Kalel James

—Se você não sair dessa casa em 10 minutos, eu pego o seu carro e vou beber sozinho.

Liam diz, jogando o material da Amber em cima de mim, o qual eu me disponibilizei para entregar.

O porquê, eu também não sei.

—Em menos de 10 minutos eu já estou aqui.

Respondo descendo do carro, junto com o material, bato na porta e sou atendido por uma senhora loira, acho que é a Leila, ou Léia, não lembro.

—No que posso ajudá-lo?

Ela me me analisa, com os olhos semiabertos.

—Eu vim entregar o material da Amber, que ela deixou no colégio e sei que ela está suspensa por uma semana, então...aqui está.

Falo estendendo a mochila até ela, mas ela me olha desconfiada por algum segundos, mas logo sorri.

—Estou com o bolo de carne no forno, se eu for lá, vai queimar, quando você subir, você irá ver uma bolinha no teto, se você puxar ela, uma escada vai aparecer, fique a vontade.

Ela diz, saindo e indo para um outro cômodo, me deixando sozinho lá na porta, olho para Liam que me encarava de dentro do carro.

Faço uma careta e entro, encostando a porta. Subo as escadas com uma certa pressa, procurando a bendita bolinha.

Assim que achei, não pensei duas vezes antes de puxar e uma escada aparecer, eu sempre quis um quarto no sótão, mas meu pai tinha um monte de tralhas lá.

—Por favor, me deixa sozinha.

Ouço uma voz, mansa demais, nem parecia a Amber, mas continuo a subir e posso ver a surpresa no semblante dela, logo depois vejo a raiva aparecer.

—Veio me infernizar até em casa?

Ela diz, mas eu ignoro prestando atenção no quarto, branco, com alguns detalhes pretos, todo arrumado, sorrio, na minha imaginação, ela nem sequer arrumava o quarto.

—Eu vim trazer seu material, já que você foi suspensa por uma semana e é melhor do que ser expulsa, se quiser eu te passo a matéria.

Falo e ela me encara de uma maneira que não consigo identificar o que ela pode estar achando.

—Quer uma medalha de boa ação?

Ela diz revirando os olhos, sentada na cama e eu me encontro sem saber o que fazer, ô garota difícil.

—Tudo bem, Tenha uma boa tarde.

Falo deixando o material dela no chão

—kalel?

Ela diz e eu me viro, espero que seja no mínimo um "obrigada".

Ela se levanta, caminhando até próximo a mim.

—Eu queria matar uma curiosidade minha e acho que de todo colégio.

Ela diz se aproximando e eu a olho confuso.

—E o que seri....–Mal termino de falar e os lábios dela está sobre os meus, em um beijo não correspondido por mim, eu a olho assustado e a empurro, o suficiente para afastá-la de mim.

E ela começa a rir escandalosamente.

—Você é gay.

Ela afirma e eu reviro os olhos

—O incrível e inalcançável Kael James é gay.

Ela diz ainda rindo

—Bom, se era isso, era mais fácil perguntar e não, não sou gay.

Falo sem alarde.

—Claro que é, nunca teve boatos de você ficar com ninguém do colégio ou pegar alguém nas festas...Nada, nadinha.

Ela fala secando as lágrimas que caiam dos olhos dela, ainda rindo.

—Por isso mesmo, por boatos, não pego ninguém do colégio.

Falo dando de ombros.

—Aham, sei, você me empurrando a um minuto atrás significa o que?

Ela pergunta, como se fosse a dona da razão.

—Mas que porra, Amber, você simplesmente consegue acabar com a merda do meu raciocínio.

Falo Sabendo que perderia toda minha razão, ela ainda ri na minha frente, mas para assim que observa eu me aproximar, ficando séria, não dou tempo dela reagir, e a beijo, prendendo-a com a mão na cintura dela, mas ao invés dela fugir como pensei que faria, ela me beija de maneira mais profunda que eu imaginava.

Aperto a cintura dela, a aproximando do meu corpo cada vez mais, ela morde meu lábio inferior intensificando as coisas e então as mãos dela foram para dentro da minha camisa, fazendo todos meus pelos se arrepiarem e Quando vou perceber, minhas mãos já estavam no cabelo dela, o puxando levemente para trás, para ganhar espaço no pescoço dela, que gemia com meus toques.

—Chega, Amber.

Falo tentando a afastar de mim, por um minuto de lucidez, mas não foi o suficiente para me fazer querer parar, mas então lembro do Liam me esperando.

—Chega, já fomos longe demais, Amber.

Falo a afastando, tentando recuperar meu fôlego e acalmar as coisas dentro de mim.

–Uau

Foi o que ela disse, "uau",  enquanto dava uns passos para trás.

—Está aí sua resposta, feliz?

Pergunto ironicamente e observo as bochechas dela mudarem de cor, de pálidas para avermelhadas, e eu não posso segurar a vontade de sorrir em ver Amber envergonhada.

Ela não fala nada e eu fico surpreso com tal comportamento, por que não se parecia com a Amber que todos conheciam.

—Enfim, tudo esclarecido, pode me passar o número?

Falo, levando meu celular na direção dela.

—Acho que você está indo rápido demais.

Ela diz e eu reviro os olhos.

—Para a matéria, Amber, apenas para isso, e o que aconteceu aqui, apenas esqueça.

Falo e ela pega o celular, anotando o número dela e logo me devolve ele.

—Pode vazar agora ?

Ela diz apontando para escada.

—Até mais.

Repondo sorrindo de lado, na intenção de provocar ela e desço a mini escada, descendo do sótão, indo direto para outra escada que levava para o primeiro andar.

—Então...conseguiu falar com ela?

A senhora aparece do nada, me assuntando.

—Sim, obrigado.

Falo de maneira educada e ganho um sorriso , então ela me acompanha até a porta e se despede.

—Caralho, só não te deixei aqui porque cochilei e não deu pra contar o tempo, pra não ser injusto eu fiquei.

Liam fala assim que me vê se aproximar do carro.

—Que cara é essa?

Ele pergunta assim que entro no carro.

—Nada, estou ansioso para conhecer esse novo bar.

Falo ligando o carro.

—Tomara que tenha mulher.