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Capítulo 44

— E se eles não gostarem de mim? — Pergunta, nervoso, enquanto tira o carro da garagem.

Rio de sua aflição. Eu nunca vi ele assim, nunca mesmo.

— Por que eles não gostariam, Matt?

— Por que sou um chefe tarado e velho que se envolveu com a garotinha deles?

Jogo a cabeça para trás, rindo, e Alice me acompanha do banco de trás, mesmo sem saber o motivo do meu riso. Mas o motivo é Matteo e seu nervosismo em conhecer meus pais, o homem está até suando de nervoso.

— Primeiro: você não é velho nem tarado e fui eu que te atentei até tirar seu juízo; Segundo: Meus pais não são preconceituosos e conhecem bem a filha deles; Terceiro, mas não menos importante: Meu pai casou com a estagiária dele, com certeza não vai achar nada demais você estar namorando com a babá dos seus filhos.

— O quê? Nunca me contou isso.

— Não achei relevante. Mas é isso, minha mãe era estagiária do meu pai em uma corretora que ele trabalhou quase trinta anos atrás. Os dois se envolveram, não se protegeram, e geraram Taylor, Barry pediu Elyna em casamento, ela aceitou e casaram em uma pequena cerimônia, que não foi na igreja para desgosto da mãe de Barry, dois meses antes de Taylor nascer. Depois da licença maternidade, minha mãe decidiu largar o trabalho, meu pai recebia o suficiente para dar um vida confortável para a esposa e a filha e minha mãe poderia se dedicar totalmente a casa e a maternidade, como era seu desejo. Ah e, Barry é oito anos mais velho que Elyna, mais um motivo deles não se importarem com nossa diferença de idade.

— Então essa relação chefe-funcionária já é reincidente em sua família?

— Sim, somos mulheres safadas com fetiche em homens em posição de poder.

Agora é ele quem ri, arrancando mais uma gargalhada da minha garotinha risonha.

Olho para trás, ficando mais uma vez encantada com a dualidade desses dois. Eles são como sol e lua. Ele todo tranquilo e good vibes, ela no entanto é agitada e barulhenta. Enquanto Levy cochila — o que acontece todas as vezes que ele entra em um carro — Alice se distrai com um martelinho de borracha muito barulhento. Apesar do barulho chato que faz, seu gêmeo não se incomoda e permanece perdido no mundo dos sonhos.

— Eu amo como você olha para eles — meu namorado chama minha atenção. — É perceptível o quanto você ama eles. Dá para ver que significam para você tanto quanto significam para mim.

Sorrio, olhando para eles mais uma vez, o amor parece ferver em meu coração.

— Eu amo crianças, isso todo mundo sabe, mas o que eu não sabia era o quanto meu peito poderia se expandir para comportar tanto amor por dois seres tão pequenos.

Ele sorri, como se compreendesse perfeitamente o que estou falando.

— Eu amo eles como nunca amei nenhuma das minhas crianças. Na verdade, eu nunca amei ninguém assim. É tanto amor que... — procuro a melhor maneira de descrever.

— Te dá a sensação de que vai explodir? Aquece o coração em níveis preocupantes? Te faz ter certeza que não hesitaria em pular na frente de uma bala por eles?

— Sim. Exatamente isso. Tudo isso e um pouco mais. Você também se sente assim?

— Todas as vezes que olho para eles.

Fito mais uma vez os rostinhos gorduchos, finalmente compreendendo que amo esses pequenos como se fossem meus próprios filhos, mesmo que não tenham sido gerados no meu ventre.

Volto a olhar o meu namorado e ele abre aquele sorrisinho sabe-tudo.

Durante o percurso de pouco mais de quarenta minutos, conversamos sobre tudo um pouco. Na verdade eu falo sobre tudo um pouco, ele apenas me ouve na maior parte do tempo.

— Tudo bem? — Pergunto mordendo a boca para conter o sorriso. Estacionamos na frente da minha casa há uns cinco minutos e ele ainda não se moveu para sair. — Vamos ficar aqui até que horas, Mi Amor?

Sorri.

— Amo quando me chama assim.

— Eu sei, você repete isso todas as vezes, mas para de enrolar e vamos entrar, seja corajoso — dou dois tapinhas em sua perna e saio do carro. Retiro Alice da cadeira e meu namorado pega o filho. — Mãêêê, chegamos!

Taylor desce a escada correndo e minha mãe vem da cozinha com um sorriso gigante, seguida pelo

— Ui, agora eu entendo porque você escondeu ele por cinco meses filha, parece um deus grego, eu também iria querer guardar ele só pra mim — Matteo dá uma risadinha meio envergonhada, mas o sorriso trêmula quando minha mãe o aperta em um abraço de urso.

Sabendo como isso ainda o deixa desconfortável quando se trata de pessoas desconhecidas, puxo discretamente o braço dela. Meu pai se aproxima dele e os dois troca um aperto de mãos.

— Não fique com ciúmes, tenho abraços pra você também — minha mãe vira para mim e me aperta, arrancando uma risada da garotinha que está entre nós. — Que risada mais gostosa dessa princesa.

De repente toda a atenção é desviada do meu namorado para os filhos dele. Alice adora toda a atenção, o irmão, no entanto, fica envergonhado e esconde a cabeça no pescoço do pai. Mas, de alguma forma, Taylor consegue sua atenção e até tira ele dos braços de Matteo sem enfrentar resistência, Alice por sua vez vai para os braços do meu pai toda serelepe.

Enquanto os dois estão distraídos com os bebês, minha mãe concentra toda sua atenção em Matteo, enchendo ele de perguntas e fazendo comentários que o deixam sem jeito.

— Bonito, rico e inteligente, se eu fosse solteiro eu ia brigar com Analice por você. Me diz, tem um tanquinho aí em baixo?

— Mãe! — Repreendo engolindo a risada, o coitado parece querer se enfiar em um buraco.

— O que? Tô errada? Com uns braços desse tamanho, duvido que não tenha também um tanquinho perfeito para lavar roupas.

— Querida, o rapaz está ficando desconfortável — meu pai repreende.

— Não é minha culpa ele parecer um Adônis encarnado.

Matteo sorri de canto, me dirigindo um olhar que parece dizer: Agora entendo porque você é assim. Porque, sim, eu sempre fui meio maluquinha, mas conviver com Elyna certamente influenciou muito a minha personalidade.

Ela se retira para concluir o almoço, meu pai e Taylor se distraem com os gêmeos, os dois estão completamente rendidos pelos bebês, Alice já espalhou todos os brinquedos que trouxemos pela sala enquanto o irmão ainda está meio tímido. Eu me arrasto pelo sofá, grudando no meu lindo namorado.

— Viu? Ninguém te mandou para a forca por estar comigo. Me fale, o que está achando da minha família?

— Seu pai parece legal e sua mãe me lembra alguém.

Junto as sobrancelhas.

— Quem?

— Tô tentando lembrar — pensa um pouco e arregala um pouco os olhos azuis. — A mãe da Rapunzel, aquela lá que não lembro o nome.

Semana passada fiz ele assistir Enrolados comigo para inaugurar seu novo cinema particular.

— A mamãe Gothel? Acha minha mãe feliz e colorida parecida com uma vilã?

— Pensa. Os mesmo cabelos pretos, ondulados e volumosos, o mesmo rosto anguloso e os mesmos olhos verdes, só que ela tem um ar gentil e roupas hippies muito coloridas.

Rio, constatando que ele tem razão, Elyna realmente parece com a mamãe Gothel.

Em algum momento, Levy vem todo manhoso para mim, pedindo colo. Pede água e depois deita a cabeça no meu peito, apenas assistindo a irmã bagunçar com meu pai e minha irmã.

— Por que sua irmã me olha torto? — Matteo sussurra e olho para T, que vez ou outra olha feio para meu namorado.

— Ela ainda não te perdoou por ter partido meu coração.

Ergue a s incrédulo.

— Isso foi há quase seis meses.

— Taylor é bem rancorosa. Lembra do Edmund?

— O babaquinha dos nudes?

— É — confirmo rindo. — No último ano da escola reencontramos ele e Taylor sofreu dois acidentes. No primeiro ela sem querer pisou no pé dele com o salto da sandália e depois, acidentalmente, derrubou sopa quente nas costas dele.

Arregala os olhos e olha para minha irmã, que está rindo de alguma gracinha que Alice fez.

— Mas eu me desculpei e te reconquistei, isso conta pontos para garantir minha integridade física?

Jogo a cabeça para trás, soltando uma risada alta que atrai a atenção dois três ali no chão. Ignoro eles, aproximando minha boca do ouvido dele.

— Relaxe, Mi Amor, eu vou te proteger da malvada da Taylor — ele cerra os olhos para mim, rio mais. — Não se preocupe, quando ela perceber que você realmente está me fazendo feliz, vai superar o rancor. Antes daquele término dramático ela tava muito animada com a ideia de ser sua cunhada. Ela meio que é sua fã, te acha genial e gato. Também sonha em trabalhar na Alpha... — Ele faz uma cara engraçada. — Não, nem pense em comprar ela com uma vaga lá, T me mata e te odeia para sempre.

— Como você sabe que pensei nisso?

— Quase um ano e meio de convivência, já te conheço como a palma da minha mão.

Ele sorri e beija minha bochecha, mas Levy levanta a mãozinha e empurra o rosto dele. Ele tem feito isso ultimamente quando Matteo me beija perto dele. É um garotinho ciumento, eu esperava isso de Alice, mas não dele, foi uma surpresa a primeira vez que fez isso.

— Qual é, filhão, fui eu que trouxe ela para sua vida e você não vai dividir comigo?

O bebê se vira e deita a cabeça no meu peito, deixando claro sua resposta.

— Vamos ter que conversar sobre isso depois, Ragazzone. Mas não vou te julgar, eu entendo a preferência.

Beija a cabecinha do bebê, apertos mais ele entre meu braços. O peito parece transbordar de amor.

Pouco depois minha mãe aparece nos chamando para almoçar.

— Vão na frente, antes eu quero falar com esse rapaz — Taylor e eu trocamos um olhar, em seguida olho para meu namorado que tenta esconder o nervosismo. — Vão lá, eu sou um velho se recuperando de um câncer, não posso fazer nada contra um rapaz desse tamanho com dois braços que parecem toras de madeira. Vão lá — empurra Taylor com cuidado porque ela está com Alice nos braços. Quando a bebê percebe que ela está se afastando começa a protestar e gritar pelo pai, se contorcendo e quase caindo, sem alternativa, minha irmã volta e entrega a menina para o pai.

Olho novamente para Matteo e ele assente, garantindo que não tem problema. Com Levy nos braços, sigo minha irmã até o quintal, lugar que minha mãe escolheu para o primeiro almoço em família.

Me surpreendo ao encontrar dois cadeirões de alimentação.

— Ei, o que é isso?

— Cadeiras para os meus netinhos?

— Seus netinhos?

Me ignorando, sorri para Levy, conversa um pouco com ele o menino vai para ela sem protestar.

— Viu? Já conquistei meu netinho — beija o bebê e ele se derrete. — Olha, preparei a comidinha deles separada — aponta para dois pratinhos amarelinhos com legumes e frango cortados em tiras.

— Comprou pratinhos também?

— Ela também comprou um daqueles berços desmontáveis, cercadinho que chamo eu acho, e colocou lá no seu quarto para o caso deles cochilarem.

Nós duas viramos para ela.

— O quê? Não me julguem, estou empolgada com a ideia de ter crianças em casa, faz muito tempo que não tenho nenhuma correndo por aqui. Vocês sabem que amo crianças e se pudesse teria tido pelo menos umas cinco.

Dois anos após o parto de Taylor, minha mãe foi para o hospital após meses sentindo fortes dores e descobriu que havia desenvolvido endometriose profunda, inicialmente o médico indicou um tratamento, mas diante da falta de efeito ela precisou fazer uma Histerectomia. Aparentemente, foi algo que causou um forte choque nela pois, como falou, sonhava em ter muitos filhos, mas com o tempo ela aprendeu a lidar com isso.

Hoje, o sonho da vida dela é ser avó e ter muitas crianças mas, para sua tristeza, Taylor e eu não tínhamos planos de ter filhos nem tão cedo, porém, para sua alegria, arrumei um namorado que veio em combo. Um combo triplo.

— Gostei muito do seu namorado — comenta, brincando com Levy de esconder o rosto com um pano e depois mostrar, arrancando algumas risadas do garotinho. — Ele tem uma energia muito boa. A aura dele é um pouco carregada, mas a energia dele é ótima. É um bom homem, com certeza.

— É bom que ele seja mesmo, senão vou arrastar a cara dele no asfalto e depois castro ele — minha irmã se intromete.

— Vamos rapaz, saia do caminho.

A voz do meu pai atrai nossa atenção. Matteo está parado na porta, olhando para minha irmã meio assustado. Impaciente, meu pai empurra ele levemente, Matt se aproxima de mim com os olhos azuis assustados fixos na minha irmã.

Percebendo isso, ela abre um sorriso maldoso e se afasta, escolhendo uma cadeira. Todos nós fazemos o mesmo, Matteo e eu ficamos entre os dois cadeirões, Levy ao meu lado esquerdo e Alice do lado direito dele. Entregamos os pratinhos para os dois e Alice não hesita em atacar a comida, o irmão, por sua vez, se concentra em arrancar o sapato e jogar em cima da mesa.

Ele odeia qualquer tipo de calçado.

— Levy, já falamos sobre isso, não pode — me inclino para tirar o pequeno calçado de cima da mesa. Me ignorando completamente, ele arranco o outro sapato e joga no chão. — Levy!

Ele faz um biquinho.

— Não, nem vem fazer manha. Não pode jogar o sapato, bebê.

O biquinho aumenta e viro o rosto para Matteo, tentando conter o sorriso.

— Te vira, o filho é teu — sussurro e ele levanta. Eu sou muito fraca, todo vez que ele faz essa carinha tenho vontade de fazer tudo o que ele quiser.

— Levy, não pode jogar o sapato, ouviu? Não jogue — fala muito sério, mas com certa doçura na voz. Calça novamente os sapatos no filho e aponta para os pezinhos minúsculos. — Não pode tirar — o bebê me olha pedindo ajuda e mordo a boca para não me derreter. — Nem adianta olhar para tata petulante, ela não vai te defender dessa vez — beija os volumosos cabelos loiros e volta para a cadeira.

As três pessoas do outro lado da mesa — incluindo Taylor — olham para eles encantados.

— Você é um bom pai — Barry comenta sorrindo. — Gosto disso, mostra que será um bom marido para meu Raio de Sol.

— Pai!

— O quê? Se ele não casar com você será um rolo.

— Eu concordo — Matteo sorri para mim, segurando minha mão sobre a mesa. Retribuo seu sorriso.

Por um segundo, nos perdemos na troca de olhares, até Levy atrair nossa atenção jogando novamente o sapatinho preto na mesa.

— Vou deixar esse menino sem sapato — aviso para Matteo e viro para Levy. — Não pode jogar, bebê. É feito — pego o que está sobre a mesa e retiro o que ainda está no seu pé, deixando os dois em um cantinho da mesa.

— Ele não gosta de ficar calçado? — Minha irmã pergunta, fitando o menininho que agora, descalço e satisfeito, se concentra na comida.

— Não. Levy é um bebê muito bonzinho e não faz birra por nada, mas odeia ficar calçado. Ele realmente odeia, toda vez é essa agonia — explico, acariciando os cabelinho loiros. Ele sorri para mim e volta a comer.

Após a pequena birra do garotinho, o almoço segue tranquilo. Matteo se entrosa bem com minha família, apesar de não falar muito.

— Então... O que está achando deles? — pergunto enquanto subimos para trocar as fraldas deles no meu quarto.

— Gostei deles. Têm um astral parecido com o seu. Por um segundo, me peguei imaginando nós dois daqui há uns anos, os gêmeos se implicando como você sua irmã. E, quem sabe, mais algumas crianças em volta da mesa — me olha, parecendo estudar minhas reações.

— Desde que não saiam de mim ao mesmo tempo, topo pelo menos mais umas duas.

— Fechado então — beija rapidamente meus lábios e entramos no meu quarto. — Paredes amarelas? Surpresa nenhuma — anda pelo quarto olhando tudo, entorta o nariz para minhas almofadas coloridas e ri olhando para um mural de fotos onde expus as fotos mais doidas e engraçadas que Taylor e eu já tiramos. — Eu achava seu quarto lá na mansão colorido, mas esse aqui supera tudo — deita a filha no meu lençol de retalhos feito pela Elyna.

Converso com Levy enquanto troco sua fralda pesada de xixi e ele me reponde no seu idioma indecifrável. Levo ele até o meu banheiro para dar um banho rápido, pois se sujou todo com a comida.

Saio só banheiro toda molhada porque o menininho fica muito feliz toda vez que entra debaixo de um chuveiro. Matteo pega Levy e me entrega filha para que de banho, afinal eu posso me molhar porque tenho roupa aqui e ele não.

Alice fica ainda mais animada do que o irmão porque ama água e faz um escândalo enorme quando tiro ela do chuveiro. A menina grita tanto que se eu ouvisse algo assim nas casas vizinhas achariam que estavam maltratando a menina.

— Matteo, sua filha ainda vai fazer a polícia bater na nossa porta — reclamo saindo do banheiro, ele apenas sorri, vestindo o filho.

Preocupada com a criança que fica cada segundo mais vermelha de tanto se esgoelar, abro a última gaveta da minha cômoda e colo Alice de pé na frente dela. De imediato o choro da menina para e ela se concentra em jogar todas as minha blusa no chão o mais rápido e mais longe que consegue.

— Esse método de calar ela não é muito convencional — meu namorado comenta, parando ao meu lado com o filho sonolento no colo.

— Pode questionar meus métodos, mas não os resultados. E eu não faço isso sempre, normalmente converso com ela e, mesmo sendo bebê, às vezes ela entende, mas outras vezes ela se entrega ao choro forte e não me ouve de jeito nenhum, aí tenho que usar esse métodos não tão convencionais.

Com certa dificuldade, a menininha de quase um ano e meio consegue abrir a segunda gaveta de baixo para cima e começa a jogar minhas outras roupas no chão.

— Precisa parar ela ou não vai restar nenhuma roupa limpa nessas gavetas.

— Vai sim, ela não alcança as duas gavetas de cim... — minha voz morre quando ela quase cai no chão após abrir a terceira gaveta de baixo para cima. Fica na pontinha dos pés e puxa umas calcinhas de lá, jogando no chão.

— O que estava dizendo? — Zomba.

— Alie, meu amor, vamos colocar um vestidinho e desligar a bateria um pouquinho? — Me agacho ao lado dela, distribuindo alguns beijinhos na barriguinha gorducha que arranca deliciosas gargalhadas da bebê.

Ela não resiste quando a tiro do chão. Mas vestir sua roupa é difícil pois ela está cheia de energia, mesmo tendo acordado às seis da manhã e não tirado nenhum cochilo até agora. A menina saltita na cama como se tivesse mola nos pés, solta alguns gritinhos e tenta fazer cócegas em mim como faço nela às vezes.

Depois de montar o cercadinho e colocar o filho adormecido dentro, Matteo vem até mim e pega a filha. Ela se agita ainda mais, porém, quando ele começa a cantar a canção de ninar que canta para eles desde sempre, a garotinha praticamente desmaia nos braços do pai. Ele beija os cabelinhos volumosos antes de deitá-la ao lado do irmão. Minha mãe comprou dois cercadinhos, mas eles sempre dormem melhor quando estão juntinhos.

Enquanto troco de roupa, Matt avisa que vai beber água. Já vestida, verifico os gêmeos e desço. Estou chegando na cozinha quando ouço as vozes de Taylor e Matteo, me aproximo discretamente, sem que me vejam.

— ...eu amo ela, Taylor. O que aconteceu meses atrás foi um ato de idiotice, agi como um covarde quando uns fantasmas do passado retornaram, mas eu realmente amo sua irmã a preferiria partir meu próprio coração e magoa-la novamente. Não vou te prometer fazer ela sempre feliz, porque nenhum relacionamento é feito 100% de felicidade, mas prometo me esforçar para faze-la feliz o máximo de tempo possível pelos próximos quarenta ou cinquenta anos.

— Aí quando ela tiver velha vai trocar por uma novinha? — Matteo ri, mesmo diante de toda a agressividade na voz dela.

— Não, eu provavelmente vou morrer entre quarenta e cinquenta anos. Faz as contas, já tento 33 anos. E, Ana e eu temos um acordo, o rosto dela vai ser o último que vou ver antes de morrer.

A sinceridade genuína em sua voz silencia minha irmã por alguns segundos.

— Tudo bem.

— Tudo bem? Isso quer dizer que minha integridade física está garantida?

— Sim, por enquanto. Mas vou ficar de olho. Parta o coração dela novamente e eu arranco isso aí — me inclino um pouco, vendo a unha longa e vermelha apontando para meu parque de diversões particular.

— De acordo — estica a mão e ela aperta.

Saio do meu esconderijo sorrindo.

— Isso foi uma bandeira da paz? — Encaro minha irmã.

— Foi, mas ela ainda está a meio mastro, só vou erguer totalmente essa bandeira quando tiver certeza que ele não vai te magoar de novo. E ele sabe o que vai perder se fizer isso — lança uma olhadela de aviso para a virilha dele e sai para o quintal.

— Isso é melhor que nada.

Ele sorri, concordando.

— O que meu pai queria com você mais cedo? — Pergunto, passado meus braços por seu pescoço.

— Queria me avisar que se eu partir o coração do Raio de Sol dele mais uma vez vou conhecer suas habilidades como atirador.

Dou risada.

— Te assustou?

— Um pouco. Mais gostei da técnica. Quando Alice aparecer com namorados, já sei exatamente o que falar.

— Já estou com pena dos garotos que apareceram na vida dela.

Rindo, arrasto ele para o quintal e aproveitamos a tarde ao lado da minha família.

De tempos em tempos olho para meu namorado, conferindo como ele está lidando com essa overdose de interação social, seu rosto relaxado e os sorrisos discretos que abre de vez em quando mostram que está tudo bem e fico aliviada. Sei que isso é fruto da terapia que ele iniciou na semana seguinte àquela crise.

Ele tem duas consultas semanais com a doutora Wheelan, às segundas e quintas, nesses dias ele sai mais cedo do trabalho e vai até o escritório dela, que fica há quinze minutos da Alpha, quando volta ele sempre me conta como foi, o que contou e o que a doutora falou. Eu não peço, ele faz por conta própria porque se sente à vontade em se abrir comigo. Ver como ele confia em mim aquece meu coração.

Sobre o tratamento, ele tem evoluído bem. No início foi complicado. Mexer em velhas feridas e aprender a lidar com seus demônios o deixou bem perturbado. Durante o primeiro mês ele passou a ter pesadelos ainda mais constantes e dormir menos ainda, a doutora precisou direciona-lo a um psiquiatra que passou um medicamento para regular o sono dele, Matt relutou em tomar, mas por fim cedeu, sabendo que era o melhor para si mesmo. E agora vai ao psiquiatra uma vez a cada quinze dias para o médico avaliar sua evolução, conforme as coisas forem melhores, as consultas passarão a ser uma vez por mês até ire se espaçando cada vez mais.

No segundo mês as coisas melhoraram um pouco. O sono regulou, os pesadelos diminuíram e ele foi, aos poucos, se tornando menos tenso. Chegava menos abatido em casa e passou a sorrir mais para o amigo, quando abraçou ele e não foi empurrado, Timothy foi a loucura.

No último mês as coisas ficaram ainda melhores, Matteo passou até a cumprimentar melhor Lucy, Kim e qualquer outra funcionária que encontre ao chegar em casa. Não que antes ele fosse grosseiro nem nada do tipo, só desejava um boa noite meio grunhido, interagir com pessoas parecia ser algo torturante para ele, isso claramente está diminuindo. Não que eu ache que ele vá virar um tagarela ou o senhor simpatia, mas qualquer evolução é bem vinda.

Eu tenho me consultado com a doutora Wheelan uma vez por semana, às quartas-feiras, ao final da minha última consulta perguntei a ela sobre Matteo e o tratamento dele, claro que não pedi detalhes, apenas quis saber o que ela achava da evolução dele. Ela me disse que o tratamento realmente está fluindo muito bem e que Matteo tem progredido melhor do que esperava quando ele entrou na sua sala pela primeira vez e falou que não gostava de psicólogos mas precisava fazer aquilo.

Segundo ela, tudo isso tem muito a ver com a força de vontade e o desespero que ele tem em evoluir. Ele quer muito melhorar, e está dando tudo de si na terapia. Faz todos os exercícios que ela passa sem hesitar, mesmo que às vezes faça careta quando ela os passa. Confesso que saí do consultório dela com o peito transbordando de orgulho e amor por saber como ele estava se dedicando. Sendo bem sincera, eu achei que ele relutaria um pouco ainda, que desejaria desistir, mas ele realmente está muito determinado.

Ainda temos um longo caminho pela frente, mas saber que ele está disposto a lutar por si mesmo me dá ainda mais disposição para lutar ao seu lado.

— Está tudo bem? — pergunta baixinho.

— Tava pensando no quanto eu te amo.

Ele sorri de lado.

— Tenho certeza que eu te amo mais — beija minha bochecha.

Sorrindo igual dois adolescentes apaixonados, tentamos prestar atenção na discussão que se desenrola do outro lado na mesa. Algo sobre Taylor e sua imensa incapacidade que cozinhar qualquer coisa, ela por sua vez se defende falando que é bonita e inteligente, saber cozinhar seria injusto com o mundo.

Rimos de seus argumentos e me meto, detonando minha irmã, óbvio. Não tem graça ter irmãos e não poder inferniza-los e apontar seus defeitos.

A babá eletrônica — sim, minha mãe também comprou uma babá eletrônica, daquelas comuns que sai o som — anuncia o chamado de Alice. Ela está incansavelmente chamando pelo pai.

Matteo vai buscar ela e volta com os dois. Levy se joga para mim sem nem hesitar. Com ele em meus braços, Alice e Matteo ao meu lado, agradeço silenciosamente a Deus por ter cruzado nossos caminhos.

Eu não pretendia ter um relacionamento ou construir uma família nem tão cedo, mas estou feliz e satisfeita com a família que ganhei.

Não foram os caminhos que planejei, mas não poderia estar trilhando caminho melhor.

Estou feliz.

Estou plenamente feliz.

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Vocês estão prontos para se despedir desse casal? Temos apenas mais uns seis capítulos pela frente.

Mas só pra acalmar o coração de quem ama a família Do Rienzo, devo avisar que não é um adeus definitivo...

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