C.10
Assim que acordei, fui analisar o grupo da conversa que a Isabel havia me colocado. Mas quando encontrei as varias conversas, o grupo tinha sido fechado. Olhei para o Glann em busca de respostas.
- Não faço ideia. – Respondeu, levantando da cama e indo ao banheiro. Suspirei longamente e voltei a deitar na cama confortável, não sei se isso é algo bom ou ruim.
Ainda deitada, sem ânimo para sair da cama, escutei um som de água vindo do banheiro fechado. Virei, acomodando-me entre os travesseiros. Respirei fundo, sentindo o aroma familiar do Glann nas fronhas. Pelo menos, graças ao Glann, consegui dormir noite passada. Fechei os olhos, sem saber como será a minha chegada ao colégio. Alguém bateu na porta, me forçando a abrir os olhos e sentar na cama, quando a porta abriu, fiquei surpresa por encontrar May.
- Bom dia. – A cumprimentei, enquanto arrumava meus cabelos rapidamente. O sorriso no rosto da May se desfez me deixando confusa.
- Gina? O que está fazendo aqui? – Questionou me avaliando com calma. Senti-me envergonhada por ter sido pega ainda sonolenta e desarrumada.
- O Glann me convidou para dormir aqui. – Expliquei, abraçando meus joelhos.
- Na cama dele? – Fiquei paralisada com sua pergunta fria e seu olhar estranho.
- Onde mais seria? – A olhei timidamente, sem entender seu comportamento. – Gostei do seu batom. – Apontei para o vermelho que se destacava em seus lábios volumosos. May não sorriu como achei que fazia, ela apenas se virou e foi embora.
Será que eu disse alguma coisa errada?
Logo em seguida, Glann saiu do banheiro com a toalha enrolada em sua cintura. Seus cabelos estão molhados e grudados na testa, o observei pegar seu uniforme do closet. Vários pingos de água escorriam pelas suas costas largas e definidas. Mordi os lábios, perguntando-me qual seria a sensação se eu o tocasse agora.
- O que? – Gritei, chocada com meus próprios pensamentos. Glann se virou bruscamente para me olhar.
- O que foi? – Perguntou assustado pelo meu grito repentino. Desviei o olhar timidamente, sem saber o que falar.
- A May esteve aqui. – Gaguejei, com o rosto pegando fogo.
- Agora? – Glann franziu a testa. – Não sabia que ela viria hoje. – Deu de ombros, voltando para o banheiro.
Passei os dedos entre os cabelos, me sentido estranha pelo sentimento diferente pelo Glann que me invadiu. Cai de costas na cama, com o rosto ainda quente. Quase me assustei quando o Glann deixou o banheiro com seu uniforme e cabelos ainda úmidos.
- Você pode tomar banho enquanto busco seu uniforme e alimento a Anne. – Glann avisou, parando ao lado da cama e me encarando com cuidado.
- Obrigada. – Um sorriso simples surgiu no canto da sua boca, antes de ele enxugar o cabelo com a toalha e deixar o quarto.
Depois de me preparar para o longo dia no colégio, desci as escadas para tomar café com os outros. Os pais do Glann já haviam saído de casa, deixando apenas o Glann e a May. Eles conversavam como se fossem amigos há muito tempo, me sentei à mesa e na mesma hora, o Glann me ajudou a preparar meu prato. Sorri como forma de agradecimento.
- Você não tem aula hoje May? – Perguntei, fazendo-a me encarar.
- Não. Está havendo uma excursão da minha turma para o museu, e eu não ia perder meu tempo visitando um lugar assim. – Declarou me deixando surpresa.
- Não é uma perca de tempo, é educativo, interessante e divertido. – Falei animada. Sempre que temos um tempo de sobra, Glann e eu visitamos os museus e o jardim botânico, é um lugar legal para passar o tempo e conversar sobre assuntos diferentes.
Tomei um gole do suco de laranja e olhei para o Glann que comia seu café da manhã em silêncio. May continuou me olhando com a testa franzida, como se não tivesse acreditando em minhas palavras. Talvez eu tenha falado mais uma coisa errada.
O resto da refeição foi desconfortável. May parecia evitar minhas perguntas e se focava apenas no Glann, acho que ela não gosta muito de mim. No caminho para o colégio, fiquei preocupada com as fofocas que vão correr pelos corredores sobre o meu momento com o MacTerry na biblioteca.
- Não se preocupe, hoje temos aulas juntos, posso passar o tempo todo com você. – Glann começou com sua voz suave, o olhei por alguns segundos.
- Você tem razão, estou me preocupando à toa, com certeza eles já devem ter deixado isso de lado. – Falei sem muita confiança. Desviei o olhar para o tecido da minha saia e tentei pensar em qualquer outra coisa que não fosse à foto e os comentários maldosos.
Chagando ao estacionamento cheio, hesitei em deixar o carro. Glann me olhou, esperando que eu desse o primeiro passo, e quando abri a porta, ele me apoiou com um sorriso bonito. Coloquei a mochila nas costas, e segurei o braço do Glann enquanto andávamos em direção ao enorme colégio. Pode ser impressão minha, mas tenho quase certeza que escutei sussurros ao passar pelos estudantes. Parei de andar quando encontrei MacTerry estacionando o carro, ele saiu do veiculo fumando seu cigarro.
O observei com interesse, como ele consegue ficar tão bem depois do que aconteceu. Reparando na nossa presença, ele jogou o cigarro inacabado no chão e o apagou com as botas.
- Não me olhe assim, você não fica nada atraente quando está triste. –Sei que ele brincou, mas não consegui sorrir para ele. Também, porque ele se sentiria horrível? Não foi ele que as pessoas estavam insultando, no final, apenas as mulheres são atacadas.
Desviei o olhar dos seus negros e puxei o Glann para o colégio. Ele parecia surpreso com minha escolha de ignora-lo, até eu fiquei.
- Gina. – MacTerry se colocou no meu caminho rapidamente. – O que foi? Eu só estava brincando, você naturalmente fica atraente de qualquer jeito. – Analisei seu rosto em silêncio.
- Eu vou entrar primeiro. – Glann avisou, com uma voz firme e dura. Fiquei inquieta quando ele começou a se afastar, me deixando 'sozinha' com o MacTerry.
- Gina se for sobre o lance da foto, eu já resolvi. – Declarou em voz baixa, apenas para mim.
- Não MacTerry, você não resolveu. Ontem a noite todo o colégio estava falando sobre isso na internet. – Murmurei encarando sua camisa desabotoada e sem a gravata.
- Eu sei que estavam e eu já resolvi isso. – Rebateu, forçando-me a encara-lo. – A Isabel também me colocou no grupo, eu falei com meus advogados e eles mandaram uma intimação para todos os envolvidos declaram calúnia e difamação, fora outras coisas. – Sustentei seu olhar, paralisada. – O grupo foi excluído e tenho certeza que as fotos também foram excluídas com medo de um processo. Você realmente achou que eu deixaria isso continuar? – Questionou com a testa franzida.
- Eu não tinha certeza – murmurei envergonhada sobre seus olhos intensos. – Obrigada. – Lentamente, me aproximei e o abracei com cuidado.
- Tudo bem. – MacTerry me tocou de um jeito estranho, como se não estivesse acostumado a abraçar ou simplesmente, porque não estava confortável com meu carinho repentino. – Apenas não se preocupe mais com isso, e se alguém falar qualquer me avise, eu mesmo cuido disso. – me afastei, deixando seu corpo rígido e quente.
- E se for uma garota? – Brinquei. MacTerry ficou pensativo.
- Conheço algumas garotas que adoraria me retribuir um favor. – Sorriu de modo malicioso. Franzi a testa, não acreditando muito em suas palavras.
- Acho que a May não gosta de mim. – Falei enquanto brincava com os fios finos do cabelo do Glann, que estava com a cabeça repousada em meu colo.
- Por que você acha isso? – Glann abriu os olhos e me olhou com cuidado. Passei o dedo indicador sobre sua sobrancelha escura e evitei seu olhar.
- Não sei, acho que foi o comportamento dela hoje pela manhã. – Falei timidamente.
- A May é legal, você só precisa conhecê-la melhor. – Deu de ombros, voltando a chegar os olhos. Suspirei, voltando a brincar com seus cabelos. Talvez eu esteja sendo precipitada. Minha atenção foi para o garoto que se aproximava, MacTerry tem um andado firme e confiante.
- Oi – MacTerry nos cumprimentou firmemente. Sorri para ele, Glann apenas retribuiu o 'oi' curto.
- Você tem alguma duvida sobre a aula? – Perguntei preocupada. MacTerry umedeceu os lábios enquanto nos analisava lentamente.
- Quer sair comigo hoje depois da aula? – Seus olhos negros me encararam intensamente.
- Um lugar diferente? – Sorri, animada com seu convite.
- Espero que sim. – Ele retribuiu o sorriso, deixando minhas bochechas quentes.
- Eu quero. – Aceitei com rapidez.
MacTerry avisou que me esperaria no estacionamento depois da aula, confirmei com um aceno e o observei se afastar com as mãos dentro do bolso. Voltei a olhar para o Glann em meu colo, e fiquei surpresa quando o encontrei me olhando.
- O que foi? – Passei os dedos entre seus cabelos, sentindo-os acariciar minha pele.
- Gina. – Glann levantou e se virou para me encarar. – Você se lembra daquela conversa que tivemos quando entramos no ensino médio? – Perguntou. Fiquei pensativa, lembrando-me do dia que Glann chegou a meu quarto, antes do primeiro dia de aula. Ele me disse que eu deveria ter mais cuidado com os garotos, que não posso ser tão descuidada perto deles. Confirmei com um aceno. – Eu preciso que você tenha cuidado com o MacTerry. Eu gostaria de estar errado, mas o MacTerry não parece o tipo de garoto que quer um compromisso sério.
- Você acha que ele só está brincando comigo? – Indaguei inquieta. Glann me estudou com calma, e logo desviou o olhar, confirmando minha pergunta.
- Eu sei que você gosta muito dele, mas não quero que você se machuque por alguém como ele. – Glann segurou meus ombros, como forma de conforto. – Só preciso que tenha cuidado com ele, está bem?
- Tudo bem. – Confirmei, sem muito ânimo. Glann me puxou para um abraço e beijou meus cabelos.
No fim da aula, fui encontrar o MacTerry no estacionamento quase vazia. Tive que me atrasar por causa da reunião do conselho estudantil. Aproximei-me do carro de luxo e do garoto sobre o capô. Ele fuma seu cigarro e fita o céu escuro. Reparando minha aproximação, ele apagou cigarro, meu coração bateu com força quando ele me enviou um sorriso simples e atraente.
- Para onde vamos? – A curiosidade me venceu assim que entrei no carro.
- Você gosta de comida indiana? – Virei o rosto para encara-lo.
- Ainda não tive oportunidade de experimentar.
- Estava esperando por isso, à culinária indiana é a minha preferida. Achei que você gostaria de conhecer. – Explicou. Meu coração continuou disparado e algo quente se acumulou em meu peito.
- Quando você planejou isso? – Surgiu um sorriso no canto da sua boca, mas ele não me respondeu o que me deixou nervosa, de um jeito bom.
O restaurante é bonito e bem decorado, sentei a mesa bem decorada e de madeira. O lugar é pouco iluminado e muito bonito. O lugar é decorado com lustres de tamanhos e formas diferentes. A um cheiro agradável de incenso e flores.
- Gostei desse lugar. – Falei, em voz baixa. MacTerry que está sentado a minha frente, mordeu os lábios e desviou o olhar. Quando uma mulher veio anotar nossos pedidos, MacTerry me ajudou a escolher os melhores pratos e o que achou que eu iria gostar.
Tomei um gole do meu Lassi, é uma composição de Iogurte, água de rosas, gelo e morango.
- Isso é muito bom. – Declarei completamente surpresa. MacTerry sorriu abertamente e brincou com a minha expressão. Quando nossa comida chegou, o que não demorou muito, eu fiquei ansiosa para experimentar um pouco de tudo. MacTerry sugeriu que eu começasse com o Samosa, ele é recheado com vegetais e frango. Tive que me segurar para não comer o segundo, não quero explodir como na última vez, também preciso experimenta os outros pratos. – Sem sombra de duvidas, a culinária indiana se tornou a minha segunda preferida. – Revelei, limpando minhas mãos com um pano úmido.
- E qual é a primeira? – Perguntou ele com interesse.
- Culinária coreana. – Seus olhos negros me analisaram em silêncio.
- Você gosta mesmo, ou é só por causa do Glann? – Rebateu calmamente. Franzi as sobrancelhas com sua pergunta repentina.
- Por que eu diria que gosto de alguma coisa só por causa do Glann? – Questionei sem desviar o olhar. MacTerry ficou calado, apenas limpando as mãos com a toalha molhada, esperei que ele me respondesse, e quando reparou que eu não deixaria aquela conversa de lado, ele suspirou longamente.
- Talvez você não tenha notado, mas vocês parecem um casal de namorados. – Falou ainda sem me olhar. – Vocês estão sempre se abraçando nos corredores ou então em algum lugar isolado fazendo carinho um no outro. – Sua voz se tornou firme e rígida, fiquei quieta, sem saber aonde ele quer chegar com tudo isso. – Inferno, vocês até se beijaram na boca. Amigos não fazem isso Gina. – Apontou, jogando a toalha sobre a mesa.
- O Glann e eu somos melhores amigos, não vejo motivos para não abraça-lo ou demonstrar o carinho que sinto por ele. Isso não é estranho. – Expliquei, desejando que ele entendesse o quanto o Glann e eu somos próximos.
- É estranho para mim. – Disse com firmeza. Meu coração se apertou, me forçando a desviar o olhar para as flores no pequeno jarro.
- Obrigada pelo jantar. – Forcei um sorriso, e voltei para seus olhos negros. – Você poderia me levar para casa agora, por favor? – MacTerry acenou, me permitindo levantar e deixar o restaurante.
Caminhei até o estacionamento, sentindo uma brisa fria passar por mim. Segui para o carro do MacTerry e o escutei se aproximando com rapidez.
- Gina. – Ele se colocou no meu caminho, me forçando a encara-lo. – Me desculpe pelo que eu disso sobre o Glann e você. – Pediu, impedindo que eu continuasse andando.
- Você disse que somos estranhos. – Apontei, sentindo meu coração doer ainda mais.
- Eu não deveria ter dito aquilo, me desculpe. – Falou, segurando meus ombros com suavidade. – Não estou acostumado com esse tipo de afeto, principalmente tão abertamente como vocês costumam fazer. – Suas mãos foram para o meu pescoço, sua pele é quente e áspera. – Você poderia esquecer isso? Só dessa vez? – Sugeriu, com a voz mais rouca que o normal.
Meu peito voltou a esquentar por causa do som da sua voz e seu toque delicado. Encarei seus olhos negros e depois seus lábios perfeitamente desenhados. Confirmei com um murmúrio e um sorriso simples. Ele se inclinou lentamente na minha direção e me deu um beijo longo, ainda havia vestígio de picância em sua boca. Segurei o tecido da sua camisa, enquanto ele soltava novamente meus cabelos.
- Por que você sempre faz isso? – Questionei ao finalizar o beijo e ele escondeu meu elástico dentro do bolso da calça.
- Gosto do seu cabelo solto. – Revelou, fazendo-me corar violentamente. – Vamos, vou te levar para casa. – MacTerry abraçou meus ombros e me puxou para mais perto. É difícil continuar chateada com ele, principalmente quando o seu pedido de desculpas é sincero.
Essa não é a primeira vez que chamam o Glann e eu de estranhos. Varias namoradas do Glann já disseram e gritaram isso, irritadas com nossa aproximação. Mas nenhuma delas entende a ligação que existe entre nós, se o Glann se machuca, eu me machuco, se eu não consigo dormir, o Glann passara a noite ao meu lado. Temos apenas um ao outro, nos apoiamos, nos amamos e não importa o que aconteça, não importa o que as pessoas dizem sobre nós, somos perfeitos dessa maneira.
Muito obrigada a todos por terem lido e espero de coração que todos tenham gostado. ❤️❤️
Infelizmente, não estou dando conta de todos os comentários e gostaria de me desculpar por estar demorando a responder. Espero que possam entender e que isso não os façam deixar de comentar.
OBRIGADA MAIS UMA VEZ.❤️
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro