*Cap.9* (revisado)
O trajeto até o rodeio foi estranhamente silencioso dentro do carro de Victor. Enquanto ele se concentrava na estrada, meus pensamentos estavam tumultuados. Eu observava a paisagem rural passar rapidamente pela janela, tentando processar tudo o que tinha acontecido nas últimas horas.
A imagem de Ricardo, sua confiança imponente e seu toque firme no celeiro, ainda estava viva em minha mente. A lembrança de estar tão perto dele enquanto ensinava a ordenhar a vaca trazia uma mistura de sensações difíceis de definir. Eu tentava desviar meus pensamentos para Brenda, para a fazenda, mas Ricardo ainda dominava meus pensamentos.
A vulnerabilidade que ele mostrou ao pedir minha ajuda para se vestir contrastava fortemente com sua postura habitual. Aquilo me intrigava. Por que Ricardo precisaria da minha ajuda? As tensões no celeiro, o calor do corpo dele próximo ao meu, tudo isso parecia agora distante, mas ainda presente em minhas sensações confusas.
O silêncio no carro amplificava meus pensamentos, me deixando ainda mais introspectivo. Eu olhava de relance para Victor, me perguntando se ele percebia a tensão entre mim e Ricardo. Mas Victor estava concentrado na estrada, me deixando sozinho com meus próprios questionamentos.
À medida que nos aproximávamos do local do rodeio, meu coração batia mais rápido. Eu sabia que a noite seria marcada por encontros e possíveis revelações, mas naquele momento, no silêncio do carro, tudo o que eu queria era entender melhor meus sentimentos em relação a Ricardo.
A noite escura caía sobre o rodeio, e as arquibancadas estavam repletas de expectativas. O locutor entusiasmado ecoava pelo ambiente, criando uma atmosfera elétrica. Victor, Brenda, Ricardo e eu estávamos envolvidos em uma teia de emoções e relações complexas, enquanto os peões desafiavam os touros em uma dança arriscada.
Enquanto eu observava a cena tumultuada no centro da arena, senti a presença de Ricardo ao meu lado. Sua expressão refletia uma mistura de descontentamento e curiosidade.
— Tudo bem? — perguntou ele, com um toque de sarcasmo.
Eu me virei para encará-lo, e antes que pudesse responder, Victor pôs a mão em minha cintura, interrompendo qualquer potencial confronto. A dinâmica entre os três estava carregada de tensão, e eu me encontrava no meio de um jogo complicado.
— Nunca foi a um rodeio? — perguntou Victor, tentando dissipar o desconforto.
— Não, nunca — respondi, sentindo-me um pouco deslocado naquele cenário rústico.
O rodeio prosseguiu com sua intensidade característica, e eu me permiti ser absorvido pela atmosfera. Victor sugeriu pegarmos algo para beber e pipoca, uma tentativa de criar uma pausa descontraída no meio de tudo.
Enquanto Victor se afastava para buscar os petiscos, Ricardo apareceu, uma figura imponente ao meu lado. Sua voz rouca cortou o barulho da multidão, e minha atenção se voltou para ele.
— Nicolas, o que faz aqui? — perguntou ele, surpreendendo-me com sua presença.
— Ué, eu... — antes que eu pudesse terminar, Victor retornou, e a tensão entre os dois tornou-se palpável.
— Esse energúmeno está te incomodando? — questionou Victor, segurando firmemente minha cintura.
— Veio com ele? — perguntou Ricardo, sua expressão indicando uma irritação crescente.
— Sim... — murmurei, sentindo-me como uma peça em um tabuleiro.
Victor, aparentemente satisfeito, guiou-me até nossos lugares nas arquibancadas. Brenda juntou-se a nós, e a sugestão de Victor para que sentássemos juntos gerou uma tensão adicional.
Ricardo, ainda irritado, cochichou sobre minha escolha. "Pensei que o que eu havia lhe dito tinha causado um efeito!"
— Sabe, Ricardo, sempre que alguém diz que eu não posso fazer algo, eu mostro que estão errados... Ele nem é tudo isso que você falou. Me parece ser uma pessoa completamente diferente — respondi com um sorriso desafiador.
A noite avançava, e o rodeio continuava a desenrolar seus momentos de adrenalina. Enquanto os peões desafiavam os touros, Victor, Brenda, Ricardo e eu estávamos imersos em uma trama complexa de sentimentos e confrontos.
A atmosfera carregada criava uma oportunidade para confrontos e revelações, e eu estava prestes a ser envolvido em uma situação inesperada. Olhei para Victor, e uma faísca de desejo refletia em seus olhos. Ricardo, por outro lado, permanecia no seu lugar, observando cada movimento, às vezes nem disfarçando o olhar estranho que lançava em nossa direção.
Enquanto eu tentava me concentrar no rodeio, sentia o peso do olhar de Ricardo, que parecia seguir cada interação minha com Victor. Era como se ele estivesse esperando algo, mas o quê, eu não sabia.
Brenda falou alguma coisa que não consegui ouvir pela gritaria das pessoas.
Eu me inclinei para mais perto de Brenda, tentando ouvir o que ela dizia.
— O que você falou? — perguntei, minha voz competindo com o barulho ao nosso redor.
— Eu disse que é a minha primeira vez em um rodeio também. Você acha que vai gostar? — respondeu ela, um sorriso tímido iluminando seu rosto.
— Acho que sim. Está sendo... interessante até agora — respondi, tentando manter a conversa leve apesar da tensão que sentia.
Victor voltou com as bebidas e pipocas, distribuindo-as entre nós. Ele sentou-se ao meu lado, e eu senti um alívio momentâneo por sua presença. A atmosfera ao nosso redor era vibrante e caótica, com gritos e aplausos ecoando enquanto os peões desafiavam os touros na arena.
O tempo parecia passar devagar enquanto eu lutava para entender meus próprios sentimentos. Victor estava ao meu lado, uma presença constante e segura, enquanto Ricardo continuava a me observar de longe, sua expressão uma mistura de frustração e algo mais que eu não conseguia decifrar.
Enquanto o rodeio continuava, comecei a me sentir mais à vontade, tentando me concentrar na ação e na companhia de Brenda e Victor. Aos poucos, o ambiente começou a me envolver, e eu me permiti relaxar um pouco.
Mas a presença de Ricardo, mesmo à distância, era uma constante lembrança das emoções confusas que ele despertava em mim. Eu não conseguia evitar pensar em como seria confrontá-lo, perguntar diretamente sobre o que ele realmente queria de mim. Mas a coragem para isso ainda me faltava, especialmente com Victor tão perto.
De repente, uma das performances terminou, e o locutor anunciou um intervalo. A multidão começou a se dispersar para esticar as pernas e pegar mais lanches. Brenda sugeriu que aproveitássemos o momento para explorar um pouco o local.
— Vamos andar um pouco? — perguntou ela, segurando meu braço.
— Claro — respondi, feliz por uma oportunidade de me afastar da tensão.
Victor nos acompanhou, e nós três começamos a caminhar pelo recinto, observando as barracas de comida e as pessoas se divertindo. O clima estava festivo, e eu comecei a me sentir mais leve, aproveitando a companhia deles.
— Quer jogar alguma coisa? — sugeriu Victor, apontando para uma barraca de tiro ao alvo.
— Por que não? — respondi, tentando soar animado.
Victor pagou pelos tiros e me entregou a arma de brinquedo. Eu mirei nos alvos, tentando focar apenas no jogo. A sensação do plástico frio em minhas mãos era um alívio estranho da confusão interna que eu sentia.
— Boa sorte! — disse Brenda, sorrindo ao meu lado.
Enquanto eu tentava acertar os alvos, senti um par de olhos me observando. Olhei de relance e vi Ricardo parado à distância, seus olhos fixos em mim. A tensão voltou instantaneamente, e meu coração disparou.
Eu falhei no primeiro tiro, minhas mãos trêmulas de nervosismo. Mas respirei fundo e tentei me concentrar. Consegui acertar o segundo alvo, arrancando aplausos de Brenda e Victor.
— Bem melhor! — exclamou Victor, me dando um tapinha nas costas.
Mas meu olhar continuava a ser atraído por Ricardo, que não desviava o olhar. Era como se ele estivesse tentando me dizer algo sem palavras, uma comunicação silenciosa que me deixava ainda mais confuso.
Terminamos o jogo, e Victor me deu o prêmio, um pequeno urso de pelúcia, que me fez rir um pouco, aliviando a tensão por um momento. Caminhamos de volta para as arquibancadas, e eu tentei me focar na diversão do momento.
Mas a presença de Ricardo e a complexidade de meus próprios sentimentos continuavam a pairar sobre mim, uma nuvem que eu não conseguia dissipar. Brenda e Victor se dispersaram entre
— Já transou com ele? — Que pergunta indecente era essa? Ricardo se pois mais perto de mim.
— Isso não te interessa! — digo a Ricardo.
Limpando a garganta ele diz:
— Não acredito! Você deu para ele.
— Isso não tem nada haver com você, Ricardo. O corpo é meu e eu faço...
— O que você quiser... Eu sei. Mas não precisa sair dando para todo mundo! Não quero que transe mais com ele, nunca mais! — ordenou.
Olho para ele, estava sério demais. Olho para Victor que se divertia ao lado de Brenda, não muito longe de nós dois.
— Me respeita, Ricardo.
— Eu te respeito, mas pelo jeito, você não faz isso por si mesmo.
O que havia de errado com ele agora? Sua mistura de humor estavam me irritando.
— Você está aqui com ela — digo apontando para Brenda. — Deveria se preocupar somente com ela.
— Mas me preocupo com você também! Desse jeito, parece que você é como qualquer um, que todos podem pegar e usar quando quiser...
— Pois eu acho que não deveria se preocupar, sempre soube me cuidar. Não é você, um marmanjo de quase dois metros de altura, com esse corpo cheio de musculos, e com o cérebro minúsculo que deve se preocupar comigo.
Olho para Ricardo que estava me olhando friamente irritado. Seu rosto parecia estar em chamas intensas. As veias do seu pescoço pareciam que iriam explodir. Sai indo em direção a Victor o puxando pelo braço.
— O que houve? — Questionou ele puxando seu braço de minha mão.
— Quero que me coma agora.
— Como assim? Aqui? Agora?
— Tem lugar melhor?
Ele sorri e alisa o polegar nos lábios. Como ele era lindo!
Pego sua mão e nos levo até o seu carro. Victor tirou a blusa e começou a me beijar, suas mãos apertavam minha pele nua. Sua língua invadia minha boca, sem pestanejar. Ele se senta na banco do carro, e me sento no seu colo.
Ergo o quadril, Victor se tocava antes de me enfiar. Pôs de primeira a cabeça, até eu me sentar por completo.
— Ahm.— gemeu Victor, segurando minha cintura e me fazendo quicar.
Gemi.
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