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•Fuga•

- Bru-bru-bruxa!

Alguém gritou as palavras que eu tentei evitar durante toda a minha existência. Toda a multidão ficou em polvorosa entoando essa simples e mortal palavra.

Bruxa.

- Deve morrer queimada!

- Não! Ela nos salvou!

- Foi por ela que eles vieram!

- Se não fosse por ela, essa tragédia não teria ocorrido! Eles nem teriam vindo aqui, entreguem-na para os Cavaleiros!

Então murmúrios de concordância com a última voz começam a ficar cada vez mais fortes. Acometida pelo desespero, saí correndo da praça com meu capuz a me mesclar às sombras dos becos e vielas por onde passei.

Pude ouvir a massa gritando palavras de perseguição. Seguu para minha casa correndo, sabia que minha família estaria lá escondida. Ao entrar mãos taparam minha boca me impedindo de dizer qualquer coisa. Toda a casa se encontrava em silêncio e em completa escuridão. Reconheçi o perfume tão familiar de Michel e parei de me debater. Ao me acalmar ele me soltou e pude virar-me de frente pra ele.

- Sam, vem comigo estamos no túnel. Virão atrás de você não temos muito tempo.

Sem dizer nada o segui para a cozinha, onde havia um alçapão escondido embaixo do tapete. Passamos por ele e descemos as escadas que dão para um túnel subterrâneo. O local é iluminado por tochas e possuia a largura de uma rua. Minha tia e os gêmeos já estavam a minha espera.

- Samhara! - Tia Agatha abraça-me - Que bom que está tudo bem com você!

- Está sim, mas eu acabei revelada. Não era pra ter acontecido tia não era a intenção.

- Eu sei minha flor de lótus, mas agora me escute, você não está segura aqui.

- Mas tia...

- Sem mas, não há como lhe proteger você deve fugir.

Fugir? Como assim fugir? Para onde? Eu morei ali minha vida inteira era o meu lar! Então a compreensão veio como uma verdade dolorosa. Não havia outra maneira.

- Para onde?

- Você deverá ir para Illidya procurar seus pais. Siga pela floresta, não te procurarão lá. - Michel respondeu-me.

- Entendi mas não deu pra pegar nada.

- Aqui - minha tia se pronunciou. - mais uma aljava de flechas. - disse entregando me a peça - dentro há também mais meia dúzia de facas de atirar, e outra faca de caça.

- Obrigada Tia, por tudo. Eu voltarei lhe prometo. - digo segurando as mãos de minha tia entre as minhas.

Então as vozes da multidão se fizeram ser ouvidas ao longe.

- E vocês, estão seguros? - perguntei.

- Estamos, não tem como provar que somos bruxos, ficaremos bem. E Sam você fez a coisa certa mesmo que esses ingratos não saibam reconhecer.

- Obrigada Michel. Fiquem bem.

Todos me abraçaram e em seguida eu me separei.

- Siga o túnel até o final, ele dará na parte mais erma da vila e de lá você poderá seguir de modo rápido e seguro para a floresta.

- Assim farei Tia Agatha. Fiquem bem todos vocês.

Disse e segui meu caminho correndo pelo túnel apenas com minha sombra a me acompanhar. Desta vez, estou sozinha. E vou ter que me virar de alguma forma.
                   
♤♡♤

Depois de aproximadamente trinta minutos cheguei ao final do caminho. Subi as escadas até o alçapão de saída, levantei-a cuidadosamente, ao redor nada se ouvia. Saí de meu esconderijo observando cada detalhe da paisagem.

Saí no campo florido que há na parte oeste da vila. Algumas poucas árvores apareciam aqui e ali, adormecidas. Ao longe era possível ver o cercado de uma fazenda. A lua baixa, quase a se por, indicava que dali não a muito tempo o clarão que antecede a aurora surgiria.

Segui pelo campo, minha capa negra a esvoaçar com a leve brisa da madrugada. Depois de uns bons dez minutos cheguei ao fim da fabulosa campina, me encontrando na orla da floresta que cerca a parte oeste de Wallya. Uma floresta densa, aparentemente hostil, e que é considerada amaldiçoada.

Nunca se escuta ruídos da floresta, nenhum pássaro, nem movimentação nas folhas das árvores. Animais que aqui entram não voltam. Várias vezes árvores que estão nas margens da estrada aparecem com marcas de garras enormes. O que é um mistério uma vez que não há lobos ou ursos pelos arredores.

A Floresta Widnir. A temida floresta Widnir. Enchendo-me de coragem, levei a mão ao pescoço encontrando ali o colar dado por Jason. Então as interrogações surgiram: Ele estava vivo? Estava bem? Ele vira o que ocorreu? O que ele estava achando de tudo isso?

Tirei minha faca de caça nova e começei a abrir caminho pela vegetação densa e intrincada da margem. Depois de alguns minutos cheguei a uma parte bem menos rígida. A floresta a partir dali já se tornava parecida como qualquer outra. Podia-se andar livremente, o solo úmido e musgoso, árvores altas e de copas enormes, plantas finas que tentavam se esticar ao máximo para obter um pouco de luz. O que se via do céu era um clarão em alguns pontos, anunciando que a aurora chegara, e indicando o início de um novo dia.

Caminhei pela floresta até chegar a uma pequena clareira. Me sentei na relva úmida de orvalho pra me examinar melhor e então notei o quão ferida estava. Diversos arranhões dos meus adoráveis adversários estavam depositados em meu corpo, junto com um corte mais profundo abaixo das costelas e diversos hematomas arroxeados. Usando meus poderes lavei os ferimentos para que não infeccionassem e rasguei um pedaço da capa fazendo uma atadura no ferimento mais profundo. Então senti o peso do cansaço e de uma noite não dormida, os olhos começaram a pesar, e eu acabei adormecendo recostada na pedra ao lado.

                         ☆♤○♤☆

Acordei sentindo o protesto dos músculos de meu corpo  e do meu estômago avisando de que teria que caçar algo para comer. Lavei meu rosto e em seguida peguei minhas armas - que são a única coisa que tenho - e começei a caminhar.

Andei mais do que queria confesso até conseguir achar um coelho. Usando magia para não gastar minhas flechas abençoadas, capturei o animal. Encontrei outra clareira um pouco maior até que a primeira e decidi  ficar por ali. Após limpar minha caça, recolhi pedras e gravetos o suficiente e acendi uma fogueira para assar a carne do animal.

Depois de calar o meu exigente estômago, tentei me localizar. Eu havia entrado pela parte oeste de Wallya. E continuei seguindo reto floresta a dentro. Illidya fica ao Norte de Wallya, o caminho habitual é pelas colinas e a floresta segue paralelamente a estrada, posso ir com facilidade. Me pus a andar e começar minha fabulosa e irônica jornada. Seguiria sempre ao norte, verificando todos os dias ao final da tarde se continuava no caminho certo.

Fiz a primeira verificação subindo na copa de uma das árvores. Pude ver a vila a leste de onde me encontrava. Estava no caminho certo ao menos. Eu ultimamente andava com tanto azar que temia ir parar no lado oposto do qual deveria ir, isso não poderia ser possível, poderia?

Continuei a andar e com meu estômago silenciado enfim prestei atenção ao meu redor. O ar era diferente por dentro, mais leve, mais puro. A terra úmida e fértil, com rochas cobertas de tapetes verdes de musgos pontilhando a paisagem. Diversos cantos de pássaros soavam parecendo vir de todos os lados. É lindo! Uma enorme besteira as pessoas temerem a floresta, não existia motivo pra isso.

Existia?

Continuei caminhando até o céu ficar rosado indicando o pôr do sol. Fiz minha verificação e felizmente estava indo bem. Procurei um lugar onde descansar e encontrei um espaço legal para uma fogueira e uma boa pausa. Consegui umas aves para o jantar e assim montei meu acampamento. Estando envolta em minha capa, adormeçi.

                          ☆♤○♤☆

Acordo.

Uma sensação.

Sensação de estar sendo observada. Não dava pra ver nada ao redor devido a escuridão. Então levanto-me e reacendo a fogueira para conseguir um pouco de luz. Meu acampamento ganha um pouco de iluminação e calor. Observei novamente.

Nada.

Nada se ouve, nada se move, nada se vê.

A sensação continua. Cada movimento meu parece ser observado. Não sei pelo que ainda, mas que estou, estou. Como não vou pagar pra ver o que é, decido apagar minha fonte de luz. Faço algumas labaredas surgirem na palma da mão, e com ela ouço algo se mover por meio do balançar das folhas.

Ótimo. Agora é real.

Olhei em volta e nada. Começei a caminhar lentamente com a luz que criei e a cada passo que dava eu ouvia folhas balançarem com o movimento de algo entre elas.

Meu coração acelerou com a situação. O que fazer? Não dava pra subir numa árvore naquela escuridão. E se fosse um felino, poderia me seguir facilmente. Ursos também. O que fazer? Pensa Sam, pensa!

- Olha não sei quem é você, mas eu estou só de passagem, prometo que não vou ficar na sua área muito tempo.

Falo na possibilidade de ser alguém que viva na floresta escondido. Nunca se sabe.

Barulho. Cada vez mais perto o som do mexer das folhas, cada vez mais perto. Até eu ver.

Pontos. Dois pontos na escuridão.

Olho com mais atenção...

Olhos. São dois olhos a me observar.

Legal. Lobo. Um lobo! Era o que me faltava. O problema é que eu não sabia quantos tinham. Então ele se aproximou o suficiente  para eu poder vê-lo melhor.

Definitivamente não era um lobo. Pelo menos não o animal comum.

Ele tem o dobro do tamanho de um lobo comum. De quatro patas sua cabeça paira alguns centímetros mais alta que eu. Uma pelagem castanho claro densa e cheia, toda eriçada indicando que ele vai me atacar. Suas orelhas coladas a cabeça e a boca entreaberta. Suas garras dariam uma adaga. Está sozinho ao menos.

- Olha eu estou só de passagem, não vou ficar. E eu não quero te machucar.

Falei na esperança de que ele me escutasse. Por mais que seja difícil de crer ele recuou um pouco com o som da minha voz, me olhando com desconfiança.

- Eu sei que você não é um lobo comum, sei que pode se transformar, e você sabe que eu não sou uma pessoa comum, sou uma bruxa. E sei me defender.

Eu sei que ele não é um simples lobo. Tenho certeza. Eu leio direto sobre eles, o tamanho dele é incomum, os olhos são humanos. Não há dúvida.

Não gosto de usar o termo "lobisomem" porque são coisas bem diferentes. Lobisomens são amaldiçoados que se transformam involuntariamente nas noites de lua cheia, perdem completamente seu lado racional e assumem uma forma híbrida de lobo e homem.

Os lobos de que falo, se tranformam completamente nesses animais, mantém sua consciência e sua transformação é de acordo com sua vontade.

Enfim, com o fogo em mãos, lanço-o para a fogueira que inflama de imediato.

Péssima ideia.

A luz repentina o assusta e ele pula em cima de mim me derrubando. Atordoada com o coração a mil e ofegando tento raciocinar antes que eu seja a próxima janta.

Então ele me encara. Vi algo como surpresa passar em seus olhos cor de mel, eu diria âmbares, mas nessa meia luz é difícil dizer. E  dentro de mim alguma coisa apita, querendo me alertar, me contar. Então ele sai de cima de mim apressado  me encarando. Fareja o ar em minha direção, e por fim se senta abanando a cauda, como se me reconhecesse.

Ookaay, agora quem não está  entendendo nada sou eu.

- Você me conhece? - perguntei.

Ele abana a cauda mais forte.

- Quem é você então?

Daí ele se levanta e sai correndo feito um tiro de flecha mata a dentro. E eu fiquei por lá. Parada igual uma tola olhando pro mato de onde um lobo maluco acabara de sair me atacar e ir embora.

- Eu vou ficar louca desse jeito - resmungo enquanto volto para minha "cama".

Aquele lobo não apresenta perigo. Disso eu já sabia. E estava sozinho. Então decido que é melhor esquecer o assunto. Se ele voltar e der o ar da graça humana dele quem sabe possamos conversar?
Deito-me novamente e deixo-me embalar pelos braços do sono.

                              ☆♤●♤☆

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