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TRÊS

            Acordo assustada depois de um pesadelo sem sentido e com um pouco de dor no corpo. Não faço ideia de que horas são e fico deitada por alguns minutos, olhando para o teto, tentando organizar as ideias.

Então... Eu estou num lugar que não sei se é real, arrancaram meu coração e ainda estou viva. Levanto e inspiro o máximo que meus pulmões suportam, me lembrando da frieza e simpatia da Rainha... Doeu. Eu senti. Então, não posso estar sonhando. Vamos lá, Melinda, levante-se e explore o lugar.

O banheiro da minha suíte é iluminado por um lindo e pequeno lustre, a lâmpada deixa o cômodo amarelado e a madeira marrom claro combina com... Epa, o que é isso? Aproximo-me da pia, onde tem um jarro com flores brancas: são camélias, flores do inverno. Sorrio, é ótimo ver um toque leve e feminino num lugar que me deixa instigada!

Vou para o corredor e sigo em direção oposta à da sala: a casa é pequena e, antes da varanda, apenas uma cozinha. É fofinha, pequena e aconchegante. Mas, como tudo na casa, os móveis são de madeira e a decoração é toda em preto, cinza, branco e, mais raramente, um azul claro. Sinto falta de um amarelo, rosa ou qualquer outra cor alegre. Volto para a sala e vejo um relógio: são três da tarde! Preciso tomar um banho. E acho que vi sais e óleos ao lado da banheira...

Sorrindo à toa, vou saltitando para o banheiro e preparo um banho quentinho e espumante. Tiro a camisola e afundo na banheira, eu adoro esse lugar! Fecho os olhos e fico ali deitada, relaxando... Não quero pensar em mais nada, em ninguém, porque sei que não deveria estar curtindo tudo isso. Quer dizer, a Ashley deve estar pirando de preocupação aonde quer que ela esteja. Melinda, você disse que não queria pensar neles. Então para de fazer isso!

– Você está viva?

Quase engasgo de susto e sento melhor na banheira, olhando preocupada em direção à porta, onde o garoto de ontem está me olhando com as sobrancelhas franzidas.

Você! – Como diabos esse menino entrou aqui?! – Eu... Estou ocupada – digo, me encolhendo sob as espumas. Hoje eu morro de vergonha!

– Percebi. – Ele vira-se de costas e diz, antes de sair andando. – A Rainha a espera no castelo. Não demore, está atrasada.

Atrasada? Não me lembro dela ter combinado uma hora específica! E, caramba, preciso pôr trancas na porta! Saio d'água, me enrolo na toalha e vou para o quarto, pôr uma roupa e ver o que a coroada quer. Mas, que absurdo! Você não pode nem tomar banho em paz!

Depois de colocar um vestido branco superelegante e um casaco de peles preto, sigo para a porta. Nunca mais vou encarar aquele garoto, que vergonha! E você não vai esquecer essa cena, não é, Melinda? Como poderia?

– Ai, meu Deus! – Deixo a exclamação escapar quando vejo uma criatura estranha parada na porta da minha casa: é uma pessoinha de alguns centímetros de altura e vários de largura, com pernas e braços muito curtos. Não, não é um anão. E a prova disso são as orelhas de elfo. Os olhos esbugalhados e o narigão completam a figura estranha...

– Trouxe o cavalo. Rápido, rápido, rápido! A Rainha não espera! – E a criatura saiu correndo. Poxa, ele fala rápido! E como corre! Nem parece que tem perninhas tão curtas!

Vejo a figurinha indo embora num pônei e fico imaginando como montarei no cavalo que ele me trouxe. Eu moro em Nova Iorque, poxa, não sei cavalgar!

– Quer ajuda? – Uma mulher loira pergunta, aproximando-se de mim.

– Quero sim. Obrigada. – Olho melhor para ela: magra, com profundas olheiras e os olhos tão azuis e sem vida que me fazem sentir pena dela. – Meu nome é Melinda.

– Anna. Sua vizinha. Venha. – Será que ela sabe falar uma frase com mais de duas palavras?

Com muita dificuldade, consigo montar no cavalo e me viro para agradecer, mas a mulher já está indo embora. Dou de ombros e vou cavalgando lentamente em direção ao castelo. E eu não sinto medo, apesar de nunca ter montado num cavalo. À medida que me aproximo do palácio, vou percebendo que não sinto temor nenhum, apenas um formigamento e um frio na barriga. É muito estranho. Principalmente a falta de algo pulsando dentro do meu peito, é terrivelmente bizarro.

– Finalmente! Como se sente, querida? – A Rainha está me esperando na entrada do castelo, com um sorriso largo. Não digo radiante porque ele também parece meio falso...

– Não sinto. – Ela ri e me abraça quando finalmente a alcanço.

– Exatamente. Venha, você vai jantar comigo hoje.

– Mas ainda são quatro horas...

– Quinze para as cinco. – Sinto um tom de repreensão em sua voz, ela realmente não gosta de atrasos. – Exatamente a hora do jantar. Meus planos eram lanchar contigo, mas acho que você estava muito cansada...

Vejo que a casa dela é cheia daquelas criaturinhas, que correm de um lado para o outro, fazendo todo tipo de serviço. Ela percebe meu olhar e diz, sorrindo:

– São meus servos. Eles que prepararam sua casa quando você chegou. São muito eficientes. – Isso explica o fogo...

Chegamos na sala de jantar e vejo uma linda e enorme mesa posta com deliciosos pratos. Ou pelo menos eles parecem deliciosos, com esse cheiro e essa ornamentação...

– Sente-se. – Ela não precisa mandar duas vezes, imediatamente tiro meu casaco, entrego-o para um serzinho e puxo uma cadeira. – Como passou a noite?

– Bem, eu acho. Dormi como uma pedra. – Estamos nos servindo e minhas mãos tremem de fome. Não presto atenção no que estou colocando no meu prato, mas tudo ali parece muito apetitoso.

Ela para de falar por um momento e eu como tudo com muito gosto: tem pão recheado, um suco vermelho que eu não sei do que é feito, mas é doce, levemente cítrico e magnífico! Uma carne gorda e suculenta como o peru do Natal passado, um arroz branquinho e solto, macarronada, sopa, tortas... Não tinha percebido que estava tão faminta até ver aquela mesa e, Deus, comi tanto que se minha mãe estivesse aqui ela certamente iria me repreender! Mas fazia horas que eu não comia e não me importo com o que a Rainha pensa.

– Mínimos! – Uma criaturinha se aproxima e a Rainha avisa. – Já terminamos, tragam a sobremesa. – Ela olha para mim e dessa vez não está sorrindo. – Precisamos conversar. Prefere falar agora ou daqui a pouco?

– Depois. – Ah, eu sei, sou uma covarde!

Eu como um pouco do mousse de morango, pudim e uma fatia da torta de amora. Não olho um minuto sequer para a cara da Rainha. Não sinto medo, não sinto nada, na verdade, mas algo me incomoda nela. Finalmente termino de comer e percebo que ela está me encarando. Dou um sorriso torto e a Rainha fala, levantando-se:

– Venha. – Sigo-a enquanto os Mínimos tiram a mesa.

Caminhamos em silêncio por uns corredores até chegarmos a uma estufa. Sempre gostei de flores, mas todas ali são branquinhas e essa falta de cor está me deixando maluca! A Rainha se vira para mim e diz, com aquela voz quase metálica que me deixa um pouco nervosa:

– Melinda, diga-me: você tem algum talento para caça, agricultura, ou algo que nos possa ser útil?

Só pode ser piada. Minha querida, já viu uma nova-iorquina caçar?! Só se for peças em promoção numa boutique, mas acho que não é isso que você quis dizer...

– Não. Mas gosto de flores. – A Rainha suspira revirando os olhos e eu fico ainda mais incomodada, será que ela vai me mandar embora? Não posso ir! Ainda não! – Mas eu aprendo rápido, é só me ensinar! Qualquer coisa, posso fazer o que quiser. Não me mande embora, por favor, eu posso...

– Melinda! – A Rainha sorri surpresa e me abraça de lado, acho que está tentando me reconfortar. – Você não vai a lugar algum, não vou te mandar embora, jamais faria isso! – Ao mesmo tempo em que sinto alívio, a mesma sensação de formigamento e frios na barriga me invade. Não se preocupe, Melinda, ela não quis dizer que nunca mais te deixará ir embora! Sorrio para mim mesma ante o meu temor e a Rainha continua. – Vamos pensar em alguma coisa que você possa fazer.

– Para quê eu precisaria caçar?

– Dividimos as tarefas e os resultados aqui: a equipe A é responsável por trazer água para a vila; a equipe B cuida de pegar comida como nozes e amoras-do-inverno; o time C caça para a vila e o D cuida dos cavalos. Amanhã você começará no grupo B, acho que é o mais fácil. Mas, se não se adaptar, trocamos você de equipe. Está bem?

Balanço a cabeça concordando e ela pergunta algo que eu jamais pensaria ouvir dela:

– Você tem algum talento? Canta, pinta, dança, escreve...? – Não sei por que a Rainha quer saber disso, mas respondo mesmo assim.

– Eu gosto de pintar...

– Ótimo, os Mínimos trarão o material necessário para você. – Ela percebe minha cara de quem não está entendendo nada e completa. – Os dias passam muito lentamente quando não fazemos nada e pensamentos bobos podem nos perturbar. Quando isso acontecer, poderá pintar para se distrair.

– Muito obrigada. – Estamos saindo da estufa quando pergunto. – Por que eu não estou sentindo medo? Quer dizer, parece que sinto alguma coisa, mas não é como os sentimentos que estava acostumada a sentir, é mais sutil e fraco...

– Isso é o seu cérebro tentando trabalhar por ele e pelo seu coração, o que você sente são memórias de sentimentos, por isso eles parecem, de certa forma, falsos. Mas, em breve você não sentirá mais isso. Me diga, quão forte são essas emoções?

– Muito... – Neste momento, a Rainha franze a testa e, pela primeira vez, desde que cheguei aqui, ela parece demonstrar certa emoção. Diria que ela ficou preocupada.

– Obrigada por vir. – Já estamos na sala e ela aponta para a porta. – Os Mínimos vão te acompanhar até a saída. Se me permite, preciso resolver algo.

– Claro. Obrigada por tudo!

Uma criaturinha me acompanha até a porta e, quando chego lá, outra me espera com tintas, pincéis e telas. Reclamo que só tem tintas brancas, pretas e azuis, mas ele não me responde e eu não insisto. Não daria certo mesmo... Estou indo para casa e não consigo parar de pensar por que diabos tudo aqui é tão sem vida!

Chego à vila e a Anna vem buscar o cavalo, ela deve ser do time D. Sorrio em agradecimento, mas, antes que eu possa dizer qualquer coisa, a mulher se vira e vai embora, me encarando como se eu cometesse um grande pecado ao sorrir!

– Como foi a reunião?

Estremeço de susto e, ao virar, me deparo com o Max de braços cruzados, me encarando encostado na porta da minha casa. Garoto enxerido...

– Melhor que o meu banho, pelo menos não fomos interrompidas. – Passo por ele com uma cara fechada, espero que ele perceba que estou muito chateada.

– Eu bati na porta, mas você não respondeu. – Viro para ele, franzindo as sobrancelhas. Não sinto raiva, mas quero que ele pense que estou irada.

– Não justifica. Talvez eu só quisesse ficar sozinha.

– Você está com raiva?! – Ele parece surpreso.

– Oh, claro que não! Adoro dividir meus momentos de privacidade... – Eu falo sarcástica e ele me encara como se eu fosse um ser de outro planeta ou algo assim.

Reparo, então, que os olhos dele não são totalmente verde-escuros: as "bordas" da íris são tão claras quanto os olhos da Rainha. E ele parece ser tão frio quanto todos ali da vila, com exceção de uma coisa. Max é o único ali que aparenta ser sincero comigo. Como se fosse uma rocha de gelo: transparente, mas congelado.

– Cuidado. – Ele coloca o capuz e põe as mãos nos bolsos do casaco de peles. – Sentir aqui é sinal de fraqueza... – Hã?! Garoto esquisito!

Ele vai embora e eu entro em casa, sento no sofá e fico olhando para as telas em branco. Por que não? Ainda está cedo para ir dormir e, como a Rainha disse, não é bom ficar à toa... Pensamentos bobos podem aparecer.

Sento-me no chão, apoio uma tela na mesinha de centro e começo a pintar. Faço o caule preto, as ramagens cinza e as folhas azul-gelo. Quando finalmente termino, olho para a tela, para a árvore que pintei. Ela foi cortada rente às raízes e está caída para a direita. Do toco que sobrou, nasce uma nova plantinha... Essa pintura tem um significado especial para mim e eu a coloco com carinho num local alto para secar.

Depois de lavar as mãos e escovar os dentes, ponho minha camisola de lã e fico deitada, olhando para o teto. Sentir é sinal de fraqueza... Por quê? Mas eu não sinto nada, não exatamente, então não posso ser fraca. Viro para o lado, acho que dormi demais hoje, quer dizer, eu acordei quase três da tarde! Para de pensar, Melinda, quanto mais você pensa, menos sono sente.

Começo a cantarolar emeus olhos vão se fechando lentamente... Lentamente... Max curvou-se sobre a ponte e pensou se não seria melhor dar um fimnaquilo tudo... Sento na cama, sobressaltada, superacordada de repente.Max! É daí que eu conheço esse nome, do livro na biblioteca! Fico sentada nacama, com a mão na cabeça, tentando entender. Será que todas as pessoas queestão aqui são aquelas que estavam no livro? Mas ele era superantigo! Não, nãoé possível... Volte a deitar, Melinda, tem muitos garotos que se chamam Max,isso é só uma coincidência. Deito novamente na cama e volto a cantar, dessa vezestou mais tensa... Repito para mim mesma que não há motivos para me sentirassim, até que, finalmente, fecho os olhos e os pensamentos cessam.  

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