Capítulo 07
Um click suave me desperta e abro os olhos devagar. Pisco, me acostumando com a claridade vinda das portas de vidro e olho em volta.
Minha irmã está a minha direita, agachada, sorrindo com sua câmera na mão. Tinha esquecido que ela adiantou sua volta para hoje, a febre de Alice duas noites atrás a deixou aflita.
- Que lindo, acordaram em sincronia - Olho para baixo.
Levy ergue a cabecinha devagar e não muito, o pescocinho ainda não tem força o suficiente para erguer muito.
É bonitinho ver ele piscando os olhinhos, com a testa franzida, e se espreguiçando preguiçosamente. Ouço outro click e olho novamente para minha irmã.
- O que está fazendo?
- Registrando esse momento único. Seu olhar apaixonado para seu filho tinha que ser guardado para sempre, vou revelar e colocar num porta retrato. - levanta sorrindo - Gostei de ver essa cena, irmão. Acho que finalmente está baixando a guarda.
Sua frase aciona sinais de alerta na minha cabeça perturbada. Levanto com pressa, empurro o bebê para ela e saio quase correndo.
Eu não posso baixar a guarda.
Não posso.
Da última vez que fiz essa burrice o que restava do meu coração foi estraçalhado.
Tiro a calça do pijama com pressa e entro debaixo da água gelada, tentando conter a angústia que cresce em meu peito. Tento puxar o ar, mas respirar exige cada vez mais esforço. Apoio a testa e os punhos contra a cerâmica gelada, ainda me esforçando muito para puxar o ar.
Com os olhos apertados e testa apoiada na parede, começo o exercício de inspirar e respirar.
Minha mente se perde no meio do exercício e não consigo conter o sorriso ao lembrar do desespero da tata petulante por causa de uma baratinha. Não posso negar que, apesar de irritante, aquela garota é hilária.
Estava saindo do quarto dos gêmeos, após acordar de mais um pesadelo perturbador, quando ouvi os gritos dela. Corri para meu quarto, peguei minha arma e desci. Tomei um enorme susto e fiquei revoltado quando ela se jogou em cima de mim, mas não pude afastá-la quando começou a chorar e tremer.
Parecia tão frágil e assustada, não consegui não acolhe-la. Mas simplesmente não pude conter a risada ao saber que todo aquele desespero era por causa de uma barata. Uma baratinha minúscula e inofensiva que foi exterminada com uma única chinelada.
Ao final do banho já não me sinto angustiado. Saio do banheiro direto para o closet e me visto. Estou terminando o nó da minha gravata quando ouço a voz do meu melhor amigo.
- Matt? Tá vivo?
- Está fazendo o que aqui, Tim?
Aparece na porta do closet, me olhando com curiosidade e atenção.
- Sabe que horas são?
Olho para o relógio que acabei de colocar no pulso. Ergo as sobrancelhas, entendendo sua preocupação.
- São quase oito horas, Matt, quando deu sete e você não chegou já fiquei preocupado. Achei que tivesse morrido no meio do caminho.
Reviro olhos, abotoo meu terno e saio para o quarto, pego a maleta repousada sobre a poltrona e olho para meu amigo.
- Já te falei como esse quarto é sombrio?
Encaro-o sério e ele ri.
- Você já foi mais bem humorado, cara.
- Isso foi antes de me foderem.
O sorriso some.
- Matt...
Saio do quarto, não permitindo que continue. Não preciso do seu olhar de pesar, nem do seu discurso sobre procurar ajuda. Não funcionou antes e não vai funcionar agora.
A cozinha já está movimentada com as babás, o gêmeos e minha irmã. Lucy e Kimberly se movimentam de um lado para o outro, montando um banquete sobre a ilha.
Brittany e eu passamos o dia todo fora e normalmente acordo antes de todo mundo e tomo apenas um café preto e sem açúcar, por isso só usamos a sala de jantar apenas no jantar.
A movimentação me faz dar meia volta, o movimento rápido quase me faz bater contra Tim.
- Vamos?
Atrás de mim, Alice começa a gritar e Michelly pede calma a ela, explicando que a mamadeira está quase pronta.
- Vai indo na frente, preciso alimentar minha afilhada. Já fez isso alguma vez na vida?
- Não tenho afilhados.
Revira os olhos.
- Você me entendeu, Matt.
- Estou indo, Tim.
Passo por ele apressado, mas é claro que ele não me deixa em paz fácil.
- Ao menos desejou feliz aniversário para seus filhos?
- Eles têm dois meses, nem sabem o que é isso.
- Insensível.
- Enxerido.
- Demonstrar sentimentos não machuca, Matt.
- Cuidar da sua vida também não machuca, Timothy.
Minha irmã aparece e dou as costas. Ele pergunta o porquê estou na defensiva.
- Porque a falecida era uma grande vadia.
É, não posso discordar.
- Está atrasado!
Minha irmã reclama assim que saio do carro. Está de braços cruzados e batendo o pé no chão, uma clara demonstração de irritação.
- Para?
Seu rosto fica vermelho e quase posso ver fumaça saindo por suas orelhas.
- O mesversario dos seus filhos. Estão fazendo dois meses hoje, esqueceu?
Assinto e ela me dá um tapa.
- Seu desnaturado! Até o Tim lembrou.
- Aquele stronzo ainda está aqui?
Aquele imbecil me mandou mensagem pouco depois que saí de casa informando que só iria para a empresa após o almoço, mas não apareceu.
Bufando de raiva, Brittany me arrasta da garagem até a área gourmet. Está tudo decorado de branco, vermelho e verde, cores da bandeira da Itália, a propósito, tem várias mini bandeiras espalhadas pelo local.
Vejo meu amigo com Levy nos braços enquanto dirige muitos sorrisos para a tata petulante. Me aproximo, ignorando a presença dela e seu sorriso bonito com covinhas.
- Timothy, seu stronzo! Você disse que iria voltar para a empresa à tarde.
Pelo canto do olho vejo a babá se afastar, mas não tiro os olhos de cima do meu melhor amigo.
- Decidi me dar o dia de folga, hoje é aniversário dos meus afilhados e eu quis ficar com eles. Estou tentando criar uma ligação aqui - sinto a alfinetada em sua fala, mas ignoro, assim como faço com seu olhar desafiador.
Permaneço sério.
Ele não deveria me julgar. Não ele.
Irritado, dou as costas, refazendo meu caminho para dentro de casa. Mas minha irmã se coloca em minha frente com os braços esticados.
- Aonde pensa que vai?
- Tomar um banho. Estou exausto e só quero descansar, Britt.
- Vai descansar, mas só depois que acabar.
Arranca a maleta da minha mão e me arrasta até um dos sofás. Lucy aproxima-se, fazendo menção de pegar a maleta, mas Brittany nega, alegando que o horário de trabalho dela acabou. Leva ela mesma a maleta para a cozinha e pouco depois volta com Alice nos braços, empurra a bebê para mim e sai.
Fico meio atônito. Nunca pego os gêmeos quando tem gente por perto, não me sinto á vontade, principalmente porque ficam me olhando como agora. Parece que esperam que isso me faça virar o pai do ano.
Vão continuar esperando.
Um barulho alto chama minha atenção e olho para minha piccola ragazza, chocado.
- Esse barulho veio de você? Mas você só tem dois meses! Não tem tantos gazes assim, tem? - resmungo e ela me fita balbuciando.
Ela começou a fazer esses sonzinhos interativos no início da semana, mas Levy ainda não. Percebi que o desenvolvimento da irmã é mais rápido que o dele, no entanto, não me preocupo com isso, sei que cada bebê tem seu próprio ritmo.
Ergo a cabeça e todos estão me olhando. Incomodado, levanto, entrego a menina a Michelly e faço menção de sair, mas minha irmã me para mais uma vez, arrastando-me novamente para o sofá em que eu estava antes e bufo irritado.
- Que droga, Brittany, não quero ficar aqui!
- Mas vai, sabe por quê? Porque os anjinhos aniversariantes são seus filhos, deixe de ser frio e indiferente e assuma seu papel de pai antes que eu te dê uns tapas - fala tudo baixo e em tom de ameaça, ergo as sobrancelhas.
- Com que acha que está falando, Brittany? - questiono irritado.
- Com o stupido stronzo que chamo de irmão. Agora deixe de ser babaca, sorria e cante parabéns.
Afasta-se e puxa o parabéns, o surpreendente é que é em italiano. Ela deve ter ensinado a eles, pois todos estão cantando em italiano. Ou pelo menos deveria ser.
Faço careta, contendo o impulso de tapar os ouvidos. Nunca vi tanta gente desafinada junta, e ainda estão estragando meu idioma.
Percebo os olhos atentos da minha irmã sobre mim.
Se ela acha que vai conseguir me tornar um bom pai usando nossa origem italiana, está muito enganada. A destruição dentro de mim é grande demais para ser consertada de maneira tão simples.
Refleti muito sobre a paternidade nas últimas semanas, desde que Analice deixou escapar que minha irmã acha que não me importo com meus filhos, e cheguei a conclusão de que serei um péssimo pai. Eu sou fodido demais. Tenho um passado de merda. Uma cabeça quebrada e zero capacidade de demonstrar qualquer coisa.
Aquele desgraçado completou o serviço com êxito. Quebrou cada parte de mim até não restar nada inteiro.
Mas, para a sorte dos meus filhos, eles possuem Brittany, a melhor pessoa do mundo. Tenho consciência de que em algum momento ela irá sair dessa casa e construir a própria vida, porém, conhecendo-a tão bem, sei que meus filhos sempre poderão recorrer a ela para tudo. Ela dará amor por nós dois, porque minha irmã tem a alma pura e muito amor para distribuir. Brittany é luz. A luz que não me deixou sucumbir.
Ela será boa para eles como nunca conseguirei ser.
Eu sei que a responsabilidade não é dela, Brittany é a tia não a mãe. Mas é o melhor exemplo de pessoa, um exemplo que nem Liana seria.
Queria ser uma pessoa diferente, queria conseguir ser um bom pai, o melhor do mundo. Contudo, sei que jamais conseguirei esse título. Não sou bom o suficiente para esse papel. Não sou bom o suficiente para eles.
Eu sei que meu jeito pode magoa-los, e lamento por isso. Lamento por terem vindo ao mundo tendo alguém tão fottuto como pai. Minha esperança é que, se eu me mantiver distante o suficiente, não os contaminarei com minhas merdas.
Uma sensação angustiante toma meu peito a imaginar aqueles pequenos anjos olhando para mim com indiferença. Ou sofrendo por terem nascido de um ferrado como eu.
Olho em volta, para as pessoas sorrindo e decido ir para meu quarto. Não aguento mais um segundo no meio desse falatório e animação. Preciso do silêncio, ele me dá a mínima sensação de paz. Não tanto quanto meus filhos, mas o suficiente para me manter são.
Me perco tão profundamente dentro da minha angústia, que não vejo o desastre se formando na minha frente, apenas sinto algo caindo com força sobre minhas partes íntimas e olho para baixo.
A maldita babá, está com a cara no meio das minhas pernas. Literalmente!
E está doendo.
Doendo pra cacete!
Dio mio!
Por uma fração de segundos consigo ver todas as estrelas existentes na via láctea, tamanha a dor.
Solto mais palavrões do que já falei na vida, espremendo os olhos e pedindo a Deus para a dor diminuir o mais rápido possível.
Dio mio... Como essa a garota conseguiu essa proeza?
A pressão de suas mãos pequenas em minha coxas me obriga a abrir os olhos. Ela se levanta meio atordoada, rosto corado e olhos fixos no meio das minhas pernas, onde seu rosto bateu segundos antes.
- Como isso aconteceu? - pergunta baixinho, para ninguém em específico.
- Me explique você - resmungo entre os dentes.
Abre e fecha a boca algumas vezes, mas não sai nenhuma resposta. Jogo a cabeça para trás, apertando os olhos com força. Pontadas fortes me fazem ter certeza que o companheiro lá de baixo nunca mais vai subir.
Obviamente isso não será um problema não uso com frequência mesmo.
- Tudo bem aí, cara?
Olho sério para meu amigo. É perceptível que ele está se segurando muito para não rir. Minha resposta é o dedo do meio que mostro para ele. O imbecil não se aguenta e cai na risada, chega a dobrar o corpo de tanto rir.
Vejo um pouco á frente minha irmã conversando baixinho com o desastre em forma de babá, suas mãos sobem e descem pelos braços dela, como se estivesse consolando-a.
Ergo as sobrancelhas, incrédulo.
Eu estou com dor e é ela que minha irmã vai consolar?
Bufo e tento me levantar, mas desisto ao sentir a dor aumentar. Largo novamente meu corpo no assento, sentindo o rosto repuxar em uma careta de dor. Isso arranca ainda mais risadas do imbecil que chamo de amigo.
Jogo a cabeça para trás e fecho os olhos, pedindo a Deus para a dor diminuir logo e eu sair daqui o mais rápido possível.
O choro escandaloso de Alice chama minha atenção e abro os olhos, tentando encontrá-la. Vejo Tim tirá-la do carrinho e conversar com ela, sorrindo igual um idiota.
Quase sorrio também.
Tim é, sem dúvidas, uma das melhores pessoas que já conheci na vida. Acompanhou toda minha história, me acolheu mais vezes do que posso contar e, apesar de conhecer todos os meus demônios, nunca me dirigiu nada além de amor e companheirismo. Timothy é o irmão que a vida me deu. Sabendo de todas as porradas que eu levaria, alguém foi bondoso e o colocou em meu caminho.
Ele me estendeu a mão todas as vezes que precisei e tenho certeza que, se um dia for preciso, não hesitará em fazer o mesmo por meus filhos.
Eu não o chamei oficialmente para ser padrinho dos gêmeos, ele próprio agarrou o posto no momento que lhe contei sobre a gravidez de Liana. Visitou os gêmeos no hospital todos os dias durante a semana que ficaram internados, ajudou minha irmã a buscar o enxoval no apartamento de Liana e a montar um novo quarto aqui em casa.
Fez tudo o que eu deveria ter feito, mas não fiz porque estava ocupado demais lamentando coisas que não posso mudar. Estava perdido em um limbo de dor, raiva, rancor e tristeza.
Liana foi uma cadela comigo, mas eu a amei profundamente e sua morte me impactou. Me jogou de volta nas lembranças do luto no passado e me paralisou.
Meus filhos têm um pai fodido, mas, em contrapartida, possuem uma tia e um padrinho que daria um jeito de mudar a rotação da terra se eles pedissem.
Eles têm três leões para protegê-los e nunca precisarão se esconder debaixo da cama por medo de...
- Você fez isso de propósito não é, sua safadinha?! - a voz maliciosa de Kimberly me arranca das divagações.
- Fala baixo, garota! Claro que não estou fazendo de propósito, tá doida? Eu tinha que estar com minha joaninha pegando muito fogo pra me prestar a um papel desse. Ele é lindo? Sim! Atraente? Não há palavras pra descrever o quanto. Eu sentava? Nem vou responder isso. A questão é que, não importa o quanto ele seja atraente, eu jamais cairia de cara no negócio dele de propósito. Até porque ele é todo estranho, meio grosseiro. Tem o coração mais congelado que a Ana de Frozen. Além disso é babaca, estúpido e meu chefe.
Silêncio.
Não se ouve nem os grilos.
A babá petulante, e em breve desempregada, parece se dar conta do silêncio ensurdecedor à sua volta. Lentamente, vira seu corpo para nós, abrindo um sorriso de criança travessa que foi pega no flagra.
Engole seco, quando nossos olhares se chocam. Ergo a sobrancelha esquerda e ela olha para cima.
- Já pode me levar.
Continua olhando para o céu por uns segundos.
- Não? Tem certeza? Porquê eu me sinto pronta pra ir - suspira - Tudo bem, eu me viro - suspira novamente e me olha - Senhor Di Rie...
- Está demitida - informo, não permitindo que continue.
- O QUÊ?!
- Confessa me achar atraente, além de me chamar de babaca, estúpido e grosseiro. Esperava o quê? Um bônus de natal?
Trinca o maxilar. O rosto pequeno e fino totalmente vermelho de um jeito fofo...
O quê?
Fofa? Essa petulante é sem noção, desrespeitosa, sem filtro, atrapalhada, atraen... É tudo, menos fofa!
- ISSO É INJUSTO! - vem marchando em minha direção, como um tourinho bravo - Se for me demitir por isso, vai ter que demitir seus outros funcionários. Todo mundo te acha babaca ou atraente em algum grau.
Ergo as sobrancelhas, incrédulo com sua ousadia.
- A senhorita foi a única de quem ouvi isso, então será a única demitida.
Aperta os punhos. Mexe a cabeça de um jeito meio debochado e sorri.
- Sim, você é um babaca, e, sim, te acho gostoso. Não sou cega, senhor Di Rienzo, mas não quer dizer que quero parar na sua cama. Até porque, aposto que seu pirulitinho é tão gelado quanto seu coração.
Abro a boca, cada segundo mais consternado e chocado com sua petulância.
- Ana! - minha irmã finalmente sai do torpor e se aproxima de nós.
A piccola sfacciata (pequena atrevida ) empina o nariz pequeno e olha para minha irmã.
- Desculpa por isso, Brittany, e obrigado pela oportunidade que me deu. Foi um prazer trabalhar com você - o olhar que lança antes de sair demonstra que não sentiu o mesmo prazer em trabalhar comigo.
Sem falar com ninguém, faço meu caminho até o quarto, ainda sentindo um leve incomodo entre as pernas.
Suspiro ao sentir a água cair sobre meus músculos tensos. Tudo que não queria era ter que participar dessas festas sem sentido após um dia exaustivo no trabalho. E ainda tive que lidar com impertinência daquela garota.
Do banheiro, sigo direto para closet. Visto uma confortável calça de moletom, sem me preocupar em colocar uma cueca. Depois da cabeçada que levou, o carinha lá embaixo merece um pouco de liberdade.
Não me surpreendo ao sair para o quarto e encontrar minha irmã sentada em minha cama.
- Minha decisão está tomada - afirmo antes mesmo que abra a boca.
Sento encostado na cabeceira preta e ela coloca um travesseiro sobre minhas pernas, deitando a cabeça sobre ele.
- Quero cafuné - pede manhosa e abro um pequeno sorriso, atendendo seu pedido.
Minutos depois, lança-me um olhar de cachorro pidão. Balanço a cabeça em negação.
- Não voltarei atrás, Britt. Além de todo o desrespeito, ela assumiu que se sente atraída por mim.
- Vai dizer que seu ego não adorou ouvir aquilo?
- Claro que sim, não sou um robô. Mas não quero passar de novo pela traumática experiência de entrar no meu quarto, após um exaustivo dia de trabalho, e encontrar uma babá pelada na minha cama.
- Você é o único homem no mundo que descreveria essa experiência como traumática, Matt. E Analice não é, nem de longe, como Gordon.
- Por que defende tanto aquela garota? É só mais uma empregada que em algum momento vai embora.
Levanta revoltada.
- Ela não é só mais uma empregada, ninguém aqui dentro é só mais um empregado, Matteo, são pessoas! Com sentimentos e vidas fora daqui. Analice tem uma família que precisa dela, um pai doente que piorou e faz um tratamento caro, sem falar nos remédios. E ela também é uma pessoa especial - suaviza um pouco o tom de voz -, emana uma coisa tão boa, ela tem uma luz linda. É uma pessoa incrível, apesar de meio doida.
- Não vejo luz nenhuma, apenas uma garota atrevida e desrespeitosa.
- É verdade, ela tem dificuldade em controlar a boca, e realmente é meio desrespeitosa com você, mas sei que não faz por mal e estou trabalhando isso com ela. Por favor, me dê mais um tempo, prometo que irá gostar dela. Gostar não né, você não gosta de quase ninguém, mas irá se acostumar com a presença dela.
- Você me pediu um mês e eu dei...
- Sim, e duas semanas atrás ela fez um mês aqui, e você não a demitiu, algum motivo tem né. Por favor, Matt! Eu não sei te explicar o porquê, mas gostei daquela garota desde o segundo que pus os olhos nela. E ela é tão boa com os meninos. Levy custou a acostumar com Gordon, mas com ela foi tão natural. Ela é ótima com eles.
Segura minhas mãos com olhos pidões e bufo. Sabendo que venceu ela comemora.
- Tudo bem, ela fica, mas você não pode mais me contrariar na frente dos funcionários, Brittany, não tire minha moral. E controle aquela garota, da próxima vez que eu disser que ela está demitida não vou voltar atrás.
- Tudo o que você quiser, irmão! - beija minhas bochechas e sai agradecendo.
Suspiro, sorrindo levemente.
O que é que minha irmã me pede sorrindo que não faço chorando?
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Quem achou que a Analice passou dos limites levanta as mãos \o/ \o/. Tentei controlar a Ana, mas ela é rebelde e tem personalidade própria. Mas eu confesso, se eu tivesse no lugar do Matteo não teria voltado atrás não.
Mas me falem, o que estão achando da história? Opiniões? Críticas? Falem pra mim.
Gostou do capítulo? Deixe uma estrelinha, ajuda muito no crescimento da história.
Bjos, até a próxima! 😘
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