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Querido diário, eu queria que minha vida fosse como os livros sabe? Onde eu pudesse achar meu príncipe encantado e resolver meus problemas com magia. Queria começar a chorar e do nada aparecer uma fada madrinha para me consolar, ou até melhor que isso, aparecer um belo príncipe para me amar e me ajudar.
Mas com o tempo eu aprendi, que nós temos que ser nosso próprio príncipe encantado, onde nosso objetivo é fugir da nossa torre que criamos em nossa volta. Às vezes pedir ajuda é a primeira tentativa de fuga, em que muitas das vezes acaba não dando certo, mas nos incentiva a continuar tentando.
Assim como cada personagem de um livro sofreu antes do final feliz e moldou sua trajetória ao decorrer dos contos, cabe a nós também, construirmos a nossa história.
Continuando sobre o trote.... Eu fiquei muito nervoso, sério! Todo mundo estava me encarando, assim como o Luan, a diferença é que ele estava de cara fechada e com um olhar de fúria. Algumas Poc da minha sala, que são amigos do Luan, estavam rindo muito da cena. Eu passei perto deles e acabei escutando um 'Iiii senta gostoso nele', 'cuidado para o pau dele não furar a sua calçar e entrar no teu cu', e muitos outros comentários que não consegui escutar direito por causa do barulho dos apitos e risadas.
Me aproximei dele e não consegui falar nada, apenas fiquei quieto com vergonha.
Não me julguem por favor, mas quando você entra em uma situação dessa você inevitavelmente, acaba ficando com vergonha.
Enquanto os veteranos estavam escolhendo a outra dupla para competir com a gente, eu me aproximei do Luan, que já estava sentado em uma das cadeiras e tentei puxar algum papo com ele, mas acabei desistindo antes deu abrir a boca. Ele viu que eu queria falar algo, me encarou e quando ele ia falar comigo, uma das veteranas, que estava cuidando do apito, começou a explicar a brincadeira em voz alta
"Acho que todo mundo conhece essa prova, mas..." - Ele deu uma pausa, pegou dois panos e continuou. "Mudamos essa prova um pouco. A pessoa sentada vai ter que colocar essa venda nos olhos, já a que está de pé, vai fazer a mesma coisa da brincadeira original, só que vai ter um problema, ele vai ter que estourar a bexiga rebolando"
Nesse momento todo mundo começou a rir e a assobiar, o outro grupo estava feliz, pois era um homem é uma menina. Já em compensação ao meu par, ele não estava nada contente.
"Eu não concordo, não achei justo quem vocês colocaram como minha dupla. Não podiam ter colocado uma menina, igual do outro grupo" - Luan contestou.
"Garoto, você não tem que achar nada, você é calouro, quem manda aqui somos nós." - Rebateu uma das veteranas, que por sinal seu nome era Priscila.
Todo mundo começou a vaiar ele, que por sinal já estava pistola. As meninas da coordenação entregaram as vendas e ambos participantes, que iam ficar sentados, pegaram.
Cada lado possuía 10 bexigas, quem conseguisse estourar rebolando primeiro, ganhava a prova. Deram a largada, eu disparei e peguei a 'primeira, voltei e coloquei no colo do Luan e sente com gosto, rebolei com a maior força. Corri para pegar a segunda, quando peguei, voltei e sentei rebolando novamente, foi assim com as outras 8. Quando estava na última, a outra equipe faltava 2, então fiz mais devagar a sentada e foi aí que eu consegui sentir. O pau do Luan estava duraço, sério, ele estava até com a cabeça virada para cima.
Observação, não esqueçam que ele está com a venda, agora imagina o tesão dele.
Quando finalizei de estourar último balão, a Priscila soou o seu apito, que estava em seu pescoço, insinuando o fim da prova. Luan tirou a venda e me encaro. Sua pupila ainda estava dilata, mas ele tentava de qualquer jeito olhar em meus olhos. Quando vi que ele me olhava, eu me virei e fui procurar a Milena, deixando-o ali sozinho.
Em instantes vi a Milena levantando a mão no meio da multidão, e consegui localizar e fui ao seu encontro.
"Viado, tu arrasou naquelas sentadas, parece até que é experiente." - Ela falou de uma forma debochada.
"Meu amor, habilidade de sentar já trazemos do berço, o difícil é saber chupar direito" - Falei rindo.
"PUTAAAAAA" -Ela berrou rindo alto,
"Mana, fala baixo" - Falei repreendendo-a, mas rindo da situação.
"Uai, você fala uma coisa dessa e não quer que eu ria"
"Vou nem comentar" - Falei sentando no chão, enquanto esticava as minhas pernas para descansar.
Ficamos ali sentados por um bom tempo conversando, Milena era bem simpática e seus assuntos eram modernos e pornográficos, então acabamos nos dando bem. Quando estava contando para ela sobre meu ficante, Sandro, o meu celular toca, e por incrível que pareça? Diário, se você falou que era o Sandro, você acertou.
"Oi bebê, tudo bem?" - Sandro falou de uma forma calma e serena, que me passava uma calma e segurança.
"Oi lindo, estou bem sim e você?" - Nesse momento a Milena fez "hummmmm" e saio de perto.
"Estou mais o menos, pois não vou conseguir sair com você." - Ele se expressou de uma forma triste. "Você vai ficar triste por isso?"
"Não Sandro, não vou, relaxa." - Sinceramente nem estava querendo ir, mas não falei isso para ele.
"Então beleza, amanhã passo na sua casa, fecho?
"Pode ser! Então... até amanhã."
"Até, beijos" - Ele nem me deixou responder e desligou.
Muito estranho isso, dele cancelar do nada, mas nem dei bola. Depois que guarde meu celular no bolso, fui atrás do Edu, o foda eu não encontrava em nenhum lugar. Chamei a Milena que estava conversando com uma das suas amigas e ela veio com aqueles pulinhos de lado que ela adorava fazer.
"Oi 'meu lindo?'" - Ela falou do jeito que eu havia falado com o Sandro.
"Idiota" - Rimos.
"Você conhece o Eduardo, né?" - Ela fez um sim com a cabeça. "Então, você viu ele m algum lugar"
"Sim, sabe aquela hora que você estava sentando no Luan? Ele foi embora nesse momento, por que?"
"Por nada, só queria falar com ele. Amanhã então eu falo, mas valeu mesmo" - Ela me mandou um beijo e voltou a conversar com suas amigas.
O trote ainda estava rolando viu diário, só que o lugar que estávamos, a galera da coordenação não via, então podíamos conversar à vontade sem sermos atrapalhados.
Teve algumas provas sem graças, teve outras pornográfica, mas tinha umas que eram legais e davam até vontade de participar. Teve um a prova que se chamava, garganta profunda, onde seu objetivo era colocar a camisinha na banana, que estava pressa ente a pernas dos participantes, primeiro que a outra equipe. Só que tinha um problema! Quem devia colocar a camisinha eram os homens, e quem deveria ficar com banana entre as pernas, eram as meninas, onde, ela - camisinha- tinha que ficar na boca do garoto e ele não poderia, em hipótese nenhuma, colocar a mão, nela.
Ri muito meu Deus!
Fiquei lá até a hora do meu ônibus e corri para meu ponto. Quando cheguei lá, o Edu estava esperando o ônibus também, já que ele não tinha vindo de carro. Eu tentei puxar papo, mas ele só me ignorava.
"Que foi que você está me ignorando, te fiz alguma coisa?" - falei de cara fechada
"Não!" - Ele respondeu de forma seca e grossa.
"Se for por causa deu ter te deixado sozinho lá no refeitório, eu..." - Ele me cortou
"Não é nada com você caralho, é que a menina que eu estava pegando me trocou com um menino bem escrotinho, aí tô puto por causa disso" - Ele estava com uma cara de nojo enquanto falava sobre isso.
"Sinto muito, quer um abraço?" - falei sem maldade
"Não, coisa de viado." - Nossa, fiquei puto quando ele disse isso.
"Coisa de viado?" - Eu estava me alterando já.
"Sim, ficar abraçando homem não é comigo. Se você gosta, aí já não é problema meu. Mas não venha com essas coisas de viado para cima de mim, beleza?" - Ele estava me encarando, e ao mesmo tempo me lançava um sorriso debochado, que por sinal estava me dando raiva.
"Sabe Edu, eu achava que você era mais evoluído, inclusive depois da nossa conversa ontem lá sobre os filósofos, acho que me enganei." - Olhei com uma cara de desapontado
"Sou evoluído sim, mas não preciso concordar com tudo, né?" - Ele estava de pé na minha frente, já eu, estava apertando minhas mãos severamente, onde já consegui sentir minhas unhas perfurarem minha pele. "Só falei o que penso."
"Tenho muita pena de você sabia? Eu prefiro ser um 'viado' que recebe abraços quando mais precisa, do que um hétero que tem uma masculinidade frágil, que recusa qualquer tipo de demonstração de carinho, por medo de ser julgado pelo seu subconsciente ou pela sociedade." - Ele me olhou espantado e abaixou a cabeça. "Não vou te ofender, não vou te xingar, não vou fazer nada do tipo, pois como você disse, você apenas falou o que pensa. Mas te digo uma coisa, Eduardo, você acabou de perder minha amizade.
Ele não falou mais nada, e também não dava mais, já que meu ônibus chegou na mesma hora. Quando entrei dentro do Busão, ele falou algo que eu não consegui ouvir, logo em seguida o ônibus partiu viagem, relevei. Olhei para as minhas mãos, que estavam trêmulas, e percebi que elas estavam sangrando também, onde, peguei um pano que tinha na minha bolsa, e as enfaixei. Então coloquei meus fones e fui escutando música até a minha casa.
Quando já estava no meu cantinho, fui fazer meus afazeres noturno, que não preciso explicar novamente, e fui me deitar no meu quarto, aproveite ara falar para Milena sobre o ocorrido, pelo telefone.
"Mano ele falou isso mesmo?" - Milena ficou chocada
"Falou mana! Eu fiquei com muita raiva na hora, mas me segurei para não partir para agressão"
"Sorte que você não partiu, se não ia perder." - Ela riu
"Você tem razão, eu ia apanhar bonito, mas ia bater também."
"Arrasou! Miga, vou desligar, tenho que dormir, amanha 7:00 acordando para ir trabalhar."
"Ai boa sorte, não sei como é trabalhar, mas quem sabe futuramente." - Falei empolado.
"Não queira, quando você começa a trabalhar, você não para por mais nada."
"Real, vou desligar então para você ir dormir. Boa noite piranha"
"Boa no..." - Ela bocejou. "noite" - Rimos, e ela desligou.
Quando estava preste a desligar o telefone, recebo uma ligação da Thais, quase que eu não atendo, mas minha força da curiosidade, foi maior.
"Oi Thais, o que você quer"
"Mano, você não sabe quem está aqui no Bar." - Ela falou, mas não conseguia ouvir direito.
"Thais não estou conseguindo te ouvir, o som está muito alto." - Falava enquanto arrumava minha cama.
"Natan, adivinha quem está aqui no bar?" - Ela falou gritando, aí consegui ouvir.
"Quem mana?" - O santo da fofoca desceu.
"O .........." - Começou a tocar uma música eletrônica muito alta, e não consegui ouvir nada do que ela falou.
"QUE?" - Gritei.
"VOU MANDAR FOTO, PERA" - Ela gritou novamente.
Quando recebi a mensagem da Thais e fui abri-la, quase cair para trás. A foto mostrava certinho o Sandro de pegação com um outro menino, na maior cara de pau. Morri de raiva sério.
Eu sei que não estávamos juntos, mas poxa, eu acho que pelo menos deveria ter tido um certo respeito da parte dele sobre mim, né? Se ele chegasse e falasse, 'Natan, não quero sair contigo, pois vou pegar uns caras aí, e essa vida que estava pesando em seguir não é para mim. Acho melhor cada um seguir seu caminho e pipipi popopo', nossa eu não ficaria triste, não ficaria bravo, respeitaria sua decisão e cada um seguindo seu caminho, mas no momento que ele mente e faz isso, ele perde toda a razão.
Vocês podem dizer, 'Mas você estava sentando no Luan e não reclamou', ou até mesmo pode vim gente falar sobre minha amizade com o Edu. Para essas pessoas, eu simplesmente pergunto: Em qual parte ocorreu uma 'traição' da minha parte ao Sandro? Que eu saiba o do Luan, foi devido ao trote e o Edu nem se fala né? No momento que conversar com alguém for considerado traição, eu termino meu namoro na hora, pois ninguém merece.
Palavra-chave disso: Respeito e confiança, ambos não ocorreu.
E foi isso diário, amanhã te conto mais.
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