Capítulo 50
All of me do Jonh Legend começa a tocar, acelerando ferozmente as batidas do meu coração.
Solto uma respiração pesada, me mexendo com nervosismo, levo a mão até os cabelos, no entanto desisto ao lembrar que está milimetricamente penteado. Meu amigo babaca solta uma risadinha, percebendo meu estado, entretanto, ignoro porque nesse exato momento minha noiva atravessa as cortinas brancas de braços dados com seu pai.
Prendo o fôlego.
Uau!
Analice é uma mulher muito linda. Hoje, no entanto, está ainda mais linda. Não sei se é o momento, se é o vestido, se é a felicidade transbordante ou a luz que parece refletir nela de um jeito diferente, conferindo-lhe um ar angelical. O que sei é que sua visão é de tirar o fôlego.
Olha para os convidados com um pequeno sorriso nervoso. No entanto, quando seus olhos se fixam em mim, seus lábios se esticam mais, sorrindo daquele jeito incandescente que quase ofusca o sol. Os olhos brilham com felicidade pura e genuína.
Sorrio de volta, sentindo meu peito retumbar de emoção. Não desviamos os olhos por nenhum segundo, até que ela esteja na minha frente.
— Não esqueça que sou um bom atirador — meu sogro alerta, me arrancando um pequeno sorriso.
— Não esquecerei.
Sorri satisfeito, beija a testa da filha, reafirma que a ama e se afasta. Não sem antes falar:
— Faça meu Raio de Sol feliz.
— É minha missão.
Sorri um pouco mais, finalmente se afastando.
Seguro a mão da minha noiva, o coração se chocando com força contra as costelas.
— Sei belíssima. Sembri um Angelo.
De alguma forma, seu sorriso fica ainda maior e mais lindo.
— Vou me limitar a falar que você está lindo, os outros elogios são impróprios para o momento.
Rio, beijando sua testa.
Ela entrega o buquê para a irmã e nos viramos para o celebrante, que dá início a cerimônia. O celebrante fala palavras lindas sobre amor e companheirismo, identifico muito da minha relação com Analice em suas palavras.
— Agora, os noivos podem fazer seus votos.
Me entrega o microfone.
Respiro fundo, totalmente nervoso.
Ana sorri, esticando a mão para apertar a minha.
— Na primeira vez que eu te vi, tive certeza que te odiaria, com aquelas roupas feias e coloridas e a falta de filtro. Eu estava errado. Me apaixonei por todas as suas roupas, suas cores, e sua falta de filtro. Me apaixonei por você em cada um dos nossos embates. A primeira vez que você me tocou, eu tive certeza que você colocaria meu mundo de cabeça para baixo. Qualquer pessoa que me causasse aquela sensação era perigosa. Bem, eu também estava errado. Não tinha percebido que meu mundo já estava de cabeça para baixo, você foi quem me ajudou a colocar tudo no lugar. Com seu jeito meio invasivo, desastrado e caótico, ultrapassou cada uma das barreiras que construí para me esconder e colocou no tudo no lugar, com muita paciência, e um pouco de petulância — Rimos um para o outro.
Pauso brevemente, tentando controlar minhas emoções.
— Com seu jeitinho atrevido e sua luz cativante, adentrou a caverna escura em que me enfiei e me mostrou que eu não gostava da escuridão, muito menos da solidão, apenas havia me habituado a elas. Você me trouxe para fora, me lembrou o que é viver, ao invés sobreviver. Você, com suas cores e sua luz, ressignificou tudo para mim. Você é um raio de luz, Analice. O Raio de Luz que tirou minha alma da escuridão. Eu te amo com todo caos e desastre, com todas as cores e tagarelice. Eu te amo e me sinto o homem mais sortudo do mundo por ter a honra de me tornar seu marido. Te amo hoje e para sempre, minha caótica tata petulante.
Sorrindo, abana os olhos, tentando cessar as lágrimas. Retiro o lenço amarelo ouro do meu bolso e lhe entrego.
— Obrigado, mi amor.
Seca as lágrimas com cuidado, tentando não estragar a maquiagem. Quando consegue se recompor um pouco, lhe entrego o microfone.
— Quando eu te vi pela primeira vez, fiquei encantada. Nunca tinha visto um homem tão bonito, nem olhos tão gelados. Mas logo percebi que te odiaria. Você era tão desnecessariamente frio e grosseiro, argh,! Eu ficava irritada e queria te irritar. Foi assim, acidentalmente, que eu percebi que de fato conseguia te irritar e arrancar a máscara de indiferença, foi prazeroso descobrir isso e usar contra você. Mas nada foi mais prazeroso do que descobrir, pouco à pouco, o homem que existia debaixo da armadura de gelo. Um homem doce, carinhoso e quente como o inferno.
— Epa, cuidado com os detalhes — minha irmã pede, arrancando risadas de todos.
— Quando acordei aquele dia para ir a entrevista, minha mãe falou que meu horóscopo previa coisas boas, mas jamais imaginei que isso incluía conhecer o amor da minha vida. Nem por um segundo desconfiei que me tornaria senhora daquela casa branca e sem graça — rimos um para o outro. — De maneira alguma desconfiei que encontraria naquela casa a família que tanto sonhei. Você gosta de falar que ressignifiquei sua vida, mas você também ressignificou a minha, Matt. Você realizou meus maiores sonhos. Me fez mulher e me fez mãe — olha brevemente para os bebês, sentados na primeira fileira com os avós. — Me fez raiva? Ah sim, me fez muita raiva. Mas, acima disso, me fez e me faz muito feliz.
Pausa um pouco, usando o lenço para enxugar as lágrimas teimosas.
— Eu te amo com toda a bagagem, com todas as cicatrizes e até com sua escuridão. Eu te amo por quem você foi, por quem é e por quem será. Eu simplesmente te amo, Chefinho, e me sinto igualmente honrada por me tornar sua mulher.
Passo a mão no rosto, tentado enxugar minhas próprias lágrimas.
Quem diria, Matteo Di Rienzo chorando na frente de dezenas de pessoas.
O celebrante anuncia a troca de alianças e Tim me entrega a caixinha. Minha aliança é dourada e simples, mas a de Analice é fina com ramos de folhas esculpidos de maneira que combine com o anel de noivado. As duas foram desenhadas pelo Nathan Miller, neto do James Miller.
— Pelo poder investido em mim pelo estado de Nova York, eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.
Antes que eu tenha qualquer reação Analice envolve minha nuca, sussurrando.
— Com licença, senhor Di Rienzo, e me desculpe o atrevimento.
Sorrio — lembrando do nosso primeiro beijo — segundos antes de sua boca envolver a minha. O beijo é curto e casto, porém carregado de paixão.
Atravessamos o corredor de cadeiras sob uma chuva de pétalas e seguimos para o outro lado do imenso jardim, onde estão montadas as longas mesas italianas sob luzinhas amarelas. Ficamos em uma área montada exclusivamente para recebermos os cumprimentos dos convidados e tirarmos fotos.
Não convidamos muita gente, apenas alguns amigos de universidade de Analice e alguns dos meus parceiros de negócios mais próximos. Além, claro, de nossas famílias. Até meus Nonni vieram, apesar de Martina ter se dopado com remédios de dormir para conseguir suportar o voo.
Me surpreendo ao fitar a figura que se aproxima com meu velho amigo, e parceiro de negócios, Austin Mitchell.
— Senhorita Marshall?
Suas bochechas se tingem de vermelho.
— Olá, senhor Di Rienzo. Parabéns pelo casamento.
— Senhorita Marshall? — Ana fita a mulher com curiosidade. — Carolyn Marshall?
A outra confirma, envergonhada.
Minha esposa ri alto.
— Garota, eu te venero. Não acredito que esperou ele nua no escritório.
A coitada fica ainda mais vermelha.
— E-eu... — Olha para Austin, meio desesperada. — Eu só fiz aquilo porque perdi uma aposta para ele. Era isso ou virar sua secretária.
— Ele é um chefe tão ruim assim?
— Não. Mas era meu arqui-inimigo e eu preferia morrer a virar secretária dele.
Fito sua mão presa ao braço dele. Ela percebe e suspira.
— Perdi uma aposta em Vegas e acabei virando esposa dele.
Encaro meu amigo, em choque.
— Somos meio viciados em apostar um com o outro desde a infância — explica dando de ombros. — Mas é bom te ver, velho amigo. Senti falta de te ver sorrindo. Eu sei que nos afastamos depois que as coisas ficaram difíceis para você, mas fico feliz de ver que superou e seguiu em frente.
Junto as sobrancelhas, confuso.
Austin ri.
— Um fodido reconhece o outro — dá dois tapinhas em meu ombro. — Estou realmente feliz por você, cara.
Olha para Ana.
— E você é lindíssima. Além de muito simpática — o sorriso da minha esposa aumenta. — Parabéns aos dois.
— Parabéns para vocês também — aponta dele para Carolyn. — Não conheço a história, mas a aposta parece ter rendido bons frutos.
Sorri bobo, passando o braço pela cintura da esposa.
— Foi a melhor aposta da minha vida.
Nos parabenizam mais uma vez e se afastam. Alguns outros parceiros de negócios e acionistas se aproximam, azedando um pouco o humor de Ana. Ela realmente não gosta deles.
Nossas famílias também vêm até nós, nos enchendo de beijos e abraços. Quando Tim e Taylor se aproximam com os gêmeos, minha esposa decide fazer uma pausa para alimentar eles e se alimentar.
Minha esposa.
Adoro como soa.
Analice Di Rienzo, minha esposa.
Meu peito infla com um orgulho bobo.
— Por que tá parecendo um pavão?
— Estou apenas feliz, senhora Di Rienzo.
— Senhora Di Rienzo, adoro como soa.
— Eu também, Amore mio. Eu também.
A festa segue noite adentro. Analice dança muito na pista improvisada e eu aprecio o show.
Fazemos uma breve pausa para dar atenção aos gêmeos, que estão um pouco carentes. Parecem pressentir que iremos ficar distantes por algumas semanas.
— Nem acredito que nosso plano deu tão certo — ouço minha irmã comentar baixinho enquanto dou um pouco de massa de bolo a Levy. O garotinho de dois anos é uma pequena formiga, no entanto Analice e eu ainda restringimos bastante o contato deles com açúcar.
— Deu mais do que certo, né. Em nenhum momento imaginei que aquilo fosse acabar nisso — aponta em volta.
— Ah, eu pensei. Eu torci por isso. Esse, na verdade, sempre foi parte do meu plano.
— Do que está falando, Britt?
— Do que as duas, estão falando? — Me intrometo. — De que plano estão falando?
As duas trocam um breve olhar antes da minha esposa voltar sua atenção para nossa filha, aconchegada em seu colo.
— Analice?
— Não é nada demais, não pensa besteira. Não fiz nenhum plano pra te seduzir nem nada disso, tá? Nós só... — se cala quando Massimo chega até nós, chamando os gêmeos para brincar. Os dois vão para o chão animados. Ana se levanta. — Vou com eles.
— Não vai não, Michelle está ali de olho no filho — aponto para meu primo, a alguns metros de distância. — Senta aí e me conta direito isso.
— Mandão — resmunga, obedecendo.
Sorrio malicioso.
— Não te ouvi reclamar disso ontem a noite no quarto.
— Epa! Vamos parar com isso? Ainda estou aqui — minha irmã reclama.
— Então me expliquem essa história de plano.
— Não era um plano. Estava mais para um acordo. Um dia, Ana me chamou para conversar e comentou que tinha percebido que você era presente e carinhoso com os gêmeos quando estava sozinho ou quando eu não estava em casa para cuidar deles com ela. Ela perguntou se poderíamos fazer algo sobre isso, porque ela não queria que os gêmeos fossem a próxima Cindy da vida dela — junto as sobrancelhas e ela dá de ombros. — Também não sei quem é. Mas, pensei um pouco e fizemos um acordo — reforça a palavra. — Eu, ficaria menos em casa e você se aproximaria mais dos seus filhos.
— Por isso começou a “viajar” tanto — concluo.
— Sim. Eu ficava no nosso antigo apartamento, mas logo me envolvi com Tim e comecei a ficar no apê dele.
— Por isso você não quis contratar outra babá?
— Não, isso foi pra unir vocês dois — meu amigo fala, surgindo do além.
— É, eu não ia contar essa parte. Mas sim, a falta de babás era para juntar os dois. Depois que fizemos o acordo, passei a olhar as câmeras de vez em quando e percebi que você ficava confortável com ela como não ficava com mais ninguém, nem comigo. E ela nunca negou que se sentia atraída. Todas as vezes que sondei, ela jurou que nunca se apaixonaria, mas eu sabia que vocês só precisavam de um empurrãozinho para acabar nos braços um do outro.
— Então você nos manipulou?
— Sim. Mas foi por uma boa causa. Olha, agora você estão casados, felizes e meus sobrinhos ganharam uma mamãe muito amorosa e protetora.
— Você nos manipulou Brittany, brincou conosco como se fosse um jogo e não pessoas. Isso poderia ter acabado muito mal.
Levanta sorrindo.
— Não se apegue a isso, fratello. Você está feliz, e eu estou feliz por ter feito parte disso. Sinto que retribui óleo menos 1% do que você fez por mim — beija minha bochecha e se afasta com o namorado em seu encalço.
— Essa garota é inacreditável — resmungo indignado.
— Ela é incrível.
— Ela nos manipulou.
— Não exatamente — sento de lado no meu colo. — Tudo o que ela fez foi nos deixar sozinhos, o resto foi tudo por nossa conta.
Suspiro, sabendo que ela tem razão.
— Quem é Cindy? Você já mencionou ela umas duas ou três vezes antes.
Desvia os olhos para longe.
— Cindy Agnelli foi a única de verdade que tive no colégio católico, além de Taylor, claro. Cindy era filha de um empresário italiano com uma modelo americana. A mãe morreu no parto, então o pai culpava ela e seu irmão gêmeo. Ele era frio e indiferente — me olha, um sorriso triste no rosto. — Consegue notar a semelhança? — Ri sem humor. — Demorei um pouco para perceber, mas ela era o motivo de eu ser tão arisca com você no início. Era por isso que sua frieza e indiferença me irritavam tanto. Antes de perceber que era tudo uma máscara, eu olhava para você e via o babaca do Teobaldo Agnelli, aquela coisa não derramou um lágrima sequer no velório da filha.
— Velório?
Seus ombros caem.
— Tudo o que Cindy queria na vida era ser amada pelo pai. Te juro, Matt, essa era a única coisa que aquela doce garota almejava, mas ele a odiava, assim como ao irmão. Jogou cada um dos filhos em um internato e nunca tirava eles de lá, nem durante os feriados. Ao treze anos, a dor da rejeição ficou pesada demais e Cindy não suportou. Encontrei ela em seu dormitório, pálida e gelada após uma overdose com remédios antidepressivos.
Meu coração aperta.
— Desculpa ter tocado nesse assunto.
Sorri.
— Está tudo bem. Ela é uma ferida cicatrizada. Uma saudade nunca curada, mas com certeza uma ferida cicatrizada. Gosto de me apegar às nossas boas lembranças, foram muitas — seu sorriso fica maior e mais sincero. — Agora vem, vamos aproveitar nosso casamento.
Me arrasta para a pista de dança e dançamos um pouco. Fazemos uma breve pausa por volta das 21:30 para limpar os gêmeos e colocar na cama — quisemos fazer nós mesmos por causa do tempo que iremos ficar longe.
É pouco mais que meia-noite quando os convidados começam a se despedir, são quatro da manhã quando Analice e eu finalmente nos deitamos, exaustos.
Acordamos por volta do meio-dia. Antes que ela possa sair do quarto, arranco sua camisola branca e consumamos nosso casamento. Fazemos amor devagar, olhos nos olhos, corpos e corações entrelaçados.
Como nem sempre acontece, atingimos o ápice juntos, permanecendo por alguns minutos abraçadinhos. Já mais recuperados, seguro-a nos meus braços e tomamos banho juntos.
Encontramos toda a família Di Rienzo espalhada pela casa. Após a reforma ficamos com 7 quartos disponíveis, mas não dá para acomodar todo mundo, então ficaram aqui meus Nonni, minha zia Patrize, seus filhos e marido além dos pais de Ana e Taylor. O resto foi para um hotel, mas voltaram logo cedo.
Passamos o dia com a família e nos despedimos de todos por volta das quatro da tarde, embarcando para a Itália. Começamos o passeio pela minha casa em Mondello, a qual ela já conhece. De lá vamos para a Grécia, visitando Mykonos e Santorini, tenho uma villa em cada uma das duas cidades. Depois vamos para a pequena ilha que adquiri no Caribe três anos atrás, voltamos para os Estados Unidos, para minha casa em Miami Beach, e terminamos nos Hamptons.
São três semanas maravilhosas, Analice e eu aproveitamos cada mínimo segundo e, quando desembarcamos nos Hamptons, ela está com um bronze forte e sensual.
Britt nos recebe com os gêmeos, se atualiza um pouco da nossa lua de mel e se despede logo em seguida, deixando apenas nós quatro.
Aproveitamos muito os bebês, que estavam morrendo de saudades de nós mesmo que tivéssemos feito chamadas de vídeos todos os dias, duas vezes por dia. Na segunda semana Levy parou de querer falar conosco e quase voltamos, no entanto meus sogros enviaram vídeos mostrando que ele estava bem e feliz apenas rejeitava a chamada porque parecia não saber lidar com a saudade. É pequeninho demais e lida com isso do seu jeito.
Ana e eu concordamos em não manter uma distância tão longa até que estejam grandinhos para entender melhor tudo.
Nesse momento, minha linda esposa está deitada em uma das espreguiçadeiras, admirando o céu estrelado. Beijo sua testa, assustando-a.
— Droga, Matt, você ainda vai me matar do coração.
— Desculpa — sento na espreguiçadeira ao seu lado, entendendo-lhe os papéis.
— O que é isso?
— Nosso divórcio.
— Ha ha ha, engraçadinho. Até parece que eu te daria o div... — suas palavras morrem, os olhos arregalados. — O que é isso, Matt?
— É o que está dizendo que é.
Ergue a cabeça, me olhando em choque.
— Você está me dando essa casa? Casa não, mansão.
— Sim — retiro do meu bolso o molho de chaves com chaveiro de sol.
— Não aceito — me estende os papéis.
— Não tem como recusar. Não sei se percebeu, mas isso é uma escritura presente. A casa já está no seu nome.
Lê os papéis com atenção.
— Está com a data do ano passado.
Confirmo.
— Você me deu isso um ano atrás? Antes de ficarmos juntos?
— Sim. Era para ser seu presente de aniversário de 21 anos, mas eu esqueci de colocar os documentos dentro da caixa com ao outros presentes, deixei só as chaves — mostro o molho de chaves e ela retira da minha mão.
— Eu lembro dessas chaves na caixa com os presentes. Achei que tinham ido parar lá por engano — olha para trás. — Meu Deus, você não pode me dar uma mansão.
— Por que não? Comprei por sua causa, acho justo que seja sua.
— Comprou por minha causa?
— Sim. Você comentou que queria passar uns dias aqui então achei essa casa e comprei.
Seu queixo cai.
— Já ouviu falar em aluguel? — Sua voz é uma mistura de choque e indignação.
— Já. Mas com um aluguel não estaria sempre disponível a nossa disposição. E eu não poderia dar para você.
Coloco as chaves na sua mão.
— A casa é sua e eu não aceito recusa.
Balança a cabeça, fitando o objeto em choque.
— Ana, eu tenho mais dinheiro do que vou conseguir gastar na vida, não me importo de usá-lo para fazer feliz as pessoas que eu amo.
— Você não existe, Matteo Di Rienzo.
— Claro que existo. E tenho dinheiro e disposição para colocar o mundo aos seus pés, apenas aceite, senhora Di Rienzo. E se acostume, essa é minha linguagem do amor e vou te presentear sempre que puder.
Beijo suavemente seus lábios antes de me levantar e me posicionar atrás dela. Deita contra meu peito e ficamos observando o céu.
Com minha mulher em meus braços, meus filhos dormindo felizes e saudáveis logo ali, me sinto finalmente completo.
Sorrio para o céu.
Estou feliz, mamma, estou finalmente feliz.
Acho que de uma maneira estranha e nada sutil, o universo resolveu me recompensar por todo o sofrimento que passei me presenteando com essa família.
Obrigado, universo.
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