IV
Acordei de mais uma noite sem sonhos, sentindo que não havia dormido nada. Era raro eu ter sonhos desde que fui transformada então a sensação não me foi estranha.
Levantei da cama, olhando para a janela, vendo o sol começar a nascer. Estaria viajando em algumas horas, acompanhada de Molly. Por quê fui ceder tão fácil?
Agora era tarde para me arrepender, as passagens já estavam ali e Molly estava preparada. Ela iria comigo, sendo perigoso ou não.
Terminei de arrumar minhas malas antes de sair do quarto e ir até o de Molly, batendo na porta calmamente. Quando não recebi resposta, abri a porta do quarto e a vi dormindo tranquilamente.
Olhei em volta por um instante, sentindo uma leve saudade de ver a Molly criança dormindo ali, encolhida em um canto da cama e abraçada com algum bicho de pelúcia que eu havia dado a ela. Quinze anos se passaram depressa, talvez depressa demais, e agora eu encarava uma Molly adulta babando no travesseiro tranquilamente, com um elefante de pelúcia azul ao seu lado.
Me aproximei da cama e a cutuquei algumas vezes. "Molly, acorde. Está na hora de se arrumar."
Ela abriu os olhos, sonolenta, e me encarou confusa, até que se lembrou da viagem e pulou da cama indo para o banheiro com rapidez. Dei um sorriso involuntário; Mesmo ainda achando uma ideia idiota levá-la, ela estava feliz.
Fui para a cozinha preparar o café da manhã dela enquanto ela se arrumava. Não demorou para ela aparecer na cozinha já pronta para viajar, vestindo as melhores roupas que ela tinha, e com headfones tocando uma música tão alta que, até mesmo sem uma audição sobre-humana, eu poderia ouvir.
Deixei ela comendo e fui me arrumar, colocando uma calça, meus tênis e uma blusa comum, junto com um grande casaco que pertencia a Molly, com o logo de sua universidade nele. Amarrei o cabelo de qualquer jeito e peguei minhas malas, passando no quarto de Molly para pegar as dela, e as colocando na sala de estar.
Molly saiu da cozinha, agora alimentada, e me olhou dos pés a cabeça. "Você parece uma adolescente."
"Ouço muito isso."
"Toda vez que vejo outros vampiros antigos eles estão vestidos em roupas formais, parecendo que esbanjam dinheiro, mas você se veste como uma desleixada."
"Molly, você sabe o quanto era chato usar vestidos longos todos os dias no século 15? Muito chato."
"Mas não precisava ser um vestido."
Eu a encarei, a perguntando silenciosamente se iriamos mesmo ter aquela discussão ali.
"Tá bom, tá bom... Você venceu. Vamos?"
"Vamos."
༶
A ida até o aeroporto foi tranquila. Molly parecia agitada o caminho todo, mas não falou muito ou me encheu de perguntas. Deixamos nossas malas onde tinhamos que deixar, carregando apenas duas mochilas com poucas coisas nas costas, e fomos para o avião.
A primeira coisa que fiz ao sentar foi colocar o cinto. Eu odiava aviões, odiei desde que foram criados. Nunca havia me acostumado a voar e, se eu fosse sincera, preferia me manter em terra firme.
Molly me olhou estranho quando me viu com o cinto. "Você não precisa colocar ele agora, ainda estamos no chão."
Não respondi. Ela então percebeu qual era o problema e me deu um sorriso, colocando os headfones dela em meus ouvidos, com uma música calma tocando baixinho. Ela aumentou o volume e eu a olhei.
"Isso ajuda a me acalmar. Talvez ajude você também..."
Senti um sorriso se formar em meus lábios e a agradeci silenciosamente. Apesar de ter crescido ela continuava sendo um doce quando eu precisava de ajuda em alguma coisa.
O piloto logo começou a falar que iriamos decolar e eu pedi para Molly aumentar um pouco mais o volume da música. Fechei os olhos e resolvi ignorar as coisas a minha volta até que pousassemos.
༶
Depois de 15 horas num avião, algumas turbulências e alguns mini ataques de pânico, pousamos em Paris. Peguei as duas mochilas - a minha e a de Molly - e saí do avião o mais rápido possível, deixando Molly para trás. Assim que pisei em terra firme pude sentir o alívio me atingir, relaxando quase que instantaneamente. Só então eu percebi que minhas presas estavam alongadas e se retraíam lentamente enquanto o meu corpo relaxava.
Por quanto tempo elas estiveram alongadas? Não sabia dizer, mas esperava que ninguém no avião tivesse visto.
Molly demorou um pouco para me alcançar, reclamando por eu ter sumido com o headfone dela, mas logo deixou aquilo de lado enquanto procurávamos nossas malas no aeroporto. Assim que as achamos olhei em volta, me perguntando o que fazer a partir dali. Provavelmente teria que alugar um carro e dirigir até Versalhes, o que seria difícil às 4 da manhã, mas percebi que não seria necessário quando notei uma jovem segurando uma placa com meu nome perto da saída do aeroporto.
Puxei Molly levemente para que ela me seguisse e me aproximei da jovem. Ao chegar perto pude perceber que era uma vampira. Ela olhou para mim e logo em seguida para Molly, voltando o olhar para mim novamente, confusa.
"Mademoiselle Olivia?" ela perguntou
"Oui."
"Oh, enchanté. Suivez-moi, s'il vous plaît."
"Eu não estou entendendo nada." Molly falou do nada e percebi que deveria ter ensinado ao menos o básico de francês a ela
A vampira a olhou como se estivesse se perguntando o que ela estava fazendo ali, e eu tive que dar um passo a frente para fazer com que a vampira voltasse a olhar para mim.
"Elle est avec moi. Mon compagnon. Vouz pouvez maintenant montrer la voie, s'il vous plaît?"
"Oui, pardonnez-moi."
A vampira passou a caminhar, gesticulando para que a seguíssemos e puxei Molly para que ficasse do meu lado.
"O que foi? O que eu perdi? Desde quando você sabe falar francês?"
"Desde o século 16. Não se preocupe, ela só deve ter achado estranho o fato de eu estar acompanhada de uma humana. Apenas pedi para que ela nos mostrasse o caminho."
Molly assentiu, entrelaçando seu braço com o meu e se mantendo perto de mim. Os vampiros ali não a conheciam e eu não tinha poder completo naquele território. Se ela se afastasse, eu talvez não pudesse protegê-la. Segurei seu braço com um pouco mais de força e me mantive andando.
A vampira nos levou até o estacionamento do aeroporto, abrindo a porta de um carro mais caro do que minha casa, pedindo para que eu entrasse. Mandei Molly entrar primeiro e a vampira não pareceu satisfeita. Não a culpava, eu era a única que havia cometido a loucura de "quebrar as regras" e cuidar de um humano, tendo em pouco tempo a aprovação de Azriel, é claro. Mas vampiros e humanos não caminhavam juntos.
Entrei no carro e esperei a vampira colocar nossas malas no porta-malas para entrar e começar a dirigir silenciosamente na madrugada. Paris estava iluminada, mesmo sendo quatro da manhã, e eu não podia negar que era uma linda cidade. Lembranças de quando eu era humana pareciam voltar ali. A memória de um dia ter tido o sonho de caminhar por aquelas ruas parecia borrada, como se o tempo a estivesse apagando.
Era triste o modo como eu havia realizado aquele sonho, sem minha família ao meu lado, sem alguém que eu realmente amasse. Franzi o cenho e olhei para Molly. Ela observava as ruas com adoração em seus olhos, pude ouvir seu coração e ele batia com euforia. Sorri levemente com aquilo. Talvez tivesse demorado, mas eu estava em Paris com minha família.
Respirei fundo e voltei a olhar pela janela, observando as ruas com atenção, vendo prédios, postes e árvores passarem com rapidez pela janela.
༶
O Palácio de Versalhes se erguia imponente a nossa frente. Molly começou a ficar agitada e parecia pular algumas vezes no banco do carro. A vampira - seu nome era Macy, havia descoberto isso sobre ela - parecia irritada com a inquietação de Molly. Resolvi ignorá-la, ela não havia gostado de Molly, mas aquilo não me era relevante.
Assim que o carro parou, nós descemos. Molly pulou algumas vezes, feliz, enquanto eu apenas olhava para as janelas iluminadas. Claramente os outros convidados para a reunião já haviam chegado e estavam hospedados devidamente. A vampira pegou as nossas malas e, quando foi dar o primeiro passo para nos entregar a bagagem, um vulto passou por suas pernas e ela caiu com o rosto no chão.
Molly soltou um grito enquanto o vulto rapidamente nos circundava e eu apenas fechei os olhos, tentando não explodir de raiva. Quando o vulto passou perto de mim, levei minha mão até ele antes que ele pudesse mudar a trajetória dele, e o levantei no ar. Olhei para a criatura que segurava - um ser humanoide, menos de um metro de altura, com um sorriso amarelo no rosto. O Daemon se debateu algumas vezes, tentando se livrar de mim, e eu apenas o olhei nos olhos, fezendo-o parar.
Molly olhava a cena confusa. Vampiros eram as únicas criaturas que ela conhecia, e um Daemon era novo aos olhos dela. Já para mim, não eram, e eu os odiava. Abri a boca para soltar uma ameaça quando um corpo me atingiu no rosto, me fazendo cair no chão e soltar o Daemon que eu segurava.
Me levantei rapidamente e olhei para o que tinha me atacado. Outro Daemon, mas, ao contrário do outro, esse tinha a feição de um demônio. Molly soltou mais um grito ao ver o rosto dele e eu alonguei minhas presas, soltando um tipo de rosnado na direção deles.
O segundo Daemon - o irritadinho - ao me ver irritada, trocou de rosto. Num movimento estranho seu rosto mudou para um sorriso parecido com o do primeiro Daemon, e eu me senti mais irritada ainda.
"Suas pragas..." murmurei
Os dois riram de mim e tentaram pular em mim novamente. Antes que pudessem fazer alguma coisa, Macy os agarrou pelas camisas e começou a gritar em francês com eles. Observei a cena, vendo Molly de olhos arregalados ao meu lado.
"O que diabos está acontecendo?" ela perguntou
"Daemones. Bastardos de duas caras, como gosto de chamá-los."
Os Daemones se entreolharam e logo depois olharam para mim novamente, rindo.
"Ela sabe que não entendemos francês, não é?" um deles falou, sua voz esganiçada parecia irritar meus ouvidos
Macy os jogou no chão e eles se aproximaram de nós. Alonguei as presas novamente e fiquei em posição de ataque, mas eles foram mais rápidos. Um deles subiu em minhas costas e abraçou minha cabeça enquanto o outro abraçou a perna de Molly.
"Calma bichinho..." o que estava em cima de mim começou a dizer "Não vou mais ficar derrubando ninguém, você tem cara de perigosa."
"Saia das minhas costas sua criatura nojenta."
"Ahn, Olly?" ouvi Molly chamar, vendo ela sacudir a perna, tentando se livrar do Daemon que ria como se aquilo fosse uma atração de um parque de diversões
"Eu sou Jack, e aquele na perna da sua humana é Yle. Estamos aqui representando nosso líder, assim como você está representando o seu!"
"Se você não sair de cima de mim agora mesmo eu farei questão de rasgar sua garganta."
"Nossa, você é agressiva mesmo, não é, bichinho?" ele disse, saltando de minhas costas até o chão e puxando seu amigo da perna de Molly "Espero que tenhamos uma reunião pacífica nesta tarde."
O olhei com raiva e fui até Molly, que ainda parecia confusa com os Daemones. Eles se viraram para ir embora e sumiram em velocidade recorde, nos deixando apenas com o silêncio da noite.
Macy pareceu se recompor e pegou nossas malas do chão, completamente irritada e resmungando palavrões em francês. Ela não pediu para que a seguíssemos, mas o fizemos assim mesmo. Entramos no palácio e pude imediatamente sentir a presença de outras criaturas ao meu redor. Ela nos guiou pelos corredores até duas portas grandes e adornadas lindamente. Assim que as abriu, tanto eu quanto Molly não contivemos nossa surpresa com o quarto. Ele era decorado com papel de parede, cortinas e móveis de um verde esmeralda que agradava aos olhos. Ele era tão grande que jurava que meu apartamento caberia naquele um quarto.
Havia uma cama de casal antiga encostada na parede com suas cortinas abertas, uma mesa com duas cadeiras e um tabuleiro de xadrez em cima dela, um divã, e alguns outros assentos espalhados pelo cômodo. Percebi que havia um saco de dormir ao lado da cama e rolei os olhos. Aquilo era obviamente para Molly, sempre a tratavam como se ela fosse meu bicho de estimação.
Resolvi ignorar aquilo, decidindo que, se eu precisasse, eu que dormiria no saco de dormir e a cama seria toda de Molly.
Agradeci Macy por nos trazer ali e ela fez uma breve reverência antes de se retirar, fechando as portas atrás dela. Molly correu para a cama e se jogou nela, fazendo um som de satisfação ao deitar na cama macia. Sorri e fui até uma cômoda que estava no canto do quarto, notando uma pilha de papeis lá.
Quando me aproximei, entendi o que eram: relatórios. Eu tinha até aquela tarde para ler todos os relatórios das colônias do mundo todo antes que a reunião começasse. Peguei a pilha, vendo que havia uma nota de Azriel em cima dela.
"Faça um bom trabalho.
Azriel"
Respirei fundo e sentei no divã com as folhas, olhando rapidamente todas elas, sem ler nada.
"O que são aqueles Daemones?"
Levantei o rosto para Molly e logo os voltei para os papeis. "São criaturas que contém os dois lados, bem e mal, muito bem definidos dentro deles. Sua face muda de irritantemente feliz para demoníaca dependendo da situação." falei e logo depois adicionei minha opinião "Odeio eles."
"Eu percebi isso lá fora. Eles parecem ser irritantes."
"São. Bastante. Mas sei como controlá-los."
"Como?"
Passei o dedo pelo pescoço, indicando que a resposta era matá-los. Molly levantou as sobrancelhas para mim e eu dei de ombros.
"Não precisa de tanta violência."
"Você acabou de conhecê-los. Tem uma razão para não haver Daemones em Atlanta, eu fiz um acordo com o líder deles para que eles não pudessem entrar naquela área. Como ele não queria mais súditos dele mortos porque eu não tenho paciência, ele aceitou o acordo."
Molly riu.
"Você é estressadinha."
"Eles são pragas, não tenho culpa."
Molly riu mais uma vez antes de olhar para os papeis em minha mão e franzir o cenho. "O que é isso?"
"Relatórios dos últimos meses das colônias de vampiros ao redor do mundo. Preciso ler eles para saber o que está acontecendo e se preciso mencionar alguma coisa na reunião."
"Tem relatórios dos Estados Unidos?"
"Sim. Estão aqui nesse meio."
"Incrível. Então você vai ver se há algum problema que valha a pena mencionar na reunião?"
"Exatamente."
"E se não tiver?"
"Então eu apenas falo que em minha sociedade está tudo bem. Só que com mais floreios. Essas reuniões são um tanto formais, então palavras são a chave para uma boa impressão."
"Les mots ont la légèreté du vent et la force fe la tempête.*" ouvi uma voz falar e virei o rosto para a porta, vendo alguém ali "Victor Hugo. Certamente uma das melhores frases dele, não acha, Olivia?"
O vampiro que estava na porta sorria presunçoso. Suas roupas eram extremamente formais. Os cabelos pretos estavam penteados para trás e seus olhos eram tão claros que pareciam vidro. Sorri ao vê-lo e me aproximei dele, lhe dando um abraço.
"Renée..."
"Como vai, mon petit ouragan?" ele me abraçou de volta
Olhei para ele sorrindo, vendo-o sorrir de volta, mas seus olhos logo desviaram para Molly. Ele pareceu surpreso ao vê-la e deu um sorriso para ela.
"Então essa é a Molly de que tanto ouvi falar do Conselho." ele disse com um sotaque forte, se aproximando dela "Enchanté."
Molly olhou para mim e eu murmurei um "encantado" como tradução para o que ele havia dito, e ela pareceu entender.
"Ahn... Prazer em conhecê-lo também. Desculpe, eu não sei francês, eu escolhi espanhol na escola."
Renée riu e apenas assentiu. "Tudo bem, enfant. Eu posso entender seu inglês muito bem. Mas, sabe, achei que era mentira quando soube que você havia adotado uma criança humana."
"Não. Já fazem quinze anos."
"E em quinze anos você não me apresentou ela, honteux."
"Ora, não me julgue Renée, você não vem me visitar já fazem mais de vinte anos."
"Posso dizer o mesmo de você."
Rolei os olhos e ele sorriu. Subitamente ele pareceu lembrar de algo e tirou algumas folhas de seu paletó, estendendo-as para mim. "Os relatórios da França. Estava terminando de dar uma olhada antes de entregá-los a você."
Peguei os papéis e juntei-os à pilha com o resto. Renée veio até mim, uma expressão preocupada no rosto, e eu franzi o cenho.
"Olivia, tem algo acontecendo. Ouvi rumores sobre mortes estranhas em meio a todas as raças. Você provavelmente não viu os relatórios da sua colônia ainda, mas tenho certeza que vai notar um número estranho de mortes..."
"Renée, do que você está falando?"
"Estou falando que algo está atacando as raças. Azriel está ciente disso e está irado com as mortes. Leia os relatórios com atenção, mon enfant, e entenderá o que estou dizendo." ele se afastou, ainda olhando preocupadamente para mim e logo depois dando um sorriso para Molly "Tenham uma boa noite."
Ele se retirou, me deixando com a sensação estranha de que algo estava realmente errado. Renée era um vampiro bem mais velho que eu, e bem mais confiante também, mas naquela hora, falando sobre as supostas mortes, pude ver medo em seus olhos.
"Quem era ele?" ouvi Molly perguntar
Olhei para ela, sendo tirada de meus pensamentos, e pisquei algumas vezes antes de responder. "Renée. Ele é encarregado de cuidar dos atos políticos com a França. É também um velho amigo."
Molly assentiu, parecendo querer entender minha relação inteira com Renée apenas com aquelas informações.
"O que é mon petit ouragon?"
"Ouragan." corrigi "Quer dizer 'meu pequeno furacão'. É como ele resolveu me chamar."
"Que bonitinho."
"Ele me deu esse nome porque eu consegui destruir uma vila francesa inteira em uma noite em meus primeiros anos como vampira."
"Isso é menos bonitinho."
Caminhei para o divã e olhei novamente para os papéis. Teria que passar o resto da noite e a manhã inteira lendo aquilo, mas o que Renée havia me falado me deu vontade e motivação suficientes para querer ler os relatórios. Respirei fundo e olhei para Molly, que me olhava de volta, curiosa.
"Descanse. Tenho muito trabalho a fazer."
Ela hesitou mas logo assentiu e se arrumou para dormir. Olhei novamente para os papéis a minha frente e comecei a lê-los, a procura de alguma coisa que confirmasse o que Renée havia dito.
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NOTAS DA AUTORA:
*As palavras tem a leveza do vento e a força da tempestade -Victor Hugo
Houteux - Vergonhoso
Enfant - Criança
Desculpem pelo francês mas nada mais justo que franceses falando francês, não é mesmo? Prometo que daqui em diante se houver mais francês serão apenas palavras e frases pequenas e não diálogos inteiros.
Obrigada por lerem.
Próximo capítulo: 25/09!
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