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Capítulo 33

ALERTA DE GATILHO:VIOLÊNCIA EXPLÍCITA E INSINUAÇÃO DE TENTATIVA DE ESTUPRO

POR ALÍCIA

MINHAS mãos tremiam tanto que eu precisei parar antes de rumar até a porta de entrada da casa de Viktor para tentar me tranquilizar e não fazer nenhuma besteira.

O peso na consciência que eu sentia era tão grande que eu quase não conseguia levantar meus pés para andar.

Susanna não merecia toda essa merda.

Ela era uma garota boa, seria uma mãe maravilhosa e deveria poder aproveitar todas essas fases ao lado do filho.

No entanto, por minha culpa, ela corria um risco desnecessário.

O caminho entre a casa dos meus pais e a de Viktor pareceu interminável conforme eu andava passo por passo para não fazer barulho.

Meu coração batia tão rápido que eu quase não escutava nada ao meu redor por conta do zunido no meu ouvido.

O sol já começava a se perder, dando lugar a uma escuridão sinistra que me fazia estremecer ainda mais.

No geral, eu não tinha medo do escuro, mas ali naquela situação, naquele contexto sombrio, qualquer barulho, qualquer assovio de um grilo que fosse, me deixava com os nervos à flor da pele.

Na medida que eu me aproximava da entrada da casa Schultz, pude notar uma luz fraca vinda da sala e engoli em seco, meus dedos pairando sobre o gatilho da arma como fazia quando estava pronta para enfrentar o vilão de alguma missão.

Na verdade, era exatamente isso que estava acontecendo.

Resgatar minha amiga acabava de se tornar a missão mais importante da minha vida.

Penélope era uma filha da puta.

Uma covarde que usava uma mulher grávida para me atrair.

E a sua maldita estratégia deu certo.

Coloquei a arma no cós da calça nas minhas costas antes de pisar no hall de entrada da casa abandonada.

Não queria que ela se assustasse ao me ver armada e acabasse cometendo uma loucura.

Como era de se esperar, a porta estava aberta e o silêncio ensurdecedor fez um arrepio percorrer todo o meu corpo quando lembrei da última vez que estive naquela mesma posição.

A casa de Viktor nunca me trouxe boas vibrações, mesmo antes de saber o que acontecia e estar ali novamente era como se uma voz dentro de mim gritasse para que eu fosse embora.

Mas eu não podia deixar Susanna para trás.

Jamais conseguiria lidar com a culpa de saber que ela se machucou por minha causa.

Então me armando de toda a coragem que possuía, respirei fundo e empurrei a porta pesada de madeira antes de entrar.

A cada passo que eu dava, a sensação era como se eu estivesse caminhando para a minha própria ruína.

E por mais que meu instinto ainda insistisse para dar o fora dali, continuei andando até chegar em uma pequena sala onde Penélope se encontrava sentada em um dos sofás velhos com uma taça de vinho em uma mão e uma arma bem parecida com a minha na outra.

— Finalmente chegou... -Ela disse bebericando um gole do líquido carmesim.

— Onde está Susanna? Deixe-a ir, ela não tem nada a ver com isso. -Rosnei contendo a vontade de pegar a arma escondida nas minhas costas e enfiar uma bala na mulher assustadoramente calma para aquela situação.

Penélope sabia que eu era policial e que poderia muito bem chutar a sua bunda em um piscar de olhos, mas ela também sabia que tinha uma vantagem sobre mim e que essa vantagem me impedia de fazer qualquer movimento antes de me certificar se a minha amiga estava bem.

Dei alguns passos para trás quando ela se levantou e um sorriso soberbo pintou seus lábios coloridos de um vermelho quase tão escuro quanto o vinho que ela bebia.

— Você é tão previsível, Alícia. A típica garota com síndrome de Superman que acha que vai salvar o mundo... isso é patético, na verdade.

Meus olhos se reviraram e a impaciência fez meus dedos coçarem de vontade de matá-la de uma vez.

Eu nunca tinha me sentido assim, nunca tinha experimentado esse desejo insano de tirar a vida de alguém, mas o medo ao parecer podia nos levar a fazer coisas que não queremos.

— Não estou com saco para esses joguinhos, Penélope. Você me queria aqui, eu cumpri minha parte do trato, agora me diz onde escondeu a minha amiga, quero ver se ela está bem.

Sua gargalhada ecoou pelo espaço quase vazio e franzi o cenho com os lábios entreabertos.

Os olhos castanhos me encararam por vários segundos antes que ela deixasse a taça em cima da mesa e balançasse a cabeça para os lados fazendo um som estalado com a língua como uma mãe que repreende um filho.

— Coitadinha de você, tão ingênua... -sorriu ainda mais — a sua amiguinha provavelmente está dando de comer para aquele remelento ou dormindo, não faço a menor ideia e tampouco me interessa.

— O-o que quer dizer com isso? -Ofeguei, o ar escapando rapidamente dos meus pulmões. — Se você tiver encostado um dedo nela, eu juro que...

— Susanna não está aqui, Alícia. -Fui interrompida com um grito. — Ela entrou em trabalho de parto hoje de manhã e foi levada para um hospital de quinta. Confesso que isso me deixou triste, eu realmente tinha planejado sequestrá-la para te irritar, mas veja só, nem sempre as coisas saem do jeito que queremos.

Engoli em seco mais uma vez.

Então tudo não passava de uma mentira.

Eu tinha sido enganada.

De novo.

Deus como eu podia ser tão burra?

Meus olhos se encheram de lágrimas ao perceber que provavelmente aquele seria o meu fim, no entanto, eu já estava cansada de toda aquela merda.

Se eu tivesse que morrer ali, levaria aquela filha da puta comigo.

— É o seguinte, vadia, você pode até pensar que está no comando, mas eu juro por tudo que é mais sagrado que vou arrebentar tanto a sua cara, que você vai ficar irreconhecível. -Ameacei com a voz tão baixa que não sei como Penélope conseguiu me escutar.

Seus olhos se arregalaram por alguns segundos, mas ela se recuperou rapidamente, voltando a se sentar no mesmo lugar de antes como uma tranquilidade invejável.

Era possível ver o medo nas suas íris cafés, mas ao mesmo tempo era como se ela soubesse algo que eu não sabia.

— Não vai dizer nada? Me trouxe aqui para te ver se embebedar antes de morrer? -Provoquei sentindo a adrenalina começando a fazer efeito no meu corpo.

— Sente-se, Alícia. -A ordem me arrancou uma risada sincera.

— Acha mesmo que vou te obedecer? Quem você pensa que é para...

— SENTE-SE, PORRA!

Sobressaltei com o grito, mas continuei em pé, tão imóvel como uma estátua.

— Tudo bem, faça como quiser, mas garanto que uma hora vai acabar ficando cansada. -Penélope continuou enquanto servia mais vinho na taça quase vazia.

— Por que me trouxe aqui?

— Acho que você já deve saber à essa altura.

Respirei fundo.

— Por que me trouxe para cá, para a casa de Viktor.

Ela deu de ombros.

Estranhamente, Penélope parecia não ter a resposta para a minha pergunta.

Como se ela realmente não fizesse ideia do motivo de estarmos especificamente na casa do cara que estava me protegendo todo esse tempo, como se houvesse alguém mais.

— Quem veio com você? -Murmurei me sentindo observada.

— Parece que está muito curiosa hoje, senhorita Medina.

Aquela sensação ficou ainda mais intensa e girei a cabeça escaneando a sala com iluminação escassa em busca de um comparsa ou talvez vários.

Meu coração errou uma batida ao perceber que o lugar continuava exatamente do mesmo jeito que eu me lembrava.

Cada móvel, as cortinas, os objetos de decoração.

Tudo.

Viktor não tinha tocado em nada e eu poderia jurar que o seu quarto ainda estava bagunçado como encontrei quando invadi a sua propriedade.

Só de pensar em como Viktor deve ter sofrido com a perda dos pais, meu peito se apertava e eu sentia vontade de ir até ele, consolá-lo e dizer que tudo ficaria bem.

Mas era bem provável que eu nem saísse dali com vida.

— Já chega de brincar com a minha paciência, Penélope. Acabemos logo com isso. -Levei uma mão até as minhas costas para pegar a arma que queimava contra a minha pele, no entanto, antes mesmo que pudesse chegar a tocá-la, meu pescoço se arrepiou ao sentir o metal frio empurrando na minha nuca.

Eu não faria isso se fosse você, garota. -Espremi minhas pálpebras ao escutar a voz rouca e suave que conhecia muito bem.

Aquilo não podia estar acontecendo.

Tinha que ser um pesadelo.

— Harvey? Que porra é essa? -Sussurrei ainda sem acreditar.

— Olá, Medina. Achei que nunca conseguiria te tirar daquela maldita casa.

— M-mas... eu pensei que...

Eu pensei que... -Ele debochou enquanto pegava minha arma e entregava para Penélope que não parava de sorrir. — Pensou que eu realmente estava preocupado com a sua segurança? Por que eu faria isso?

Uma lágrima escorreu pela minha bochecha ao perceber que Viktor tinha razão.

Eu finalmente entendi o que ele quis dizer.

A polícia não era justa, na verdade, era uma enorme caixa lotada de maçãs podres.

E o mais engraçado de tudo, era que ele não estaria ali para me salvar, bem como tinha previsto.

— Oh pobrezinha, não chore! Nós vamos pegar leve com você, meu bem, eu prometo. -Harvey deslizou a língua pelo meu queixo e quase vomitei. — Agora faça o que Penny mandou e sente-se, precisamos conversar um pouco.

Penny?

Que esses dois se conheciam, era óbvio, mas ali parecia haver algo mais.

Era quase como se eles fossem... amantes.

Fiz o que eles pediram e Harvey amarrou meus braços para trás e uma perna em cada pé da cadeira com lacres de plástico.

Eu queria lutar, me defender, gritar, fazer qualquer coisa, mas em todos os meus anos de experiência, eu sabia que nada disso seria útil.

Meus pais não estavam na cidade, não havia uma casa próxima dali em pelo menos dois quarteirões e se por acaso alguém me escutasse, eu provavelmente levaria uma bala na testa antes mesmo de que conseguissem entender o que estava acontecendo.

Então só me restava tentar distraí-los o máximo que eu pudesse até que alguém na mansão de Viktor sentisse minha falta e o avisasse.

Depois de terminar de me amarrar, Harvey ficou de pé para ver o resultado do seu trabalho.

— Se quisesse conversar comigo, era só ter me ligado. -Murmurei depois de alguns minutos em silêncio.

— E qual seria a graça? -Ele respondeu com aquele sorriso presunçoso. — Além do mais, o que eu vou te falar não pode correr o risco de ser gravado. Sei bem como você e aquela secretária irritante estavam tramando pegar a minha garota e confesso que não gostei nada disso. Pensei que fôssemos amigos, Alicia.

— Então vocês dois estão juntos. -Observei sem ligar para a sua última frase.

— Com vocês, a capitã óbvia. -Foi Penélope quem falou e revirei os olhos mais uma vez. — Sim, Alícia. Estamos juntos há um bom tempo. E como deve estar pensando nesse exato momento, Harvey me ajudou a acabar com Steven. Ele merecia um final muito pior do que teve, para ser sincera.

Mas que porra?

— Como você conseguiu acesso à minha arma? -Continuei para tentar tirar o máximo de informação dela.

Eles tinham a formação típica de duplas de criminosos.

Um era extremamente cuidadoso e inteligente, enquanto o outro... nem tanto.

— Isso foi fácil. Enquanto você estava quebrando o coração daquele policial gato, Iván invadiu a sua casa, roubou a sua arma e depois foi te buscar como se não passasse de um táxi qualquer.

— Iván Krasinsky? -Sorri lembrando de como Viktor decepou sua mão.

Quando presenciei a cena, pareceu algo tão violento, tão irracional, mas eu entendia os motivos pelos quais ele fez aquilo.

Viktor sabia muito mais do que me contou e ele só estava querendo me proteger no final das contas.

— Pelo visto vocês se conheceram...

— Digamos que ele perdeu alguns dedos da última vez que o vi. -Sorri orgulhosa.

— De qualquer jeito, ele não era importante. Seria até melhor se Viktor o matasse, facilitaria o meu trabalho. Aquele maldito deve ter contado tudo para Schultz.

Fiquei séria outra vez.

Me endireitei na cadeira e Harvey se afastou alguns metros para colocar tanto sua arma quanto a minha em cima da mesa.

— Agora vamos ao que interessa. -Ele respirou fundo parecendo entediado. — Não te trouxe aqui para falar sobre um idiota qualquer. -Observei como ele subia as mangas da camisa preta revelando os braços tatuados.

Cada desenho tinha uma particularidade estranha, no entanto, foi um deles que chamou a minha atenção, a cruz invertida com as iniciais dos Red Demons, uma de cada lado e arregalei os olhos, enfim entendendo tudo.

— Então você é um deles. -Sussurrei aterrorizada.

Harvey abriu um enorme sorriso como o do Coringa, aproximando o rosto tão perto do meu que senti seu hálito quente sobre mim.

— Não querida, eu sou Ele.

Nesse momento o tempo pareceu parar.

Durante todos esses anos estive procurando por uma pessoa que se encontrava literalmente embaixo do meu nariz.

Coloquei Susanna para trabalhar no mesmo lugar que o cara que comandava a gangue que quase a matou e, de quebra, prendi vários dos seus subordinados como se não fosse nada.

Então era por isso que todos eles conseguiam ser liberados em poucos dias.

Que conseguiam provas e mais provas da sua inocência e voltavam para as ruas para sequestrar mais garotas.

Harvey estava por trás de tudo.

Ele era o chefe da Red Demons.

E eu já estava morta.

— Foi tão divertido ver como você tentava a cada ano. Como voltava para o trabalho com aquela decepção estampada no rosto.

— Você é nojento. -Cuspi na sua cara com raiva.

Ele se limpou com a barra da camisa sem nem se afetar.

— Não faz a menor ideia de como me deleitei com cada buceta apertadinha, porque claro, eu tinha que fazer o teste primeiro. -Seus dedos deslizaram pelo meu queixo, descendo até o pescoço e parando a apenas centímetros dos meus seios. — Elas gritavam tanto, pediam por ajuda, mas veja só, a ajuda nunca veio porque você é uma maldita incompetente. -Mais lágrimas escorriam dos meus olhos. — Por sua culpa, Alícia, centenas de garotas foram vendidas. Algumas delas devem estar jogadas em uma vala...

— É sua culpa, não minha. -Rosnei, a vontade de matá-lo com as minhas próprias mãos aumentando cada vez mais. — Você é um asqueroso, um filho da puta!

— Oh, está brava? -Sua mão se enroscou no meu pescoço me impedindo de respirar. — Sabe, como prêmio de consolação, vou te dizer que você chegou perto de me descobrir. Steven estava quase abrindo a boca.

— E por isso você resolveu silenciar o seu melhor empregado. -Murmurei com dificuldade, minha voz quase nula.

— Sim. Mas esse não foi o único motivo. Veja bem, Penny estava de saco cheio de ser usada e eu precisava me desfazer dele antes que ele dissesse algo comprometedor... Só que nós não podíamos nos arriscar não é mesmo? Então aproveitei que você o odiava e usei isso a nosso favor.

— Vocês dois se merecem. -Cuspi novamente no seu rosto, porém dessa vez Harvey pareceu não gostar tanto e minha cabeça ricocheteou para trás com o soco que ele desferiu na minha bochecha.

O gosto metálico do sangue invadiu minha boca imediatamente e apertei as mãos uma contra a outra para suportar a dor.

— É bom você ter um ótimo esconderijo, porque quando Viktor te encontrar ele vai acabar com a sua raça. -Continuei.

Minha pele ardeu com o segundo soco.

— Ele não pode fazer nada contra mim. Nós temos um trato.

— Pode até ser, mas ele já deixou bem claro do que é capaz. Não se esqueça de que Viktor matou os próprios pais. -Senti a bile na minha garganta ao mencionar esse acontecimento.

Eu não queria lembrar disso, mas precisava que Harvey ficasse com medo.

Que temesse pela sua vida ao ponto de cogitar a ideia de me deixar livre.

Contudo, quando aquele maldito sorriso se fez presente de novo no rosto angulado, apertei minhas pálpebras sabendo que meus esforços tinham sido em vão.

Nada do que eu dissesse iria afetá-lo.

Harvey estava louco.

— Hum... ou ele só confirmou a meia verdade que eu disse ou conhecendo essa sua impulsividade, você não deixou que ele se explicasse desde que nos falamos pelo telefone, não é mesmo?

Balancei a cabeça para o lado, a raiva fazendo meu corpo inteiro queimar.

— Que merda é essa que está me dizendo?

— Viktor queria matar apenas o pai, Alícia.

— Como assim?

— Ele era louco pela mãe, faria qualquer coisa por ela. Veja bem, Gabriel e eu tínhamos uma amizade de longa data. Ele me contava tudo, assim como eu lhe confidenciava meus piores segredos. Nós até mesmo compartilhamos uma ou outra mulher de vez em quando. -Arfei indignada. — Só que Gabriel era um tanto... explosivo. E amava descontar essa energia na sua mulher, a doce e imaculada Íris.

— Não... isso... isso é mentira.

— Tem certeza? Por acaso chegou a ver as cicatrizes nas costas do seu homem? -Apertei as pálpebras mais uma vez.

Agora eu chorava tanto que quase não conseguia enxergar um palmo diante do meu nariz.

— Viktor apanhou muitas vezes para livrar a mãe. Ele não era mais do que um saco de pancadas.

— E por que você não os ajudou? Por que permitiu que aquele monstro tratasse os dois dessa maneira?

Porque eu também desfrutava, querida. Muitas noites assisti o pequeno show.

A única coisa pela qual me arrependo é não ter podido aproveitar aquela boceta apertadinha. Íris era tão linda... imagino como devia ser prazeroso se afundar entre as suas pernas... pena que Viktor acabou com eles antes que eu tivesse a chance. Gabriel até havia falado algo sobre me deixar prová-la uma noite...

— Você é um nojento! Espero que morra engasgado com o próprio pau! -Eu me movia freneticamente enquanto gritava, tentando me livrar daquela maldita cadeira.

Como pude pensar coisas tão ruins sobre Viktor?

Ele provavelmente nem fazia ideia que a mãe estaria no carro com o seu pai.

Deus, ele devia se sentir tão culpado... e eu só piorava tudo julgando-o uma e outra vez.

— Eu vou te matar seu imbecil! Vou fazer questão de enfiar uma bala bem no meio da sua cabeça! -Continuei gritando sob o som das suas risadas divertidas.

Penélope, que estava em silêncio até o momento, se aproximou com os braços cruzados, curvando seu corpo até ficar na altura do meu rosto.

— Continue gritando, vagabunda, ninguém vai te escutar. E só para que saiba, quando Harvey finalmente acabar com você, nós vamos trepar em cima do seu corpo, e talvez até mesmo com ele. -Movi minha cabeça subitamente para a frente e sorri ao ver o sangue escorrendo do seu nariz. — Filha da puta! Olha só o que essa piranha fez, Harv!

— Oops, pelo visto alguém vai precisar de mais uma cirurgia! -Dei de ombros.

Harvey revirou os olhos e puxou a garota para o lado.

— Há um banheiro no final do corredor, vá se limpar e não demore. Quero acabar logo com ela para podermos dar o fora daqui.

Penélope saiu pisando firme e continuei sorrindo orgulhosa antes de receber mais uma chuva de golpes.

— Não sabe há quanto tempo eu queria fazer isso. -Escutei de fundo, meus ouvidos zunindo pelos golpes que não paravam de chegar e meus olhos tão inchados que eu não enxergava quase nada à essa altura. — Cada vez -recebi um soco na costela — que você chegava na delegacia - mais um soco na bochecha — com aquela petulância -outro soco na barriga — eu me imaginava te batendo. -Harvey finalizou ofegante pelo esforço, penteando os cabelos sem parar de sorrir.

— E é tão covarde que precisou me amarrar em uma cadeira para que a luta fosse justa. -Zombei cuspindo uma boa quantidade de sangue no chão.

Caralho, eu devia estar realmente fodida.

E horrenda.

Ele segurou meu pescoço levantando meu rosto para cima, já que eu não tinha mais forças para manter minha cabeça erguida, mas mesmo assim eu continuava tentando manter a postura confiante.

Porque ali sentada no meio da sala de Viktor, toda arrebentada e com probabilidades muito baixas de sair viva, eu não estava mais com medo.

Eu sabia que mesmo se eu morresse, eu tinha feito o correto.

Tinha salvo inúmeras garotas, devolvido a liberdade a elas.

Porra, eu tinha dado uma segunda chance para que ela pudessem viver dignamente.

E isso bastava para que eu ficasse em paz comigo mesma.

Por mais que Harvey insistisse que eu era culpada, aquilo não me abalava.

Eu só desejava poder ver Viktor uma última vez e pedir desculpas por ter agido como uma idiota com ele.

Por tê-lo julgado e dito coisas tão feias.

Era só isso que eu queria.

Só mais uma chance.

— Sabe, eu posso até morrer hoje. -Grunhi ofegante com a dor lancinante em todo o meu corpo. — Mas eu tenho certeza de que o seu fim será muito pior que o meu.

Meus lábios se curvaram em um sorriso macabro e por um milésimo de segundos, eu vi o medo real atravessar os olhos da pessoa mais malvada que eu tive o desprazer de conhecer.

Harvey chacoalhou a cabeça murmurando palavras que não entendi e caminhou até a mesa pegando uma das armas antes de voltar para o meu lado.

— Já chega de conversa fiada. -Me esforcei para abrir os olhos que pesavam como duas barras de aço.

Eu queria dormir, finalmente descansar, mas pelo visto isso ainda não estava nos planos do meu assassino.

— Você perguntou porquê te trouxemos para cá e eu vou te dar essa resposta como um último ato de misericórdia.

Uni minhas sobrancelhas em confusão, mas ao mesmo tempo curiosa para saber os seus motivos.

— Na verdade, é bem simples. Praticamente todos nessa cidade sabem que ele está te protegendo e devem suspeitar que também está te comendo como forma de agradecimento, já que você é uma puta barata.

— Idiota.

O barulho de outro tapa ressoou pela sala.

— Não ouse me interromper novamente. -Concordei em um aceno. — Então o que eu vou dizer para os policiais quando eles aparecerem, é que os dois tiveram uma briga e Schultz ficou tão furioso que decidiu acabar com você assim como ele fez com os pais. Eu não sou um gênio? Vou matar dois coelhos com uma só bala.

Fiquei ainda mais enojada ao sentir o cano da sua arma deslizando entre as minhas pernas e rezei para que ele atirasse em mim logo.

Eu não aguentava mais.

Só queria descansar.

Seus dedos substituíram o metal frio subindo pela parte interna da minha coxa e engoli em seco quando ele tocou o zíper da calça fazendo menção de abri-lo.

Apertei uma perna contra a outra em um último esforço para manter a minha dignidade.

— Acabe de uma maldita vez com isso, Harvey. -Pedi fechando os olhos à espera do meu destino.

— Você é quem manda, querida. -Ele murmurou contra o meu rosto, capturando minha boca em um beijo tão repulsivo que quase vomitei ali mesmo.

Essa era definitivamente a última coisa que eu queria sentir antes de morrer e isso me deixava ainda mais furiosa.

Harvey sabia muito bem o que estava fazendo.

Ele me torturaria até o final.

Mas o que ele não sabia, era que eu também podia ser uma vadia.

Cravei meus dentes no seu lábio inferior até arrancar sangue e ele me deu mais um tapa por impulso para que o soltasse.

— Isso é o que você vai ter se por um acaso se atrever a me tocar outra vez, maldito filho da puta nojento. -Rosnei cuspindo toda aquela merda em cima dele.

Eu estava quase desmaiando de dor, meus olhos agora pesavam como nunca e parecia como se de repente eu tivesse começado a entrar em um estado de letargia.

Como se estivesse sonhando.

De repente, imagens minhas com Viktor começaram a se reproduzir dentro da minha cabeça, como um filme que me mostrava os melhores momentos ao seu lado.

Era engraçado como eu pude, de uma maneira bizarra, confirmar que as pessoas realmente veem esses momentos antes de morrer como um último adeus.

Aquilo parecia tão real.

Tão perto que eu até mesmo podia sentir o cheiro do seu perfume sendo carregado por uma brisa invisível.

Pelo menos se fosse para morrer naquele dia, definitivamente era esse o cheiro que eu queria sentir no meu último suspiro.

O cheiro de alguém que eu amava.

Sorri para mim mesma.

Nós tínhamos vivido uma tragédia atrás da outra, mas ainda assim, eu não conseguia parar de pensar em como desejava escutar a sua voz mais uma vez.

Eu daria qualquer coisa para isso.

— Tire as mãos de cima dela agora. 

NOTA DO AUTOR
Bom garelinhaaaa
Ontem eu não consegui postar, mas como prometido,
aqui está o outro cap! 
Pq BF não é caloteira não mores kkkkkkkkkkk
Espero que gostem,
não se esqueçam de votar e comentar!

Amo vcs🥰
Bjinhossss BF🖤🖤🖤

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