Capítulo 2
- Céus que saudade. - choraminga Laís, quando abriu-se a porta do feirão bruxo - Que saudade!
- Cale a boca Laís Garcia. - pede Carlos, segurando na mão de Helena - Sabia que não devíamos ter trago ela...
- A bichinha está com saudade! - defende Emily, em seguida acrescenta em tom mais baixo - E eu também.
- Nossa, que demais! - diz Eliza, desvencilhando-se da sua mãe e indo até a vitrine de uma loja de artigos de quadribol - Mãe, eu quero uma blusa personalizada da seleção brasileira!
- Ai que vontade de chorar. - sussurra Laís - "Aceita um pastelzinho?" Ai que saudade...
- Pai, onde é a loja de varinhas?- pergunta Helena, animada.
- Vamos lá, enquanto isso a tia Laís e a tia Emily vão comprar os materiais, não é tia Laís? - pergunta Carlos, segurando na mão de ambas as garotas.
- Certamente. - diz Laís, ainda fitando a vitrine de uma loja, antes de ser arrastada por Emily para a loja de livros.
Helena e Eliza entraram na loja de varinhas, o mesmo homem de quase 30 anos atrás ainda estava ali recostado no balcão, acompanhado de um menino aproximadamente da idade das garotas, ele usava uma jardineira na cor verde menta e uma bandana prendia seus cabelos escuros como sua pele, seus olhos tomavam contraste com a sua pele, sendo olhos cor de mel muito claros.
- Esse velho era velho quando eu tinha a idade de vocês. - sussurra Carlos para as garotas.
O senhor ergueu o seu olhar e sorriu quando identificou o jovem a sua frente.
- Sr. Freire! Ah, quase não te reconheço! - ele diz de prontidão, sorrindo - O dono da varinha rara! O que aconteceu? Vocês ainda tem elas?
- Temos sim senhor, descobrimos que as varinhas só funcionam com nós que somos os escolhidos, infelizmente, descobrimos isso tarde demais, mas agora isso já é de conhecimento de toda a comunidade bruxa, não corremos mais risco. - explica Carlos e o velho assente com a cabeça.
- Madeira de faia, núcleo de fiuum, era uma grande varinha! - o velho diz se levantando, o garoto o dá apoio.
- Vovô Nilson, o senhor sabe que não pode ficar levantando. - repreende o garoto.
- Diga-me, Sr. Freire. - continua o velho, ignorando o neto - Alguma dessas garotas é sua filha?
- Sim, essa é a minha filha Helena. - diz Carlos, sorrindo para a menina.
- E quem é a mãe? - pergunta o sr. Nilson, apontando para uma caixa de varinha que o neto prontamente pegou.
- Eu sou adotada, senhor. - responde Helena, educadamente.
- Mas quem o você considera a mãe da menina? - pergunta o senhor, sorrindo para Carlos.
- Alicia Carson, senhor. - responde Carlos, e o velho assente, sorrindo, em seguida fez um gesto para que a garota se aproximasse.
- A sua mãe queria muito uma varinha de madeira de azevinho e ficou maravilhada com essa, que tem núcleo de pelo de unicórnio. - disse o senhor, entregando para ela a caixa cor de madeira com a descrição grafada ao lado em cores escuras - Teste, por favor.
Como imaginado, a varinha não poderia pertencer a outra pessoa senão a Helena, diferentemente da amiga, Eliza demorou um longo tempo para encontrar a sua varinha, feita de videira e núcleo de fibra de coração do dragão.
- Agora as bruxinhas já podem fazer magia. - diz Carlos, carinhosamente fazendo carinho nas costas de ambas.- Agora vamos ver um uniforme para vocês.
Eles caminharam até a loja mais chamativa daquele lugar, ao chegar lá uma mulher esperava pacientemente o, agora, velho elfo Dipen tirar as medidas de uma garotinha de cabelos curtos e cacheados e grandes olhos cor castanho.
- Senhora Damasio! - exclama Carlos, ao identificar o casal, a mulher sorri para ele.
- Carlos, que surpresa encontrar você por aqui. - a Sra. Damasio diz carinhosamente, aproximando e arrumando o cabelo do homem a sua frente, como se ele ainda fosse o garoto de apenas treze anos que ela conhecera - Como você cresceu!
- Essa é minha filha, Sra. Damasio, e esta outra é a filha da Emily Cardoso. - apresenta Carlos, as duas assentem para a mulher. - Como a senhora está aqui? Sem querer ser mal educado, mas trouxas não conseguem entrar no feirão bruxo.
- São lindas meninas. - ela diz sorrindo, referente a apresentação - Creio que nenhum de vocês sabem, meus queridos, eu sou um aborto, não uma trouxa.
- Eu não imaginava. - Carlos diz, surpreso, a senhora Damasio sorri.
- Infelizmente agora eu terei que ir, visite-nos querido, vai ser uma honra recebe-lo em nossa casa. - a Sra. Damasio diz.
- Eu irei sim, obrigado.
Assim que a Sra. Damasio e sua filha saem, Dipen guarda as anotações no balcão e se aproxima dos três.
- Em o que eu posso ajuda-los? - pergunta o elfo, com a voz esganiçada.
- Vestes para castelo bruxo, para elas. - explica Carlos e o elfo se retira, aparecendo novamente com um conjunto de peças para ambas.
- Vocês podem se trocar no vestiário feminino. - ele diz, apontando para a porta ao canto e as duas seguem para lá, enquanto Carlos aguardava do lado de fora.
A saia do uniforme era de pregas, vulgo comprimento estava um pouco acima do joelho e a cor era verde folha, juntamente com uma camisa social na cor branca, os botões eram de um verde tão claro que quase não era possível ver a diferença entre eles.
- Essa capa verde não me destacou. - diz Helena, se olhando no espelho - De resto, tudo serviu muito bem.
- Aquele elfo parecia saber os nossos tamanhos perfeitamente. - comenta Eliza, voltando para vestir sua roupa normal.
- Deve ser a experiência, depois eu vou perguntar pro meu pai se era o mesmo elfo quando ele veio comprar o uniforme pela primeira vez. - diz Helena.
As duas saem do vestuário, Carlos havia saído e ali estava um garoto tirando medidas no centro, ele usava óculos redondo, era um tanto loiro, branco e esguio, seus olhos eram castanhos, sua veste estava pelo ao menos três vezes o seu tamanho, e ele ruborizou assim que viu as garotas.
- Quem comprou as suas roupas não deve ter a mínima noção de tamanho! - reclama o elfo Dipen.
- Foi a minha tia, ela não sabia que eu tinha emagrecido mais durante as férias, ela nunca aceita o fato de que eu sou magro. - ele explica, em um tom de voz baixo.
Ele levanta o olhar novamente, encontrando as garotas, ele sorriu de canto envergonhado.
- Eu não conheço vocês, são novatas? - ele pergunta e ambas assentem - Eu sou Niall Clark Segundo, esse segundo estraga o meu nome.
- Existe um Niall Clark primeiro? - pergunta Helena e o garoto assente, sendo repreendido por Dipen que exigia que ele ficasse quieto, fazendo o menino ficar ainda mais vermelho.
- É o meu pai, mas ele é o Niall Clark primeiro com 'p' minúsculo, ele não foi realmente registrado como 'primeiro', enquanto eu tive a infelicidade de ser registrado como 'segundo'. - diz o menino insatisfeito.
- Isso é realmente triste. - comenta Eliza.
- Nós somos Helena Freire e Eliza Garcia, você está em qual ano? - pergunta Helena, tentando sair daquele assunto entristecedor de nomes em segundo e nomes em primeiro.
- Eu estou no segundo ano. - ele diz, e quando elas acharam que ele não poderia ficar mais vermelho o elfo começou a desabotoar a sua camiseta larga e branca - Não senhor elfo, eu vou até o vestuário.
O elfo resmunga algo que eles não puderam compreender, em seguida fez um gesto para que as duas meninas a acompanhassem até o balcão, para que pudessem pagar as suas vestes. Elas não tiveram tempo de se despedir do seu novo colega Niall Segundo, mas prometeram mentalmente que iriam cumprimenta-lo quando fossem para Castelo Bruxo pela primeira vez.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro