Buscando Provas
* terceira pessoa *
Levi acompanhou o casal até a antiga casa para que pudessem se preparar para a infiltração e como esperado o local estava completamente destruído. Provavelmente os soldados de Huxley já trazendo as notícias que as crianças fugiram foram até o local esperando os encontrar.
-Sinto muito pela casa. - disse depois de ver a Ally subir as escadas segurando um choro engasgado. Ele pessoalmente tinha visto lugares em situação muito pior do que aquela mas pensou que seria algo que [Nome] diria a eles.
Ronan balançou a cabeça - Não sinta, é só mais uma prova da sociedade suja que nos cerca. Uma casa é mais do que apenas o prédio em que vivemos.
O soldado veterano andou pelos móveis destruídos - Quando estava na tropa ouvi falar sobre um incidente, um casal foi encontrado morto com os crânios esmagados. A filha sobreviveu e escapou.
-Sei que não está a muito tempo na tropa mas deve ter percebido que eles adoram especular. - o mais velho continuou - Anos depois apareceu um soldado de passado sombrio com habilidades únicas e uma cicatriz no rosto, não demorou para que descobrisse que era a sobrevivente do massacre Maely.
-E sobre o assassino... Huxley não procura exatamente esconder que é o autor de tal brutalidade.
-Onde quer chegar? - Levi questionou Ronan.
-Você se aproveitou do plano para evitar que [Nome] confronte os assassino dos pais de maneira direta - afirmou e se virou para encarar o rapaz - Porque?
[Nome] com certeza não havia percebido as ações sutis do colega em relação a isso, acreditando estar seguindo com afinco o pedido de Brandon. Ele mesmo não sabia o porquê de suas ações mas tinha em mente que a cor da vingança não era uma que combinava com mulher.
Levi conhecia todos os tons de desespero, e aquele que pintou o rosto dela quando Erwin deu as primeiras informações da missão era um dos mais cruéis deles; o da morte por retorno.
Não respondeu Ronan, desviou o assunto apenas disse para ele apressar Ally a fim de seguir para o local da reunião.
Quando deixaram a cabana na parte da tarde, ele se questionou pensando se aquele era o movimento certo, parecia desigual ter uma única pessoa responsável pela libertação das crianças enquanto três iam ao encontro. Entretanto foi confrontado com um par de olhos determinados e brilhantes que caçoaram dele pela falta de confiança na companheira de equipe.
Mal sabia [Nome] que pelo contrário Levi já tinha reconhecido seu valor como soldado e sabia que suas habilidades beiravam a perfeição, aquele sentimento deitado em seu peito carregando dúvidas para seu coração se chamava medo. Não do que estava por vir, não de saber quais eram suas obrigações mas medo de ver a situação se repetir medo de estar tão perto e ser incapaz de proteger alguém porque estava concentrado demais em seus próprios objetivos egoístas.
Entregar companheiros para a morte quando tudo que queria fazer era preservar suas almas da sujeira.
Contudo tudo que podia fazer já estava feito, bastava acreditar verdadeiramente em seu time, a essa hora [Nome] já devia estar a caminho do leilão enquanto Briana e Brandon estavam escondidos na cabana da família.
Ally tinha se disfarçado usando o vestido que [Nome] roubou da cidade no dia anterior, dando adeus a aparência comum e esquelética e parecendo uma dama da corte. O colo exposto parecia acentuar seu pescoço e rosto de traços finos, a expressão esnobe de fato fechava a caracterização, embora esse último Levi acreditava ser uma expressão genuína.
Ronan fingiria ser um servo e uma vez que estivessem dentro do local, conseguiria uma abertura para que o soldado pegasse as provas necessárias. Com sorte Erwin já teria recebido a carta enviada a meia noite do dia anterior - quando voltaram para Yakell a fim de olhar os arredores do casarão - e novos soldados já estariam a caminho.
O caminho foi como o planejado e um cortejo mais ousado de Ally a colocou para dentro do local com facilidade. Tinham pessoas vigiando os arredores é claro, mas em uma quantidade menor do que Levi esperava, foi quando reparou na atmosfera estranha que cercava o casarão.
Depois de um sinal discreto nos fundos o soldado aposentado abriu uma janela no térreo para Levi poder entrar, sua habitual capa verde escondendo seu rosto enquanto se esgueirava nas sombras para dentro do que parecia ser um quarto de hóspedes.
-O escritório fica no segundo andar a direita, provavelmente o que precisa está lá. - disse Ronan olhando para os lado - Vou voltar para o salão, o capitão responsável está dando um discurso ou algo do tipo.
-E Huxley? - perguntou.
Nesse momento a feição do homem fechou - Não o vi, seus homens estão aqui mas ele ainda não chegou.
Levi não disse mais nada apenas seguiu atrás das provas necessárias, não foi difícil chegar até o segundo andar, os poucos vigilantes que estavam andando por ali estavam bêbados demais para tentar qualquer coisa então conseguiu apagar os homens antes que criassem um alarde.
Usando sua adaga forçou a maçaneta entrando na sala indicada, era um grande escritório com móveis de madeira escura e ornamentos. Tinham poltronas de veludo azul e quadros do que ele imaginava ser o próprio dono do local, um narcisista julgando que todos eram a mesma pessoa.
Pôs-se então a trabalhar, tentou achar papéis, cartas qualquer coisa que pudesse ser usada como prova mas não encontrou absolutamente nada naquele local mesmo depois de olhar cada parte.
Só um idiota guardaria o registro de seus crimes, mas mesmo uma mente brilhante precisa de alguma anotação, ponderou andando até o canto mais distante tendo uma visão geral da sala.
Os bilhetes estavam criptografados, o malfeitor por trás de tudo aquilo não era burro e nem sempre o óbvio precisa ser falado. Levi deu passos decisivos até o maior quadro preso na parede, aquele onde o homem parecia imponente com uma pose autoritária e medalhas no peito e rasgando o tecido da pintura em formato de 'x' teve a visão clara de um pequeno compartimento escondido na madeira.
Ainda com a adaga em mão puxou a tampa falsa conseguindo finalmente os arquivos que precisava, foi quando ouviu tiros soarem pelo local seguido de gritos de terror. Duas figuras altas e corpulentas entraram no escritório mas não viram a sombra de capa verde que lhes cortou as pernas antes de os nocautear com um golpe brutal.
Aqueles paspalhos da superfície nunca sobreviveriam no submundo, grandes e preguiçosos demais para se mover a fim de proteger a própria vida.
Abaixado e de maneira sorrateira chegou próximo ao salão para ver o que tinha causado os disparos, ficou chocado quando viu no meio do tumultuo Ronan no chão com Ally em seus braços, uma enorme mancha de vermelho na altura do abdômen enquanto o atirador ainda os mantinha na mira.
-Eu sei que tem alguém nesse momento andando pela casa como um ratinho em busca de migalhas - gritou, a voz claramente alterada pela bebida - Ei você! Vamos brincar!
Tiros foram disparados em direção ao alto enquanto sua gargalhada sinistra percorria os corredores.
-É uma pena que aquele imbecil do Huxley não está aqui, faria disso uma competição de caça ao rato. Mas como ele preferiu ir até aquele leilão idiota vou me contentar com o que eu tenho. - e continuou - Enquanto você não aparecer, ninguém sai ratinho.
Sem aviso, o homem pegou mais uma arma carregada dos subordinados e atirou na perna de um garçom que estava encolhido no canto. - Tic, tac, seu tempo começa agora.
N/A: Hellous! Como estão?
Capítulos agora vão ser intercalados pra conseguir cobrir os dois pontos de vista da história, isto é, até eles voltarem a se encontrar huahaua
Obrigada por ler até aqui!
Até a próxima semana! Xx
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