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Capítulo 09

⚠️⚠️⚠️ Alerta de Gatilho⚠️⚠️⚠️

Gente, nesse capítulo aqui vai ter uma cena um tanto delicada envolvendo agressão infantil e morte. Não é uma cena longa e nem aprofundada, é uma cena muito, muito superficial, portanto não tem muitos detalhes, mas achei importante avisar. Vou deixar esse símbolo ⚠️ nos parágrafos antes de depois, se acharem melhor podem pular.

Boa leitura!


Espeto duas amoras com o garfo, tentando evitar que meus olhos busquem a tata petulante.

Nossos encontros indesejados durante a madrugada têm se tornado algo recorrente. E ela sempre usa as roupas mais infernalmente tentadoras.

Quando ela não está de uniforme, normalmente usa roupas esquisitas e muitos coloridas, algumas são até meios hippies, mas durante a noite a coisa muda de figura.

Suas roupas de dormir são muito sensuais, ao menos para mim, tanto que mal consigo conter meus olhos, que insistem em voltar para seu bumbum arrebitado. Não é muito grande, mas fica extremamente atraente dentro do micro short amarelo com renda branca na borda. O tecido é fino o suficiente para eu saber que ela está sem calcinha.

Dio mio.

Ela se vira e desvio os olhos, como um adolescente idiota.

Poucas mulheres me atraíram nessa vida, a babá do meus filhos, infelizmente, é uma delas. Tem algo em seu jeito de ser que me irrita na mesma medida que me faz querer beijá-la. É a primeira vez que admito isso.

Culpo minha abstinência sexual por isso, a última vez que toquei em uma mulher foi na noite em os gêmeos foram concebidos, apenas por isso...

Ah, a quem quero enganar?

Não importa o quão irritante e desaforada Analice seja, ela é muito bonita e atraente, até um cego veria isso. Seu rosto fino, seus cabelos loiros como o sol, os olhos castanho escuro emoldurados por sobrancelhas finas e cílios curtos e volumosos. Sua boca não muito volumosa, mas bem desenhada, as covinhas profundas quando sorri. Analice não é meu tipo de mulher, mas tudo nela é atrativo.

E perigoso!

Praticamente ouço sirenes e luzes vermelhas piscando no meu cérebro.

Termino meu bolo, largo o prato dentro da pia e subo direto para o quarto dos gêmeos.

Acaricio os cabelos volumosos da minha garotinha, indagando a Deus se existe alguma possibilidade de eu conseguir contornar os danos que me causaram e me tornar um bom pai.

Beijo a testa da minha menina e sigo para meu quarto, amaldiçoando a vida que tive e as consequências de escolhas que não foram feitas por mim.

É só ficar quietinho. Se você ficar quietinho não vai chamar a atenção dele e nada vai acontecer...

O barulho da maçaneta interrompe meus pensamentos e aperto os olhos com força, mas isso não parece adiantar.

— Não adianta fingir que tá dormindo, amigão, porque eu sei que não tá — sua voz enrolada denuncia seu estado de embriaguez e tremo ainda mais, sabendo o que vem a seguir.

Abro os olhos, ofegante, sentindo na pele as dores da cruel lembrança, como se tivesse acabado de viver tudo de novo.

Lembro com riqueza de detalhes daquela noite, e de todas as outras como ela, as lembranças mais cruéis, horríveis e dolorosas, são as mais vívidas e mais difíceis de superar.

Sinto uma bola na garganta, uma queimação no peito. Cravo as unhas na palma da mão e puxo a respiração algumas vezes.

Recomponha-se, Matteo, você não é mais aquele ragazzo indifeso e spaventato. (Menino indefeso e assustado)

Inquieto, levanto, seguindo direto para o quarto dos meus filhos. Paraliso na porta ao ver quem está ao lado do berço de Alice.

Tento me mover, mas os olhos vermelhos e sorriso cruel me tornam novamente aquele menininho indefeso.

— C-como você entrou aqui?

Sua risada macabra arrepia cada pelo do meu corpo.

— Isso não importa, amigão, o que importa é que no dia que sua mãe morreu, eu te fiz uma promessa e estou aqui para continuar cumprindo.

Me desespero quando ele tira Alice do berço. A bebê chora por causa do movimento abrupto, o som alto e desesperado me arranca da inércia.

— Larga a minha filha!

Balança a cabeça. Sua risada tenebrosa explode, quase me fazendo encolher.

— Eu te disse, não disse? Eu te avisei que tiraria tudo que você amasse, assim como fez comigo.

⚠️

Ergue a mão e corro em sua direção mas parece existir uma barreira entre nós. Esmurrou a parece invisível, desesperado para proteger minha filha. Cada vez que ele ergue a mão, soco com mais força a barreira que nos separa, mas não consigo, simplesmente não consigo chegar até eles.

Impotente e desesperado, vejo-o agredir minha garotinha, sem conseguir impedir. Mesmo quando ela para de chorar, ele continua, e continua e continua. Paro de esmurrar quando ele vem em minha direção. Entrega em meus braços o corpinho desacordado, meu corpo cede ao ver as marcas.

De joelhos, abraçando o corpinho molinho, soluço. Não paro de chorar nem quando a voz asquerosa chega aos meus ouvidos.

⚠️

— Eu nunca vou te deixar ser feliz, porque você arrancou minha felicidade de mim. Olhe para mim, amigão, olhe para a pessoa que vai te destruir.

Sinto seus dedos apertando meu maxilar e abro os olhos.

Não estou mais no quarto dos gêmeos, estou em meu próprio quarto, sentido uma dor excruciante no peito, consequência do pesadelo tão real.

Algo escorre por minha bochecha e passo a mão. Observo com espanto o líquido que molha meus dedos. Eu estou... Estou chorando. Pela primeira vez em quase vinte anos, eu estou chorando.

Estou chorando porque no pesadelo perdi minha filha, minha garotinha.

Apesar da dor das cruéis lembranças, uma fraca esperança acende dentro de mim.

Se consigo voltar a chorar, talvez...
Talvez haja mais coisas em mim que possam ser restauradas.

Tremendo, ainda sob efeito do terror vivido no pesadelo, vou para o quarto dos meus filhos. Preciso ver se estão bem, preciso segurá-los e sentir a paz que apenas eles me trazem.

Suspiro, aliviado, ao encontrá-los dormindo tranquilamente, como os pequenos anjos que são. Mas isso ainda não me deixa em paz, preciso toca-los, tê-los em meus braços.

Tiro os dois dos berços com cuidado e sento com eles na poltrona de amamentação, onde passo um bom tempo, apenas observando seus rostinhos tão parecidos. Sentindo pouco a pouco o pavor se esvair. Eles estão bem.

Eles estão bem e me certificarei que sempre estejam.

Sono qui piccoli miei, ci sarò sempre. (Estou aqui meus pequenos, sempre estarei aqui)

Prometo, deixando um beijo em cada cabecinha.

Ajeito meu corpo sobre a poltrona, desconfortável, me recusando a sair de perto deles.

Fico um bom tempo imerso na sensação gostosa de ter meu bens mais valiosos em meus braços.

— Por que você me odeia tanto? — o resmungo chega até mim — É por que eu nunca te dei um bebê? Eu prometo que um dia eu dou, mas por favor, para de me maltratar assim.

Com quem essa maluca está falando?

Ela geme e me alarmo.

Ela trouxe alguém para minha casa?

Ando pé ante pé e paro na porta de ligação entre os quartos, perguntando-me se abro a porta de vez ou bato anunciando minha presença.

— Ahhhhh! — a babá grita ao abrir a porta e me ver ali parado.

Alice acorda assustada e chorando alto, enquanto o irmão apenas pisca os olhos sem entender nada.

São muito pequenos ainda, mas já é possível perceber que a diferença na personalidade é gritante. São raras as vezes que Levy chora alto, normalmente é mais um chorinho manhoso anunciando fome ou reclamando da fralda suja. Acontece às vezes quando a irmã chora insistentemente, acho que ele fica meio estressado e desata a chorar também.

— A culpa é sua! — reclama tirando a garotinha dos meus braços — Eu ainda vou colocar um sino de boi em você, pra parar de me assustar.

Sorrio amargo, pensando que combinaria perfeitamente com meu par de chifres.

— Com quem estava falando? — pergunto quando os gêmeos param de chorar.

— Ninguém — resmunga fazendo careta e senta na poltrona — Péssima ideia! — choraminga levantando e olha para baixo — Para de me maltratar.

Olho em volta.

Acho que minha irmã cometeu um grande erro ao contratar essa garota, ela claramente não bate bem da cabeça.

— Com quem está falando?

— Meu útero.

Ergo as sobrancelhas, pensando ter ouvido errado.

— Com quem?

— Meu útero. Ele parece me odiar, todo mês me maltrata. Acho que tem ódio de mim porque nunca dei um bebê a ele. Minha mãe disse que as cólicas dela diminuíram depois que Taylor nasceu. Acho que o útero ficou feliz por cumprir sua missão na vida.

Pisco lentamente, me recusando a tentar entender sua mente perturbada.

— Então no seu quarto a senhorita estava conversando com... seu útero?

— É, ele é um órgão que foi feito para receber bebês, mas eu nunca nem dei a ele uma amostra de como seria, daí ele se vinga de mim todos os meses, me esfaqueando de dentro para fora — fecha os olhos, puxando a respiração com força — Ah, e quase me esqueci do ser malvado que sempre dá marteladas na minha periq...

— Matt? — minha irmã chama nossa atenção, interrompendo-a. Ela está parada na porta, nos olhando com a cara amassada — Tá fazendo o que aqui?

— Estava sem sono e passei aqui para vê-los, não posso? — sou ríspido sem planejar e ela ergue as mãos em rendição.

— Calma, só estranhei, você nunca vem aqui.

Estica os braços para pegar Levy, hesito, um pouco relutante, ainda assombrado pelo pesadelo. Olho para o menininho, confirmando que ele está bem e prometendo a mim mesmo que vou garantir que continue assim.

Contenho o impulso de beijar a cabecinha dele e apenas entrego-o a minha irmã, saindo do quarto sem falar nada.

Deito na cama, no entanto não consigo pegar no sono, todas as vezes que fecho os olhos vejo a cena terrível de Alice sem vida em meus braços.

Não é a primeira vez que minhas lembranças se misturam com os pesadelos, nem a primeira vez que meu filhos aparecem neles, mas nunca foi tão... Real. Tão doloroso.

Levanto, incapaz de ficar parado, e caminho de um lado para o outro atormentado pelo pesadelo e sentindo pavor ao pensar naquele monstro.

É ridículo!

Já estou com trinta e dois anos na cara, tenho uma vida estabilizada, um porte físico que impediria aquele maldito de encostar um dedo em mim novamente, mas ainda fico perturbado com as lembranças da sua crueldade, e apavorado com a possibilidade dele tirar de mim algo que amo. Já fez isso antes, não seria difícil fazer novamente, ele conhece meus pontos fracos.

Com ódio circulando por cada célula do meu ser, soco a parede.

— VOCÊ NÃO É MAIS UMA CRIANÇA INDEFESA, ENTÃO PARE DE AGIR COMO SE FOSSE!

Entro em casa revoltado.

Nunca mais permitirei que qualquer funcionário da empresa se relacione com um colega de trabalho. O que aconteceu hoje foi inaceitável!

— Senhor Di Rienzo? Por que...? — ergo a cabeça e ela se cala — Eita! Quem diria que o chefinho é galo de briga.

Cerro os olhos para a garota que está parada no topo da escada, observando meu rosto com curiosidade.

— Sua sobrancelha tá cortada — desce dois degraus, encerrando a distância entre nós — Quer ajuda? Eu posso limpar e fazer curativo, fiz curso de primeiros socorros no último verão antes da faculdade.

— Não estou morrendo, Genebra, é apenas um corte.

— Olha — toca meu lábio inferior e ergo a sobrancelha indignado, mas ela não vê, está com os olhos fixos na minha boca —, sua boquinha linda também tá cortada.

— Senhorita Genebra — grunho irritado.

A tata petulante ignora minha irritação, segura minha mão e sai me puxando escada á cima.

Fico tão atônito com a ação inesperada, que não consigo ter qualquer reação, apenas me deixo ser guiado para seu quarto. Ela me senta em sua cama, literalmente — segura meus ombros e me empurra até estar sentando na cama — e, por algum motivo, apenas fico.

Ela entra no banheiro poucos segundos depois volta correndo, literalmente.

— Pensei que você não fosse esperar — responde uma pergunta que eu não fiz.

Observo seu quarto, surpreso pelos tons suaves de amarelo nas paredes.

— É bem menos colorido do que imaginei.

Eu sei que minha irmã permitiu que ela pintasse e organizasse o quarto como mais gostasse, uma vez que passa mais tempo aqui do que em sua própria casa. Ela usa umas roupas tão esquisitas e coloridas que esperava encontrar cada parede de uma cor e... Sei lá, uns enfeites esquisitos e coisas hippies. Mas o máximo que vejo é um prendedor de sonhos pendurado na cabeceira da cama.

Até que é um quarto bem normal, as coisas mais coloridas são o jogo de cama branco com muitas flores rosas, ciano e amarelo e o tapete redondo de crochê rosa e amarelo, a outra cama está com um jogo de cama branco.

Sobre a escrivaninha tem uma enorme quantidade de livros sobre bebês e maternidade, reconheço alguns títulos. Não sei se fico feliz com sua dedicação ou preocupado com a possibilidade dela não saber cuidar de bebês e se guiar apenas pelos livros.

Segura meu queixo, virando meu rosto em sua direção e olha bem dentro dos meus olhos, isso me deixa desconfortável, ativando meu modo defensivo.

— Mas ainda assim é de gosto duvidoso e parece pertencer a uma criança.

— E o senhor parece pertencer ao quinto ano com essa provocação besta.

Esfrega o algodão com um pouco de força no corte da sobrancelha e me seguro para não fazer uma careta.

Irritado e sentindo o pequeno corte arder mais do que deveria, tento me levantar, no entanto, Analice não permite, sentando nas minhas pernas. Me irrito ainda mais ao perceber que caí em seu truque de sedução.

Levanto de supetão, mas ela se agarra em mim.

— Tá maluco? Quase caí.

— Você é que tá maluca. E demitida, agora Brittany não terá argumentos para te salvar.

— Eu só tava tentando te ajudar, seu ingrato!

— SENTANDO MEU COLO?!

Praticamente grito, revoltado e me manda calar a boca.

— Seus filhos acabaram de dormir! Se acordarem por sua causa te tranco no quarto com eles.

Ergo as sobrancelhas muito irritado e sem acreditar que ela está mesmo me ameaçando.

— Quem acha que é para me ameaçar?

— A pessoa que estava tentando te ajudar, seu ingrato. Me coloca no chão!

Sua fala me faz perceber que estava segurando suas coxas, ambas estão em volta do meu corpo, em que momento chegamos a isso não sei. Acho que já ficamos vezes demais nessa posição e meu corpo passou a reagir de maneira automática a essa maluca.

Solto-a como se tivesse levado um choque e ela faz careta.

— Eu não quero dormir com você. E não entendo o porquê de tanto alarde. Só por ter sentado em seu colo? Você é pai, já levou sentadas bem mais íntimas, eu hein! E eu tô nos dias vermelhos, seu bruto, você mesmo me viu brigar com meu útero malvado de madrugada, nem se eu quisesse não dormiria com você. Além do mais eu so...

— CHEGA! — grito, irritado — Não quero saber de sua vida íntima, não ouse sentar no meu colo novamente. Não ouse se aproximar de mim de forma íntima e não tente me ajudar em nada. E não ouse me chamar xingar novamente.

Dou as costas, bufando de ódio, mas a educação que minha mãe me deu faz minha consciência pesar. Inicio um pequeno debate interno e perco para os argumentos da minha mãe.

— De qualquer forma, obrigado pela ajuda — falo a contragosto antes de sair

Quando dobro o corredor ouço-a gritar:

— Pirulito de gelo!

Volto de uma vez e ela sorri como uma garota travessa pega no flagra. Me manda um beijo e fecha a porta.

Por que diabos ainda não demiti essa garota?

Ando pela biblioteca, observando minha imensa coleção de livros. Toda vez que ando por entre essas prateleiras, me sinto novamente aquele menininho de seis anos encantado com as imensas estantes da biblioteca particular dos chefes da mãe.

Sou um grande apreciador da leitura desde que aprendi a juntar as letras. Quando criança minha mãe não tinha dinheiro para comprar livros para mim, precisava nos alimentar e pagar a faculdade, então eu passava horas e mais horas na biblioteca da escola, ou na biblioteca da casa do Tim. Isso me rendeu anos de bullying, mas eu não ligava, amava ler e não permitiria que garotos idiotas me tirassem esse prazer.

Quando comprei essa casa, há dois anos, fiz uma reforma no andar de baixo, transformei uma grande área da casa nessa incrível biblioteca e comprei todos os livros necessários para enchê-la. Fez um grande buraco na minha conta bancária, mas deixou o menino que um dia viveu em mim muito satisfeito.

Quase ninguém vem aqui, então sempre que preciso pensar venho até meus companheiros favoritos.

Minha cabeça repassa a última vez em que estive aqui e quase sorrio.

Estava animado porque havia fechado um contrato multimilionário naquela tarde. Estava saindo do escritório quando vi a porta entreaberta e vim conferir se tinha alguém aqui, confesso que fiquei bastante surpreso ao encontrar a babá, até onde eu sei, dentre os funcionários Michelly é a única que aprecia os livros. Mas eu sei que ela nunca permanece aqui, pega o livro emprestado e devolve ao terminar.

Quando a babá se afastou não a segui, já estava saindo quando ouvi seus gritos e voltei para saber o que estava acontecendo. Tomei um grande susto quando a maluca se jogou sobre mim.

Fiquei irritado, claro, mas estava tão animado com o novo contrato, que nem tive vontade de esganar a garota. Principalmente porque ela estava de novo daquele jeito frágil que mexe com o coração que finjo para o mundo ser de gelo.

Meu humor estava tão bom que até ousei fazer uma brincadeirinha com a medrosa quando vi a borboleta.

Foi uma interação atípica entre nós dois.

— Oh my God!

Ignoro a babá, continuando minha leitura.

— Você fica sexy de óculos.

Dirijo-a meu olhar mais duro e repreensivo, obviamente a petulante ignora.

Ela não percebe como é sem noção?

— Mas, estou mais surpresa por ver o senhor lendo Julia Quinn — curva o corpo tentando ler o título — Mais Forte Que o Sol, interessante... O chefinho lê romance de época.

Volto a ignora-la, baixando os olhos para o livro.

— Senhorita Genebra, se não for pegar um livro para ler, por favor, se retire.

— Sobre o que é?

Ignora-me completamente, sentando-se ao meu lado.

Dio mio, como ela é inconveniente.

— Se quiser saber, leia.

— Não, ouvir o senhor resumir um romance de época parece mais interessante.

— Senhorita Genebra, não sou seu amiguinho...

— Eu sei, por isso sou obrigada a tratá-lo como senhor. Não te faz sentir um velho gagá?

— Não tratava seus antigos patrões assim?

— Não. Eles eram bem legais e gostavam de ser chamados pelo primeiro nome, desacostumei, sabe?

Seu deboche me dá nos nervos.

— A senhorita não sabe conversar sem usar ironia ou deboche?

— Não, é tão natural que nem percebo. Isso incomoda o senhor?

— Não consegue falar senhor sem tanta ironia?

— Não. Toda vez que falo assim o senhor faz uma cara brava muito divertida.

Reviro os olhos, que ainda estão fixos no livro. Estou lendo o mesmo parágrafo desde que ela chegou e ainda assim não faço ideia de quais são as palavras presentes nele.

— A senhorita gostaria de se retirar e me deixar ler em paz?

— Não, usando óculos de grau o senhor é uma visão bastante agradável. Sem óculos de grau também.

— Senhorita Genebra — falo entre dentes —, não teste minha paciência, porquê da próxima vez que eu falar que está demitida, nem minha irmã salvará seu emprego.

Ela levanta e agradeço aos céus.

— Senhor Di Rienzo? — levanto a cabeça e ela sorri — Tem uma frase que gosto bastante... — seu sorriso alarga, ela conclui e sai correndo, como uma criança travessa.

O que ela falou?

Cachorro que late não morde.

_______________

Então... o passado de Matteo está começando a aparecer. Pouco á pouco a história dele virá a tona através de alguns sonhos e lembranças. Alguma teoria sobre o que pode ter transformado-o nesse coração de gelo?

Estão gostando da história? Eu sei que a Ana as vezes passa um pouquinho do limites, mas juro que ela é uma pessoa incrível. E ela sabe muito bem o que está fazendo, ao menos na maioria das vezes.

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