Capítulo 64
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- Você foi imprudente em não ter nos chamado Lia – Ansal falava extremamente séria para mim.
- Se eu fizesse isso ela não teria aparecido.
- Você poderia estar morta a essa altura ninfinha – Zamir falou pela primeira vez naquela manhã.
Não podia estar acreditando no que estava acontecendo, os dois tinham se unido para me dar bronca, isso era inacreditável. Fico perplexa com tudo que estou escutando.
- Ela não ia me matar, se quisesse teria feito isso em outras oportunidades, a Rainha gosta de jogos e precisa de mim. – Dou ênfase nessa última parte.
- Como assim precisa de você? – O tom de voz de minha tia é de desconfiança.
- Eu não sei como, mas eu tenho certeza que a conheço, só não consigo ligar sua voz a um rosto ou nome e além disso, ela acabou revelando mais de suas intenções.
- O que ela realmente quer Lia? – Ansal estava temerosa e ansiosa, sua voz estava mais séria do que nunca.
- Já sabemos o que ela quer, ela quer a magia de dentro da fenda, ela mesma me confirmou isso, o que não sabemos é para que ela quer a magia, pois não é para ganhar território ou apenas ficar mais poderosa, não, a Rainha quer algo mais, algo que temo que seja bem pior do que a guerra que ela planeja como distração.
- Porque fala isso? O que ela te disse? – Zamir me questiona.
Fecho os meus olhos e conto tudo que conseguia me lembrar do meu encontro com a Rainha. Falo para eles de como ela vem me manipulando desde a morte da minha mãe, lhes conto sobre ela saber que somente uma pessoa da ordem pode pegar a magia, que ela acredita na profecia e por isso precisa de mim para realizar a sua visão de mundo ideal, seja ela qual for.
- Você disse que ela quer consertar o nosso mundo, mas como? – Zamir fala intrigado.
- Não sei, ela não disse, quando ia contar você chegou.
- Isso é estranho Lia, usar essa palavra, consertar. – Ansal suspira – Se fosse cede de poder usaria conquistar, ou qualquer outra coisa parecida, posso estar enganada, mas a Rainha parece ter algum vinculo, uma história que não sabemos, uma história que parece ter deixado uma grande cicatriz nela e se descobrirmos qual é, saberemos quem ela é e quais as suas fraquezas.
- Esse é um jogo perigoso Ansal - Zamir usa o nome da minha tia pela primeira vez.
- Sei que é, mas não temos escolha, precisamos descobrir o passado dela para podermos ter um futuro.
Fico pensativa com tudo que estávamos falando, Zamir e Ansal ficaram debatendo sobre como poderíamos descobrir mais sobre a Rainha, mas tudo que eles conseguiram foi ficar dando voltas no mesmo lugar.
- Lia – Minha tia me chama me tirando dos meus pensamentos – Porque você acha que a conhece?
- Alguma coisa na voz dela me soou familiar, a forma que ela falava também, mas posso estar errada.
- Não acho que esteja – Zamir se pronuncia – Se ela realmente fez tudo que você disse, se ela realmente vem manipulando as coisas durante todo esse tempo, não seria estranho ela ter se aproximado de você de alguma forma.
- É isso. – Ansal exclama animada – Essa é a chave para descobrirmos quem ela é.
Fico confusa com a frase da minha tia.
- A Rainha é alguém que você conheceu na sua jornada, então vamos começar por aí, Lia, nos conte tudo sobre todas as pessoas que você teve algum contato desde o dia da sua fuga até hoje.
- Você só pode estar de brincadeira, ela deve ter falado com centenas de pessoas, além disso, a Rainha pode ter ficado por perto, a observando e não ter tido nenhum contato com ela – Zamir dizia impaciente para Ansal.
- Você tem alguma ideia melhor de por onde começarmos a encontrar pistas sobre a Rainha elfo? – A voz da minha tia era cortante, ela faz um barulho de satisfação com a garganta com o silêncio de Zamir – Foi o que pensei.
Ansal se aproxima de mim e segura minhas mãos.
- Muito bem Lia, comece a fazer uma lista de todas as pessoas que você encontrou, até daquelas que você não teve muito contato, pode ser alguém que lhe chamou a atenção e lembre-se, não exclua ninguém, a Rainha pode ter usado um feitiço para mudar de forma, então qualquer pessoa poderia ser ela.
Concordo com o plano de Ansal, Zamir fica contrariado achando que era uma perda de tempo, que isso poderia não nos levar a nada, mas como não tínhamos uma alternativa melhor, seguiríamos por esse caminho.
O resto do dia foi de caminhada silenciosa, eu fazia uma lista mental das pessoas que eu tinha encontrado durante minha jornada, mas eram muitas, fiquei com medo de começar a esquece-los e por isso, anotei em um pedaço de pergaminho os nomes de quem eu conheci, ou as características quando não lembrava no nome.
Quando paramos de caminhar já tarde da noite, fui praticar com Zamir a dominação do fogo, eu estava exausta, quase não tinha dormido na noite anterior, por isso, minha aula não durou muito naquela noite.
Mais uma semana tinha se passado desde nossa partida do lago, minha afinidade com o fogo estava cada vez melhor, Zamir já tinha começado a treinar duelos comigo, e minha pela não se queimava mais por eu invocar o fogo, contudo, se eu recebesse um golpe desse elemento tinha sérios machucados.
Posso ter puxado a afinidade com o fogo do meu pai, mas também puxei a fraqueza desse elemento da minha mãe, o que era uma contradição esquisita, já que o mesmo elemento que me ligava aos elfos, era também o único que me provocava ferimentos com o menor contato.
Durante toda essa semana, sempre que parávamos para dormir minha tia pegava a lista que eu estava fazendo e a repassava comigo, excluindo algumas pessoas e tentando colocar outras em possíveis candidatos a serem a Rainha.
Ansal estava frustrada, pois até o momento os nomes que eu havia lhe dado, nenhum foi o suficientemente forte para ser a Rainha. Até o momento eu tinha listado pessoas que eu não tinha tido muito contato, tentei a animar com esse argumento, mas ela não tinha ficado muito feliz.
No meio do dia, começamos a avistar uma paisagem de areia a nossa direita em direção ao continente, estávamos chegando finalmente perto do nosso destino.
- Vamos ficar o resto do dia por aqui hoje, recuperar energias e nos abastecer – Minha tia falou para nós dois.
- Porque não continuamos? – A questionei, afinal, estávamos correndo contra o tempo.
- Porque a partir de agora iremos caminhar pelo deserto, onde não teremos muita disponibilidade de alimento e de água, além de enfrentarmos as temperaturas extremas dessa terra, prefiro que descansemos aqui no litoral agora, para enfrentarmos a próxima semana inteiros.
Zamir concordou com Ansal, percebi que os dois não eram muito fãs de lugares quentes e cheio de areias, nenhum dos dois estava ansioso para passar uma semana no deserto até a cidade de Matmata, eu não os culpava, entendia muito bem eles e partilhava da sua opinião, afinal, os cheiro da falta de banho durante uma semana será bem forte.
Estava na hora do almoço, durante toda a nossa jornada Ansal pescava nas águas turbulentas do mar do Silêncio, afinal, ela estava no seu habitat, além disso, não queríamos atrair as criaturas marinhas que poderiam nos devorar, só porque não sabíamos pescar que nem minha tia.
Após o almoço fiquei deitada perto de umas rochas descansando, Zamir fazia guarda e minha tia tocava sua flauta de Pan. A muito tempo eu não tinha uma tarde tão agradável.
- Chega de ficar sem fazer nada ninfinha – Zamir me cutucou nas costelas com seu pé – É hora de você treinar.
- Orelhudo você realmente não consegue me ver relaxando né, sempre querendo me colocar para fazer algo.
- Foi você que pediu para eu ser seu professor então não reclame e levanta logo essa bunda dai.
- Como você é cavaleiro. – Disse sorrindo para ele.
- Sou um lord – Ele ria – Mas se prepare, pois hoje vai ser diferente dos outros dias.
Fiquei curiosa com o que ele tinha falado, num pulo me levantei do chão e o segui. Estávamos perto da água, podia escutar as ondas quebrando na areia e o vento soprando uma brisa refrescante.
- Então o que faremos hoje?
- Eu estava pensando que como amanhã vamos para o deserto, não iremos treinar durante essa semana, precisaremos poupar nossas energias no tempo que estivermos no deserto, e também não queremos que você tenha nenhum machucado dos treinos.
As vezes durante meu treinamento com Zamir quando começamos a praticar os duelos, quando seus golpes me atingiam machucavam bastante, acho que só não estou num estado grave, por usar meu poder de cura em mim e pelos cuidados de minha tia.
- Por isso, pensei em termos um duelo diferente hoje, um que você não irá se machucar e poderá testar todo o seu potencial, um que irá compensar a próxima semana sem treinamento – Zamir da uma risada que não entendi o significado.
- Como assim?
Zamir me ignora e grita por minha tia, que para de tocar sua flauta e pergunta o que ele quer. O elfo explica sua ideia para Ansal, ele queria que ela fosse a minha adversária hoje, já que ela não usaria fogo e seria bom para mim batalhar com alguém com outro elemento, o problema é que, a ideia de eu não sair machucada de um confronto com Ansal era praticamente nula.
Minha tia pareceu gostar da ideia, acho que ela já estava ansiosa por poder colocar suas técnicas de batalha em prática. Zamir explicou que nesse treino eu só iria poder usar o fogo, esse seria o meu desafio.
Respirei profundamente me preparando para a possível surra que levaria da minha tia, sim, eu tinha evoluído muito em meu treinamento, se eu lutasse com ela com tudo que eu tenho talvez conseguiria me sair bem, mas somente com o fogo, um elemento que ainda não tenho cem por cento do domínio, bem, minhas chances tinham diminuído drasticamente.
Assim que indiquei que estava pronta minha tia não tardou em me atacar, Ansal usou uma rajada de água em minha direção, que bloqueei com um circulo de fogo, mas ela era rápida e não tinha ficado no lugar, vindo em minha direção e me dando um chute nas costas.
A rajada de água foi uma distração para ela poder se aproximar e me atingir, seu golpe pegou em cheio, me fazendo voar alguns metros para frente com a força de seu chute.
Eu mal tive tempo de me recuperar quando ela já estava vindo para cima de mim de novo, minha tia era extremamente rápida e habilidosa, mas quando se trata de velocidade eu sou mais.
Espero até o último segundo para ela vir me atacar novamente para desviar, deixando com que ela acertasse o vento, aproveito esse erro e lhe jogo uma rajada de fogo, que ela prontamente defende com um escudo de água e contra-ataca com estacas de gelo.
Uma das estacas passa de raspão em meu rosto arrancando sangue de minha pele, não perco tempo após me desviar de seu golpe e vou em sua direção novamente.
Ficamos trocando golpes físicos, consegui acertar minha tia algumas vezes, mas nada que causasse grandes danos. Quanto a nossos golpes com os elementos, Ansal sempre conseguia se defender do meu fogo, mas eu nem sempre me esquivava com eficiência de sua água ou gelo.
Em certo momento quando estava me defendendo de mais um ataque da minha tia, sou atingida por trás por uma pequena rajada de fogo, nada que causasse danos graves, mas me deixaria dolorida.
- Mas que merda é essa Zamir! Pensei que não fosse treinar comigo hoje, dois contra um é injusto! – Eu gritava para ele.
- E quem disse que guerras e batalhas são justas, seus inimigos vão jogar sujo para conseguir te vencer, agora prepare-se, e lembre-se, você só pode usar o fogo.
Trinco meu maxilar, isso não estava indo nada bem, já estava com dificuldades para me defender dos ataques de Ansal, agora também terei que lidar com o orelhudo ali, o elfo com certeza queria me matar não tinha outra explicação.
Os dois não pouparam tempo em me atacar, defendi o ataque de Zamir, mas o de Ansal me atingiu, minha tia e o elfo pareciam ter lutado lado a lado durante muito tempo, se eu não soubesse a história dos dois, diria que eram velhos amigos de batalhas, pois seus movimentos de ataque e defesa eram bem sincronizados.
Eu já estava ofegante, meu corpo estava todo suado, com queimaduras em meus braços e provavelmente alguns hematomas já deveriam estar começando a aparecer pelo meu corpo.
Eu não iria aguentar manter essa luta com os dois por muito tempo, eu estava de frente para o mar, com Zamir e Ansal a minha frente, pude escutar que a respiração dos dois também estava irregular, eu teria somente uma chance de vencer.
Arrumei as minhas costas, respirei fundo e então deixei que o fogo fluísse por meus braços, lancei uma rajada de chamas tão forte em direção as dois que os pegaram de surpresa, mas eles conseguiram escapar, fazendo com que meu ataque fosse diretamente para as águas do mar.
Assim que o fogo se encontrou com as águas do mar, uma fumaça surgiu de onde o ataque tinha sido aparado. Percebi que tanto Ansal quanto Zamir estavam caídos na areia, eles tinham conseguido se desviar do golpe, mas acho que não totalmente.
Antes que qualquer um de nós três pudesse falar qualquer coisa, um rugido muito alto ressoou ao nosso arredor, o barulho vinha do mar do silêncio, o som era de dar calafrios.
- Ai não – Escuto minha tia falar com certo pânico.
- O que é isso? – Zamir pergunta a ela.
- Algo que vai querer nos comer, se ficarmos aqui.
Minha tia vem em minha direção e me sacode me tirando do meu transe.
- Anda Lia precisamos fugir daqui.
- Mas o que é isso? – Zamir fala quando chega ao nosso lado.
- Andem! Precisamos sair daqui e rápido, se não quisermos virar comida de Kaspra.
Busco rapidamente na minha memória sobre esse nome, me lembro de ter o lido no livro dos monstros que Ani me deu.
- Esse bicho é real? – Minha voz sai meio esganiçada.
- Lógico que é real, de onde você pensa que saíram as histórias sobre ele? Bem não importa, precisamos sair daqui, andem logo vocês dois.
Começamos a correr para nos afastar o máximo possível de perto da água, minha tia estava mancando e por isso não conseguia se locomover muito rápido, Zamir também estava ferido.
O monstro que surgiu no mar era uma serpente marinha que tinha cinco cabeças, diz a lenda que ela tinha a habilidade de cuspir raios e que já tinha afundado diversas embarcações, era um monstro extremamente agressivo, que destruiu diversos vilarejos próximo do mar onde vivia.
Nós não conseguimos nos esconder a tempo, a serpente nos viu e no mesmo instante jogou seus raios em nós, conseguimos desviar por pouco de seu ataque, o monstro gritava enraivecido. Por um momento eu desejava que nem todas as lendas fossem reais.
Nós corríamos em direção ao deserto, já que o litoral não era mais seguro, no estado que estávamos não conseguiríamos lutar com aquele bicho, minha luta com Zamir e Ansal, tinha me esgotado e meu golpe final tinha feito mais estragos do que eu imaginava neles.
Conseguimos nos esconder atrás de uma rocha, mas não demorou muito para outro raio atingir a pedra e a fazer explodir, nós três corríamos, nos desviando dos diversos raios que as cabeças do Kaspra lançava.
Um raio passou muito perto de mim, consegui não ser atingida, mas Zamir não teve a mesma sorte, escutei o elfo gritar de dor, por um momento pensei que ele tivesse morrido, mas graças a Deusa eu estava errada, pois ele ainda respirava e gemia de dor.
- Ande Lia, precisamos subir a colina, atrás dela estaremos seguras. – Ansal gritava para mim.
- Precisamos ajudar o Zamir!
- Ele está praticamente morto, se ficarmos aqui esse será o nosso destino também!
- Não podemos deixa-lo Ansal, precisamos dele você sabe disso.
- Arhg! Você ainda vai nos matar com essas suas atitudes sobrinha!
Minha tia me ajudou a carregar o orelhudo, que gemia de dor e cheirava a carne tostada. Estávamos subindo uma duna, com os raios do bicho tentando nos atingir, quando chegamos no topo, por nossos corpos estarem cansados acabamos rolando duna abaixo.
Ficamos deitados recuperando nosso fôlego e vendo os raios no céu, estávamos fora de alcance do Kaspra. Assim que consegui me mexer fui para perto do elfo.
- Como ele está? – Pergunto para minha tia que estava junto de Zamir.
- O elfo desmaiou, o raio fez um furo no seu peito, por sorte não atingiu nenhum órgão, seu braço direito está todo quebrado, ele tem sorte por está vivo, só não sei por quanto tempo continuará assim.
- O que eu posso fazer para ajudar.
- No estado que você está, se usar sua magia pode acabar morrendo.
- Mas se eu não fizer nada quem vai morrer será o Zamir.
Minha tia fica em silêncio, percebendo o tamanho da confusão que nos metemos. Nós precisávamos dele para recuperar a minha visão, se ele morresse tudo que passamos até aqui teria sido em vão
- Cure somente o ferimento de seu peito, o braço ele terá que esperar para ser arrumado quando chegarmos na cidade – Ela apoia sua mão em meu ombro – Estou falando sério Lia, não use sua magia além da conta, tenho certeza que ele pode aguentar o braço quebrado durante uma semana.
Coloco minhas mãos sobre a blusa encharcada de sangue de Zamir, assim que meu poder começa a curar o buraco em seu peito, sinto uma fraqueza se abater em mim.
Eu estava exausta e como se fala o ditado, toda magia tem um custo e eu estava sentindo ele, estava me forçando a não desmaiar para terminar de curar o ferimento do orelhudo.
Eu suava frio, sentia minhas últimas energias serem drenadas, comecei a ter um pouco de falta de ar, mas não podia deixar ele morrer, não quando eu podia salva-lo.
Caio ao seu lado exausta, minha respiração esta difícil, mas eu consegui curar o ferimento do orelhudo, minha tia vem até mim, ela sacode os meus ombros e fala algo que não estou entendendo.
Estava prestes a cair na escuridão que me chamava, quando sinto gotas de água serem derramadas em meu rosto, a água me chama de volta, fazendo com que eu recuperasse os meus sentidos, meu corpo absorve a água sedento por ela.
- Lia, me responda, Lia!
- Eu estou bem Ansal – Falo fracamente para ela.
Ansal suspira aliviada e percebo que a água que caia em meu rosto estava vindo de Ansal.
- Graças a Deusa! Pensei que a cura tivesse sido de mais para você, não sabia mais o que fazer, então joguei um pouco de água no seu rosto para te acordar.
- Eu estou bem, só muito cansada.
- Todos estamos.
- Acho que o plano de entrarmos descansados no deserto foi por água abaixo. – Nós duas rimos.
- Estou começando a entender que com você não adianta fazer planos, pois eles nunca funcionam.
- E como você está?
- Minha perna está um pouco machucada, você conseguiu me acertar com aquela sua rajada de fogo, parabéns! Pelo menos para alguma coisa esse elfo serviu, ele te ensinou bem a usar o fogo.
Tento me levantar para ajudar Ansal, mas ela me segura pelos ombros, me forçando a ficar deitada.
- Eu estou bem, não se preocupe, você tem que descansar, todos nós precisamos descansar.
- E agora, o que vamos fazer?
- Agora sobrinha, nós vamos entrar no deserto, é melhor nos prepararmos para ficarmos uma semana sentindo cheiro de elfo que não toma banho.
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