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• Cativeiro •


Não Samhara. Ainda não é a sua hora de partir deste mundo.

Uma voz grave ecoava em minha cabeça. Senti que me é familiar, mas não consigo identificar. Como se fosse a memória mais antiga e mais esquecida de minha vida.

Ainda não é a hora...

Ainda não...

Não sinto nada, é como se meu corpo flutuasse no vazio. Meus olhos fechados me deixam em um torpor mental sem tamanho. Só há escuridão, a voz, e minha quase nula consciência.

Era tudo tão denso ao redor...apesar de sentir como se levitasse. Penso em onde estou e em quem fala comigo, e como se pudesser ler meus pensamentos ela responde.

Você irá saber, no momento adequado... Apenas agarra-se em minha voz. Use-a como sua corda para retornar a realidade...como sua corda para retornar a vida...

As palavras ecoavam em minha cabeça enevoada. Foquei minha atenção nelas. Aos poucos as coisas foram ficando mais leves, cada vez mais leves, até um clarão surgir e eu me sentir despencar de onde estava.

Levantei sobressaltada, puxando uma enorme quantidade de ar pela boca. Ofegante pisquei diversas vezes tentando recobrar a consciência enquanto minha cabeça latejava.

Meu corpo acordou aos poucos,  despertando os sentidos e se atentando as coisas. Levei minha mão a frente do rosto, a girando e mexendo os dedos.

Tudo me parecia tão, tão vago. Não sabia onde estava nem o que devia fazer.
Olhei em volta, estava sentada num chão de terra e encostada a uma parede, o lugar era pequeno, e do meu lado direito tinha uma grade de metal.

Estava sozinha.

Me levantei testando minhas pernas que falharam na primeira tentativa me fazendo cair. Me apoiei na parede firmando a direita, depois a esquerda. As experimentei e dei alguns passos hesitantes até chegar a grade.

Olhei o que me era permitido. Nada além de um corredor com mais grades e saletas como essa, acho...acho que se chamam celas, isso celas.

Então estou numa cela.

Resolvo sentar novamente, mas assim que curvei meu corpo, uma dor enorme me atingiu e gritei em agonia. Olhei o local de onde ela veio, minha blusa tinha um corte grande, e minha pele exposta mostra uma cicatriz rósea, que se inicia acima de meu umbigo e termina abaixo dos seios.

Devido a ter sentido a dor igualmente nas costas, levo a mão a ela e percebo que também há um rasgo em minha blusa ali e ao tocar minha pele percebo um traço vertical igual ao da frente. Melhor tomar cuidado com meus movimentos.

- Quer dizer que a bruxa acordou.

Continuo a me examinar observando minhas roupas sujas, sem dar atenção a quem está falando.

- Estou falando com você sua imunda! Anda logo prisioneira olhe pra mim!

Me viro ao som da fala e vejo um jovem de longos cabelos loiros.

- Falou comigo? - pergunto olhando pra ele.

- E tem mais alguém aqui?

- Não sei. Não consigo ver através das paredes pra saber se tem mais alguém ao lado.

- Não se faça de sonsa bruxa! - ele grita.

- Eu sou uma bruxa? Que tipo de bruxa eu sou? - pergunto curiosa.

- Que? Esqueça, só me diga onde está o frasco com meus poderes! Holden foi morto na batalha, eu vasculhei o corpo dele e não encontrei. Só pode estar com você! Não o encontramos em seus pertences, com certeza o enfeitiçou para que ninguém achasse.

Holden? Batalha? Frasco de poder, do que ele está falando?

- Não tenho a mínima noção do que você está dizendo. Poderia responder a minha pergunta?

- Pare de fingir! Você vai pagar por ter arruinado meus planos. Graças a você que perdemos nossos dragões e fomos derrotados! E agora tínhamos tudo pra vencer usando os gigantes e você novamente aparece pra me atrapalhar!

- Se eu fiz tudo isso porque não me matou? Porque estou presa aqui? - digo me levantando novamente e indo até a grade onde está.

- Porque o chefe quer ter esse prazer pessoalmente. Por mim teríamos deixado seu corpo jogado no campo. Admito estar surpreso, era pra você estar morta. Sua feitiçaria é de fato muito forte.

- E por que seu chefe não vem e termina com isso de uma vez? - o encarei.

- Está sem tempo para diversões. - Após essa resposta ele se retira me deixando sozinha.

O tempo foi passando e as informações gerais aos poucos retornaram, como conceitos e utilidades.

Agora sei que estou desmemoriada, e que preciso sair daqui. Sei que sou uma bruxa, e aquele ser desprezível é um humano. Ele não me fornece informação alguma, e só sabe se aproveitar da minha falta de memória sempre tentando me humilhar, mas tenho orgulho de dizer que ele falha miseravelmente e sai mais ofendido que eu.

De horas em horas uma criatura que sei ser um Orc aparece com um pedaço de carne crua e uma jarra com água e joga dentro de minha cela, é a única coisa que recebo pra comer e beber, nada mais que isso.

Com o passar do tempo fui notando a resposta dos elementos naturais as minhas variações de humor e descobri que sou uma bruxa do tipo elementar, e desde então venho treinando com isso, o que me permitiu assar meu pedaço de carne tornando minha refeição bem mais aturável.

Agradeço as vezes que aquele cretino me fez passar raiva, foi assim que descobri meus poderes. A partir do momento que utilizei uma habilidade, a informação de outra aparecia e assim sucessivamente, até agora eu poder usar tudo como usava antes acredito eu, já que não tenho acesso a mais nenhuma novidade a tempos.

Não tenho noção de dias já que não há luz alguma aqui, e provavelmente estou no subsolo, então conto o tempo em refeições, a cada três, conto um dia de cativeiro.

Já tentei fugir diversas vezes, e sempre falha. Os guardas são fáceis de driblar, mas não sei o caminho pra saída, então sempre me perco nas galerias desse subsolo e acabo pega.

E essa é minha rotina: dormir, acordar, treinar, e tentar fugir que é exatamente o que estou fazendo agora. Desta vez tem tudo pra dar certo, já desenhei no chão um mapa com todos os caminhos que descobri nas outras tentativas. Isso me deixa três possibilidades restantes, mas cada uma delas pode me levar a outras galerias e me abrir mais um leque de caminhos diferentes, entretanto tenho que tentar.

Encosto na parede, derreto os grilhões que me colocaram nas mãos e nos pés. Me ajeito junto a grade como se ainda estivesse presa. O guarda aparece com minha comida.

Eles não me dão mais água, a não ser quando estou pra desmaiar de sede, por causa de uma de minhas tentativas de fuga em que afoguei o monstrengo com a água da jarra pra poder escapar.

Ele se aproxima e passa a refeição pelo espaçamento da grade feito pra isso. Descobri uma coisa nova nesse tempo, além de esquentar o sangue de alguém, posso congelar.

Assim, vejo o guarda desacelerar seus movimentos até cair no chão, duro feito gelo. Passo minha mão pela grade e pego as chaves em sua cintura, junto com sua espada.

Me destranco saindo dali, mas não sem antes finalizar com orc que aos poucos descongelaria.

Ando pelos túneis que sei que funcionam como estradas e que não dariam nas vilas dos monstros. Em minhas experiências anteriores descobri o horário de refeição em que acho ser o jantar devido a ter fugido e tudo estar sem movimentação, desde então só tento fugir nessa hora.

Dois deles aparecem e me escondo na curva do túnel os esperando. Seus passos pesados denunciam sua proximidade. Inspiro fundo sentindo a adrenalina correr solta em minhas veias, um sorriso involuntário brota em meus lábios.

No momento em que passam a curva, cravo a espada no peito do primeiro que vai ao chão. Por ser eu sozinha o segundo tenta me acertar sem chamar ajuda. Desarmada fico em posição de defesa esperando o ataque.

Ele resolve um golpe alto e me abaixo, pra em seguida saltar por cima da lâmina no segundo ataque que ele desfere. Caio em cima da espada a prendendo com os pés o fazendo soltá-la.

Ele tenta me agarrar, e pela proximidade quase consegue, mas me esquivo rapidamente o desequilibrando, nisto me apoio em seus ombros por trás, fazendo seu corpo abaixar sob o peso do meu, salto enlaçando a garganta com as pernas, segurando as laterais de sua cabeça, e num movimento rápido a virando com força quebrando seu pescoço.

Quando vou pegar sua espada pra mim, vejo uma faca em seu cinto, e sem pensar duas vezes a pego também.

Se encaixa muito melhor em minha mão do que uma espada, penso, mas sou interrompida de meus devaneios por palmas.

- Parabéns. Você conseguiu novamente sair da cela, só que mais uma vez fracassou.

Olho pra trás vendo o miserável loiro. Rosno pra ele em posição de defesa e observo os três guardas que trás consigo.

- Está se tornando um animal, bruxa? Os dias aqui não estão te fazendo nada bem. Se quiser posso te jogar ainda mais fundo que a sua cela atual.

- Eu prefiro a sua cabeça! - fiquei em posição.

- Peguem ela.

O primeiro corre até mim, pego a espada apontando em sua direção no momento em que ele iria me pegar, o tranpassando com a lâmina.

O segundo vem logo atrás, e jogo o corpo do primeiro em cima dele, o levando ao chão e fincando a arma em seu coração.

O terceiro é cauteloso e hesita, nos rodeamos enquanto ele gira o machado em mãos. Tiro a faca que tinha guardado na cintura da calça e espero.

Ele ataca e aproveito o golpe pesado pra me desviar e cravar a faca em suas costas, ele gira me batendo na parede do túnel pra logo em seguida direcionar uma série de ataques rápidos. Me desvio aproveitando a brecha de um golpe alto pra me apoiar na parede e empurrá-lo com meus pés.

Ele cai no chão comigo agachada em cima de seu peito, onde a ponta da faca que antes tinha pouco entrado em meu golpe mal calculado, aparecesse na frente de seu corpo perfurando o coração.

Olhei pro garoto loiro. Não deveria ter mais de vinte e dois, e conseguia me despertar um ódio enorme apenas de olhá-lo.

Me aproximei e o agarrei pelo pelo colarinho o jogando contra a parede. Peguei a espada e preparei o golpe, mas a décimos de segundos antes de atingir sua cabeça sou pega pelos guardas que surgiram só pode do inferno e me seguraram prendendo meus braços e pernas enquanto me debatia.

- Confesso que me assustou bruxa - ele diz ofegante - mas lamento não ter conseguido. De novo. - ele gargalha enquanto manda me levarem com um simples gesto de mão.

Os orcs me levam de volta pra cela, são quatro a me segurar, e ao chegarmos me jogam dentro, colocando novos grilhões em meus pés e mãos.

- Se tentar mais uma vez, vai ser levada pro mais fundo túnel desse lugar.

- Vai se ferrar. - Cuspi em seu rosto.

Ele saiu me xingando de tudo que conseguia se lembrar me deixando sozinha novamente.

Eu queria me lembrar de quem sou, saber o porque de estar ali. Tudo que havia era um espaço oco, uma lacuna em branco. Cansada pelo esforço do dia, encostei no canto e adormeçi.


Senti algo úmido em meu rosto, abri os olhos e me assustei com um lobo lambendo minha bochecha. Me afastei até a parede oposta até minha cabeça se lembrar que aquele era um metamorfo e não um lobo comum.

- Saia daqui antes que eu te exploda! - Ameaço já me munindo com fogo.

Ele senta e me encara enquanto gane apressado olhando pra grade. A cela estava aberta, e um guarda morto no chão.

- É pra ir com você? - não penso duas vezes - Melhor que ficar aqui, vamos.

Derreti os grilhões que me prendiam. Saí da cela e o lobo em seguida que passou por mim e se postou a minha frente protetoramente. De onde eu o conheço?

Andamos cautelosamente pelos túneis, ziguezagueando, mas sempre em uma direção constante, pra cima. Tudo estava indo devidamente bem, até alcançarmos um nível onde o túnel estava altamente movimentado.

- Não tem como passar despercebido aqui o que a gente faz? - pergunto.

Ele se abaixa em minha frente e me encara.

- Você...quer que eu te monte?

Aponta com a cabeça pras próprias costas. Posso notar a diferença no ar daqui. Nós estávamos tão fundo na terra, que o ar era pesado e úmido, era saturado demais devido as tochas consumindo o pouco ar que se tinha, já aqui não, é mil vezes mais leve, e mais claro também. 

Sem pensar mais, subo em suas costas e me agarro a seu pêlo castanho claro que juro por Deus já ter visto antes. Ele se levanta e olha pra mim uma última vez, assinto com a cabeça e saímos em disparada pelo caminho.

Ele corre tão rápido que passamos quase voando pelos primeiros orcs. Mas quando percebem o que está acontecendo começam a tentar nos cercar. Me acostumei ao movimento da corrida conseguindo me equilibrar, assim que tive minhas mãos livres, começei a atirá-los nas paredes eliminando os impecilhos.

Continuamos a correr estrada a cima, fazendo várias curvas e driblando guardas. Um deles se pôs a nossa frente, antes que o tirasse o lobo agarrou sua garganta e ele mesmo o joga longe.

Não havia um único movimento errado, um único erro ou deslize, estávamos em sincronia perfeita, acho que aquele pulha tinha razão quando disse que estava me transformando em um animal. Enfim entramos no último túnel, ao fim dele a entrada desse covil. O trajeto completamente cheio de orcs, bem mais que aquele em que começamos a nossa corrida.

- Vamos. - disse confiante.

As orelhas dele se movem captando minha fala. Atrás de nós o som dos outros a nos perseguir, a frente o obstáculo final.

Abri os braços e busquei o ar que prontamente me respondeu. O lobo começou a corrida novamente, eu uni meus braços a frente do corpo e os separando em seguida, fazendo uma lufada de vento tão grande que jogou todos ao chão enquanto corríamos pelo túnel em direção a liberdade.

No fim, alguns levantaram e se postaram na entrada fazendo uma barreira e apontando suas espadas pra nós. Achei que o lobo fosse parar por isso, mas pelo contrário, ele aumentou ainda mais a velocidade sem o mínimo de hesitação e saltou por cima da barreira.

Gargalhei alto com a situação completamente inebriada. O vento balançava meu cabelo, enquanto sentia a liberdade de olhos fechados e braços abertos. Meu coração batia em frenesi, e eu poderia gritar com esse misto de felicidade e excitação. O lobo continuava a correr pra longe do inferno, aqui fora sua velocidade era ainda maior e só paramos quando não vimos nem sinal da área orc. Ele parou ao lado de um lago, e eu desçi de suas costas rindo de alegria.

- Você viu? Viu a cara deles? - continuei rindo - O ódio nas carrancas de otários?

Deitei na relva fofa ainda sem condições de parar de rir. Olhei pra ele que me retribuiu cansado, mas consigui ver um certo sorriso alcançar seu olhar.

Me levantei e o abraçei agradecida. Ele não cheirava a animal, cheirava a gente. Um perfume que eu tenho certeza absoluta que conheço muito bem, e não consigo me lembrar.

- Obrigada, não sei quem você é, mas obrigada por me livrar daquela prisão. - digo o encarando.

Ele me devolve o olhar, mas seus olhos lentamente começam a fechar e então cai desmaiado. Ao virar pra trás vejo várias manchas de sangue de onde viemos.

- Não, não, não, não. - me desespero.

Percebo sangue em minhas roupas, então me abaixo e levanto sua cabeça expondo um corte entre seu pescoço e onde seria seu ombro. Levo a mão ao local pra ver se consigo ver a profundidade do ferimento, mas vejo outra coisa.

Sem expressão, fico paralisada.

Com o rosto suando frio, e minha cabeça a mil, tiro minha mão ensanguentada de seu pêlo, mas ela não volta vazia, pois acabo de puxar de seu pescoço, um colar de obsidiana.

O meu colar.

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