Capítulo 04
— É O SEGUINTE, eu vou te dar uma última chance para você me dizer quem são seus aliados. -Steven inclinou a cabeça levantando uma das sobrancelhas sem abrir a boca uma só vez durante os quase vinte minutos de interrogatório.
O clima na pequena sala preenchida apenas com uma mesa e duas cadeiras, uma delas estava ocupada pelo idiota prepotente, estava ficando cada vez mais intenso.
E conforme ele se movia de uma maneira desajeitada por conta das algemas presas à mesa ou desviava o olhar do meu, minha paciência ia se esgotando como uma torneira quebrada.
Caminhei a passos firmes até parar do seu lado, e como das outras vezes, o cara não se moveu.
Ele não expressou sequer estar com medo ou arrependido.
Não, Steven parecia estar muito bem consigo mesmo, como se ele soubesse exatamente o que ia acontecer depois que fosse liberado.
E talvez ele estivesse certo.
Durante os dias que estive de folga, não parei de investigar seu caso por um segundo sequer.
Li e reli as peças dos processos anteriores, tanto da sua gangue, quanto da rival.
E ao encontrar tantas evidências de que os Red Demons estão sendo ajudados por alguém de dentro da polícia, meu sangue ferveu tanto que só faltou entrar em ebulição.
Eu não podia acreditar que aquilo tudo havia estado diante dos meus olhos durante todo esse tempo, quase como uma traição que você não quer enxergar, mas que todas as pistas apontam para o mesmo.
Porque sim, eu me sentia traída.
A minha vida toda eu treinei e lutei para servir ao lado da lei, e saber que haviam pessoas de dentro, talvez até mesmo colegas meus que faziam algo tão asqueroso como proteger alguém que era capaz de estuprar menores de idade me causava náuseas.
E eu seria capaz de cometer até mesmo uma loucura com tal de que esse idiota abrisse a boca.
Steven estalou os dedos pela milésima vez e seu olhar recaiu sobre o meu corpo, a língua deslizando pelos lábios em um movimento lascivo que me fez quase vomitar ali mesmo.
— Se continuar me olhando assim sem me dizer o que eu quero saber, eu juro que mandarei as boas práticas e a ética profissional à merda e vou te socar tanto que nem sua mãe vai conseguir te reconhecer. -Ameacei me abaixando sobre a mesa ficando cara a cara com ele.
— Nós poderíamos ter nos divertido tanto, Alícia. Essa sua boca é hipnotizante, seria maravilhoso ter você só para mim, pena que você não colaborou para isso. -Sua boca se curvou em um sorriso conforme ele sussurrava e segurei o colarinho da sua camisa desejando que aquilo fizesse todo o ar fugir dos seus pulmões.
Eu estava farta.
Estava cansada de dar voltas e voltas e não chegar a nada.
Parecia um animal que se perdeu da manada, sem saber como voltar para casa, sem saber que caminho seguir.
— Estou falando sério, Decker. -Rosnei a centímetros do seu rosto. — Você sabe como tratam os abusadores na prisão, não é? -Decidi mudar de tática.
Se esse idiota não tinha medo de mim, ele ficaria com medo dos colegas.
Seus olhos voaram para o vidro espelhado que cobria a metade da parede à sua frente, o cenho franzido como se eu tivesse acabado de tocar em um ponto fraco.
— Essa coisa de prisão domiciliar é apenas uma formalidade para calar a boca de algumas pessoas, acha mesmo que eu serei preso?
— Oh, querido, eu vou fazer questão de que isso ocorra, -sussurrei com a voz carregada de ironia — mas posso te ajudar, posso te colocar em uma cela sozinho, você tem curso superior, pode ficar em um lugar só para você, com algumas regalias, é só me dizer quem te protege aqui dentro, é só fazer a coisa certa. -Suavizei meu tom de voz para que ele pensasse que eu realmente faria tudo aquilo que prometi.
Se tinha uma coisa para a qual estava pouco me fodendo, era a sua integridade.
Por mim, Steven poderia ter um pedaço de pau enfiado na bunda e não estava nem aí para isso.
Eu só precisava que ele colaborasse, que dissesse pelo menos um nome e eu me encarregaria do resto.
— Mesmo se eu quisesse fazer isso, não poderia. -Seus olhos não desviaram do vidro enquanto ele falava. O idiota provavelmente sabia que atrás daquele espelho havia um corredor onde outros detetives e até mesmo policiais ficavam assistindo o seu depoimento.
— Por quê?
Meus dedos apertaram a beirada da mesa para não cometer a besteira de lhe dar uma surra.
— Porque se eu abrir a boca, serei um homem morto, detetive.
— MAS QUE PORRA! - Segurei o seu colarinho novamente obrigando-o a olhar para mim. — Você é um maldito covarde, Steven! Eu vou te fazer pagar por tudo, por cada vida que você arruinou! -Minha voz ficava cada vez mais alta e meus batimentos cardíacos se aceleraram tanto que eu poderia sair correndo uma maratona com a adrenalina liberada pelo ódio que eu estava sentindo do verme à minha frente.
Minha vontade era de arrebentar o seu nariz contra a mesa e fazê-lo falar à força, mas antes mesmo que pudesse chegar a descartar essa ideia ridícula, a porta da sala se abriu em um rompante e vários detetives entraram em um rompante para me segurar.
Eu estava furiosa, perdida em mim mesma, mas ainda assim sabia quando era hora de ficar quieta para evitar piorar a situação.
Harvey entrou em seguida, provavelmente depois de escutar os gritos e de ver toda a movimentação dentro da delegacia.
Seu rosto dessa vez não continha apenas aquela seriedade de sempre, agora ele parecia a ponto de explodir.
— Já chega, Medina. Essa não é a conduta de uma profissional, a partir de hoje você está oficialmente fora do caso. -Soltei Steven com os olhos tão arregalados que demorei um minuto para entender o que tinha acabado de acontecer.
— Você não pode fazer isso, Harvey! Eu o prendi, esse caso é meu!
— Estou pouco me fodendo para isso, você quase bateu na única pessoa capaz de nos levar até a maldita gangue! Não posso correr o risco de que isso volte a acontecer.
Steven soltou um suspiro parecendo aliviado e inclinei a cabeça balançando-a para os lados.
Minhas bochechas ficaram quentes em um misto de raiva e vergonha e saí da sala sem dizer nada para não acabar sendo despedida de vez.
Droga, eu tinha estragado tudo.
Como pude ser tão burra? Como pude deixar que meus sentimentos se interpusessem sobre o meu profissionalismo?
Porra, eu era uma das melhores detetives dessa cidade!
Tinha passado no treinamento em segundo lugar, meus colegas me respeitavam, eu tinha uma boa reputação.
Eu era Alícia Medina, caramba!
Passei direto pelo corredor até o banheiro feminino e me debrucei na pia sem coragem de me olhar no espelho.
A vergonha agora estava ainda mais pesada nos meus ombros e a única coisa que passava pela minha cabeça, era como eu faria para continuar acompanhando o caso, sendo que Harvey tinha acabado de me afastar dele.
Josh já não me ajudaria, provavelmente nosso chefe também o afastaria e eu realmente não podia confiar em mais ninguém nessa divisão.
— Porra! -Golpeei a pia com força e apertei os dentes ao sentir a dor imediata.
Ainda bem que não tinha sido no espelho...
Lavei meu rosto com a água fria aproveitando para tentar conter o inchaço que começava a se formar nos meus dedos.
— Vai acabar se machucando desse jeito. -Balancei a cabeça ao ouvir a voz de Josh.
— Você provavelmente já deve ter ficado sabendo da novidade.
Meu parceiro se aproximou retirando um pedaço de papel para me ajudar a secar as mãos.
Ele o deslizou com cuidado sobre minha pele roxa fazendo uma careta ao notar o pequeno hematoma fresco.
— Harvey deixou isso bem claro para todos. Você tem que se controlar, Ali, não pode perder as estribeiras por mais difícil que seja.
— Eu sei, Josh. -Mordi os lábios sentindo a dor latejante. — É só que aquele idiota me tira do sério porra! Eles são os únicos que sempre saem impunes e não entendo o motivo, eu... -Levei meus cabelos para trás com a mão livre.
Droga, eu sabia que não podia confiar em ninguém e por um instante me esqueci completamente disso.
Precisava me controlar, mas cada vez que lembrava do que tinha acabado de acontecer, meu sangue fervia de raiva.
Steven conseguiu o que queria sem nem se esforçar.
Eu estava fora do caso, para a sua alegria e a culpa era toda minha.
Meus olhos se encheram de lágrimas e Josh acariciou meu rosto com o dedão limpando uma delas que caiu sem a minha permissão.
— Não precisa ficar assim, ok? Eu vou dar um jeito nisso, eu prometo. -Seus lábios pousaram suavemente na minha testa e pela primeira vez desde que nos conhecemos, eu o deixei fazer isso aqui dentro da delegacia.
Nesse momento, eu precisava me sentir apoiada, precisava que alguém me garantisse que tudo ficaria bem e que eu conseguiria prender aquele nojento, porque caramba, eu tinha lutado por um bom tempo para pegá-lo e não justo que essa chance fosse tirada de mim.
Por mais que soubesse que eu não estava certa ao me lançar assim para cima dele, eu ainda merecia participar do processo.
Era um mérito meu, poxa.
— Obrigada, Josh. -Abracei seu corpo pegando-o de surpresa, no entanto, como era de se esperar, ele não demorou para replicar o gesto aproveitando a pequena brecha.
— De nada, Ali. Sabe que eu sempre vou estar aqui para você, não é mesmo?
Apertei as pálpebras com força, aquele velho sentimento de que estou sendo uma vadia com ele voltando para me assombrar.
Embora tenha deixado bem claro a Josh que nós nunca chegaríamos a ser um casal, eu me sentia mal por tê-lo assim tão perto, tão... íntimo.
Precisava parar de dormir com ele, parar de iludir o coitado e deixá-lo livre para uma garota que o merecesse de verdade.
Porque eu sabia que no meu coração não havia lugar para ele, por mais que eu me esforçasse para gostar de outra pessoa que não fosse...
— Devemos voltar ao trabalho. -Empurrei seu corpo com cuidado.
A decepção no seu olhar terminou de me destruir como uma adaga fincada direto no meu peito.
Mas o que eu podia fazer?
Me coloquei em um dilema onde de qualquer maneira Josh iria sofrer, então quanto antes ele entendesse que não havia nada entre nós dois, melhor.
Lavei meu rosto mais uma vez para tentar dissimular o inchaço debaixo dos meus olhos depois de chorar e saímos do banheiro lado a lado até meu escritório.
O resto do dia passou em um borrão e na minha cabeça, a frase de Steven rodopiava como um redemoinho.
"Se eu falar, serei um homem morto."
Isso só significava uma coisa: o apoio da Red Demons vinha de dentro da minha própria divisão e Steven não era tão importante assim quanto parecia dentro daquela maldita quadrilha.
Se bem que ninguém era insubstituível, ainda mais no mundo do crime.
Sempre tinha sido assim, e continuaria sendo até o fim dos tempos.
Quando o relógio apontou seis da tarde, arrumei minhas coisas para ir embora e me despedi tanto de Josh quanto de Suzanna.
Não estava com ânimos para conversar com eles, não depois do dia de merda que havia tido.
Eu só queria tomar um banho quente, me jogar na cama com Chess e ver algum filme romântico, tal como Harvey zombou antes de me fazer pegar aquelas malditas férias forçadas.
Por culpa dele eu perdi quase duas semanas da investigação e por isso entrei em desespero quando Steven não me deu nenhuma informação relevante.
E isso estava me corroendo de dentro para fora.
Durante todo o caminho de volta para casa, eu me senti um lixo.
Senti que eu não estava fazendo meu trabalho direito, que jamais experimentaria aquela bendita sensação de dever cumprido, porque por culpa desse meu temperamento de merda e essa minha necessidade de controlar tudo, eu acabei com qualquer chance de desmascarar esse maldito esquema.
Agora só restava acompanhar o caso de longe e torcer para que quem estivesse no comando não fosse um dos policiais envolvidos.
Sexta-feira finalmente tinha chegado e meu cansaço físico não se comparava com o cansaço mental que estava sentindo.
Harvey não me deixou chegar nem perto dos arquivos e por mais que ele tivesse feito isso para proteger meu emprego, eu ainda o odiava por isso.
No entanto, era quase final de semana e eu aproveitaria essa pequena folga para descansar e tentar não pensar no fato de que havia uma enorme chance de Steven sair ileso outra vez.
— Aqui, coma algo se não quiser desmaiar antes de acabar o expediente. -Suzanna colocou uma bandeja com donuts e uma xícara gigante em cima da minha mesa.
Meu estômago roncou forte ao sentir o cheiro do café fresco e foi nesse momento que percebi que efetivamente não tinha comido nada o dia inteiro.
— Obrigada, Suzi, não sei o que faria sem você. -Mordi um pedaço da massa redonda e ela balançou a cabeça em aprovação.
Suzanna tinha virado mais do que uma amiga desde que começou a trabalhar na delegacia.
A garota simpática tinha decidido que me cuidaria, já que segundo suas próprias palavras, de tanto que eu me preocupava com os outros, acabava esquecendo de mim mesma.
E talvez ela tivesse razão.
Eu realmente poderia passar horas dentro de uma sala interrogando algum idiota sem me importar com a comida, ou em ir ao banheiro.
Essa era a minha maneira de trabalhar, esquecer do mundo ao meu redor e focar apenas no caso que estivesse atendendo.
Eu amava minha profissão e me dedicava ao máximo para obter o melhor resultado possível, mesmo que algumas vezes isso não era o que conseguia.
— Josh, Harvey e alguns caras da área de narcóticos irão até aquele bar que você ama daqui a pouco quando acabar o nosso expediente, o que acha de ir com a gente? -Seus olhos sustentaram os meus por alguns segundos. — Jace irá comigo, não precisa se preocupar. -Suzanna adicionou rapidamente sabendo muito bem como funcionava a minha cabeça.
— Não sei... essa semana foi lotada de tensão...
— Vamos Ali, você quase não saiu de casa esses dias, precisa se distrair um pouco, conversar com desconhecidos, beijar algumas bocas que não sejam a do Joshua. -Quase cuspi todo o café em cima do meu computador ao escutá-la e seus lábios se curvaram em um sorriso travesso.
— Mas o que...
— Achou que eu não soubesse, não é? Vocês disfarçam muito mal, por sinal.
— Não diga a ninguém, por favor. -Implorei mesmo sabendo que ela não seria capaz disso.
— É sério, Alicia, você precisa se distrair, deixar toda essa merda do caso Decker para trás. -Minha amiga deu de ombros antes de segurar minhas mãos entre as suas e nesse momento percebi que ela tinha razão.
Por quase um mês eu não saí, minha rota foi da casa para o trabalho e do trabalho para casa, exceto quando ia ao bar sozinha.
Isso não estava certo e não me faria nenhum bem parar de socializar.
— Ok, você venceu. -Minha amiga soltou um gritinho animado. — Mas não vou ficar muito tempo, sabe que tenho uma gata que alimentar. -Completei e ela rodou os olhos contrariada.
— Como se Chess não fosse completamente independente. Mas tudo bem, eu vou aceitar o que você tem para me oferecer. -Neguei com a cabeça e ela sorriu ainda mais.
— Será que posso tomar um banho antes de ir ou irá me arrastar daqui mesmo? -Zombei com uma sobrancelha levantada e ela cruzou os braços com o semblante sério.
— Te dou meia hora, se não aparecer, irei te buscar pessoalmente. -A ameaça quase me fez rir, contudo, me segurei para não cutucar a fera com vara curta.
Suzanna era uma pessoa pequena, mas tinha aprendido a se defender. Eu mesma me encarreguei disso.
Não queria que ela sofresse novamente e se acontecesse dela ser pega, saberia como lutar.
— Entendido, capitã. Irei em táxi para não ter que dirigir, então te enviarei uma mensagem quando estiver chegando.
Como prometido, depois do expediente fui direto para casa, tomei um banho rápido apenas para tirar o suor do corpo e coloquei uma roupa simples antes de pedir um Uber.
Não estava com paciência para fingir que me interessava tanto me arrumar.
Uma calça jeans, blusa branca e uma das minhas jaquetas de couro preta eram suficientes por enquanto.
Se fosse em outra ocasião, eu até me preocuparia em vestir algo mais sensual, caso tivesse intenção de sair do bar acompanhada, no entanto, o cansaço que eu sentia era tanto, que simplesmente queria beber até que minha língua ficasse dormente e deixar que o álcool fizesse sua mágica no meu organismo.
O carro do modelo indicado no aplicativo parou na frente do meu apartamento e conferi a placa antes de subir.
Confirmei o endereço e rumamos para o bar em questão de minutos.
Como se tratava de uma sexta-feira, as ruas estavam movimentadas, lotadas de pessoas indo para as suas casas ou em busca de algo de diversão assim como eu.
O final de semana era praticamente sagrado para todos os habitantes de South Oaks e por conta disso, a cidade virava uma enorme confusão de jovens e adultos se consumindo no caminho da perdição.
Eu geralmente não prestava atenção na rota quando viajava de táxi ou em qualquer outro carro, era uma forma de descansar, de me deixar ser levada, de ceder o controle nem que fosse por alguns minutos.
Porque sim, estar sempre no comando de tudo era cansativo e mesmo que eu soubesse que não era saudável querer mandar em tudo ao meu redor, eu simplesmente não podia lutar contra esse instinto.
Era algo intrínseco dentro de mim, algo que fazia parte da minha personalidade como um todo. E tudo ficou ainda mais intenso depois que Viktor sumiu.
Ele era o meu descanso.
Era a pessoa que eu procurava para me liberar de toda a tensão de ser eu.
E como se o universo estivesse pregando uma peça em mim, virei meu rosto para a janela bem na hora que estávamos passando na frente do enorme cassino cujo letreiro ostentava a figura de uma garota vestida com roupas da realeza e o nome "Rainha de Copas" escrito em letras neon que piscavam sem parar para atrair os clientes como moscas eram atraídas para a luz.
Imediatamente um único nome me veio à mente: Viktor Schultz.
O fantasma do homem que aterrorizava a todos e ninguém sabia sequer como ele era. Ninguém conhecia seu rosto, muito menos o endereço da sua casa... ele era uma incógnita e isso me deixava furiosa. Porra a única imagem que eu tinha de Viktor, era aquele adolescente que costumava jogar pedras na minha janela para me chamar para ler.
E agora, essa lembrança era a única referência que eu tinha.
Mas seu nome era sussurrado em todos os cantos, ele era o dono daquele império e de quase metade da cidade.
Mas o que eu mais odiava, o que mais me tirava do sério, era que contra a minha própria vontade, ele ainda era o dono do meu coração.
NOTA DO AUTOR
Helloooo amores, vou deixar esse cap e sair correndo
pq essa semana vai ser bem corrida pra mim!
Espero que tenham gostado,
não se esqueçam de votar e comentar.
Uma ótima semana a todos!
Amo vcs
Bjinhosss BF
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