Onze
Kalel James
Depois de um noite toda enchendo a cara em um festa que praticamente fui arrastado pra lá, eu me jogo na cama, esperando não acordar tão cedo.
Mas nesse momento minha mãe está dando leves tapinhas no meu rosto, obrigando-me a abrir os olhos, que está sendo bastante doloroso por conta da luz que entrava pela janela.
—Vamos Kalel, eu preciso de você para me levar no hospital, acorda logo.
Ela diz e então meu celebro entra em estado de alerta, me obrigando a levantar na mesma rapidez na qual eu dormi.
—A senhora está passando mal?
Pergunto me levantando da cama com pressa, para observá-la, mas ela me parece ótima, apenas um desnorteada.
—A Amber filho, me ligaram, não sei o que aconteceu, mas ela está no hospital.
Ela diz e eu não pude segurar minha expressão de surpresa com um misto de preocupação, ela estava falando comigo e então não respondeu mais, seria por isso?
—Tá bom, vou por uma roupa mais confortável e já levo a senhora, me espera no carro.
Eu falo e ela não diz nada, saindo apressada do meu quarto.
A sala de espera de um hospital nunca é um lugar confortável para está, não pra mim, foi nela que um dia eu ouvir a pior coisa que poderia me acontecer, éramos perfeito, uma família perfeita.
Bato meus pés ansiosos no chão, esperando minha mãe com notícia da Amber, que não vou negar, me deixou abalado saber que ela está aqui.
Minha mãe aparece e eu levanto, na ansiedade de saber algo.
—Então...?
Pergunto antes dela ao menos se aproximar.
—Tudo indica que foi um ataque de pânico, ela vai ficar em observação e se der tudo certo, ela vai embora hoje mesmo.
Ela diz, aparentemente feliz, me fazendo sorri.
—Você viu ela? Como ela está?
Pergunto
—Ela não queria ver ninguém, mas vou ver algum especialista pra ela, caso continuar ela irá precisar de remédio, mas pelo que o senhor Leon contou, ela só fica olhando para o chão, como se nem estivesse lá.
Não pude esconder minha cara de decepção ao ouvir isso, é triste, não sou amigo dela, nem sequer colega, ela mau me suporta, mas eu consigo compreende algumas coisas que vejo nela, que eu me identifico, não é bom ver ninguém passando por isso.
—Eu posso ver ela?
Pergunto esperançoso, mesmo que nem pra mim faça sentindo eu querer ver ela, mas mesmo assim, estou preocupado.
—Bom, não acho que seja o momento filho e não acho que ela iria querer te ver.
Ela diz e eu concordo sem dizer mais nada.
Encaro o contado dela, salvado carinhosamente por ela como: Amber.
Optei por não mudar, acho o nome dela lindo, acho que é um nome inspirado em uma flor se não me engano.
Digito algumas mensagens, mas sempre apago tudo antes mesmo de chegar na metade, o que falar pra alguém que passa por essas coisas?
"Tá aí?"
Envio desistindo da mensagem anterior, na qual dizia que "ia ficar tudo bem e tudo passa", conselhos assim, são tão vagos e na maioria das vezes incapazes de resolver alguma coisa, quando meu pai faleceu, eu ouvi isso por um mês, mas nada resolveu, continuei chorando por mais dois.
Não demorou para aparecer que ela estava digitando.
"Não pra você"
Ela manda, e posso perceber a ironia, o que me faz rir, porque era assim que ela sempre era quando estava bem, eu acho.
"Você já está em casa?"
Pergunto enviando a mensagem
"Sim"
Ela manda, pensa Kalel, o que você gostaria de ouvir se passasse por isso?
"Quer ver o filme novo que vai lançar amanhã?"
Pergunto sem ao menos saber se vai lançar algo amanhã.
"Está me chamando pra ir ao cinema?"
Ela manda, estou?
"Acho que sim, quer ir?"
Mando, esperando a resposta.
"Não"
Ela simplesmente manda isso e sai do aplicativo.
"Te busco as três"
Falo, saindo do aplicativo também, não sei que merda acabei de fazer, mas fiz.
Deixo meu celular de lado e desço, para ajudar minha mãe na janta.
— Quando é mesmo os seus treinos?
Minha mãe pergunta assim que me vê, e logo volta a atenção para a cenoura que ela estava cortando.
—Terça, quinta e segunda.
Falo me sentando no balcão.
—Por que mãe?
Pergunto curioso
—É que nesse tempo todo, eu não sabia.
Ela diz e sorri, mas a conheço o suficiente para saber que ela não está bem.
—O que foi mãe?
Pergunto
—É nada demais filho, é que...Eu me sinto uma péssima mãe sem seu pai aqui, me sinto tão incapaz, Eu...Eu nem sabia quando eram os seus treinos e nem pergunto pra onde você vai quando sai à noite, que tipo de mãe eu sou?!
Ela diz, chorando, fazendo meu coração se apertar, eu odeio vê-la chorar.
—Eu não poderia ter uma mãe melhor, além a senhora, não se cobre muito mãe...você é uma só e eu entendo a senhora.
Falo a abraçando por trás, enquanto ela corta a cenoura ainda chorando.
—Eu queria ser uma mãe melhor, mas você sabe filho, trabalho, contas e...–Ela começa a falar mas eu a interrompo. —Mãe, você é fantástica, e eu nem estou falando isso por que você é minha mãe, e sim por ser tão forte com isso tudo.
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