Fomos para Illéa a festa de halloween foi realmente divertida, Phillip não me deixou tomar nem uma taça de vinho ou qualquer outra coisa que fosse alcoólico, também não dancei muito, ele disse que seria muito esforço. Aproveitei para conhecer as participantes da seleção, gostei ainda mais da Zoey, ela era uma moça de muitas qualidades, adorava seu sarcasmo em especial, acabei conhecendo todas mas conversar apenas com Zoey, uma loira que era tão boba quanto o Shal, e eu fiquei com medo, se ela a escolhesse seriam o casal mais parado e sem graça da história, ainda mais sem graça de Amberly e Antony. Conversei com outra que parecia com medo de mim, e uma garota arrogante de cabelos curtos. Se fosse minha seleção com certeza as três já teriam sido eliminadas, mas ao que me pareceu ele parecia meio confuso, e isso era tão típico dele!

 Claro que no dia seguinte eu disse que estava de ressaca, mas na verdade não estava apenas tinha que manter por hora essa gravidez em sigilo.

Ao retornarmos para Noruécia, Phillip disse que deveríamos contar logo a todos, já que o povo esperava esse herdeiro há seis anos, mas eu sabia que se contasse a alguém, minha família saberia por meio de um tablóide e eu não queria isso queria contar eu mesma.

Prometi a ele que eu contaria quando voltássemos a Illéa para a tal recepção, minha mãe havia pedido um encontro formal para que as meninas da seleção pudessem treinar, eu aceitei o convite, mas Phillip não gostou, por ele eu ficaria trancada no castelo até nascer nosso filho, nós dois brigamos e eu quase dormi a noite sozinha, mas ele andava mais carente do que eu, ele não ficava mais muito distante, ele havia dito que não conseguia e não queria.

Acordei aquela manhã, me sentindo bem disposta, faltava apenas alguns dias para a tal recepção e nossas malas estavam prontas, não ficaríamos muito tempo, havíamos combinado que chegaríamos a noite e voltaríamos no final da tarde.

Olhei em volta e Phillip não estava mais na cama, reparei que o café da manhã estava na mesa que havia em nosso quarto. Fui até a mesa e reparei que havia um bilhete em cima da mesa, próximo as frutas.

“Kath,

Eu tinha uma reunião logo cedo e não quis atrapalhar seu sono.

A reunião de hoje será no plenário, não me espere para almoçar. Vegan e Hugo irão se hospedar no palácio por algum tempo, pedi para ele me ajudar em umas questões, e como algumas vezes teremos que trabalhar até tarde, ele resolveu que ficará conosco alguns meses.

Pedi para servirem o café da manhã para você.

Te amo.

Phillip”

Terminei de ler a carta e a deixei em cima da mesa, eu sabia bem quantos meses Vegan ficaria e o porquê, Phillip andava muito ocupado e ele não queria me deixar sozinha, então ele dividiu o trabalho com seu primo Hugo e ainda de quebra Vegan me faria companhia nos próximos meses de gestação.

Phillip era impossível, eu disse que era desnecessário, eu não estava doente e nem iria morrer e levar o herdeiro comigo, achava que eram cuidados demais e desnecessários demais.

Chamei minhas damas, e elas prontamente entraram em meu quarto.

- Preparem um banho para mim, por favor? – eu pedi a elas.

- Senhora, a senhora Lorentzen acaba de chegar, onde devemos hospedá-la? – perguntou Elyne.

- Coloque na suíte presidencial, ela ficará conosco alguns meses – eu disse dando de ombros.

- Vou avisar Cibele – disse Elyne retirando-se de meu quarto.

- Quanto tempo ela se hospedará conosco, minha rainha? – perguntou Rayla vindo do banheiro.

- Acredito que durante os próximos seis meses – eu disse.

- Entendo, ela ficará para fazer-lhe companhia? – perguntou Celin arrumando minha roupa.

- Conhecem o rei, coisas dele – eu disse e elas riram.

- Seu banho está pronto minha rainha – disse Rayla.

Após meu banho, elas me ajudaram a vestir, minhas roupas agora eram mais largas e eu de fato estava maior, e isso me incomodava, me sentia gorda e inchada!

- Celin chame a senhora Cibele a minha presença, por favor? – eu pedi em quanto me sentava para tomar meu café da manhã.

- Agora mesmo senhora – ela disse saindo de meu quarto.

Em quanto eu comia Rayla arrumava o quarto e eu estava olhando para o nada, e nem estava pensando, para falar a verdade estava entediada.

Cibele entrou em meu quarto quando estava tomando suco.

- Mandou me chamar? – ela perguntou sorrindo.

- Pedi, sim eu pedi para chamar você – eu disse dando ênfase no “pedi”, as pessoas me tratavam como se eu fosse mandona e o tempo todo estivesse mandando e dando ordens, mas eu não era esse tipo de pessoa.

- O que deseja? – ela perguntou rindo e eu indiquei a cadeira a minha frente para ela se sentar.

- Quais são as tarefas de hoje? – perguntei olhando-a em quanto ela sentavas-se em no lugar que eu indicara.

- Nenhuma minha rainha, hoje esta de folga – ela disse com doçura.

- Quando foi que Phillip mandou você falar isso?

- O que? Não senhora eu...

- A verdade Cibele, a verdade. Por favor – eu disse cansada desses jogos e das pessoas sempre estarem me tirando os afazeres.

- A verdade é que ele pediu a outra pessoa para tomar conta de suas atividades, para que pudesse apenas descansar e ter uma gestação saudável, longe dos riscos – ela disse desconsertada.

- E quem irá tomar conta de tudo? – perguntei exaltada já.

- Quem mais se não eu mesma? – disse Vegan da portar, e eu nem havia percebido que ela estava ali ou sequer batera na porta.

- Bons modos cadê? – perguntei e ela riu.

- Não preciso de bons modos com você – disse Vegan rindo e dando de ombros.

- Gozo de plena saúde para continuar meu trabalho – eu teimei.

- Quanto a isso converse com seu marido, eu cumpro as ordens do rei – disse Vegan rindo.

- Então agora Cibele e você irão trabalhar juntas, e quanto a mim? O que ficarei fazendo?

- Boa pergunta, acho que seu marido espera que você veja TV, durma e faça essas coisas, alem de comer apenas coisas saudáveis – disse Vegan sentando-se entre mim e Cibele e pegando um cacho de uvas para comer.

- Ou seja, ele espera que os próximos seis meses, eu morra de tédio! – exclamei frustrada.

- Por isso que eu não tenho filhos – gargalhou Vegan.

- Você é uma boba sabia? – eu disse a ela – Não vai comer Cibele?

- Já comi senhora, obrigada. Alias eu devo me retirar agora, preciso cuidar de uns assutos, irei organizar a agenda para passar a senhora Loretzen, com licença – disse Cibele saindo de meu quarto.

- Pode me chamar de Vegan – gritou Vegan.

- Sempre uma dama não é mesmo? – eu disse rindo.

- Um grito com muita classe, sempre – ela disse rindo.

Terminamos o café e eu passei a tarde ajudando Cibele a passar minhas tarefas para Vegan, me diverti com isso porque Vegan não estava acostumada com os protocolos, no geral Vegan fazia comprar e tinha uma vida de luxo, apenas Hugo trabalhava naquela família.

Almoçamos juntas e até que apreciei sua companhia, eu sempre me divertia muito com sua companhia.

Ao cair da noite Vegan e eu estávamos jantando quando Hugo e Phillip chegaram, eles pareciam bem cansados.

- É incrível como o parlamento às vezes vota por umas coisas meio sem sentido algum – Hugo chegou reclamando.

- Infelizmente faz parte, eles temem uma vida com menos luxos – disse Phillip parando ao meu lado e beijando minha testa.

- Pouco me importa a vida de luxo deles, eles deveriam pensar que o povo não aceitará um aumento de impostos numa boa – esbravejou Hugo, beijando a testa de Vegan.

- A crise esta tão ruim assim? – perguntou Vegan.

- Sim, e o parlamento acredita que aumentar os impostos bastará – disse Hugo.

- Isso nunca é bom – comentou Vegan em quanto o jantar era servido para eles.

- Alguma idéia? – perguntou Phillip.

- Corta o salário de todos os parlamentares – eu disse dando de ombros.

- As coisas não são tão simples assim meu amor – disse Phillip suspirando cansado.

- Porque não cortamos o salário de todos? Inclusive o nosso? Podemos abrir a galeria de artes real para visitantes pagantes, podemos promover alugar a casa de campo para pessoas bilionárias que pagariam para passar suas férias lá. Em fim temos muitas coisas a fazer basta pensar um pouco a respeito – eu disse dando de ombros e Phillip me beijou.

- Genial, não havíamos pensado em muitas dessas coisas – disse Phillip sorrindo.

- Não seria má idéia, sei que alguns parlamentares não irão gostar que a casa de campo não estará sempre a sua disposição, mas será um bom meio de arrecadar verba – comentou Hugo sorrindo.

- Sem contar que a galeria de artes real, apenas serve para juntar pó, deixe o povo desfrutar dos nossos privilégios – comentou Vegan sorrindo.

- Ando meio ociosa tenho tempo de ter boas idéias – eu disse dando de ombros.

- Finalmente esta fazendo juz ao seu posto de rainha – gargalhou Vegan.

- Cala a boca Vegan – eu disse fazendo bico para ela.

Durante o restante do jantar falamos sobre coisas que poderíamos abrir ao publico e coisas que poderíamos doar, eu e Vegan resolvemos que fazíamos um bazar com as roupas reais que não usávamos mais há muito tempo. Seria um meio de socialites com muito dinheiro terem uma peça usada por nós por um preço ridiculamente alto, apenas por status.

Após o jantar fomos para nossos quartos, Phillip parecia realmente precisar de uma boa noite de sono.

- Eu não quero ficar o tempo todo ociosa, Lip – eu reclamei a hora que entramos em nosso quarto.

- Mas é necessário, já basta mais uma viagem a Illéa depois de amanhã – ele disse entrando no banheiro.

Ultimamente dormíamos sempre no quarto da rainha, porque ficava mais perto do meu closet e até isso ele queria me poupar, até de andar. Entrei no banheiro e ele estava tomando uma ducha.

- Mas eu não estou incapacitada Lip – reclamei fazendo charminho sentando em cima do vazo sanitário e olhando ele tomar banho.

- Kath, a questão é que eu não quero que nada aconteça a nosso filho – ele disse.

- Mas nada irá acontecer – eu teimei.

- Kath você irá ser mimada e paparicada até que nosso filho nasça e depois também, pare de reclamar eu estou irredutível, ou você aceita os cuidados ou eu cancelo a viagem a Illéa – ele disse sério.

- Não vamos cancelar, é para ajudar o Shalom – eu disse séria.

- Então aceite os cuidados – ele concluiu.

- Eu não preciso de tanto exagero – eu disse saindo do banheiro e me trocando para dormir.

Quando ele saiu do banheiro eu já estava deitada, ele apagou as luzes e deitou-se ao meu lado.

- Desculpe ser tão mandão, mas é nosso primeiro filho e eu... – ele ia dizendo baixinho ao meu ouvido e parou.

- Eu entendo, mas deixe-me fazer alguma coisa, pelo menos até o sexto mês, prometo que depois eu ficarei de repouso absoluto – eu disse me virando para ele.

- Certo, o que você quer fazer? – ele perguntou.

- Eu vou ajudar a Vegan com as minhas tarefas, até que ela tenha total controle das coisas e quero ajudar com o projeto do nosso bazar – eu disse.

- Eu sei que não conseguirei pará-la mesmo, então fechado, mas a partir do sexto mês, você ficará em repouso – ele disse suspirando e me abraçando.

- Sem duvida que eu ficarei – eu disse me sentindo feliz.

- Você sabe que quando anunciarmos a todos, sua gravidez haverá festa na Noruécia não é? – ele perguntou.

- Imagino que sim, mas não vejo motivo para tanto – eu disse e ele beijou minha testa.

Por em quanto apenas alguns funcionários do castelo sabiam sobre o bebê, Vegan e Hugo que eram os mais próximos, o restante das pessoas ainda não sabiam.

- Faz mais de dez anos que estão aguardando esse herdeiro, você sabe que meu irmão não teve filhos – ele disse.

- Lip, andei pensando... Se for menino se chamará Bruno, como seu pai – eu disse e ele me abraçou com força.

- E se for menina?

- Elizabeth, como sua mãe a rainha Lizz – eu disse e ele me beijou profundamente.

Eu sabia como isso era importante para ele, a escolha do nome de seus pais, porque ele os amava profundamente.

E eu também sabia que ele cobraria essa minha promessa, mas pelo menos durante os próximos três meses eu poderia pelo menos ajudar com as coisas, meu país precisava de mim e eu não queria deixá-los na mão.