Epílogo
Âmber Katharine
Dylan corria de um lado para o outro, animado com os brinquedos no parque e seus pais corriam atrás dele, chegava a ser engraçado.
Dylan completa seus três anos hoje e escolheu o parque como forma de comemoração, Liam e Mia o levaram para a roda gigante, deixando Kalel e eu sozinhos.
Eu estou nervosa e com medo de qual seria a reação dele, minha mente diz pra eu contar logo, mas Eu tenho medo.
-Você está bem, gata? - ele fala se aproximando, apoiando seus braços e me olhando de maneira profunda, como se fosse a primeira vez, eu não estava bem, eu acho.
Eu não faço a menor ideia de como fazer isso, isso pode fazer dele o cara mais feliz do mundo e talvez o mais infeliz.
-Acho que estou com um mau estar. - minto, torcendo que ele acredite nisso.
Ele faz uma careta engraçada e me olha com aqueles olhos castanhos, deixando obvio que não acreditava em nada do que eu disse, mas mesmo assim ele não parecia preocupado, a maneira que ele confia em mim, me deixava tão feliz.
-Em casa a gente conversa? - ele diz com um sorriso leve nos lábios, me deixando mais tranquila.
-Em casa a gente conversa.
Repito o que ele disse em forma de afirmação, e agora ele sorri mais abertamente, fazendo com que tudo dentro de mim ficasse em chamas.
Depois de um dia totalmente cansativo, com Dylan sugando a energia de todos com sua forma ativa de ser, apesar de está cansada, foi um dia maravilhoso, mesmo com a dúvida martelando minha cabeça.
Observo Kalel andar pelo quarto com uma toalha enrolada na cintura, tento não sorri com a cena, mas a excitação e felicidade não me permitiram.
Eu sorri pelo jeito confiante que ele andava até o guarda-roupa, pelo jeito que ele me olhava pelo espelho, sempre com um sorriso nos lábios. Eu sei o quão difícil foi pra ele conviver comigo.
Sei que eu fui forte, eu lutei todo santo dia para melhorar, por mim, por ele, por minhas famílias, eu sabia que ele se sentia impotente toda vez que eu chorava dizendo eu era fraca, quando em várias vezes pensei em desisti por pensar que não estava sendo boa pra ninguém em minha volta, mas só de ter ele ao meu lado, eu via minha salvação, ele nunca me deixou quando tínhamos dias maus, ele sempre estava comigo, foi o que me deu mais forças.
Lembro que quando brigávamos por algo idiota, por mais triste ou chateado que ele estivesse, toda noite ele se deitava ao meu lado, beijava minha testa e falava o quanto me amava.
-Se quiser, pode tirar uma foto.
Ele diz rindo e eu passo as mãos no rosto, constrangida por observa-lo por tanto tempo, não demorou muito para ele se sentar na minha frente na cama, sem ao menos se importar de está apenas com uma toalha.
-Você quer me contar o que está acontecendo? - ele diz calmo e eu balanço a cabeça em afirmação.
-Mas antes, quero que você me conceda a honra de uma dança.
Falo animada, pulando por cima da cama e pegando meu celular junto com o fone, sempre dançavamos quando tínhamos algo pra contar ou uma decisão pra tomar, era o nosso jeito de dizer que nos amamos e apesar de tudo, ficaríamos juntos.
Ele ri pela minha animação e se levanta de maneira lenta e um tanto sensual, eu estou tentando ao máximo não prestar atenção no abdômen nu e definido dele, no qual agora tinha uma tatuagem, escrita em chinês e ele nunca me disse a tradução, falou que seria um segredo eterno, eu não gostei da ideia, mas não consegui tirar nada dele e não queria desrespeitar a decisão dele.
Ele pega um lado do fone e eu rio da careta dele.
-Essa música nem é dançável. - ele diz e eu reviro os olhos. -Se é música, é dançável, toda música é dançável.
Retruquei e ele tombou a cabeça para o lado com um sorriso zombeteiro nos lábios.
-Aaah claro, mas que tal você ir direto ao assunto? - ele diz dando um beijo na ponta do meu nariz, enquanto abraça minha cintura e se balança suavemente enquanto uma música eletrônica tocava no fone e por alguns segundos eu esqueci qual era o assunto, só para observa-lo nesse momento. -Amber?
Ele me chama e eu pisco os olhos algumas vezes.
-Oi? Ah, é...vou contar, faz uma semana que eu descobri algo assustador, mas me deixou muito feliz e...talvez eu tenha demorado tempo demais pra contar por que eu estava com medo de você me deixar, ainda estou mas...- ele muda o semblante drasticamente de calmo para magoado, fazendo eu parar de falar automaticamente. -Amber, você sabe que eu nunca faria isso. - ele diz magoado e eu abaixo a cabeça.
-Eu sei, mas mesmo assim eu estou com medo, Porque eu só tenho 20 anos, consegui o estágio na clínica de psicologia a pouco tempo e você já é aspirante a professor e eu não queria que isso prejudicasse você, entende? - ele balança a cabeça positivamente, mas a preocupação era óbvia nele. - Você pode pelo amor de Deus, me contar logo? -Ele diz praticamente implorando e eu sorrio nervosa.
Ok amber,Só abre a boca e fala.
-É...-penso se devo ou não fechar os olhos, se a reação dele for péssima, eu com certeza não quero ver, mas se for boa, eu não quero perder a oportunidade de ver isso. - É que talvez...eu esteja grávida.
Falo lentamente e observo a reação dele, que foi absolutamente nenhuma.
-Kalel? - Eu o chamo e ele finalmente demonstra alguma coisa. - grávida Tipo a Mia alguns anos atrás?
Ele diz sério e sinto uma pontada no meu peito, ele não gostou.
-Sim, Igual a Mia.
Falo e ele se solta da minha cintura, deixando os fones caírem e eu observo tudo, devastada, ele caminha até a cama e se senta, colocando as mãos no rosto.
Seco uma lágrima solitária que caia pela minha bochecha.
-Eu sinto muito. -foi a única coisa que eu consegui dizer e quando ele finamente tira as mãos do rosto, eu sou pega de surpresa pelas lágrimas que caiam dos olhos dele e do sorrio que estava nos lábios dele.
-Pelo o que? - ele diz estendendo a mão pra mim, eu a pego e ele me puxa para seu colo. - Eu definitivamente nunca fiquei tão feliz quanto eu estou agora. - Ele diz enquanto distribui beijos por todo meu rosto. -Você jura que ficou feliz? -pergunto, o fazendo parar de me beijar. -Por tudo que é mais sagrado. -Não vejo a hora de esfregar na cara do Liam, tomara que seja gêmeos, pra não se sentirem sozinho né? Meu Deus eu preciso falar pra minha mãe e também pr...‐O interrompo com minha gargalhada que eu abafo no ombro dele.
-O que foi? - Ele diz enquanto eu me recomponho, eu nunca fiquei feliz ao ponto de rir e chorar ao mesmo tempo, como estou fazendo nesse exato momento.
-Eu te amo. -falo o abraçando com força e ele logo me abraça também, acariciando minhas costas. - Eu Amo você.
Ele diz beijando meu ombro, logo subiu para o meu pescoço e em segundos eu estava sem roupa debaixo dele.
-Será que machuca ele? - Ele diz enquanto beijava minha barriga e eu rio baixo.-Eu não acredito que você perguntou isso.
-Só por precaução, mas Machu...-Não kalel, não machuca, agora desce esses malditos beijos até o meio das minhas pernas. - o interrompo e praticamente ordemdo pra que ele faça isso, fazendo ele rir contra minha pele.
-Com prazer.
-Eu sei que não venho ver vocês há muito tempo, muito tempo mesmo, talvez muitos anos, o suficiente pra eu perder as contas, mas...sabe, aceitar que vocês nunca mais voltariam pra mim foi quase impossível, ainda é, mas agora está suportável, sinto muito pelas coisas que fiz nesses anos, eu queria que vocês estivessem aqui para ver a familia que eu estou formando, falta 6 meses ainda para a criança que cresce em mim nascer e eu queria muito que vocês soubessem e quando ela nascer, eu vou me casar...- Faço uma pausa e olho em volta, pra ver se tinha alguém por perto.
-Ele é incrível, não deixe ele saber disso, ele gosta de se gabar...- falo com um sorriso triste. -Você iria gostar dele papai, você também maninho, com certeza seriam grandes amigos. -suspiro.
-Espero que onde vocês estejam, vocês possam me ver, vocês ficariam muito gratos a dona Leila e o senhor Leon, mamãe, a dona Leila faz um bolo de chocolate maravilhoso, em todos esses três meses de gravidez, meu único desejo foi o bolo dela.
-Graças a dona Leila, o meu filho não vai nascer com cara de bolo.
Levo um susto com o kalel aparecendo do nada atrás de mim.
-Desculpa amor. - ele diz rindo assim que vê meu olhar mortal na direção dele, balanço a cabeça em um sinal negativo, mas logo me rendo a risada dele e rio também.
-Comprei todos que você me pediu. - ele diz assim que para de rir, e me entrega os três buquês que pedi pra ele comprar.
Coloco um em cada túmulo, do papai, do meu irmão e da mamãe.
-Prometo vir todo mês. -sussuro por fim e kalel me abraça de lado. -Acho que está na hora de eu ir.
Falo e ele assente, caminhando abraçado a mim pelo cemitério, paramos de caminhar só quando chegamos no carro.
-Você falou bem de mim né? - ele pergunta enquanto abre a porta pra mim. -definitivamente não.
Falo tentando esconder o sorriso, logo em seguida ele entra no carro.
-Vou fingir que acredito. - ele fala enquanto se inclina pra mim, me dando um beijo rápido nos lábios. -Eu estou orgulhoso.
Ele diz me beijando mais uma vez e se afasta, eu suspiro enquanto o observo.
-Quero que você sabia que eu vou ser eternamente grata, pela fé que você restaurou e pelo amor que você não me negou, sou grata a você pela família que construímos juntos, pelos amigos que você me deu, pela família que de um jeito ou de outro, você me ajudou a valorizar, eu sou definitivamente grata por você não ter me abandonado e absolutamente feliz por ter você.
Falo sentindo meus olhos marejarem, Não de tristeza , mas de felicidade, depois que conheci o kalel, chorar de felicidade virou algo tão normal pra mim.
-Nada disso foi eu...bom, talvez em partes...- Ele sorri convencido e eu reviro os olhos. -Mas você fez a maioria sozinha, Suas escolhas te trouxeram pra esse exato lugar, e eu sou grato a elas por trazerem você pra pertinho de mim.
Ele seca minhas lágrimas e me dá um abraço.
-Acho que estou com desejo de comer pizza de camarão. -murmúro com a cabeça apoiada no ombro dele.
-Então vamos logo, não queremos um filho com cara de pizza, ainda mais de camarão, sou alérgico.
Ele diz e eu rio, dando um tapinha leve nas costas dele.
-Talvez eu também esteja com desejos de outras coisas.
Falo com um sorriso malicioso.
- Essas outras coisas podem esperar? - Ele diz quase em um sussurro.
-Não, com certeza não. - eu falo observando o sorriso crescendo nos lábios dele.
-Ainda bem que os vidros são escuros.
Ele diz e não demorou muito pra darmos um jeito de eu estar no colo dele, me afasto o suficiente para observar os olhos cheio de desejo dele, anos atrás, eu nunca imaginaria que teria tanto amor, que eu teria alguém pra amar, anos atrás eu nem sequer pensava em uma família.
E agora eu tenho uma das mais completa e silenciosamente, observando os olhos do meu noivo, eu fiz uma breve oração, agradecendo aos ceus por tudo que eu consegui conquistar e por todo amor que ganhei.
Fim
Esse é o fim, peço perdão por qualquer erro ou furos, provavelmente serão concertados futuramente.
1- Kalel é muito mais profundo do que aparenta ser, mais do que eu quis desenvolver e mostrar a vocês.
2- Amber é uma mulher muito forte, que no começo foi imatura por não entender o que estava acontecendo, ela nunca teve ninguém que estivessem ali com ela, ajudando ou se preocupando, ter novos tutores que se importava com ela, ter o Kalel que sempre estava ali por ela, é extremamente novo, então a insegurança dela é normal, e quando ele diz sobre a mudança dela, não estava falando sobre mudar quem ela é, ele se referiu a trabalhar em cima daquilo que machucaria os dois.
3- Liam e Juli ficaram, porque eles simplesmente queriam se pegar, nada além disso, o liam não estava com a Mia.
4- Juli foi criada de maneira muito ruim e de fato precisa de tratamento psicológico, foi ensinado a ela "faça o que quiser, mas limpe sua bagunça sozinha", mas nada, de maneira alguma, serve como justificativa para o que ela fez.
5- o pai do Kalel morreu por causa de um infarto.
6- Liam e Mia estão em um relacionamento sério, ele só foi conseguir isso quando o Dylan nasceu, o menino pelejou mas conseguiu lkkk.
7- a Amber venceu a depressão que ela tinha e que foi deixado óbvio pelo comportamento dela.
8- se você passa por alguma situação como algumas que tem aqui nessa livro, peça ajuda, principalmente as dos seus pais, ou qualquer pessoa próxima a você, se quiser eu estou aqui por você também.
9- se o seu caso for muito extremo, ligue pra 188, se você pensa em suicídio ou coisa parecida, liga pra eles. (188 -centro de valorização da vida).
10- Você não é de ferro, mas você é forte, mesmo se achando fraca(o), não deixa as pessoas fazerem você acreditar ser o que elas dizem que você é, se é que me entende, a Amber acreditou que não era merecedora, acreditou que é só mais uma na vida do Kalel, que não seria boa pra ele, que não seria boa pra ninguém, mas advinha só? Ela não é nada disso, ela é forte pra um caralho, cheia de defeito e cicatrizes, cheia de magoa, mas ela lutou dia a pós dia com isso, mesmo não aguentando mais, ela lutou, eu sei que ela é uma personagem, mas eu escrevi ela e sou que nem ela, eu passei por umas coisas que ela passou, eu entendo o que ela sentia, você é incrível, nós somos incríveis, e nunca, de maneira alguma desista.
11- o sofrimento e as coisas ruins vão passar, sempre passam, tenha fé que os dias bons chegarão, viva um dia de cada vez e mesmo que demore, tudo passa, TUDO.
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