Capítulo 47
Acordo deitada numa cama macia, me espreguiço preguiçosamente na cama, sinto todos os meus músculos acordando, começo a olhar ao meu redor, estou num quarto simples de uma casa, algo nele me é familiar.
Me levanto e começo a andar pelo quarto, objetos que antes não estavam ali começam a aparecer, alguns livros me chamam a atenção em cima da mesa de madeira, os folheios e então, me dou conta que este quarto é o meu.
Estou de volta a Polinys, estou em minha casa, um cheiro delicioso de comida inunda o ambiente, saio pela porta e vou em direção ao andar de baixo, vejo minha mãe de costas para mim na cozinha.
Por algum motivo a felicidade e a tranquilidade que eu sentia, são substituídas por um aperto no meu peito quando a vejo, como se algo estivesse errado, um flash surge em minha mente, um corpo caído no campo, fico tonta e me apoio na parede.
Imagens de sangue ficam surgindo na minha memória, fico agoniada e tonta, me sento na escada, isso que estou vivendo está errado. Escuto a voz da minha mãe me chamar da cozinha, eu quero ir vê-la, mas algo me diz que não posso.
Tenho novamente flashes de imagens em minha cabeça, agora o corpo caído ganha um rosto, o rosto de minha mãe, com essa imagem percebo o que está acontecendo e nada disso que estou vendo ou sentido é real.
Sinto lágrimas escorrendo pelo meu rosto, escuto os passos dela vindo em minha direção, me levanto rápido e vou em direção ao quarto, não posso vê-la, pois ela não está mais aqui e isso tudo que estou vivendo, é alguém tentando entrar na minha cabeça, não posso vê-la e deixar que quem está invadindo a minha mente, veja o rosto de minha mãe.
Durante meu treinamento no reino das ninfas, minha tia me ensinou a como identificar quando alguém invade a sua mente, pedi para ela me mostrar como bloquear, apesar de não ter sentido nada quando ela entrou e vasculhou minhas memórias, pois naquela situação eu dei consentimento, eu não queria ficar desprotegida contra futuros inimigos, que poderiam usar essa artimanha contra mim.
Corro até o quarto e tranco a porta, sento na cama e vejo minhas mãos tremendo, preciso sair dali, preciso expulsar quem quer que seja que está tentando invadir minha mente.
Fecho os meus olhos e tento me concentrar, lutar contra a pessoa, batidas na minha porta me distraem, minha mãe me chama, pede para eu deixa-la entrar. Escutar a voz dela é como enfiar mil facas no meu coração, tudo que eu mais queria é poder abraça-la e vê-la mais uma vez, mas não posso, porque ela está morta.
Estou soluçando de tanto chorar, ter minha mãe ali tão perto é torturante, mesmo que não seja real, coloco minhas mãos em meus ouvidos para abafar sua voz e as batidas na porta, trinco meus dentes e com um grito de dor, expulso o invasor da minha cabeça.
Abro os meus olhos lentamente, sinto minha cabeça latejar, minha visão está meio turva, tem pouca iluminação onde estou. Estou sentada numa cadeira, onde meus braços estão presos a ela por grilhões.
Sorrio ironicamente, pois tinha acabado de fugir do acampamento onde estava presa por estes mesmos grilhões de cor avermelhada, para vir parar numa espécie de masmorra, onde novamente sou vitima desse metal que bloqueia minha mágica e meus sentidos ninficos.
No momento estou sozinha, não tem ninguém comigo aqui, observo o lugar que estou presa, é feito de pedras cinzas, não tem nenhuma janela, só tem eu e a cadeira onde estou presa.
A dor de cabeça vai passando levemente, fico com receio dos raruks terem me capturado novamente e me levado para um lugar mais protegido, só de pensar nessa possibilidade um arrepio sobe pelas minhas costas.
Estava tudo muito silencioso, tento virar minha cadeira já que meus pés estão livres para ver o que tem atrás de mim, mas ela está fundida ao chão, estou fadada a ficar olhando a parede monocromática a minha frente e esperar que meu capturador venha me visitar.
Acabo cochilando e acordo com o ranger de uma porta se abrindo atrás de mim, não escuto quem se aproximar de mim, fico esperando ansiosa e com o coração disparado para tentar ver quem está ali comigo.
Não demora muito para dois elfos aparecem, um de cada lado meu, eles pareciam gêmeos, contudo, eram meio estranhos, apesar de terem o porte dos elfos, os cabelos negros longos e as orelhas pontudas, em seus rostos, marcas se destacavam.
As marcas eram espécies de símbolos, que desciam por seus pescoços e sumiam pela túnica cinza que os dois estavam usando. Outra coisa em seus rostos que chamava a atenção, eram seus olhos vermelho, esses davam calafrios se olhasse durante muito tempo.
O da minha esquerda se afastou um pouco de mim, enquanto que o outro veio para a minha frente e me encarou nos olhos. Eu não sabia se ficava aliviada ou preocupada por ter sido capturada por elfos, invés dos humanos e dos raruks.
- Vejo que finalmente acordou jovem.
A voz dele era sussurrada, como se quase nunca a usasse.
- Onde estou e quem são vocês.
- Você está na cidade de Magno, nós somos elfos da torre cinzenta.
Busco nas memórias onde é Magno, depois de fazer um esforço, me recordo que esta é a capital élfica. Eu estava bem longe de onde eu desmaiei, devo ter dormido durante dias até chegar aqui.
- Por que estou aqui?
- Nossos guerreiros viram o que você fez com o acampamento humano, nosso rei ordenou para que lhe trouxessem até nós.
Senti que ele não estava me contando tudo, algo ali estava estranho.
- Por que estou presa e que diabos é esse metal maldito?
Vejo o elfo levantar uma sobrancelha com a minha pergunta.
- Esses grilhões são feitos de um metal extraído das montanhas Kalur, ele tem a propriedade de bloquear qualquer magia ou habilidade mágica. Entenda que não queremos ser incendiados como os tolos humanos.
Ok, eles estavam temerosos comigo, não os culpo, eu deveria estar parecendo uma louca quando fugi e taquei fogo no acampamento.
- Não quero machucar vocês, podem me soltar.
- Isso minha jovem, não será possível.
- E porque não? – Fiz a pergunta com medo da resposta que iria ganhar.
- Nosso rei quer entender como você manipulou tão facilmente o elemento fogo e em tamanha proporção.
Me calo com o que ele acaba de falar, não posso contar que sou metade elfa e metade ninfa, já vi o suficiente para saber que mestiços no momento não são bem vistos por nenhum dos dois lados.
Eles pelo visto não sabem o que sou, se sou uma humana com magia que sobreviveu ao massacre feito a tempos atrás e se sou humana, quem me ensinou tal mágica, pois sou muito jovem.
Essa provavelmente são perguntas que eles devem estar se perguntando, já que as ninfas não controlam o fogo, não na proporção que eu controlei, de qualquer forma, vejo o porque o rei quer saber o que sou e obter respostas, mas essas eu não posso dar para ele.
- Como pensei – Ele dá uma risada abafada – Você não nos dirá não é mesmo?
Me mantenho quieta, não tenho o que responder.
- Muito bem.
Vejo o elfo esticar seus braços e apoiar suas mãos em minha cabeça, assim que sinto seu toque, a dor de cabeça recomeça, então era ele que queria vasculhar as minhas memórias.
Trinco meu maxilar com o ataque em minha mente, contudo, ao contrário de antes, por eu estar consciente agora nenhuma ilusão é criada, sinto muita dor, o que me faz gritar, mas não abaixo meus muros internos.
Esse elfo não tem o direito de invadir a minha mente, ele é forte, suor escorre pelo meu rosto, não sei por quanto tempo ficamos nessa guerra interna em minha mente.
O elfo me solta, cambaleia para trás, estou ofegante e minha visão está turva, mal tenho tempo de respirar, pois seu irmão gêmeo recomeça o ataque mental.
Olá galera tudo bem com vocês.
Sei que a nossa querida Lia está passando por poucas e boas e acreditem eu também sinto cada dor junto dela.
Me contem o que estão achando nos comentários!
Um grande Beijo
Thalita Naine
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