sala, ela olhava para o chão e eu a olhava.
—Desculpa...por insinuar algo que possa ter te ofendido.
Ela diz, sem sequer me olhar.
—Não conheci alguém que não queria se aproximar, sem querer algo em troca.
Ela completa, com um sorriso irônico nos lábios.
— Você ter me ajudado e se aproximado, pra mim parecia que você estava fazendo isso por querer algo, tolices...-ela faz uma pausa, para uma risada nasalada e irônica. —O mundo não gira em redor da minha dor e de mim.
Ela diz, enquanto olhava para as próprias mãos, como se somente suas palavras estivessem aqui, mas ela não, não os pensamentos.
—Ela não se torna menos importante por isso, nem você.
Falo murmurando, sem ao menos saber se ela vai me ouvir.
—O que?
Ela diz
—Sua dor..não deixa de ser importante e nem você.
Falo dando de ombros.
—Sempre fácil falar, quando não se está sozinho.
Ela retrucou
—Está agindo como se o mundo girasse em torno de você.
Falo, mesmo sabendo que não a agradei.
—Você nem ao menos me conhece.
Completei
—E precisa? Você é só um cara com 17 anos que se acha o Sr. Perfeição, que poderia ter todos aos seus pés, respeitado e tem gente que ama do lado, você ao menos sabe como é perder alguém que ama?
Ela diz, com o tom de voz alterado.
—Eu não iria me sentir ofendido se tudo isso que você falou fosse verdade...-falo forçando uma risada. —Perdi meu pai a um ano atrás, sei sim como é perder alguém que se ama, tenho 19 anos, infelizmente fui um garoto muito mau aos meus 15 anos idade e repeti um ano letivo, perdi um ano trabalhando pra ajudar minha mãe com as dívidas e quando tudo melhorou, voltei a estudar, claro que você não notou que eu não fui por um ano, por que estava concentrada demais em si mesma, aliais, nem tinha o porquê notar.
Falo sem me importar de isso soou de maneira arrogante, mesmo não sendo minha intenção.
—Isso não desmerece o que você sente ou vive, cada um com sua dor, sua história, seus limites, cabe a nós ajudarmos um ao outro.
Completo, eu definitivamente estava com muita raiva do que ela falou, mas agora nem isso eu consigo.
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