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Capítulo 06

Suspiro ao ver a ligação de Matteo, é a quinta só agora de manhã. Estou até surpresa de ver sua preocupação com a filha, logo ele, que mal olha para os dois quando chega.

E mais uma vez, Analice, isso não é da sua conta!

— Oi, chefinho.

— Sr. Di Rienzo — praticamente rosna e reviro os olhos.

— Alice está muito bem, igual há cinco segundos atrás. Está acordada, distraída com o móbile, e Levy ainda não apresentou nenhum sintoma de resfriado. Está dormindo, como sempre. Mais alguma coisa? Não tem uma reunião para ir? Alguém pra demitir? Sei lá, trabalhar talvez seja uma boa ideia — provoco sem medo do perigo.

Eu sei que não deveria fazer essas coisas, sei mesmo, mas meu chefe desperta esse lado afoito em mim. Eu sinto um prazer estranho quando o vejo bravinho, praticamente rosnando para mim.

— Não teste minha paciência, garota! — reclama, visivelmente muito irritado e desliga o celular na minha cara.

Sorrindo, coloco o aparelho ao lado do tablet, sobre a mesa, e tiro Alice do berço.

— Seu papai é um bobão, Alice. É tão fácil irritar ele que se torna divertido.

— Divertido vai ser você ir parar no olho da rua — Michelly rebate entrando no quarto. Ela tinha ido almoçar, não fui junto porque Alice acordou e fiquei com ela.

— Eu sei que é arriscado, Shelly, mas não consigo resistir. Sempre fico de bom humor quando ouço-o rosnado  pra mim.

Balança a cabeça em negação, mas está sorrindo.

— Não vá se apaixonar, Analice.

Dou risada.

— A última vez que eu me apaixonei eu tinha treze anos, pode ter certeza que se acontecer agora não será pelo chato do nosso chefe. E fala sério, Shelly, você imagina eu, toda calorosa, apaixonada por aquele cubo de gelo?

Pensa um pouco.

— Sim, calor derrete gelo.

Junto as sobrancelhas.

— Não foi você que, cinco segundos atrás, me disse para não me apaixonar?

— É. Mas aí você falou isso e lembrei daquele negócio lá de que os opostos se atraem, e daí de repente eu shippei. Sabe, coisa de leitora, adoro um romance improvável. Haters to lovers  sem dúvidas é minha trope favorita.

Comprimo os lábios, sem acreditar no que ouço.

— Não pode me shippar com nosso chefe, Michelly, é ridículo. E para de ler esses romances bestas, estão comendo seu cérebro, nem tá pensando direito mais.

Sorri divertida e tira a garotinha risonha dos meus braços. Alice está começando a sorrir de verdade, nem todos os seus sorrisos são de reflexo.

— Eu tô brincando, Ana. Eu sei que esses romances não acontecem na vida real. Agora vai almoçar.

Pego meu celular, o tablet e saio.

— E não se apaixone pelo patrão! — grita quando estou prestes a dobrar o corredor.

Balanço a cabeça rindo.

Até parece que tenho disponibilidade para me apaixonar. Já tenho preocupação demais com minha família, além do trabalho e os planos para o futuro. A primeira coisa que farei quando meu pai melhorar é voltar para a universidade, eu adoro crianças e meu sonho é ser professora da primeira infância, como minha mãe.

Me apaixonar é o último item na minha lista de prioridades. Claro que um dia quero encontrar alguém e construir minha própria família, mas espero que quando acontecer seja com um cara alto astral, bem humorado, divertido, carinhoso e compatível comigo. Matteo é o completo oposto de tudo isso.

Estou aqui há um mês e meio e a coisa mais próxima com um sorriso que vi em seu rosto foi um leve repuxar de lábios ontem, quando me mandou manter minhas roupas no corpo, relembrando o episódio com a antiga babá.

Aliás, eu nem sei bem o porquê fiquei envergonhada. Talvez tenha sido porque, por uma fração de segundos, imaginei nós dois pelados fazendo coisas muito indecentes.

Argh!

Não deveria estar pensando nessas coisas. Ele é meu chefe!

Chacoalho a cabeça, tentando desviar o rumo dos meus pensamentos.

Durante a tarde meu chefe liga mais uma vez e depois não mais.

Ele chega por volta das seis e, como sempre, se tranca no quarto. Não me pergunta mais nada sobre os filhos e dou de ombros. Parece que a preocupação repentina já passou.

Pare de julgar seu chefe, Analice!

Eu não conheço Matteo nem a sua história. Não sei o que viveu até aqui, se sempre foi assim ou se foi moldado pela vida. Não sei os motivos para tanto distanciamento e frieza, mas isso não me impede de me sentir mal por ver toda a indiferença que dirige aos filhos.

Cheguei a me perguntar se ele não é um daqueles homens que culpa os bebês inocentes pela morte da mãe, mas percebi que a frieza e indiferença também é dirigida a irmã.

Não consigo não jugá-lo porque família é a coisa mais importante do mundo para mim. Barry, Elyna e Taylor são minha base e não sei o que teria sido de mim se eles não tivessem me acolhido. Por isso, ver que Matteo tem uma irmã incrível e dois bebês tão fofos e os trata com tanta indiferença mexe com alguma coisa em mim.

Suspirando pesarosa, largo meu corpo no sofá branco. A noite agitada de ontem, com Alice doentinha, me deixou cansada então hoje aproveitei as longas sonecas de Levy para dormir, agora estou sem sono.

Meu celular apita e vejo que é uma mensagem de Brittany, ela passou o dia inteiro se comunicando comigo e Michelly para saber sobre a sobrinha.

Britt viajou ontem de manhã a trabalho e vai ficar fora alguns dias. Ela pediu para Michelly vir dormir aqui enquanto estiver fora, mas eu rejeitei a “ajuda” porque a irmã dela está doente, e sei que seria difícil para ela ficar dia e noite longe da menina. Eu fico porque minha mãe está lá com meu pai, mas a pequena Jude tem apenas Michelly.

Brittany entendeu e prometeu duas folgas extras quando eu quiser e um pagamento extra também, o que, obviamente, me deixou animada.

Troco algumas mensagens com Brittany e depois me distraio com um joguinho besta, completamente entediada.

— Ahhhhhhhhh!!! — grito quando um bicho, muito parecido com uma barata, cai em cima de mim.

Começo a pular desesperada ao ver o pequeno monstro andando calmante sobre a mesinha de centro.

— Socooooorro!!! — grito tomada pelo desespero e saio correndo para o outro lado da sala quando ela levanta vôo. — MEU DEUS, EU VOU MORRER! — subo no sofá sentindo meu corpo todo começar a tremer.

Ouço passos rápidos e pesados vindos da escada e corro para lá. Matteo está descendo apressado com uma arma na mão, e, num impulso incontrolável, jogo-me em seus braços tremendo e chorando. Seu corpo cambaleia para trás com o impacto, mas logo se firma.

— O que é isso? — rosna irritado e um pouco desnorteado.

Tenta me afastar, mas aperto mais meus braços e pernas em torno do seu corpo, como um bichinho preguiça.

— Genebra, que merda está acontecendo? — Tento falar mas não consigo, minha garganta queima por causa da vontade de chorar, ele tenta novamente me tirar dos seus braços, mas aperto mais meus braços e pernas à sua volta — Genebra, eu preciso que você saia de cima de mim para eu ir olhar o que está acontecendo.

Seus olhos se fixam nos meus e o tremor pelo meu corpo aumenta, sinto dificuldade em respirar e as lágrimas se descontrolam, inundando meu rosto.

Arregala os olhos atordoado e meio em choque. Seus olhos esquadrinham cada centímetro do meu rosto e então ele me surpreende completamente quando acaricia levemente minhas costas com a mão, como se estivesse tentando me consolar.

Sua mão escorrega até minha coxa, dando um aperto firme, porém leve o suficiente para não deixar marcas, e ele aponta o queixo em direção ao corredor antes de começar a andar devagar.

Ele se encosta na parede e inclina um pouco o tronco, espiando o corredor. Trêmula, aponto para a sala de Tv e ele ergue a arma, caminhando até lá devagar. Penso em avisar que a arma não é necessária, mas o medo parece ter arrancado minha voz.

Espia a sala e me lança um olhar confuso antes de entrar. Seus passos são extremamente silenciosos e seus olhos atentos miram cada canto da sala, quando se aproxima do sofá eu finalmente a vejo. Ainda sem encontrar minha própria voz, ergo o dedo trêmulo dando a localização do monstro voador, escondo meu rosto em seu pescoço, torcendo para ele acabar logo com a vida dela.

Nada me prepara para sua reação.

Eu sinto a vibração de seu peito contra o meu, sinto a vibração subir por sua garganta e ouço, incrédula, ela explodir em uma sonora gargalhada.

Isso mesmo!

Matteo Di Rienzo, o homem que eu nunca vi abrir um único sorriso, está gargalhando.

Gargalhando!

Céus! Será que entrei em uma realidade paralela? Será que o multiverso existe e de alguma forma viajei por ele? Porque não faz sentido meu chefe frio e insensível estar rindo.

Ele joga a cabeça para trás, gargalhando deliciosamente e encaro fixamente seu rosto, sem acreditar no que meus olhos veem. O som alto é gostoso de ouvir e não consigo parar de olhar para seu rosto. Encantada. Envolvida. Presa a esse momento tão único e inesperado.

Mas então percebo que ele ri do meu medo e dou um tapa em seu ombro, descendo do seu colo. Seu rosto imediatamente volta ficar sério e, se olhar matasse, agora eu cairia durinha no chão, toda metralhada.

— Você me bateu, Genebra?

Estou prestes a lhe dar uma resposta desaforada por sua falta de respeito com o meu medo, quando sinto o monstro pousar em meu ombro.

— Ahhhhhhhhh! — pulando, puxo a blusa pela cabeça, jogo no chão e pulo novamente nos braços de Matteo, tão desajeitada que nossas testas se chocam. Ele tenta me tirar do seu pescoço, praguejando, mas não permito.

Estou A-P-A-V-O-R-A-D-A!

Tenho horror a barata.

Meu corpo todo treme sem parar. Ele tenta me afastar do seu corpo, mas solta um suspiro rendido ao perceber que não pretendo ceder.

— Se continuar grudada em mim vou me aproximar da barata com você nos braços.

Um calafrio percorre meu corpo e estremeço, mas não consigo me afastar dele.

Devagar, Matteo se aproxima do sofá e força minhas pernas para baixo, mas reluto em me afastar. Me lança um olhar sério, pedindo novamente para solta-lo, usa um tom de voz tão gentil ao pedir que assim o faço, ficando de pé sobre o estofado branco.

Pega minha sandália, que descansa no chão em frente ao sofá, e caminha até o outro lado da sala, a sandália estala ao se chocar com a parede. Outro calafrio percorre meu corpo.

Ele vira com minha sandália na mão e mostra a barata esmagada sob ela. Agora não parece mais tão assustadora.

— Pronto, acabou o show?

Não tenho tempo de responder.

— O que aconteceu aqui?

Viramos para a porta da cozinha, onde Kim e Lucy estão nos olhando com curiosidade. Ele está só de cueca e eu sem a blusa, acho que é uma cena muito questionável e um tanto incriminadora.

— Meu Deus! — Lucy arqueja, olhando para a arma na mão de Matteo. — Desculpe perguntar, mas por que o senhor tá armado?

— Ouvi gritos de socorro e desci, achando que tinham invadido a casa, mas era apenas a senhorita Genebra fazendo escândalo por causa de uma baratinha inofensiva.

— Baratinha inofensiva?! — exclamo indignada — Tem coragem de chamar aquele monstro voador de baratinha inofensiva?

Revira os olhos.

—  Buona Notte! — resmunga nos dando as costas.

Meus olhos, contra a minha vontade, se fixam na bunda redondinha dele, muito bem marcada pela boxe preta.

— Senhor... — Kim se abana olhando na mesma direção que eu. Sua tia disfere um tapa em seu braço.

— Olha o respeito, menina, ele é seu chefe! — aponta o dedo para mim — E você, mocinha, juízo, viu!

Nos dá as as costas, resmungando que vai voltar a dormir.

Kim se aproxima, um sorriso malicioso desenhado nos lábios.

— Ana, sua safadinha! Nunca desconfiei que você ia tirar uma casquinha do italiano mal humorado. Eu cheguei antes de tia Lucy vi muito bem você no colo dele antes dele te colocar no sofá. Me conta, vocês se pegaram?

— Me respeita, Kimberly! Ele é meu chefe! Eu hein. A história é o que ele contou: eu tava no sofá, um monstro voador apareceu, eu comecei a gritar e ele veio ao meu socorro. Se você me viu nos braços dele então viu ele esmagar aquela... coisa nojenta com minha sandália.

Estremeço só de lembrar do bicho.

— Eu tenho pavor de barata, Kim, na hora do desespero me joguei em cima dele. Sabe, uma vez fiz isso com um padre. A barata estava voando perto de mim, entrei em desespero e me joguei em cima dele. Tadinho, ficou em choque, não sabia onde enfiar a cara e deixou as mãos pra o alto que nem em rendição, sabe. A madre coitada, desmaiou, caiu dura no chão e ficou vários minutos desacordada. Naquele dia quase fui expulsa do colégio, mas minha irmã interviu explicando sobre meu horror a batatas, eu quase ajoelhei em frente a madre jurando que jamais desrespeitaria o sagrado sacerdote. Isso algumas semanas antes dele ser substituído por um padre jovem e bonito e eu, sem querer, chamar ele de gostoso.

Kim dá risada.

Faço careta.

Não foi engraçado, e, depois de um acontecimento desses, eu sempre ia dormir implorando a Deus para não me castigar por desrespeitar um servo dEle.

— Você é mesmo uma figura, Ana! Não consigo te imaginar em uma escola católica.

Balança a cabeça rindo e me estende a blusa que joguei no chão. Balanço a cabeça em negação e dou um pulinho para trás.

— Nunca mais encosto nisso aí, pode tocar fogo.

— Ah, então eu quero pra mim! Posso? — me olha pidona e assinto.

Não tem divindade que me faça tocar nessa roupa depois do monstro voador ter pousado aí. Toda vez que vestir vou ficar com a sensação de que ainda está no meu ombro.

Faço o caminho de volta para o meu quarto toda desconfiada, olhando para os lados com medo de encontrar outra barata. Não sei como aquela coisa entrou aqui.

Penso em ir direto para meu quarto, mas desisto no último segundo e entro no quarto dos gêmeos. Comeram há meia hora e sempre fico com medo de que tenham refluxo ou algo do tipo, então fico de olho.

Sou meio paranoica, eu sei. Mas não entendo muito de bebês,  nunca tive muito contato com algum. Mesmo trabalhando como babá há anos, antes dos gêmeos, todas as minhas experiências eram com crianças acima de um ano, que já falava e andava. Comprei vários livros sobre bebês e já li alguns, apesar do ócio me deixar louca, mas ainda assim fico toda paranoica. Sou praticamente uma mãe de primeira viagem.

Paro no batente, completamente surpresa ao ver Matteo ao lado do berço de Alice olhando fixamente para ela, que está adormecida. Levy está em seus braços, mexendo os bracinhos e perninhas. O homem desvia os olhos da garotinha adormecida para o garoto e abre um sorriso.

Um sorriso.

Essa é nova.

Meu chefe frio e grosseiro está sorrindo para o filho que ele passa a maior parte do tempo ignorando.

Sorrindo.

Ele está sorrindo!

Um sorriso de verdade, com dentes a mostra e tudo mais.

Eu nunca tinha visto esse homem sorrir.

Estou ainda mais chocada porque o sorriso é para o filho dele.

Fico meio aérea, os olhos presos em seus lábios. O sorriso é pequeno, mas ainda assim muito, muito bonito. A forma como a boca se curva e as bochechas se contraem faz os olhos, normalmente gelados, ficaram pequenininhos, é encantador.

Ele percebe minha presença e para de sorrir. Vem até mim e me entrega o filho.

— Toma, ele estava acordado.

E simplesmente sai, quebrando a magia do momento bonito. Pisco os olhos meio atordoada e encaro o bebê.

— Seu pai é estranho, neném.

Levy se mexe um pouco e abre um sorriso banguela. Não resisto e beijo suas bochechas gorduchas.

Apenas um mês e meio aqui e já estou totalmente apegada a esses dois anjinhos. Fico pensando como será quando chegar a hora de ir embora daqui, a parte mais difícil sempre é a despedida. Passei dois dias chorando após me despedir de Betty e Toddy — mesmo ele sendo um pestinha —, me apego muito fácil e tenho muita dificuldade em desapegar, é assim com qualquer pessoa, mas principalmente com crianças.

— O que você está fazendo acordado, meu amor?

Fito o bebê sonolento.

Ele comeu há meia hora e depois dormiu. Não sei porquê já está acordado. Me pergunto se foi minha gritaria que o acordou, mas descarto a possibilidade ao lembrar do tamanho desse casa, muito dificilmente o som chegaria da sala até aqui, é até estranho que Matteo tenha ouvido e ido ao meu socorro.

Sento na cadeira de amamentação e em menos de dez minutos Levy dorme. No entanto, assim que o coloco no berço ele acorda chorando. Suspiro e pego-o novamente nos braços voltando a sentar. Ele dorme novamente e assim que o coloco no berço volta a chorar. Isso se repete mais algumas vezes, até que adormeço com ele nos braços.

Ouço o choro distante de Alice e abro os olhos meio atordoada, aperto Levy em meus braços e olho para o lado, encontrando Matteo conversando com a filha, não entendo o que fala, mas acredito que esteja tentando acalma-la.

Non piangere, amore mio, papà è qui. (Não chore, meu amor, papai está aqui)

Viro a cabeça para o outro lado, onde fica o relógio e arregalo os olhos quando vejo que já passou da hora deles comerem.

— Ela tá com fome — deixo Levy no berço e faço menção de me afastar para pegar a irmã, mas ele volta a chorar e suspiro.

Pego ele nos braços e olho para meu chefe.

— O senhor se importa de ficar com Alice mais um pouco? Levy tá dengoso e só quer colo e eu preciso fazer a fórmula.

— Chorar nunca matou ninguém, não quero que ele fique manhoso.

— Não, não mata. Mas pessoas que têm coração normalmente ficam com pena.

Alfineto sem pensar direito.

Deixo Levy chorando no berço e pego Alice dos braços dele, com certa ignorância, confesso. Coloco a bebezinha no próprio berço e sorrio para ela.

— Por favor, não chore. Prometo deixar seu irmão na sala e subir correndo.

Coloco Levy no bebê conforto, mas ele chora, então fico com ele nos braços e pego a cadeirinha de descanso, também conhecida como cadeira de balanço para bebês.

Matteo ainda está parado na porta e diminuo o passo ao me aproximar dele.

— Bebês só começam a fazer “manha” por volta dos nove meses, senhor Di Rienzo. Se seu filho de dois meses está chorando, algum motivo tem. Pode até ser carência porque a tia dele, quem normalmente o dá amor, não está por perto e ele sente sua falta, apesar de não entender isso. Ele tem uma rotina e ela foi quebrada, é normal ser afetado por isso. Ele é uma pessoa, afinal.

Saio de perto sem esperar respostas.

Deus, como alguém pode ser tão frio?

Coloco a cadeirinha aos pés da escada, coloco o bebê dentro e converso com ele, explicando que já volto, mesmo sabendo que ele não vai entender nada. Passo a mão nos animais de pelúcia pendurados na cadeirinha e corro escada a cima. Estou quase no topo quando meu odioso chefe aparece com a filha nos braços.

Ergo as sobrancelhas, pronta para um comentário debochado.

— Não fale nada. — praticamente rosna — Estou com sono e essa criança chorona não iria me deixar dormir. Agora vá vestir uma blusa.

Olho para baixo, só então percebendo que estou seminua. Fico feliz por não ter colocado meu sutiã bege com uma mancha de caneta — não sei como aquilo aconteceu. Ao invés dele, vesti o branco com florzinhas e renda rosa na borda. Não que faça diferença para ele meu sutiã ser bonito ou feio.

Visto a primeira blusa que acho e desço correndo. Matteo está com os dois bebês nos braços, canta uma música Italiano em um tom baixinho e olha para os bebês com certa adoração. Um olhar que nunca vi na cara dele e parece ser retribuído, uma vez que os dois estão quietinhos ouvindo o pai.

Tento não atrapalhar a cena inesperada, porém encantadora, e saio de fininho. Faço a fórmula o mais rápido que consigo e volto para sala de Tv. Ele continua cantando para os bebês.

Me encosto na parede, me permitindo apreciar um pouco a cena que talvez eu nunca mais veja.

Ainda incrédula, pego meu celular e faço uma coisa muito antiética: tiro uma foto do meu chefe com os filhos. Eu sei que não deveria fazer isso, mas acho que a irmã dele vai gostar desse registro.

Abro o aplicativo de mensagens para enviar para ela, mas o choro alto de Alice me faz desistir. Matteo continua falando em italiano com ela, mas a bebê não se cala.

Guardo o celular no bolso e me aproximo deles, sorrindo para a bebê escandalosa. Pego ela e sorrio para Levy, que está resmungando e sugando a chupeta com força.

— Eita fominha. Deixa eu alimentar tua irmã escandalosa que te pego — acaricio os volumosos cabelos loiros e ele se aconchega mais contra o peitoral do pai. Um peitoral bem desenhado, diga-se de passagem.

Alice suga a mamadeira com força e faz biquinho para chorar quando tiro-a da sua boca.

— Devagar, meu amor, vai engasgar assim — volto a colocar o bico da mamadeira em sua boca, afastando um pouco sempre que ela começa a puxar com muita força.

Estou tão distraída com a linda e faminta garotinha que me surpreendo ao olhar para cima e encontrar outra cena linda, porém inédita e muito surpreendente. Matteo está dando mamadeira para o filho, que suga vagarosamente o líquido esbranquiçado.

Junto as sobrancelhas.

Ele está estranho hoje. Deu risada da minha cara, sorriu para o filho e agora está alimentando ele. Definitivamente, algo de errado não está certo.

— Bateu a cabeça? –— Solto sem querer e mordo a língua.

Fica quieta, Analice!

Scusi?

— Não, nada não. Só pensei alto.

Volto a olhar para Alice. Coloco a mamadeira vazia na mesinha de centro e levanto, coloco a bebê esticadinha com a cabeça em meus ombros, uma mão no bumbum e a outra entre o pescoço e as costas dela.

Ando de um lado para o outro, esperando-a arrotar. Pouco depois Matteo também muda a posição do filho, mas, diferente de mim, permanece sentado. Levy arrota antes da irmã e logo adormece. Alice me castiga um pouco, meu chefe some com Levy e eu continuo andando de um lado para o outro, estou quase dormindo em pé quando ouço o arroto forte

— Saúde! — sorrio para a bebê adormecida.

Ao subir para o quarto dos gêmeos, pela milésima vez só hoje, Matteo Di Rienzo me surpreende. A poltrona de amamentação está bem inclinada para trás, de doma que Matteo está quase deitado, dormindo com o filho apoiado contra o peitoral desnudo — não sei se já disse, mas é um belo peitoral.

Esse homem tem se mostrando uma caixinha de surpresas.

Pondero um pouco se acordo ele ou não e por fim decido não fazê-lo. Não sei o que aconteceu ou o que mudou, mas hoje ele está visivelmente mais aberto aos filhos e esse momento, de ambos dormindo juntos, acredito seja ótimo para conecta-los.

Quem sabe Matteo não acorda para a vida e vira um pai de verdade?

Não que eu tenha direito de opinar sobre a vida dele. Mas acho que toda criança merece o amor dos pais. Principalmente esses anjinhos que já perderam a mamãe.

Coloco a linda garotinha no berço cor de rosa e suspiro, cansada. Beijo sua testa, sorrio para a cena bonita mais a frente, sussurrando:

— Boa noite, chefinho.

_______________

Uau, o capítulo ficou gigantesco! O que acharam da leitura? Muito cansativa? Sempre fico preocupada quando fica grande assim.

E o que estão achando das interações entre Ana e Matteo?

Gostou do capítulo? Deixe uma estrelinha, é muito importante para o crescimento da história.

Até a próxima! 😘❤️

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