Capítulo 35
DOIS MESES DEPOIS
A brisa fresca chicoteou no meu rosto fazendo meus cabelos, que já estavam mais longos do que eu me sentia confortável, roçarem minha bochecha me arrancando uma lágrima em uma mistura entre dor e tristeza.
Aquela garota em pé naquele cemitério não se parecia em nada comigo.
Eu precisava de um corte urgente.
Sorri com o pensamento ridículo para a ocasião.
É engraçado como quando estamos em situações tristes ou de estresse, as coisas mais estranhas passam pela nossa cabeça.
Desde piadas fora de lugar a ideias malucas ou sem sentido como o comprimento de um cabelo.
Talvez fosse uma maneira do nosso subconsciente de nos proteger daquela angústia ou talvez nós apenas não conseguíssemos lidar com a perda.
De todas maneiras, não era algo pelo que se envergonhar.
Ninguém é perfeito no final das contas.
Ninguém sabe exatamente como reagir, o que dizer ou fazer.
A lápide com a palavra Schultz escrita em letras elegantes fez meu corpo inteiro se arrepiar e esfreguei os braços para espantar aquele frio que ameaçava congelar tudo dentro de mim.
Meus olhos se encheram de lágrimas ao lembrar do que tinha acontecido e de repente as lágrimas escorreram até o meu pescoço em uma enxurrada interminável.
Era tanto para lidar.
Uma carga emocional tão pesada sobre os meus ombros que eu quase desabei ali mesmo.
O cemitério estava vazio como de costume e apertei as pálpebras puxando uma longa respiração, o que foi um erro, já que imagens daquela noite pipocaram dentro da minha cabeça me fazendo desejar poder voltar no tempo para tentar evitar aquela fatalidade.
A rosa branca ainda descansava entre meus dedos trêmulos e me abaixei para colocá-la dentro do recipiente com água em um gesto solene.
Era a única flor ali.
Como se ninguém se importasse.
Como se a sua presença não fizesse nenhuma falta.
A tristeza me invadiu novamente e me ajoelhei na grama verde e bem cuidada pelos funcionários, observando o mármore branco na minha frente.
Contornei o sobrenome com a ponta do dedo, me sentindo péssima por ter sido tão relapsa, tão indiferente com as pessoas que moravam literalmente a poucos metros de mim.
Às vezes estamos tão presos dentro da nossa própria bolha que não enxergamos o que está acontecendo ao nosso redor.
Será que se eu tivesse prestado mais atenção teria conseguido impedir toda essa tragédia?
Era o pensamento que me atormentava todos os dias desde que descobri a verdade sobre os meus vizinhos.
Eu deveria ter percebido que algo andava mal.
Deveria ter notado as atitudes estranhas de Viktor, o abismo que havia entre ele e o pai e principalmente a sua necessidade de se perder em um mundo de fantasia para esquecer da sua realidade.
Eu deveria ter sido capaz de ajudá-lo.
As ruas estão tão cheias de merda, repletas de pessoas ruins e de vítimas que não merecem sofrer e só de saber que a maioria desses nojentos ainda está solta por aí, meu estômago se contorcia em uma vontade enorme de vomitar.
Eu queria acabar com cada um deles.
Mesmo que isso fosse humanamente impossível.
Eu queria extinguir todo o mal daquela cidade, embora aquilo não fosse mais o meu trabalho.
Depois de ver com meus próprios olhos como até mesmo a justiça conseguia ser injusta, eu desisti de ser uma detetive a serviço público.
Eu continuaria lutando contra os criminosos, mas do meu jeito.
Só esperava que conseguisse fazer isso sem desabar como estava fazendo naquele exato momento.
— Ei, está tudo bem... -Os braços musculosos envolveram minha cintura, me puxando para um abraço apertado. — Eu estou aqui, liebe. Eu ainda estou aqui.
Acenei lentamente tentando me controlar.
— Mas por minha culpa eu quase te perdi. -Beijei o peitoral de Viktor como tinha me acostumado desde que ele saiu do hospital.
Ainda lembrava de como aqueles dias tinham sido terríveis.
Mesmo depois de sobreviver à cirurgia de emergência, Viktor ainda corria um risco de não conseguir.
Deus sabe o quanto eu rezei para que ele continuasse comigo, e por algum milagre eu fui correspondida.
E agradeceria pelo resto da minha existência.
A respiração pesada acima da minha cabeça me causou arrepios.
— Não deveríamos ter vindo. -Seus dedos apertaram os meus ombros, me afastando com suavidade e neguei com veemência.
— Você demorou quase quinze anos para conseguir entrar nesse cemitério, amor. -Seus olhos brilharam com as lágrimas não derramadas. — Precisa fazer as pazes com ela.
Ele engoliu em seco, a respiração resignada sabendo que eu tinha razão.
Viktor se culpava pelo que tinha acontecido com a mãe e aquilo estava torturando-o cada noite a tal ponto dele não conseguir dormir.
Os pesadelos ficaram cada vez mais frequentes e ele acordava suando e tremendo, se acalmando somente ao escutar a minha voz.
E embora fosse uma honra saber que eu conseguia puxá-lo de volta para a margem, ele não podia depender de mim para sempre.
Então depois de muito insistir, consegui convencê-lo de se consultar com um psicólogo e pouco a pouco ele foi aprendendo a se perdoar, a entender que ele era apenas uma criança machucada e que queria acabar com aquele sofrimento.
Além de que eu tinha certeza de que Íris entendia isso e não o culpava por nada.
Ela amava o filho com todas as forças, tinha protegido-o com o seu próprio corpo, recebido cada golpe, cada tapa e cada palavra ferina para que ele não tivesse que passar pelo mesmo.
Eu a respeitava e também ao homem que estava do meu lado, por mais difícil que fosse entender que ele de fato não era um criminoso por conta daquela minha mente de policial.
Viktor era o amor da minha vida e agora eu compreendia toda a sua luta.
Toda a raiva, rancor e impotência que ele deve ter sentido para levá-lo a cometer tamanha loucura.
O amor pode nos levar a realizar os atos mais insanos e eu não seria justa em julgá-lo.
Ele não merecia continuar sofrendo por algo que não foi realmente sua responsabilidade.
— Eu te amo, Viktor Schultz, com todo o meu ser. -Sussurrei olhando diretamente nos seus olhos. — Você me perdoa? -Ele franziu o cenho, um sorrisinho confundido se formando no seu rosto angulado.
— Alícia, eu já te disse que nada do que aconteceu foi sua... -Interrompi suas palavras com um beijo abarrotado de significados.
— Não é disso que estou falando.
— Então é sobre o quê?
— Sobre tudo o que aconteceu antes. Sobre eu ter te deixado partir, sobre não ter te procurado, não ter tentando entender os seus motivos... Deus, eu fui tão egoísta, tão infantil ao pensar só em mim. E-eu não fazia ideia do que você estava sofrendo. Me perdoa, amor, por não estar do seu lado quando você mais precisou de mim.
Uma lágrima escorreu dos seus olhos azuis, se perdendo na barba aparada.
Deslizei o polegar pela pele áspera, absorvendo a pequena gota transparente entre meus dedos.
— Você sempre esteve comigo, Coelhinha.
Foi minha vez de unir as sobrancelhas.
Viktor soltou uma risadinha rouca, sua mão levando a minha até o seu coração que batia freneticamente.
— Você sempre esteve aqui. -Ofeguei fechando os olhos e respirando fundo. — Ele nunca deixou de ser seu, Alícia.
— Viktor... -Sua mão apertou meu queixo e levantei a vista encontrando nos seu olhar uma seriedade que nunca tinha visto antes.
— Enquanto eu estava naquela sala de cirurgia, a única coisa que passava pela minha cabeça era: será que Alícia está bem? Será que estão cuidando dela? Alimentando-a direito? -Eu ri baixinho. — Você é a minha prioridade, amor. A mulher que traz cor aos meus dias cinzas, a dona do meu corpo e da minha alma. -Ele continuou ao mesmo tempo em que enfiava a mão em um dos bolsos do paletó, retirando uma pequena caixa de veludo preta de dentro dele.
— Oh, por Deus... -Meus olhos se prenderam no objeto demorando a acreditar que aquilo estava realmente acontecendo.
— Eu ia esperar até que estivéssemos em casa para te fazer esse pedido, tinha algo bem romântico planejado, mas sinto que aqui, ao lado da outra mulher que mais amo, é o momento perfeito. Eu não quero mais perder tempo, então Alícia Medina Rios, você me daria o privilégio de poder te chamar de minha esposa?
Uma gargalhada incrédula escapou pela minha garganta sem que eu tivesse tempo de me controlar e Viktor levantou uma sobrancelha talvez com medo de que eu fosse recusar a sua proposta ou achá-lo exagerado.
— Sim! - Eu respondi com uma convicção que nunca tinha sentido. — Esse definitivamente é o pedido de casamento mais inusitado que já vi, -ele abaixou a cabeça levemente envergonhado — mas eu amei. Eu amaria qualquer coisa que você decidisse fazer por mim, Viktor Schultz, porque eu também sou sua. E sempre serei. -À essa altura, estávamos sentados na grama e abracei seu corpo com cuidado para não nos machucarmos, já que ele ainda estava se recuperando do disparo e da cirurgia e eu das costelas quebradas.
Meus dedos seguraram os botões da sua camisa e abri um por um até que o seu peitoral ficasse completamente descoberto.
— Acho que aqui não é o lugar mais apropriado para isso, Coelhinha. -Ele engoliu em seco, mas sem me impedir de continuar.
— Shh. -Sussurrei antes de me abaixar até a sua cicatriz sorrindo conforme sua respiração ficava cada vez mais acelerada.
Meus lábios pousaram em cima da pele irregular e esbranquiçada e demorei alguns segundos ali, beijando-a com todo o amor que eu possuía.
Essa era a minha forma de fazê-lo entender que eu estava agradecida por estar viva, por ter sido salva nos meus piores momentos e por saber que ele não me abandonaria jamais.
Nós éramos feitos da mesma matéria e eu sabia que iríamos permanecer juntos pela eternidade, que nossas almas continuariam vagando lado a lado pelo universo em uma viagem infinita pelo cosmos.
Porque esse era o nosso destino.
Aquela brisa voltou a soprar, acariciando nossos corpos com uma leveza quase mística e respirei fundo.
Eu podia sentir uma energia fluindo entre nós dois e podia jurar que era a sua mãe nos dizendo que estava feliz pelo filho
Que agora ela finalmente iria descansar em paz.
— Sempre foi você, Vik. -Repeti beijando sua boca para selar minhas palavras.
Seu olhar se prendeu ao meu por alguns segundos enquanto ele abria a caixinha e retirava o anel de dentro dela.
Era uma peça de ouro linda com um solitário de diamante no topo, feita sob medida para mim.
Estendi minha mão para que ele deslizasse a jóia no meu dedo ao som dos pássaros que cantavam ao redor compondo uma melodia especial para aquele momento.
Eu estava tremendo tanto que ele quase derrubou o anel na grama e sorrimos como dois adolescentes.
Viktor continuou com sua tarefa, o semblante concentrado me dando a maravilhosa visão do homem que eu amava e desejava.
Minha respiração falhou ao sentir como ele parecia realmente querer aquilo, como estava nervoso e ao mesmo tempo ansioso por finalmente se certificar de que ficaríamos juntos.
— Porra... -Seus lábios se curvaram em um sorriso sincero e emocionado. — Você não faz ideia de como fica ainda mais linda com esse anel. -Ele continuou, levando minha mão até a boca e beijando-a com suavidade. — Eu prometo que vou ser o melhor para você, Alícia. Prometo que vou te respeitar e te fazer feliz pelo resto das nossas vidas, porque essa sempre foi a minha missão.
Balancei a cabeça para cima e para baixo, as lágrimas inundando meus olhos e molhando meu rosto, mas eu não ligava.
Ali havia felicidade pura e eu choraria mil vezes com tal que ele me pedisse em casamento.
— O jogo está bem melhor agora. -Brinquei sabendo que ele entenderia perfeitamente do que eu estava falando.
— É mesmo... -seu olhar adquiriu um tom brincalhão — Oh, é o amor que faz o mundo girar. -Viktor respondeu rapidamente e se levantou me puxando para cima em um movimento arriscado.
— Vik, cuidado para não se machucar! -Berrei rindo quando ele segurou minha mão, girando meu corpo e depois me abraçando em uma dança lenta e silenciosa.
Uma dança só nossa.
Ele encostou a testa na minha, nossas respirações entrelaçadas como se fôssemos um só.
E era exatamente assim que eu me sentia.
— Eu te amo tanto... -Seus dedos acariciaram minha face com carinho.
— Eu também, meu amor. -Abracei sua cintura apertando-o contra mim.
Viktor me trazia segurança, paz e um calor que fazia meu mundo girar cada vez que ele me tocava.
Foi então que eu finalmente compreendi que poderia haver milhares de pessoas no mundo, mas ele era o único que me completava.
Era o único pelo qual eu daria a minha vida sem pensar duas vezes.
O barulho da buzina soou de longe e nos separamos em uma risadinha brincalhona.
— Parece que alguém está ficando impaciente.
Viktor concordou sem deixar de sorrir.
Esperei que ele terminasse de se despedir da mãe e segurei a sua mão durante todo o caminho de volta até o carro onde Ty fazia de conta que nem tinha notado nossa aproximação.
Entramos no banco de trás e imediatamente abracei sua cintura, me apoiando no peitoral musculoso enquanto Ty dirigia até a casa da minha amiga.
Eu tinha prometido que iria visitá-la para conhecer o meu afilhado e não podia mais adiar esse encontro por mais que Susanna entendesse que eu estava cuidando de Viktor e por isso não pude ir antes.
Fora que eu não queria colocá-la em risco indo imediatamente até a sua casa.
Depois de que Harvey morreu, a segunda divisão virou um caos.
Muitos ratos e maçãs podres foram encontrados lá dentro, várias pessoas que colaboraram com aquele nojento foram presas e eu consegui fazer com que Penélope confessasse seu crime me livrando de todos os cargos pela morte de Steven.
Ela também acabou nos entregando uma lista extensa com os nomes de outros membros da Red Demons em troca de proteção policial.
Eu não queria dar a ela nenhuma regalia, mas ao mesmo tempo não podia jogá-la no meio dos lobos, então criamos outra identidade e a enviamos para uma prisão do outro lado do país.
Pelo menos aquela piranha serviu para algo.
E eu finalmente estava livre.
Finalmente poderia andar tranquila pelas ruas sabendo que eu era inocente e que não seria presa por um crime que não cometi.
E sobre a minha cabeça estar em jogo entre as gangues da cidade, Viktor fez questão de deixar bem claro que quem se atrevesse a mexer comigo, seria executado pelas suas próprias mãos.
Ser temido tem suas vantagens no final das contas.
— Está muito desanimada para quem irá visitar a maluquinha da sua amiga... -Viktor disse no meu ouvido aproveitando para morder o lóbulo da minha orelha me fazendo apertar uma perna contra a outra.
— Só estava lembrando de tudo o que aconteceu. Não é nada pelo que tenha que se preocupar. -Respondi apertando sua coxa me deliciando com a sua reação desesperada.
—Tem certeza? -ele insistiu e concordei sem parar de provocá-lo. — Seria muito idiota da minha parte se eu te pedisse para você cancelar esse encontro e ir direto para nossa casa? -Ele engoliu em seco, as pálpebras apertadas e a respiração ofegante.
— Eu quero muito conhecer o Rico, mas prometo que não vamos demorar.
Viktor concordou rapidamente enquanto eu subia até a sua cintura, enfiando a mão por dentro do cós da sua calça apenas para ver como ele ficava duro.
— Você é tão malvada, Coelhinha... -Seus dentes capturaram os meus lábios, mordendo-os de leve. — Espere só até chegarmos na mansão, vou te castigar a noite toda.
Gemi baixinho.
Como eu tinha quebrado duas costelas, não podia fazer movimentos bruscos e embora tivesse chegado a mentir de que não estava sentindo dor quando tentamos transar, Viktor percebeu que o esforço me machucava e enfiou na cabeça que só iria me tocar mais intimamente quando eu estivesse completamente recuperada.
Ele não suportava saber que poderia estar me causando um dano e eu o amava ainda mais por isso.
— Oh, se for assim estou ansiosa para ir embora. -Beijei seu pescoço respirando fundo o aroma do seu perfume amadeirado.
— É o seguinte, se vocês dois começarem a se pegar no banco de trás, me avisem para que eu possa jogar algo de cloro nos meus olhos. -Ty resmungou ganhando um tabefe de Viktor que era mais um amigo do que chefe.
— Tudo bem, senhor amargurado, vou te dar o final de semana livre para que possa levar a sua garota para um jantar e assim não fique com inveja.
A gargalhada que soltei foi tão alta que não demorou muito para que eles se unissem nas risadas sinceras.
Viktor acabou conhecendo Magnólia por um acaso, já que ela trabalha no mesmo hospital que ficamos internados e a noiva de Ty praticamente o obrigou a não levá-lo para mais uma missão suicida, nas suas palavras, e eu concordo com ela.
Também não queria mais ter que me preocupar com essa merda.
Ou ser obrigada a ver como a vida escorria lentamente do cara que eu amo.
Mas isso não significa que eles iriam parar de fazer tudo o que faziam antes.
É ingenuidade pensar que Viktor mudaria da água para o vinho de um dia para o outro.
E por mais que sua vida fosse caótica e que ainda não aprovasse algumas das suas atividades, eu aprendi a amá-lo do jeito que ele é.
Porque é exatamente o que ele faz por mim.
Além de que eu aprendi da pior maneira que nem tudo que brilha é ouro e que algumas coisas podem não ser como pensamos.
— Chegamos. -Ty estacionou na frente de um edifício elegante muito diferente da casa de Susanna e observei o lugar desconfiada.
Pelo que sabia, Jace não era rico.
Eles moravam em uma pequena casa em um subúrbio quase do outro lado da cidade.
Me virei no assento, encarando Viktor que tentava a todo custo evitar meus olhos questionadores.
— Tem alguma coisa para me contar? -Levantei uma sobrancelha e ele apertou os lábios em uma linha fina.
— Liebe...
— Sabe que eu não vou soltar o osso enquanto você não falar, não é?
Ele deixou escapar um suspiro tomando coragem para falar.
— Ok, hã... eu meio que fiz algo.
— Você fez o quê?
— Meses atrás quando eu vi o lugar onde a sua amiga morava, não conseguia parar de pensar que aquele bairro e aquela casa não eram seguros para eles e o bebê que estava a caminho, então resolvi dar um presente para o seu filho.
Ofeguei me sentindo maravilhada e ao mesmo tempo brava por ser a última em saber.
— Por que Susanna não me disse nada? -Grunhi tentando não me alterar.
— Porque eu pedi que ela guardasse segredo.
— M-mas...
— Eu não queria que você se preocupasse com nada ou criasse teorias malucas dentro dessa sua cabecinha linda, liebe. -Fui interrompida pela sua voz suave.
— Quando você comprou esse apartamento?
Suas bochechas adquiriram um tom avermelhado subitamente e eu sabia que havia algo mais ali.
— Viktor... -Pressionei.
— Digamos que eu comprei todo o edifício para eles.
— O quê? Por quê? Quero dizer, não estou brava, só... curiosa. -Me apressei em explicar.
Era óbvio que eu me sentia feliz pela minha amiga, mas queria entender o que diabos estava acontecendo.
— Susanna já sofreu o bastante e ela merece ter uma vida tranquila, Alícia. Além do mais, não queria que ela continuasse trabalhando naquela delegacia ao lado de pessoas que poderiam machucá-la.
— Então você literalmente decidiu que compraria todo um prédio para ela?
Minha voz saiu bem mais aguda do que eu pretendia e limpei a garganta um pouco envergonhada por parecer uma namorada ciumenta.
— Eles moram no último andar e podem alugar ou vender os outros apartamentos para que vivam confortavelmente. -Ele deu de ombros. — No entanto, eu fiz tudo isso com a condição de que eles não vendessem o penthouse.
Meus olhos se encheram de lágrimas.
Eu não podia acreditar no que estava escutando.
Viktor conseguia me surpreender a cada dia que passava.
Era incrível como mesmo depois de ter passado por tanta coisa, ele continuava tendo um coração e uma alma tão nobres.
— Não fique chateada com ela por não ter te contado nada, ok? Nem comigo, por favor. -Eu sorri diante do seu pedido.
— Chateada? Eu seria literalmente uma vadia se ficasse brava com o seu gesto, amor. Estou surpreendida? Sim. Com um pouco de ciúmes? Talvez. -Brinquei. — Mas brava, jamais. -Eu disse séria e ele sorriu orgulhoso.
Viktor fez um sinal para Ty que pareceu entendê-lo sem a necessidade de uma só palavra e saiu do carro nos deixando a sós.
— Não precisa ficar com ciúmes, porque eu também tenho um presente para você, linda. -Sua mão escorregou por baixo da minha blusa subindo até meus peitos, os dedos apertando um mamilo me levando à loucura.
— E q-qual seria esse presente? -Gemi conforme ele beijava meu pescoço tão faminto quanto um lobo selvagem.
— É um segredo, vai descobrir só mais tarde.
— Caramba, depois eu é que sou malvada.
Ele abriu os primeiros botões da minha blusa, deixando à mostra meu sutiã de renda e me senti como uma maldita deusa grega sob o seu olhar lascivo.
Sob os meus gemidos incansáveis, ele prendeu o outro mamilo entre os dentes, chupando-o, lambendo-o e me levando à loucura ali dentro do carro no meio de um estacionamento.
— Você é, Coelhinha, mas eu sou muito mais.
NOTA DO AUTOR
Helloooo amores da minha vida!
Demorei, mas cheguei!
Peço desculpas pela demora, mas é que eu estava com
um probleminha chamado preguiça de escrever kkkkkkk
Espero que tenham gostado do capítulo e que os corações
estejam saudáveis depois desse susto q devem ter levado huahaha
Não se esqueçam de votar e comentar,
Amo vcs 🥰
Bjinhossss BF 🖤🖤🖤
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