- Me prometa que vai aproveitar cada segundo lá dentro. - pede Emily, arrumando o uniforme de Eliza - Tire muitas fotos também.

- Vou aproveitar mamãe, relaxa. - ela diz, em seguida acrescenta, sussurrando - Onde fica a caverna?

- Não vou te contar! Você tem que descobrir sozinha. - diz Emily, apertando carinhosamente o nariz da filha - Olha lá, a tia Thainá já chegou.

- Já falei pra parar de chama-la de tia, mãe. Eu tenho que chama-la de Sra. Martins agora, esqueceu? - relembra Eliza e Emily faz careta.

- Martins, desonrando o nosso sobrenome por causa daquele marido dela. - diz Eliza - O velho morreu e o sobrenome ficou.

- Não deixe titia escutar você falando isso. - sussurra Eliza e Emily ri.

- Tá bom pinguelo de sabonete, agora vai lá que a Helena já está na fila e eu tenho que dar apoio pro seu tio chorão. - diz Emily, abraçando a filha apertado mais uma vez.

Eliza e Helena se juntaram, o Sr. Menedez sorriu carinhosamente para ambas, apontando para o fervedouro.

O lugar que elas entraram era mágico de uma maneira que elas nunca viram em toda a sua vida, os olhos dos caiporas olharam atentos para a dupla, a Profa. Oliveira estava logo a frente, sorrindo.

- Não se assustem queridas, são apenas caiporas, não lhe farão mal algum. - ela diz sorrindo e apontando para o caminho de pedras douradas que chegava ao jardim do castelo.

Elas deixaram as suas malas no salão de entrada juntamente com as demais e foram para o principal, onde as conversas tomavam conta do ambiente, em uma mesa ao canto Niall estava sentado sozinho, olhando tudo ao seu redor com os olhos arregalados por detrás dos óculos.

- Devemos ir sentar com ele? - sussurra Helena.

- Não podemos deixa-lo sozinho. - responde Eliza e as duas se aproximam da mesa, sentando logo ao lado dele, que sorriu para ambas.

- Helena e Eliza, que bom que vocês estão aqui. - ele diz e em seguida pigarreia - Não sei se vocês sabem, mas o sistema de seleção daqui é um pouco diferente, a cor da mesa é o que define de que casa você é. - Niall aponta para o brasão na cor verde - Eu sou da norte.

- Minha família inteira foi da Oeste, creio que eu serei de lá também. - diz Emily, levantando o rosto orgulhosa.

O Sr. Menedez entrou no salão, ocasionando um silêncio repentino no salão, ele caminhou até a mesa principal, virando-se para seus alunos.

- Olá queridos alunos, para os novatos eu sou o diretor José Menedez, e a Profa. Oliveira é a nossa vice-diretora. - ele apresenta e a professora sorri - Para aqueles que não sabem, a nossa escola é dividida em três alas: norte, sul, leste e oeste. A cor da mesa em que os novatos estão é o que irá decidir qual é a nova ala de vocês, sendo verde para norte, azul para comunal sul, laranja para comunal leste e vermelho para oeste.

A cor da mesa de Helena e Eliza adquiriu um forte tom de azul, em seguida um emblema na cor azul apareceu na capa de ambas.

- Comunal Sul? - murmura Eliza, passando a mão sobre a mesa - Que estranho.

- É a comunal mais distante da minha. - diz Niall, encolhendo os ombros.

- Tenho certeza que vamos nos ver com bastante frequência. - acalma Helena, ao mesmo tempo que um homem alto, negro e careca foi até a frente, acompanhado da Profa. Cardoso, Profa. Oliveira e outro homem branco de traços asiáticos, ele usava óculos redondos e vestes que pareciam trouxas.

- Essa é a Profa. Cardoso, que leciona herbologia e é a diretora da comunal Oeste, essa é a Profa. Oliveira, leciona magizoologia e é diretora da Leste, o Prof. Hwang, de História da Magia, o diretor da Norte e o Prof. Simano, professor de feitiços e diretor da Sul. - apresenta o Sr. Menedez.

- Que diretor maravilhoso. - murmura Eliza, um casal de adolescentes se aproxima, vulgo emblema tinha grafado a palavra "Líder" em letras douradas, e indicaram para que elas o seguissem.

As duas foram seguiram o grupo de alunos que foram em direção a parte sul do castelo. A entrada da comunal já era um tanto bonita, tendo uma pequena escada que leva em direção a porta, as paredes ao redor eram azul claro com detalhes na cor branca.

As paredes eram repletas de janela, vulgo os poucos pedaços de parede eram na cor azul marinho repleto de quadros com avisos. O teto era igualmente feito de vidro, mostrando lá fora o céu azul e o sol brilhante. O salão era repleto de sofás de tons claros, mesinhas de vidro, muitas plantas e luminárias de diferentes formatos, além de mesas de comidas e frigobar, aquele lugar era perfeito.

- Camila Grassi, Helena Freire, Eliza Garcia e Iara D'Angelo! - grita a líder por cima da voz dos demais alunos - Aproximem-se por favor.

As quatro meninas se aproximaram da garota, que entregou para ela quatro chaves vulgo chaveiros eram pequenos terrários.

- Quarto número 26, sejam bem vindas! - ela diz sorrindo e as quatro sobem as largas escadas, até chegarem a um amplo quarto cor turquesa claro, com grandes janelas atrás da cama que direcionavam para o campo de quadribol. Camila caminhou até uma das camas, sentando-se nela.

- Espero que não se importem, caso eu fique nessa cama. - ela diz, sorrindo - Acho que devemos nos apresentar completamente, já que vamos ficar juntas pelos próximos sete anos temos que saber pelo ao menos as informações primordiais uma das outras: eu começo!

Camila tinha cabelos ondulados de tom castanho, seu tom de pele era parda, ela tinha uma boca grande e olhos verdes brilhantes.

- Eu me chamo Camila Grassi, sou original do Uruguai e posso afirmar com veemência que a poção tradutora não é a coisa mais gostosa do mundo, por isso aprenderei português nos próximos anos. Eu sou nascida trouxa então foi uma grande surpresa para toda minha família quando recebi a carta de Castelo Bruxo. Você agora Iara! - ela diz, balançando as pernas animadas.

Iara sorriu de canto, ela tinha olhos pequenos e puxados, de modo que quando ela sorria quase não era possível ver seus olhos castanhos, pele escura e cabelo curto e ondulado.

- Eu me chamo Iara D'Angelo, sou mestiça e chilena. - ela fala, resumidamente, enquanto se apossa da outra cama. - Preciso dizer mais alguma coisa?

- Não, acho que está bom. - diz Eliza - Eu me chamo Eliza Garcia, sou sangue puro e brasileira, eu e Helena já nos conhecemos, os nossos pais são amigos.

- Garcia é o sobrenome da antiga diretora daqui. - diz Iara.

- Eu sou neta dela. - Eliza diz orgulhosa. - Agora vai Helena.

- Eu me chamo Helena Freire, eu sou adotada então não façam perguntas difíceis sobre o meu sangue. - ela diz, sorrindo - Também sou brasileira, moro em uma vila bruxa chamada Luindigene.

- Creio que seremos boas colegas. - diz Camila, sorrindo carinhosamente para as demais.