Capítulo 26 - Parte II
MEU coração martelava meu peito quando saí do carro no estacionamento privativo de Viktor.
A cada passo que eu dava ao lado de Ty, era como se houvessem mil borboletas batendo suas asas dentro do meu estômago, me impedindo até mesmo de respirar.
Naquele lugar escuro, não havia nenhuma corrente de ar e o eco produzido pelos nossos sapatos ao golpear o chão de cimento criava um aspecto de filme de terror que só me deixava ainda mais angustiada.
Eu só rezava para que tudo acabasse logo e pudéssemos voltar para casa, para nossa segurança e apenas no momento em que avistei Viktor nos esperando na porta do elevador, os braços antes cruzados se soltando lentamente ao entrelaçar o seu olhar com o meu, foi quando me senti mais tranquila.
— Tem certeza que ninguém viu vocês entrando? -Ty acenou devagar, claramente irritado com a desconfiança do chefe.
Para ser sincera, eu não o julgava.
Desde o momento em que saímos da mansão até chegar no cassino, Viktor não parou de ligar, de perguntar nossa localização ou se alguém nos seguia.
Ele estava verdadeiramente preocupado comigo, mas mesmo assim, chegava a ser um pouco maçante não só para Ty, mas também para mim.
Eu não estava acostumada com todos aqueles holofotes virados na minha direção, porém não tinha sequer forças para reclamar tamanho era o meu nervosismo.
— Susy já chegou? -Mudei de assunto descaradamente e não contive um sorriso quando ele revirou os olhos exatamente da mesma maneira que fazia quando éramos apenas dois adolescentes cheios de espinhas e com os hormônios pipocando em áreas bem inconvenientes.
— Sim, liebe. Sua amiga está te esperando no meu escritório.
— Tomara que não haja nenhuma secretária sentada no seu colo quando eu entrar lá. -Zombei me lembrando do fiasco que foi a última vez em que resolvi fazer uma visita surpresa.
Ty tossiu disfarçando uma risada e Viktor por sua vez me puxou para perto de si, seus lábios quase colados no meu ouvido quando ele falou:
— Você fica tão gostosa quando está com ciúmes...
— E você corre o risco de ficar sem o pau se continuar me provocando. -Torci a barra da minha blusa, limpando uma sujeira imaginária e ele arregalou os olhos, sua garganta subindo e descendo ao engolir em seco.
A cena até seria cômica se eu não estivesse tão ansiosa para ver a minha amiga que simplesmente não conseguia esboçar nenhuma reação, então sem querer continuar perdendo tempo, enrosquei meus dedos nos seus e subimos em silêncio no seu elevador pessoal.
Conforme os números mudavam no painel à nossa frente, o espaço parecia ficar mais e mais estreito, as paredes se apertando ao redor de mim e meu peito estufando em busca do ar que se recusava a entrar para dentro dos meus pulmões.
De repente a ideia de trazer Susanna até ali soava bastante ridícula e perigosa e eu não podia parar de pensar na possibilidade de que talvez ela estivesse em perigo por minha culpa.
Sem contar que Jace provavelmente não sabia que sua noiva estava cometendo a loucura de ir parar direto na boca do leão e eu tinha certeza de que ele me odiaria quando a notícia chegasse aos seus ouvidos.
— Maldita seja. -Me apoiei no espelho ridiculamente limpo para não cair no chão como uma criancinha que apenas está aprendendo a caminhar.
— Ei, não precisa ficar nervosa. Vocês estão seguras aqui. -Recebi um beijo rápido na bochecha e Ty observou a cena por alguns segundos, mas não disse nada, para o seu bem.
— T-tem certeza? Porque se algo acontecer com a minha amiga e-eu...
Minhas pálpebras se fecharam por conta própria enquanto eu tentava não surtar ao lado dos dois armários ambulantes que certamente começavam a se arrepender de estar ali comigo.
De repente o elevador parou de se mover provocando um sacolejo e me segurei nos braços musculosos que me mantinham firme, apesar de tudo.
— Ei, olhe para mim. -Viktor pediu colocando uma porção de cabelo atrás da minha orelha e neguei com a cabeça. — Alícia, abra os olhos. Por favor.
O comando foi feito de uma maneira tão séria que fiz o que ele pediu sem nem mesmo perceber.
— Você é uma das pessoas mais importantes para mim. -Respirei profundamente. — E sua amiga é uma das pessoas mais importantes para você, então acha mesmo que eu colocaria as duas em risco?
Acenei devagar ainda sem conseguir dizer nada.
— Desde o momento em que ela chegou aqui, pelo menos quarenta seguranças estão fazendo rondas pelo cassino e me mantendo informado caso houver alguma atividade suspeita. E se isso não for suficiente e algum idiota se atrever a entrar no meu escritório, eu mesmo o mato com as minhas próprias mãos.
Puta que pariu.
Aquele sentimento dúbio me fazia querer bater em mim mesma ao achar extremamente sensual a forma que Viktor falava em matar alguém com tanta naturalidade, embora tecnicamente eu ainda fosse uma detetive e estivesse contra esse tipo de condutas.
Mas porra, ele ficava verdadeiramente quente com uma arma nas mãos e aquela expressão de que se pudesse, te mataria com a força do pensamento, como quando o vi cortando o dedo daquele idiota.
— Obrigada. -Chacoalhei a cabeça para não me distrair do que era importante no momento: a minha amiga e a sua segurança.
— Já disse que não precisa agradecer. Eu faço qualquer coisa por você, Coelhinha.
Sorri para mim mesma.
— Se continuar falando essas coisas, uma hora eu vou acabar acreditando.
Meu dedo empurrou com força o botão para que voltássemos a nos mover e vi de soslaio como Viktor balançou a cabeça para um lado e para o outro antes de segurar minha cintura, o aperto dos seus dedos grossos enviando uma corrente elétrica por todo o meu corpo.
Seus lábios se abriram e fecharam como se ele não soubesse o que dizer.
Me senti uma idiota por cortá-lo daquela maneira, no entanto, sempre que Viktor falava algo no estilo, meu instinto de proteção gritava mais alto e eu lembrava de como fiquei destruída quando fui até a sua casa e só encontrei um enorme vazio na sua sala, quase idêntico ao vazio que eu senti no meu coração.
Mesmo assim, tentei suavizar a situação.
Não era o momento e nem o lugar para aquela conversa.
— Vik, me desculpe, não quis ser uma vadia mal agradecida. -Eu disse acariciando seu rosto com carinho.
Seu olhar se prendeu ao meu por alguns segundos e era interessante como eu entendia cada faísca que via nas íris azuis.
— Tudo bem. Você tem muitos motivos para desconfiar de mim, de todos modos. -Ele se afastou parecendo chateado, mas sem querer aparentar.
Droga.
Eu realmente era uma vadia.
Atraí seu rosto até ficar com os lábios colados nos seus.
— Ei, eu não quis...
— Ok, pode não parecer, mas ainda estou aqui. -Ty resmungou bem a tempo das portas se abrirem revelando o escritório de Viktor e corri ao ver Susanna sentada em uma das cadeiras confortáveis.
— Susy! -Gritei indo de encontro à minha amiga, meus olhos se enchendo de lágrimas ao vê-la tão linda com a barriga saliente.
— Alicia! -Susanna devolveu o abraço com cuidado e de repente o lugar foi dominado pelo choro, pedidos de desculpas sem sentido e dois caras que observavam tudo sem entender absolutamente nada.
— Eu senti tanto medo! Não sabia como te ajudar, como te avisar que aqueles idiotas estavam indo atrás de você... e-eu...
Guiei Susy até uma das cadeiras vazias e a fiz sentar para que se acalmasse.
Ty encheu um copo de água e passou para a mulher grávida certamente com medo de que ela parisse ali mesmo.
— Não foi culpa sua, Susanna. Nada disso é culpa nossa. -Alisei seus cabelos ondulados.
— Eles estão empenhados em conseguir uma ordem para invadir a mansão de Viktor e eu não sei mais o que fazer para perder os papéis sem que desconfiem da grávida tonta e distraída.
Oh não.
Ela não deveria se meter nisso.
Não deveria se colocar em perigo dessa maneira.
— Me diz que não estão na sua cola, por favor. -Meu sangue ferveu e contive uma vontade de sair correndo e parar apenas quando estivesse na delegacia. — Sabe que não pode se arriscar assim, Susy. Deus, se Jace descobrir ele vai me matar.
— Está tudo bem, amiga. Eu te devo isso.
— Você não me deve nada, Susanna.
— Só a minha vida, Alícia. E não adianta querer tirar essa ideia da minha cabeça.
Mas que porra!
Todas as pessoas que se relacionavam comigo estavam em perigo naquele momento e isso só aumentava ainda mais o peso sobre os meus ombros.
Meus pais, Susanna, Viktor...
Todos eles de uma maneira ou de outra corriam um risco de ser encontrados por algum membro da RD ou até mesmo pela polícia e embora Viktor não fosse um santo e soubesse muito bem como se defender, eu ainda assim me preocupava com a sua segurança.
Me joguei em uma cadeira, meus olhos queimando pela vontade de chorar que estava contendo e Viktor se abaixou na minha frente.
— Eu vou me certificar de protegê-la. Nenhum idiota vai ser louco o bastante para chegar perto da sua amiga quando souber que ela está debaixo da minha sombra.
— E se isso piorar ainda mais a sua reputação? -Choraminguei ofegante.
— Acha mesmo que ela pode ficar pior? -Viktor sorriu ao se levantar e caminhar até o bar em uma das esquinas do escritório luxuoso, servindo uma taça de vinho para ele e outra para mim, já que Susanna não podia beber e Ty estava em serviço.
Da primeira vez que eu havia estado ali, nem mesmo pude olhar com mais atenção para o lugar e usando esse descobrimento como uma forma de me tranquilizar, observei cada detalhe me impressionando ainda mais na medida que percebia como ele tinha um estilo e gosto únicos.
As paredes pintadas em um cinza escuro, uma delas coberta quase por inteiro por uma prateleira com tantos livros quanto o seu quarto.
No canto oposto, a mesa de mogno de pelo menos dois metros estava abarrotada de papéis, uma tela de computador ligada com imagens de câmeras de segurança sendo reproduzidas e atrás dela, a cadeira de couro legítimo que foi ocupada pelo cara que me encarava com algo diferente no olhar.
Algo quase palpável.
Quase perceptível para quem quisesse ver.
Ele também estava com medo.
E eu não podia sequer chegar a desvendar o que se passava dentro da sua cabeça.
Susanna que nos observava em silêncio sentada na sua cadeira ao lado da minha, suspirou ao notar que aquela troca de olhares poderia durar minutos, até mesmo horas.
— Muito bem, vocês dois precisam parar com isso. -Virei o rosto na sua direção.
— Do que está falando?
— Disso. -Ela respondeu com um gesto apontando para mim e logo para Viktor. — Eu sei que estão loucos um pelo outro e acreditem quando digo que estou muito feliz por vocês, mas quero que saibam que não conseguem disfarçar essa tensão e tenho medo de que as pessoas erradas também percebam isso.
Ty franziu o cenho admirado com a astúcia da garota e tanto eu quanto Viktor abrimos um sorriso sincero.
— Quer dizer que não está mais preocupada com a minha segurança na mansão Schultz?
Me levantei caminhando até a cadeira de Viktor e sentei no seu colo, suas mãos indo parar na minha cintura fazendo minha pele se arrepiar.
Dessa vez ele não me empurrou, nem fez nenhuma menção de que estava desconfortável com a minha intimidade repentina.
Na sua cara, Helena.
O pensamento me fez sentir uma mistura de vergonha por ser tão imatura e satisfação por não ser literalmente jogada para o lado como ele fez com a secretária.
— Digamos que Viktor e eu tivemos uma conversa mais cedo e eu cheguei à conclusão de que ele é um homem íntegro à sua maneira. -Estranhamente ela tinha razão, no entanto, a revelação só me deixava mais curiosa para saber o que diabos eles dois tanto falaram um para o outro.
— Hum, será que podemos conversar em particular por alguns minutos, Susy?
— Ela não vai te dizer nada, liebe. -Viktor sussurrou no meu ouvido e sorri de canto.
Ingênuo.
— Isso é o que veremos. -Repliquei baixinho.
Pulei do seu colo e caminhei até parar na frente da minha amiga conduzindo-a com cuidado até a porta ao lado do elevador que descobri ser um enorme closet com banheiro e tudo.
— O que quer que esteja tramando, não vai funcionar. O seu gato e eu fizemos um trato.
Meus olhos se reviraram tão forte que fiquei levemente tonta por alguns segundos.
— Qual é, Susanna! Pensei que fosse minha amiga.
Ok, eu estava pegando pesado, mas em minha defesa precisava mesmo saber o que Viktor falou e só havia um jeito de conseguir que ela abrisse a boca: sendo dramática.
— Eu sou sua amiga, Alícia, mas tem que entender que nossa conversa foi muito séria e pessoal e que se eu te falar, o senhor Schultz não vai mais confiar em mim.
— Viktor e sua moral maluca. -Resmunguei baixinho.
Susanna sorriu abertamente deslizando os dedos pela minha bochecha com o carinho de uma irmã e meus olhos se encharcaram quase no mesmo instante ao perceber que talvez esse fosse exatamente o sentimento que ela cultivava por mim.
Eu nunca havia me aproximado tanto de uma pessoa como aconteceu com ela.
Durante todo o tempo em que lutei contra o tráfico de mulheres, salvei um grande número de garotas e devolvi todas elas para as suas famílias, mas com Susanna foi diferente.
Era como se nós duas estivéssemos destinadas a nos encontrarmos.
Éramos almas gêmeas, mas não de um jeito romântico.
Meu instinto de proteção com ela superava qualquer divergência de sangue, família ou sobrenome e isso só me fazia ficar ainda mais preocupada.
— Para que se tranquilize um pouco, vou te dizer uma coisa que acho que não vai causar nenhum problema: esse cara te ama com todas as suas forças, Alícia. Seus olhos brilhavam tanto quando ele falava de você e naquele momento eu entendi que ele realmente só quer te proteger assim como eu e até mesmo aquele segurança brutamontes.
Uma gargalhada engasgada escapou pela minha garganta.
— Ty só tem tamanho, mas é um fofo.
Susanna concordou em um aceno.
— Há outra coisa que também gostaria de falar.
— O quê? -Franzi o cenho curiosa.
— Porra amiga, Jace que me perdoe, mas Viktor é quente para caralho! E aquelas tatuagens, por Deus!
— Ele é gato, não é?
Seus olhos se arregalaram quando ela balançou a cabeça efusivamente.
— Fodidamente gato! Confesso que fiquei com um pouco de medo quando ele apareceu na minha frente, afinal de contas as pessoas dizem coisas bem malucas sobre o que ele é capaz de fazer, mas foi só o cara começar a falar de você e como estavam indo as coisas na sua casa que eu percebi que ele era apenas um gatinho com rosto e corpo de leão.
Suspirei lembrando de como ele realmente podia ser um leão na cama.
— Posso te garantir que de gatinho ele não tem nada. -Inclinei a cabeça e ela entendeu perfeitamente ao que eu me referia.
Viktor sabia como satisfazer uma mulher e eu jamais reclamaria disso, nem mesmo nos dias em que me custava andar de tanta diversão que rolava no seu quarto.
Mas é claro que eu não entraria nesses detalhes com Susanna, não depois de Viktor ter me escutado falando sobre a sua ferramenta e me zoado por quase uma semana inteira.
Além de que ele e Ty estavam literalmente do outro lado da porta e nada me garantia que não podiam nos escutar.
Continuamos conversando sobre outros assuntos como o dia do parto de Rico e como eu me sentia péssima por não poder participar de um momento tão importante para Susy ao mesmo tempo em que ela me garantia que não estava chateada e que preferia que eu não me arriscasse, que logo eu poderia conhecer o meu sobrinho.
Por mais que ela parecesse não se importar com aquela realidade bizarra, mesmo assim eu sabia que por dentro Susanna estava triste, só não queria colocar mais uma pedra no meu sapato.
E para ser sincera, eu também não queria mais uma coisa para me preocupar.
O tempo passou voando entre risadas e choramingos até que seu celular começou a apitar nos fazendo pular com o susto.
— Droga, está quase na hora da minha consulta com o obstetra. -Ela se apressou em desligar o alarme. — Jace irá me encontrar na clínica daqui a pouco. Preciso ir, amiga.
Respirei fundo.
— Tudo bem. Me mantenha atualizada sobre vocês dois, ok?
— Pode deixar.
Abri a porta do closet e saímos de mãos dadas como se nada estivesse acontecendo, como se eu não fosse uma fugitiva procurada pela polícia.
Viktor me encarou com uma sobrancelha levantada sabendo que eu não tinha conseguido nada e neguei com a cabeça rodando os olhos para a sua expressão convencida.
— Ty, será que você pode levar Susanna até uma clínica? Se você não se importar, é claro. -Murmurei a última frase ainda olhando para o seu chefe.
— Não há nenhum problema. Enquanto isso eu posso te mostrar o lugar, se quiser. -Seus dedos fizeram um sinal para eu me aproximasse.
As mãos tatuadas seguraram minha cintura e ofeguei ao sentir o calor da sua pele contra a minha.
Cada vez que ele me tocava, o tempo parecia parar e tudo ao nosso redor sumia como em um passe de mágica.
— Obrigada, Schultz. Foi um prazer te conhecer. -Susanna se despediu com um abraço desajeitado e logo foi a minha vez de dizer adeus.
Eu odiava despedidas.
Odiava saber que não iria mais ver as pessoas que eu amava e mesmo assim ter que me manter firme como se uma faca não estivesse sendo enfiada no meu peito.
Mas mais do que isso, eu odiava me despedir sem saber o que iria acontecer a seguir.
Como quando Viktor sumiu sem me dizer nada.
— Me ligue quando chegar em casa, em segurança. -Pedi contendo as lágrimas para que ela não ficasse ainda mais triste com a separação.
— Eu irei. Até outro dia, Alícia. -Ela deu alguns passos para trás. — Se cuide, por favor.
Minha amiga e Ty entraram no elevador minutos depois e observei com o coração apertado como eles desapareciam lentamente do nosso campo de visão.
E nesse momento, como se por fim a realidade tivesse me golpeado, foi quando me permiti sentar em uma das cadeiras vazias e chorar desconsoladamente.
Meu corpo se sacudia com os soluços e Viktor me puxou para cima, os braços musculosos apertando meu corpo contra o dele, me confortando enquanto alisava meus cabelos sem dizer uma só palavra.
Ele sabia exatamente o que fazer.
Entendia como eu funcionava, como meus sentimentos se manifestavam e a forma de me tranquilizar.
E isso só demonstrava como ele dizia a verdade quando afirmava que faria qualquer coisa para me proteger.
Ali no meio do seu escritório eu finalmente compreendi e passei a enxergar a magnitude do que nós sentíamos um pelo outro.
Era algo tão poderoso, tão profundo que nem mesmo todos aqueles anos puderam apagar a chama que nos mantinha vivos.
A realização me fez perder o ar outra vez e contradizendo toda aquela bola de emoções que lutava por me controlar, um sorriso aliviado se formou nos meus lábios atraindo o seu olhar confundido para o meu rosto molhado pelas lágrimas agridoces.
— Eu acredito em você. -Sussurrei antes de beijar a sua boca, gemendo ao sentir o seu sabor delicioso misturado com a acidez do vinho.
— O-o quê?
— Quando disse que faria qualquer coisa pelo meu bem. Eu acredito em você, Viktor. Acho que sempre foi assim, eu só não queria admitir. -Sorri. — Você foi meu melhor amigo, quer dizer, ainda é e uma das poucas pessoas em quem ainda confio de verdade.
Foi a sua vez de sorrir, suas mãos levantando minhas pernas e me levando até a sua mesa.
Os dedos ásperos escorregaram pela minha cintura, subindo até os seios apertando-os de leve antes de chegar no meu rosto, onde ele segurou minhas bochechas em um gesto tão diferente do que eu estava habituada, que por um milésimo de segundos eu me perdi na imensidão dos olhos que tanto amava.
Viktor respirou fundo algumas vezes, franzindo o cenho parecendo estar chateado com alguma coisa e prendi seu corpo com as minhas pernas, atraindo-o para mais perto, se é que isso era possível.
— Me diz o que está te atormentando, amor. -Sussurrei apreensiva.
Será que ele estava de saco cheio de toda aquela merda?
Eu não o culparia se estivesse, no entanto, quando ele sorriu de leve antes de ficar sério outra vez, eu soube que não era nada disso.
— Não quero ser apenas seu amigo, Alícia.
NOTA DO AUTOR
Boa noitcheeee
Como prometido, aqui está a segunda parte do
cap 26!
Espero que tenham gostado,
Não se esqueçam de votar e comentar!
Amo vcs🥰
Bjinhossss BF 🖤🖤🖤
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro