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3 - Pegue minha mão

"E eu sinto algo tão errado
Fazendo a coisa certa
Eu não poderia mentir
Tudo o que me afoga
Me faz sentir vivo"

Counting Stars - One republic

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TERÇA-FEIRA À TARDE

Delfina estava determinada. Fazia algum tempo que não se sentia daquela forma, com uma vontade tão profunda e primitiva, que se não fizesse o que queria, supunha que morreria.

Sempre fora assim, seus impulsos eram profundos demais, sempre sentia as emoções à flor da pele.

Pensou que fosse raiva, que iria querer se vingar pela forma como Cornélio a enfrentou, mas ao vê-lo perto de seus amigos, parecendo estar deslocado, sua intenção mudou.

E então, quando soube exatamente o queria de Cornélio, ficou faminta por ele. Queria que ele se soltasse, que parasse de fingir, que contasse a todos o que realmente estava pensando e sentindo.

Soube no instante em que seus olhares se encontraram que aquele garoto estava cansado de tanto bancar ser o bonzinho, e que ele precisava se libertar de toda aquela pose de santo.

Ou talvez tudo isso não passasse de uma ilusão de sua mente. Mas não importava, se fosse, pelo menos iria se divertir um pouco com ele. Cutucar quem estava quieto sempre rendia uma boa surpresa.

Com esses pensamentos, ela decidiu que não mediria esforços para que isso acontecesse.

Por isso, naquele mesmo dia, ela o perseguiu na escola, jogou bolas de papel na cabeça dele nas aulas, o chamou diversas vezes e em todas essas coisas, foi ignorada com sucesso.

Por fim, decidiu que o abordaria na volta para casa, quando mais ninguém estivesse olhando.

Então ela simplesmente o perseguiu como a boa stalker que era.

Ao perceber que estava sendo seguido, Cornélio apressou ainda mais seus passos. Não sabia porque Delfina estava fazendo aquilo. Sinceramente, não era para tanto. Ela deveria entender que eles não tinham nada em comum e que ele só queria ficar em paz.

Será que era tão difícil assim? Será que ela realmente usava drogas?

Sem ter mais o que fazer Cornélio se virou para trás e perguntou subitamente.

- O que você quer?

- Você - Ela respondeu e soltou uma risada.

Cornélio ficou sem fala, paralisado. Não esperava por aquela resposta. Nada sobre Delfina fazia sentido.

Ela ainda estava um pouco distante, mas deu um passo para frente acabando com o espaço entre os dois.

Novamente, Cornélio notou o rosto dela muito perto do seu, e ele não conseguia entender como ou porquê isso afetava tanto o seu ritmo cardíaco.

- Eu? Como assim? - Conseguiu perguntar.

- Simples, quero que você seja meu amigo, que se solte, e seja a melhor versão de si mesmo.

Ele franziu o cenho enquanto cruzava os braços.

- E o que você entende de "melhor versão de si mesmo"? - questionou fazendo aspas com as mãos.

Ela riu e jogou o cabelo para trás. E Cornélio se perguntou por que aquele simples gesto fez seu corpo se arrepiar. Não era para isso estar acontecendo.

Deus o perdoe, mas ele pensava que Delfina ficava absurdamente linda sorrindo daquele jeito. Com a mesma sombra preta nos olhos, os lábios esticados em um sorriso travesso e o cabelo livre que se movia de acordo com o vento.

Como se já a conhecesse há muito tempo, ele logo soube que ela não estava brincando.

- Você quer descobrir?

Ele pensou que estivesse delirando, mas sentiu uma pontada de inclinação para aceitar o convite.

Era curiosidade, só podia ser isso.

Desde que tinha pisado os pés naquele colégio, Cornélio observava como as pessoas sempre fugiam dela. Muitos colegas comentavam sobre ela ser doida, e alguns garotos disseram que estar com ela era sempre emocionante, mas que a garota nunca se apegava a ninguém.

E mesmo assim, ela parecia ser tão livre, tão divertida, sem se importar com o que os outros diziam.

Por que?

Não que gostasse de altas aventuras, e muito menos de ideias malucas. Mas lá no fundo, com toda a calmaria de sua vida, Cornélio se sentia tão... vazio. Como se nada tivesse graça.

Estava sempre fugindo, sempre se escondendo, pensando que assim teria mais controle sobre sua vida e das pessoas ao seu redor. Mas a verdade é que tudo isso era tão chato.

Quem ele seria se fosse como Delfina?

Qual era a sensação de soltar as pontas e perder o controle?

Se ele queria descobrir? Com certeza.

Cornélio engoliu em seco e disse o que martelava em sua cabeça:

- Quero.

Delfina sorriu com satisfação e sentiu seu peito inflar. Ela estava certa, sempre esteve.

O garoto bonzinho realmente não era tão bonzinho assim, afinal.

Ele começou a andar, tentando fugir daquela situação, tentando não ter que lidar com o sorriso convencido dela. Mas Delfina o seguiu rindo.

- Para onde estamos indo? - ela perguntou olhando ao redor e desconhecendo o lugar.

Estamos?

Não fazia exatamente parte do plano de Cornélio levá-la junto para seja lá aonde ele queria se esconder. Mas quando olhou para trás e viu o sorriso alegre que dançava no rosto da garota, percebeu que ela esperava mesmo que ele a levasse para algum lugar.

Contudo, aonde ele deveria levar uma pessoa como ela que não tinha nada a ver com ele?

Tudo o que Cornélio gostava de fazer era ir para casa, jogar, pegar seu violão e tocar alguns acordes, tentar cantar, e mexer no celular. E dentre essas poucas coisas, ele não via a menor possibilidade de ter a companhia de Delfina.

Enquanto andavam, começaram a se aproximar de uma praça largada em um espaço aleatório da cidade. A praça ficava próximo da casa dele, e ao redor dela tinha algumas lojas fúteis e dentre elas uma sorveteria.

Cornélio não era muito chegado a doces, mas talvez ela fosse.

Ele torceu o nariz. Que situação estranha.

- Ei! Onde você tá me levando? - Delfina repetiu e segurou a mão dele, o fazendo parar de andar.

- Para uma sorveteria.

Sem nem ao menos se dar conta do que estava fazendo, Cornélio continuou andando sem soltar da mão de Delfina.

Ela conteve um sorriso largo.

- Como é a sua família? - perguntou enquanto era puxada por ele.

- Normal.

Foi quando foram atravessar a rua para entrarem na sorveteria que Cornélio percebeu que ainda segurava a mão dela. Um arrepio tomou seu corpo.

Ao caminhar ele sem querer mordeu a língua e nem sentiu muito, já que toda a sua concentração estava nas pontas dos seus dedos que agarraram a mão dela.

Quanto mais se aproximavam, mais ele se perguntava qual seria o melhor momento para simplesmente largar a mão dela.

- Seus amigos me odeiam? - Delfina continuou perguntando.

A voz dela era como uma muriçoca cantando no ouvido dele. Cornélio não estava entendendo nadinha.

- Não.

- Tem certeza? - Ela arqueou as sobrancelhas e puxou a mão dele para baixo.

Desperto de seus pensamentos, Cornélio parou e olhou para ela, confuso.

- Certeza do que?

- Do que eu acabei de te perguntar.

- O que você perguntou?

Delfina bufou com falta de paciência e largou a mão dele abruptamente. Tinham acabado de parar na frente da sorveteria e Cornélio se distraiu outra vez agradecendo por ela ter soltado a mão dele primeiro.

Já pensou? Ele soltar e não ter nenhuma explicação pra isso? Ia ficar um clima pesado.

Em um movimento rápido ela o segurou pelas bochechas e puxou o rosto de Cornélio para perto do seu.

Ele arregalou os olhos e engoliu em seco. Ela estava muito próxima, de novo. E ele chegou a conclusão de realmente nunca poderia prever as ações dela.

- Você precisa aprender a prestar atenção quando eu falo!

- Isso faz parte da melhor versão de mim?

Ele teve a audácia de revirar os olhos e Delfina apertou mais os dedos nas bochechas dele.

- Claro que faz. Tudo o que eu falo é importante.

Cornélio achou que a resposta foi estúpida, mas era melhor não comentar.

- Desculpa, eu estava pensando em outra coisa.

- No quê?

- Se deveria ou não soltar a sua mão.

Delfina ficou sem ter o que dizer por alguns segundos, mas depois abriu um sorriso que Cornélio soube decifrar como diabólico, ou melhor dizendo, presunçoso. A única coisa que entendia sobre ela eram seus sorrisos.

Soltou o rosto dele e se afastou.

- E por que não me perguntou?

Ele arqueou uma sobrancelha e achou que não precisava responder pois a resposta era óbvia. Mas a expressão de pura curiosidade de Delfina o fez perceber que ela realmente não sabia.

- É que é vergonhoso, sabe?

- Como assim? - Ela deitou a cabeça para um lado, com o cenho franzido.

Parecia uma criança.

Cornélio respirou fundo. Como iria explicar aquilo pra ela?

- É que, tipo, sem querer a gente andou de mãos dadas, aí eu pensei que você ia ficar chateada se eu dissesse que queria soltar a sua mão. Entendeu?

A expressão dela não mudou.

- Vai que você pensasse que eu tava pensando que você é sebosa... - ele falou e tentou disfarçar com um sorrisinho frouxo.

Ficaram se encarando mudos por um minuto inteiro. Até que ela soltou:

- E quem você acha que é pra saber o que eu ia pensar?

Outra vez ele não soube o dizer. Ela foi grossa, porém era verdade, e isso geralmente doí no ego.

- Eu só tava tentando ser gentil!

- Quando foi que eu pedi, ein? - Delfina elevou o tom de voz e colocou as duas mãos na cintura, pronta para o combate.

Ele bufou e cruzou os braços. Não era possível que ela estava achando ruim a bondade dele, agora era pronto.

Cada coisa...

- Tá bom! Vou grosso igual você! - Cornélio também falou mais alto.

No fundo, sabia que não iria conseguir.

- Não sou grossa, eu sou sincera!

- Inconveniente.

- Honesta.

- Só porque você fala o que pensa não quer dizer que é honesta, pelo amor de Deus...

- E você ficar cuidando do sentimento alheio quer dizer que é idiota.

Aí que ele ficou alterado.

- Isso se chama consideração. Consideração!

- Burrice!

- Não sei porque eu ainda tô te ouvindo... Você não sabe nada sobre convivência pacífica! - Apontou o dedo na cara dela.

- E eu lá preciso disso? Certeza que você chora no banheiro pensando que ninguém te ama.

Ele fechou a cara e odiou o fato de ela estar certa. Mas e daí?

- Você também!

- Eu fico rindo de vocês, querido. Gargalho, até! - Ela sorriu e ele bufou igual um touro.

- Porque você não tem consideração por ninguém! É uma maluca que... que...

Ele ia dizer que ninguém gosta dela, mas se impediu antes de falar essa besteira. Apesar de tudo, não queria machucar os sentimentos dela.

Mas Delfina percebeu, e usaria isso para provar seu ponto.

- Fala! - Ela ordenou, ele continuou quieto. - Fala na minha cara, ô bonzão!

Cornélio revirou os olhos, já que ela queria ouvir...

- Que ninguém quer por perto - falou com agressividade.

Eles pararam de falar apenas para se encarar mais um pouco. Até que Delfina abriu o maldito sorriso presunçoso outra vez, o que fez as entranhas de Cornélio se revirarem ao perceber que ele tinha feito exatamente o que ela queria.

- Sabe, Cornélio...

Ele bufou, já esperando o pior.

- Você tá se sentindo melhor agora, não é? Depois de me falar o que pensou. Então quando estiver comigo, pode me falar qualquer coisa. Tudo, desde que seja a verdade. Eu não me importo, faço isso o tempo inteiro. Você vai ver como é libertador.

Cornélio não soube responder e ela continuava com o sorrisinho.

- Você gostou, não é? Admite.

- De quê?

- De discutir comigo - ela falou e se aproximou dele. - Cadê o garoto caladinho, bonzinho, anjinho?

Ele fechou a cara e bufou.

- Você que me provocou.

- E você revidou.

- Mas só porque eu fiquei nervoso.

Ela gargalhou e se aproximou mais dele. Segurou os ombros do garoto e chacoalhou como se ele fosse um saco de batatas.

- Gostou de brigar comigo que eu sei!

Delfina o soltou e entrou na sorveteria. Vendo que a última fala tinha sido dela, Cornélio também correu para dentro, disposto a ter razão.

- Tecnicamente isso não foi uma briga...

- Mas você gostou.

Sim. Gostou mesmo, mas nem morto iria admitir. Nunca.

××××××××××××××

Oiê!🤠

Tudo bem?

Demorei d+ pra postar esse capítulo por culpa do perfeccionismo.
Já me falei inúmeras vezes que só quero escrever, só isso, sem pressão...
Mas de repente lá estou eu me pressionando de novo!

Então aqui está, o capítulo, sem minha verificação de perfeito, e isso não importa!

Espero que tenha gostado e que continue por aqui acompanhando a história desses dois malucos e dramáticos🤭🤭

Bjs😘
Até a próxima.

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