Laís acompanhava a Profa. Garcia a risca com Weedy ao encalço de ambas, agora que Laís iria morar em uma vila inteiramente bruxa, ela podia ficar com a sua onça em casa. As duas haviam aparatado para um pequeno cômodo onde havia uma placa que lia-se "Centro de aparatação" e um homem estava sentado em uma cadeira, ele sorriu para a diretora quando a viu.

- Srta. Garcia, é um prazer vê-la novamente. - ele diz sorrindo - Assinem aqui por favor.

 Tanto a diretora quanto Laís assinaram um caderno e saíram da sala, dando de cara com uma vila. As ruas eram feitas de pedras e as casas eram coloridas e com muitos jardins, não havia ninguém com roupas comuns, todos usavam chapéus pontudos de abas muito largas para cobrir do sol e túnicas coloridas.

- Professora, preciso usar essas roupas aqui? As únicas roupas de bruxos que eu tenho são os uniformes da escola.

- Vou providenciar algumas. - diz Akira - E não precisa me chamar de professora aqui, pode me chamar apenas de Akira.

 Elas caminharam lado a lado por uma pequena estrada e não demoraram muito para chegar em uma casa mais afastada cercada por árvores muito rústica, de parede azul e detalhes na cor laranja, logo na entrada havia uma pequena varanda com duas cadeiras, a professora acendeu todos os seus lampiões com fogo, entrando na casa.

A sala era pequena e feita de madeira, com um sofá verde menta coberto por uma manta listrada e duas poltronas estampadas, no canto havia uma pequena lareira, ao lado da sala tinha uma cozinha escura e com detalhes dos armários em vermelho. O que mais chamou atenção de Laís foi o repentino frio que ela sentiu quando entrou na casa, a diretora acendeu o fogão, e um caldeirão começou a borbulhar. Um pássaro-cuco saltou do relógio, que Laís notou que havia muitos mais ponteiros que um relógio tradicional e giravam em ritmos diferentes.

 Laís acompanhou a diretora pelas escadas que se iluminavam conforme ela passava até chegar ao sótão que fora dividido em dois cômodos, Akira entrou no primeiro.

 O quarto era revestido por um papel de parede verde estampado com flores, tinha grandes janelas a direita. O chão era forrado por três tapetes coloridos, os móveis eram de madeira e ao lado da cama tinha uma porta que levava para um pequeniníssimo banheiro vulgo parede era enfeitada por azulejos de flores e espelhos, conforme se aproximava da cama, o teto ficava mais estreito.

- Meu Deus... - murmura Laís, colocando a sua mala no canto do quarto - Esse lugar é lindo!

- Que bom que você gostou, pois esse é o seu quarto agora. - diz Akira, olhando ao redor - Esse era o quarto do seu avô, quando ele era criança.

– Porque eu nunca soube que a senhora era da minha família? - perguntou Laís.

– Eu não criei o seu avô, ele foi viver com meu marido. - explica, rapidamente Akira - Estarei no meu quarto, se precisar de alguma coisa.

- Obrigada, Akira. - responde Laís, ao se encontrar sozinha ela começou a arrumar as suas roupas nas cômodas que ela tinha, enquanto Weedy tirava um cochilo na nova cama.