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Capítulo 13

A PIOR parte de ter beijado Viktor, era que por mais que eu tentasse, não podia escapar dele.

Teria que vê-lo a cada dia, cruzar com ele pelos corredores, me sentar na mesma mesa e conversar como se nada tivesse ocorrido, como se minutos antes nossos corpos não estivessem tão colados um ao outro que era quase impossível definir quem era quem.

E o mais engraçado, era que eu tinha quase certeza de que minha expressão me entregava como uma criança que não sabia mentir diante dos pais.

Bertha e Ty serviam mais uma porção de lasanha nos seus pratos sem parar de exclamar como a comida estava maravilhosa.

Eu ocupava o lugar ao lado do segurança que parecia ter sentado em cima de um prego de tão tenso, e mesmo perguntando várias vezes o que ele tinha, o silêncio foi a única resposta que obtive, como se sua língua não lhe obedecesse.

Viktor não parava de encará-lo e tudo ficava cada vez mais confuso para mim.

Mas eu não ia entrar nesse joguinho.

Só precisava comer a minha comida e dar o fora dali o mais rápido possível.

Não seria tão difícil, não é mesmo?

Enfiei uma garfada na boca focando apenas no prato em cima da mesa e mastiguei lentamente saboreando o molho, a textura da massa e até mesmo os temperos que tinha utilizado.

Lasanha era basicamente a minha especialidade. Eu amava fazer esse prato desde que me entendia por gente e não fazia ideia do que me levou a aprender cada passo, a investigar as receitas, o procedimento para fazer uma massa fresca e não ter que usar aquelas de supermercado.

A única coisa que eu sabia, era que, porra, eu mandava muito bem.

Uma prova disso eram os gemidos de Bertha e os sussurros de Ty que colocavam um sorrisinho orgulhoso no meu rosto.

E eu tinha certeza que o resto do pessoal também estava desfrutando do almoço que eu havia separado em marmitinhas de alumínio para cada um.

— Henry me disse para te avisar que ele agradece muito pela comida, Ali. -Ty sussurrou no meu ouvido depois de finalizar o seu segundo prato e sorri outra vez balançando a cabeça para cima e para baixo sentindo um frio na barriga, feliz por saber que eles estavam gostando.

Mamãe dizia que uma das maneiras mais sinceras de agradar alguém, é pelo estômago e eu simplesmente amava fazer isso e ver como ficavam satisfeitos.

— Isso é muito...

Antes mesmo que pudesse finalizar, um barulho de cristal se rompendo ressoou na cozinha atraindo a nossa atenção e virei o rosto assustada procurando a sua origem.

Que diabos tinha acontecido?

Meus olhos se arregalaram ao ver Viktor secando a mão com um pano branco que rapidamente adquiriu uma tonalidade carmesim apavorante.

— O quê foi isso Viktor? -Bertha se aproximou preocupada e ele balançou a cabeça para os lados se levantando e indo até a pia deixando que a água fresca lavasse a sua pele.

A confusão pipocava dentro da minha mente e eu tentava compreender o que ele tinha feito.

Disfarçadamente fui até a cadeira que ele ocupava minutos antes e minha visão nublou ao dar de cara com a taça que ele bebia vinho partida em pedacinhos em cima da mesa.

No modo automático, procurei a pá e uma pequena vassoura e comecei a juntar os cacos de vidro para poder descartá-los antes que outra pessoa se machucasse.

Ao terminar, fui jogar tudo na lixeira que ficava na parte de trás da cozinha em uma pequena área de serviço e quando voltei, Ty e Bertha tinham desaparecido e Viktor esfregava a testa com a mão que não estava machucada.

Me aproximei com cuidado e segurei sua outra mão para ver se o corte tinha sido muito profundo ou se precisaria de alguns pontos.

— Fico imaginando o que essa pobre taça te fez... -Disse levantando uma sobrancelha analisando os danos. — Ou será que isso foi apenas um aviso para que as outras se comportem? -Brinquei tentando mandar para longe o calor e o arrepio que me açoitavam cada vez que eu o tocava

Viktor observava minha expressão concentrada sem dizer nada, provavelmente pensando que seria uma péssima ideia deixar que eu o revisasse.

Eu não me atreveria a isso se não tivesse aprendido primeiros socorros durante todos os anos em que trabalhei como policial, já que a ambulância nem sempre chegaria imediatamente e cada segundo era vital se alguém levasse um tiro, por exemplo.

Precisávamos estar preparados para qualquer tipo de situações e emergências, não podíamos simplesmente ficar olhando tudo sem fazer nada.

Peguei o mesmo pano que ele tinha usado para se limpar e o lavei para tirar o sangue antes de deslizar o tecido com cuidado na ferida e poder ver melhor do que se tratava.

— Acho que ela estava com defeito ou trincada e talvez eu tenha batido na garrafa ou na mesa quando fui me servir, não sei. -A resposta veio minutos depois e suspirei sem me convencer nem um pouco.

— Pois da próxima vez será melhor que use luvas ou quem sabe tratar de não sair quebrando as coisas.

Continuei limpando a área, percebendo inoportunamente como suas mãos eram enormes e lembrando de se encaixavam com perfeição no meu pescoço.

Conforme eu me aproximava da ferida, a respiração de Viktor se acelerava e eu me afastava rapidamente.

— Está sentindo dor?

Viktor balançou a cabeça para os lados sem desviar o olhar do meu.

— Precisamos ver se não ficou algum caco dentro da ferida... -Expliquei engolindo em seco diante do seu escrutínio. — Isso com certeza vai doer. -Completei e ele confirmou me dando permissão para continuar.

Apertei a pele ao redor do machucado, franzindo o cenho para as caretas que ele fazia conforme eu me movia murmurando pedidos de desculpas sem parar.

— Acho que não ficou nenhum. -Pensei comigo mesma e seu suspiro aliviado balançou alguns fios de cabelo que tinham se soltado da pequena trança que eu tinha feito para que pudesse comer tranquilamente.

Viktor então segurou meu queixo com a mão livre, levantando meu rosto para que pudesse olhar para ele enquanto falava.

Suas pupilas estavam dilatadas, os lábios entreabertos e eu não sabia se aquilo era dor ou outra coisa bem mais... intensa.

Me perdi no mar gelado das suas íris azuis por alguns minutos e ele pareceu sofrer o mesmo, abrindo e fechando a boca sem conseguir pronunciar nenhuma palavra.

Era quase como se estivesse tentando encontrar a frase certa a dizer, como se nenhuma fosse boa o suficiente e por incrível que pareça, eu me sentia da mesma maneira.

— Alícia, eu... -Ele começou fazendo meu coração bater tão rápido e ansioso como um cavalo de corridas prestes a atingir a linha de chegada.

— Ufa, achei a caixa de primeiros socorros! Tinham mudado de lugar e... -A voz de Bertha entrou pelos meus ouvidos e me afastei de Viktor em um pulo para trás, minha mão ainda segurando a sua como se estivessem coladas.

— Hã já revisei se não tinha nenhum vidro dentro, pode passar os medicamentos, Bertha. -Ofeguei tentando me soltar, no entanto, mesmo sabendo que a ferida poderia se abrir ainda mais, Viktor apertou meus dedos contra os seus me impedindo de me mover sem nem dissimular, atraindo um olhar perspicaz da governanta de meia idade.

— Na verdade, acho melhor você fazer isso, querida. Não gosto muito de ver sangue. -Bertha fez uma careta antes de escapar porta afora me deixando novamente a sós com o seu chefe.

— Ok... -Suspirei abrindo a caixa de primeiros socorros e retirando os remédios que usaria. — Se estiver doendo me avise e eu paro, está bem? -Levei um pedaço de algodão embebido em um antisséptico até a sua mão e ele confirmou com um gesto rápido.

Comecei a limpar a ferida com cuidado e por mais que soubesse que ele estava sentindo dor, mesmo assim Viktor não se manifestou.

Ele aguentou tudo calado, apertando os dentes até o momento em que passei uma pomada cicatrizante e cobri a ferida com um band-aid grande quase da cor da sua pele.

Essa reação era tão estranha.

Ele não reclamou, nem mesmo fez uma careta de dor como se já estivesse acostumado com aquilo.

Isso só me deixava ainda mais curiosa para saber o que tinha acontecido com ele durante o tempo em que ficou fora.

O único problema, era que ele jamais se abriria comigo.

Esse não era um comportamento típico dele de todas maneiras, e eu já tinha perdido a paciência.

— Pronto. -Disse em um sussurro depois de terminar de fazer o curativo. — Só não vá quebrar mais nada por alguns dias, caso contrário o ferimento abrirá de novo.

— Obrigado. -Viktor respondeu em um suspiro entrecortado e meu estômago se contorceu ao escutá-lo tão vulnerável.

Algo que não via há muito tempo.

Algo que não via há quinze anos para ser exata.

— De nada... hã... posso te perguntar uma coisa?

Ele concordou com suavidade.

— Por que você...

Comecei, no entanto, fui interrompida pelo toque do celular que tinha ganhado dele, o que significava duas coisas: ou era Suzanna ou meus pais e em nenhuma das duas hipóteses poderia ser algo bom.

— D-desculpe, preciso atender, já volto. -Retirei o celular do bolso da jaqueta e caminhei até o quarto com o coração pesando tanto quanto a minha consciência por quase ter deixado que ele visse como eu estava me derretendo de vontade de beijá-lo mais uma vez.

Fechei a porta ao entrar, decidindo se deveria ficar tranquila ou preocupada ao ler o nome de Suzanna piscando na tela sem parar.

Sem demora, deslizei o dedo no botão verde e atendi a ligação com os batimentos acelerados.

— Olá Alícia, te liguei para saber como estão os cactos, já os regou hoje? -Minha respiração se suavizou e tentei me acalmar antes de responder.

— Eles estão lindos, até floresceram. Não os reguei hoje, mas prometo que o farei amanhã.

— Está sozinha?

— Sim.

— Ótimo. -Suzy continuou. — Hoje serei breve, me escute com bastante atenção, Ali. -Apertei as pálpebras, o medo invadindo cada poro do meu corpo. — Todos os casos envolvendo os Red Damons foram arquivados por falta de provas e todos na segunda divisão pensam que Steven era o líder e por isso você ficou tão furiosa que o matou.

— Mas que porra é essa?

Encostei na porta e fui escorregando até chegar no chão frio.

O outro lado da linha ficou em silêncio por alguns minutos que pareceram séculos e minha cabeça rodava tanto que começava a confundir o que era real do que era a minha imaginação louca movida pelo temor que sentia.

Então eles acreditavam mesmo que eu seria tão idiota de matar o cara que eu tinha levado à prisão?

— Eu não sei o que está acontecendo, mas Harvey não para um segundo sequer. Ele está tão nervoso que só falta arrancar os cabelos e Josh não para de andar de um lado para o outro.

Respirei fundo.

— Josh também acha que fui eu? -Perguntei em um fio de voz.

— Alícia...

— Só me responda, droga.

— Ao que tudo indica...sim. E-eu sinto muito, amiga, não é sua culpa. Ele viu o vídeo e realmente parece com você.

— M-mas não sou eu, droga!

— É claro que não é! Eu te conheço muito bem, sei que não faria algo assim, você também sabe e isso é o que importa.

— Se isso é o que diz...

— É a verdade. -Ela declarou e apertei os olhos querendo acreditar nisso com todas as forças. — Agora eu preciso ir, por favor, se apure no que quer que esteja fazendo. O tempo está correndo e quanto mais você demorar, mais difícil vai ser conseguir provar a sua inocência.

Suzanna tinha razão.

Passei quase duas semanas sem fazer nada na casa de Viktor, me preocupando apenas por não cruzar com ele, quando esqueci completamente do problema real: uma acusação de assassinato que eu não cometi.

— Obrigada, Suzy. Vou dar um jeito nisso. Se cuide por favor, não converse com ninguém e faça de conta que também acredita que eu sou culpada, ok? Não quero que fique em perigo por minha causa.

— Tudo bem. E hã, Ali, eu estava pensando, Viktor tem muitos contatos, já sabe, no submundo. Talvez ele possa te ajudar e...

— Não. -Cortei minha amiga, me arrependendo instantaneamente por parecer tão ríspida.

— Mas...

— Ele já está fazendo mais do que devia me albergando na sua casa. Além do mais, não quero lhe dever mais nada.

— Você é quem sabe, mas por favor, tente deixar o orgulho de lado, qualquer ajuda é bem vinda, Alícia, não está em posição de escolher.

Balancei a cabeça para cima e para baixo.

— Vou ver o que faço. Até mais, amiga. Um abraço para Rico e para Jace.

— Obrigada. Até mais, Alícia. Espero que nos encontremos logo.

Encerrei a ligação respirando pesadamente.

O celular escorregou dos meus dedos, caindo no chão em um golpe seco conforme meus olhos se enchiam de lágrimas.

Chess veio ao meu encontro ao escutar meus soluços desesperados e chorei ainda mais quando ela se aconchegou no meu colo como se quisesse me consolar.

— Pelo menos você ainda está comigo, não é mesmo? -Acariciei suas orelhas com carinho.

O que eu faria? Como conseguiria provar que aquela maldita garota não era eu?

A angústia e o medo foram minhas únicas companhias durante o resto do dia.

Tentei de todas as maneiras encontrar uma resposta para as inúmeras perguntas que borbulhavam dentro da minha cabeça e cada vez que não chegava à nenhuma conclusão, o desespero aumentava a tal ponto de que era difícil até mesmo respirar.

Por que eu?

O que diabos eu tinha feito para merecer isso?

E principalmente, qual era a razão de tudo isso?

Quero dizer, eu não era idiota.

Quem quer que tenha se dado o trabalho de matar Steven, aproveitou para me incriminar porque sabia que eu estava comandando a sua investigação.

Era como se quisessem me tirar do caminho ao mesmo tempo em que eliminavam o idiota que conseguiu ser preso colocando em risco a toda uma quadrilha.

O resto da tarde passou em um borrão e não consegui fazer outra coisa além de me deitar na cama me esforçando para não surtar com a possibilidade de ser presa.

Eu sabia como as prisões funcionavam, afinal, tinha levado um monte de gente para lá e por isso mesmo não podia ir.

Todos lá dentro me odiavam e se eu tivesse a sorte de ser colocada em uma cela especial, mesmo assim, teria que sobreviver aos agentes corruptos que rondavam os corredores.

— Deus, como eu vou sair dessa? -Perguntei a Chess que levantou as orelhas sem entender nada. — Não posso ir presa, não posso! -Mais lágrimas inundaram meus olhos e em questão de minutos comecei a chorar novamente.

Chorei tanto que acabei dormindo em meio aos pesadelos que envolviam eu, Harvey, Josh e até mesmo Viktor em um emaranhado de vozes, rostos e medo puro.

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