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Todos os dias, quando eu renovo minhas dores,
e parto de mim sem qualquer destino, à deriva,
é o seu pensamento onde quero chegar,
mas nunca chego, pois nunca me atrevo.
Me contento com a distância
e me basta amá-la!
Quando vejo algo simples
eu a reconheço nessas coisas simples,
como nos raios de sol da manhã de todos os dias,
ou na queda suave das águas nos dias em que chove,
no sorrir dos pássaros, no silêncio calmo das madrugadas,
na eternidade das árvores enraizadas em minha alma,
num toque involuntário;
num olhar despretensioso, mas profundo e sereno...
Eu imagino o seu falar sobre assuntos diversos:
cultura, economia,
música, poesia,
política,
aquecimento global.
Imagino sua risada tímida se eu dissesse que a quero,
mas o meu querer é ainda um sonho
que não cultivo
pois não me é permitido.
Assim, vejo quando para
e se depara com a beleza infinita das flores
que exalam perfumes secretos em sua homenagem.
Eu, que nunca a tive ou terei em meus braços,
ambiciono o seu coração.
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