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III

Ser um vampiro tem suas vantagens. Uma delas é a velocidade. Lembro quando os humanos inventaram o carro. Lembro também de rir por eu poder chegar aos lugares que eu queria bem mais rápido que aquele pedaço de metal.

Naquele momento em particular, minha velocidade poderia ser considerada uma bênção. Sangrando pelos tiros que havia levado e melada de um sangue que não era meu, eu não podia deixar que algum humano me visse. Conhecer a cidade e saber quais ruas estavam vazias naquela hora também era um bônus.

Em menos de dois minutos eu já tinha percorrido metade da cidade e chegado em meu prédio. A escada de emergência do lado de fora foi meu caminho pro meu apartamento. Não podia deixar que ninguém me visse, então não podia contar com a sorte de que ninguém sairia de casa enquanto eu subia as escadas. Cheguei até a janela do meu quarto e notei que eu a havia trancado antes de sair.

Não imaginei que precisaria entrar em casa pela janela dessa vez. Bati na janela com força, na esperança de que Molly me ouvisse, e deu certo. A porta do meu quarto se abriu e Molly me olhou assustada, provavelmente notando o sangue. Ela correu para abrir a janela e eu entrei o mais rápido possível, já fazendo meu caminho para o banheiro.

"Olly, o que aconteceu?"

Ela havia usado meu apelido, isso era bom. Talvez ela não estivesse mais tão irritada.

"Nada, um cara tentou me assaltar e cometeu o erro de atirar em mim." falei, entrando no banheiro e procurando pelos primeiros socorros "As drogas das balas não passaram direto, eu não consigo me curar com essas coisas em mim."

Molly veio até mim e achou os primeiros socorros antes de mim, me entregando. Peguei algodão para limpar o excesso de sangue no ombro e, com uma pinça, comecei a tentar tirar a bala. Molly pareceu se assustar um pouco vendo que eu segurava um grito enquanto movia a pinça dentro do buraco, procurando pela bala. Assim que senti ela, puxei o metal pra fora, sentindo a dor aliviar quase que imediatamente.

Em seguida, rasguei um pouco o vestido na área do segundo tiro, grunhindo um pouco ao fazê-lo. "Eu adorava esse vestido..."

Tirei a segunda bala, sentindo mais dor que a bala do ombro, e joguei as duas fora, sentindo meu corpo se curar sozinho lentamente. Sentei na privada, respirando fundo, como de aquilo fosse adiantar alguma coisa, e olhei para Molly. Ela parecia preocupada.

"O que aconteceu com o cara?" ela perguntou

Não respondi, apenas me levantei e a empurrei para fora do banheiro levemente. "Preciso de um banho, Molly. Se não se importa..."

Ela assentiu e eu fechei a porta. Caminhei em direção ao espelho de parede e me olhei. Havia sangue no meu rosto que não era meu, meu cabelo estava uma bagunça, mas eu continuava com a mesma aparência de uma garota de 21 anos. Balancei a cabeça, tirando minha roupa e indo para debaixo do chuveiro. Assim que liguei a água, pude ver o sangue escorrer para o ralo.

Terminei o banho e me enrolei na toalha, indo para o meu quarto e botando uma roupa confortável. Me olhei no espelho de novo, vendo minha aparência, agora eu apenas parecia uma garota de 21 anos normal. O espelho parecia fazer uma piada comigo sempre, não importava o que eu fazia ou quantos anos se passavam, eu tinha o mesmo rosto. Estava presa a ele para sempre.

Rolei os olhos, desistindo de ter minha crise existencial naquela hora. Já havia passado por aquilo vezes de mais ao ponto de saber aonde aquilo ia dar: eu aceitando que já era tarde para voltar atrás.

Saí do quarto e atravessei o longo corredor, vendo Molly sentada no sofá. Ela parecia nervosa. Assim que ouviu meus passos ela se levantou vindo na minha direção com um envelope em mãos.

A carta. Eu tinha esquecido da carta.

"Você disse pra entregar pra você em casa." ela estendeu o envelope para mim "Posso saber o que o Azriel quer com você?"

"Não tenho certeza de que eu queira saber, Molly..."

Dito isso, abri o envelope. Tirei a carta de dentro e a abri, olhando rapidamente para as letras na mesma caligrafia forte de Azriel em uma folha de papel amarelado.

Mandar uma mensagem de texto seria mais fácil, mas Azriel era muito conservador para isso.

Me sentei no sofá, começando a ler as palavras escritas na carta.

"Minha querida Olivia,

Gostaria de dizer nesta carta, primeiramente, que seu desempenho na colônia americana ainda é perfeito aos meus olhos. Em todos os milênios em que vivi, nenhum líder que escolhi foi tão bem sucedido ou teve tanta influência quanto você. Posso dizer com orgulho que a escolhi bem em meio a tantos.

Mas, o motivo desta carta passa longe de apenas elogios. Há mais uma grande reunião entre as raças se aproximando e, infelizmente, tenho deveres maiores com nossa raça, os quais devo cumprir. Sendo assim, gostaria de pedir que você fosse me representar na reunião.

Entre todos que poderiam tomar meu lugar nela, você e a melhor escolha, afinal, você já me acompanhou para algumas delas, sabe bem o que fazer.

Peço que seja esperta e use de sua experiência para lidar com as outras raças. Sei que é cansativo e você tem deveres para com a colônia, mas é de grande importância que você compareça e venha me informar do que ocorreu durante a reunião inteira.

Ela ocorrerá na França, em Versalhes, no dia 2 de Setembro. Você sabe como são os Ninphs, adoram uma elegância, então ela ocorrerá nos salões do palácio de Versalhes. Você estará bem acomodada lá, e sei que fará um ótimo trabalho.

Obrigado,

Azriel."

Dobrei a folha novamente e esfreguei os olhos com os dedos. Me lembrava bem daquelas reuniões e do quão estressantes elas eram. Respirei fundo, sabendo que não tinha outra escolha, então apenas aceitei o fardo de representar toda uma raça. Me surpreendia o fato de Ezekiel não ter sido escolhido para aquele papel. Além de ser parte do Conselho, Ezekiel também era mais velho e tinha mais experiência que eu.

Mas é claro que a quase adoração que Azriel tinha por mim vencia a lógica. Não que eu não pudesse fazer aquilo. De todos os líderes nas colônias do mundo, eu era a com mais idade e experiência. Podia lidar com a diplomacia envolvida na reunião, mas um membro do Conselho seria a escolha mais sensata, levando em conta que boa parte das decisões políticas e sociais dos vampiros vinham deles.

Percebi que Molly me encarava com curiosidade, esperando que eu explicasse o conteúdo da carta. Entreguei o papel a ela, e vi enquanto ela lia tudo com uma expressão confusa. Assim que terminou de ler ela me devolveu o papel, podia ver que estava meio triste com aquilo.

"Você vai para a França?"

"Ficarei longe uma semana no máximo." falei, colocando o envelope e a carta na mesinha ao lado do sofá "Essas reuniões duram geralmente dois dias, no mínimo, mas terei que ir para a Inglaterra em seguida para me encontrar com Azriel e dar-lhe as notícias."

"Posso ir com você dessa vez?"

Abri a boca para dizer que não mas ela me parou antes mesmo que eu pronunciasse o 'n'.

"Você sempre dizia que eu não podia ir com você nas suas viagens porque eu era muito nova e era perigoso para mim, mas agora eu tenho vinte e dois, você não pode mais usar essa desculpa!"

"Eu tenho quinhentos e quarenta e quatro anos. Você ainda é muito nova para mim."

Ela pareceu não gostar muito da minha insistência em impedi-la e pude ver a expressão de raiva em seu rosto.

"Por quanto tempo você vai me impedir de ver seu mundo?"

A pergunta me pegou de surpresa, mas não mudei minha expressão, mantendo-a calma e autoritária. "Se for possível, para sempre."

Ela soltou uma risada seca e me olhou nos olhos, me desafiando silenciosamente a contrariá-la. "Eu não entendo. Você vive meu mundo todo dia, mas não me permite viver o seu. Que grande troca."

"Troca?" perguntei, agora sentindo raiva "Molly, você não deveria querer viver em meu mundo. Você não tem ideia do que ele é feito."

"É claro que não tenho! Você nunca me conta!"

"Se eu lhe contasse você sairia por aquela porta agora mesmo."

"Por que não deixa eu julgar isso?"

Fechei os olhos, respirando fundo e levantando do sofá rapidamente. Peguei a carta e comecei a ir na direção do meu quarto. "Tudo bem. Você quer ir? Você vai."

Pude sentir a surpresa dela quando falei aquilo. "Mesmo?"

"Sim. Mas com uma condição..." me virei para ela, olhando-a nos olhos "Você vai obedecer tudo que eu disser e não vai sair de perto de mim."

Ela assentiu, um sorriso se formando em seus lábios.

"Comprarei as passagens amanhã e viajaremos no dia 1 de Setembro." falei, indo para o meu quarto e deixando-a para trás

Não consegui dormir naquela noite, preocupada com o que aconteceria durante a reunião. Talvez levar Molly fosse uma ideia idiota. Era perigoso expor ela assim, mas ela queria ver meu mundo, então ela veria.

Aproveitando as horas extras daquela noite sem sono, me levantei da cama, sentando na mesa do computador, abrindo meu email. Ainda era estranho e meio engraçado para mim me comunicar com outros seres por um email, mas era uma maneira rápida de comunicação, então era útil.

Mandei dois emails naquela noite. Um para Nicolas, avisando que ficaria fora do país por alguns dias e que ele estaria no comando, mas deixando bem claro que qualquer besteira que ele fizesse, eu iria desfazer rapidamente assim que voltasse; E um para um Ninph da nobreza que me foi dado o contato para me comunicar sobre assuntos políticos que seriam passados para a rainha. Avisei que estaria indo como representante de minha raça, com a autorização de Azriel, e que estaria levando alguém junto.

Assim que enviei os dois, desliguei o computador e voltei para a cama, tentando descansar um pouco, mas ainda nervosa demais para dormir. Felizmente, podia sobreviver sem dormir por algumas semanas, então aquela noite não faria muita diferença para mim, mas a falta de um descanso faria diferença para meu estresse.

A viagem seria daqui a dois dias, e já sentia náuseas ao pensar em entrar num avião. Além do estresse adiantado de saber que Molly correria perigo a cada segundo que estivesse ali. Teria que dar um jeito de fazer Molly entrar comigo na reunião, não podia tirar os olhos dela nem por um segundo lá.

Levantei da cama novamente, saindo do quarto e indo para a sala. Acendi a luz de um abajour perto de uma poltrona da sala e peguei um livro qualquer da estante, tentando ocupar minha mente.

Pareceu funcionar, pois, quando vi, a luz do sol entrava pelas janelas e eu já havia terminado o livro. Coloquei ele de lado e me acomodei na poltrona, apoiando os cotovelos nos braços da mesma e encostando meu queixo em minhas mãos, cobrindo minha boca com meus dedos enquanto pensava. Minha mente estava a mil de novo.

Ouvi o barulho de passos e uma Molly sonolenta apareceu na sala. Levantei os olhos para ela, voltando a observar o nada novamente em seguida, mas saí do meu transe assim que ouvi sua risada carregada de sono.

"Sinceramente, quando você senta assim, você realmente parece uma rainha. Mesmo usando shorts e uma camisa três vezes maior que você."

Franzi o cenho e a observei. "Não sou rainha."

"Bem, tecnicamente, você é sim."

"Tecnicamente eu sou uma figura de poder político que toma as decisões importantes dentro do meu território designado. Reis e rainhas teoricamente tinham poder absoluto, eu sou apenas um ramo do poder. Se fossemos chamar alguem de rei, seria Azriel. Eu sou mais uma dona de terras."

"É, faz sentido. Mas você continua parecendo uma grande líder sentada desse jeito."

"Faz parte de meu dever, eu sou o que aparento ser. Minha reputação veio de aparências. Fui treinada para fazer isso, já é um ato inconsciente meu mostrar superioridade."

Molly pareceu se interessar de repente e eu franzi o cenho.

"Treinada? Você quer dizer aquele treinamento quando você foi criada?"

Entendi sua curiosidade na mesma hora. Os primeiros anos de minha vida como vampira eram memórias que eu mantinha escondidas. O treinamento que tive desde que fui criada não foi feliz ou fácil, por isso nunca contei a Molly como fui treinada, apenas que era um treinamento para liderança.

Mas, talvez algumas informações eu pudesse compartilhar agora. Não tudo, nem mesmo eu queria relembrar aqueles momentos, mas algumas poucas coisas que não foram tão traumatizantes em minha mente poderiam ser deixadas passar.

"Sim, esse mesmo. Dez anos de minha vida foram dedicados a aprender a passar a imagem de superioridade, e mais dez para aprender a lutar. Hoje é mais fácil passar essa imagem, já que minha idade afeta o modo como outros vampiros me vêem e, por ser mais velha, tenho poder psicológico sobre eles. Mas naquela época eu precisava sempre mencionar Azriel para que me obedecessem."

Molly sorriu e assentiu, olhando para a janela.

"Isso é... Um avanço. Informações novas."

"Você quer conhecer meu mundo, não vou impedí-la, mas não garanto que vai gostar dele."

"Bem, eu quem vou julgar isso, não é?" assenti e vi ela fazer o mesmo "Ótimo. De qualquer maneira, você quer alguma coisa? Vou fazer o café da manhã."

"Não, obrigada. Estou cheia." falei

Ela me olhou confusa até se lembrar do incidente da noite passada. Eu tinha tomado sangue o suficiente para me manter até amanhã sem me alimentar de sangue novamente, então eu estava, de fato, cheia. Me impressionava como ela não agia como se eu fosse um monstro. Segundo ela, era a lei natural das coisas: a morte de um humano causada por um vampiro era tão normal para ela quanto um leão matando uma zebra. Me preocupava ver o quanto eu me corroia por matar humanos enquanto ela tratava como normal.

Mas Molly estava certa, era normal. Porém o ódio que eu tinha por mim mesma e tudo que eu era me fazia valorizar a raça da qual eu não mais pertencia. Talvez eu estivesse errada e Molly fosse mais madura que eu.

Ela saiu da sala, indo para a cozinha fazer a própria comida, e eu voltei para minha posição inicial, deixando minha mente vagar por todas as preocupações que a atormentavam.

A luz do sol tocava na minha pele pálida e parecia ainda tentar me destruir, mas sem sucesso. Eu ainda podia sentir a pele formigar levemente enquanto andava no sol de meio dia.

Era por isso que eu preferia o inverno, usar roupas longas era mais fácil, mas haviamos acabado de entrar no outono, então ainda havia um certo calor ao andar nas ruas. E quem diria que eu, uma mulher do século XV, estaria usando regatas, calças compridas e tênis. Não que eu sentisse calor, ao menos não como os humanos sentiam, mas uma roupa fresca era sempre bem vinda.

Eu poderia ter pego o carro e dirigido até o aeroporto, mas o tráfego naquela hora era um inferno e eu ainda odiava aquele pedaço de metal, então alguns quilometros de caminhada no sol não pareciam tão ruins.

Foram quase três horas caminhando até que eu chegasse no aeroporto, mas apenas cinco para que eu conseguisse as passagens; Duas de ida para França e mais duas de ida e volta para a Inglaterra.

Mandei uma mensagem para Molly, avisando que já estava com as passagens em mãos e comecei minha caminhada para casa. Na metade do caminho, pude ouvir meu celular tocar. Tirei-o do bolso e vi o nome de Molly no visor.

"Oi."

"Eu acabei de largar da aula e não tenho trabalho hoje. Você está com o carro?"

"O que você acha?"

"Olly, você tem que aprender a se acostumar com meios de transportes mortais."

"Estou muito bem do jeito que estou, obrigada. Além do mais, uma caminhada não mata ninguém."

"Você é imortal."

"Exatamente. Pegue um ônibus e vá pra casa, chego lá em uma hora. Almoce e deixe suas malas arrumadas, o vôo é amanhã cedo. Tome cuidado!"

"Sim, senhora."

Então ela desligou o telefone. Guardei o aparelho de volta em meu bolso e passei a caminhar mais rapidamente para casa.

"Aonde a gente vai ficar?"

"Versalhes, no palácio. Preste atenção nas cartas, Molly."

Ela jogou as cartas que estavam na mão dela no chão, mostrando o par de ases e me olhando com desinteresse.

"Eu ia ganhar essa e ia fazer você apostar tudo. Não estou afim de jogar poker, Olly, me fale o que vai acontecer na reunião!"

Bufei, jogando minhas cartas perto das dela e cruzando os braços. "Eu já disse, Molly, é uma reunião para manter os acordos entre as raças e manter a pouca harmonia que nós temos. Não sei o que vai acontecer lá por que toda reunião é diferente."

"Todas as outras raças vão estar lá?"

"Os líderes, sim. Infelizmente."

"Até os lobisomens?"

"Infelizmente."

"Caramba eu vou ver um lobisomem!"

Franzi o cenho e a observei atentamente. "Fique longe dos lobisomens. Eles são perigosos. E cheiram mal. Não quero você cheirando a cachorro molhado."

"Isso é racismo."

"Não, isso é realidade. Eles cheiram a cachorro molhado, você vai ver."

Ela soltou uma risada animada e eu não consegui evitar um sorriso. Ela parecia feliz com a ideia de ir comigo para Versalhes.

Ah, se ela soubesse o quanto eu estava preocupada...

Peguei as cartas do chão e guardei o baralho, me levantando e estendendo a mão para que Molly fizesse o mesmo. "Vá dormir, vamos sair cedo amanhã. Arrumou suas malas?"

"Sim, estão prontinhas."

"Então boa noite."

"Boa noite, Olly." ela me deu um abraço e eu a abracei de volta

Vi ela ir para o quarto quase saltitando de felicidade e respirei fundo, esperando que o dia de amanhã fosse tranquilo.

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NOTAS DA AUTORA:

A história começa mesmo no próximo capítulo com essa viagem. Obrigada mais uma vez por lerem espero que tenham gostado.

O próximo capítulo será postado no dia 22/09!

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