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Eu acordei 7h45 da manhã de uma quarta-feira, do mês de março. Eu não estava disposto a me levantar da cama, mas precisava. Minha vida estava virando uma grande mordomia, e isso não estava sendo bom. Eu precisava achar algo para eu poder batalhar, lutar e me ajudar a crescer. Um serviço resumiria tudo.
Eu queria ter meu dinheiro, não só depender dos meus pais. Queria ir a uma loja, e comprar tudo que eu quisesse sem me importar com a opinião deles. Quando você mora em uma casa que te controla muito, você sabe que sensação é essa. Por que estou com esse pensamento agora? Simples, queria provar a mim mesmo e, a dona Clara, que eu merecia o filho dela. O que eu precisava fazer para arrumar um emprego? Perguntei a mim mesmo, enquanto procurava informações no Google. Achei uma página bem interessante que ajudava os leitores a se preparar para o mercado de trabalho.
1° Você deve montar seu currículo.
Certo! Corri para meu notebook, baixei modelos de currículo e modifiquei com as minhas informações.
Calma, eu não tinha nenhuma experiência profissional, o que eu colocaria então? Voltei na página e procurei resposta para essa pergunta.
'Se você não tem nenhuma experiência profissional, pule essa opção e coloquei no lugar, uma lista de suas qualidades. '
Então fiz isso, escrevi minhas qualidades e torci por alguma empresa que pegasse meu currículo, se interesse por mim por causa delas.
Terminei de edita-lo e voltei a ler os procedimentos do site.
2° Procure uma área que te atenda
Cocei o meu cabelo com o lápis, e cai na cama. Comecei a pensar em qual área me identificaria.
Será que me daria bem como um chefe? Acho que não, não tenho experiência para isso, e outra, ninguém me contrataria para ser um chefe assim de imediato.
E um vendedor? Acho que seria legal, me daria bem.
Coloquei um 'talvez' na área de venda.
Mas sabe o que seria ótimo, eu conseguir um estágio. Além de ser meio período, eu receberia um salário.
Ótimo!!
Entrei no site da minha faculdade, fui à aba de estágio e enviei para todas as opções o meu currículo. Agora torcer para alguém me notar.
Fechei o notebook, e fui pra cozinha tomar café. Nem troquei meu pijama, fui assim mesmo. - Não existe nada melhor que tomar café de pijama.
"Bom dia, flores do dia." - Cumprimentei meus tios que já haviam acordado, e estavam na mesa saboreando um pão com manteiga.
"Hum, se ele acordou de bom humor é porque tem algo de errado." - Minha tia comentou.
"hahaha muito engraçado a senhora, em tia."
"Faço o que eu posso." - Dei um sorriso enquanto mexia minha cabeça em forma negativa.
"Senta ai Natan, vou pegar uma xícara para você." - Meu tio falou já se levantando da mesa.
"Ah tio, nem precisa eu pego lá." - Levantei da cadeira e meu tio voltou a se sentar. Aproveitei que estava de pé para pegar meu celular. Voltei pra cozinha e sentei-me à mesa novamente.
"Cadê a xícara que você foi pegar?" - Olhei assustado, e percebi que havia esquecido.
"Esqueci." - Comecei a rir. Minha tia negou com a cabeça e foi lá pegar para mim.
"Aqui ó" - Ela me entregou uma xícara azul com listras brancas. ·.
"Ai tia o que eu faria sem vocês?" - Ela levantou a sobrancelhas, olhou pro meu tio e voltou a me encarar.
"Nem vou responder se não vou ficar até amanhã." - Olhei para ela com cara de deboche, mas concordei.
Meus tios estavam me ajudando muito. Tinham coisa que eles me lembravam de fazer, que se dependesse de mim, eu já tinha esquecido. Sim eu sei, tenho que melhorar nisso, mas vai demorar um pouquinho.
O clima do café estava bem tranquilo, assim como a faculdade vinha a ser durante a noite. Mas eu não estava disposto a ir. Não queria ver o Eduardo, pois ele me lembraria de domingo, e isso não é uma coisa que eu quero lembrar. Sei que pode parecer bobeira, mas quando alguém te trata mal, meio que você pega um receio dessa pessoa. Eu não consigo guardar rancor, apenas sinto um sentimento negativo que te me faz ficar querer ficar o mais longe possível. Ai Natan você tem medo dela? Não é necessariamente um medo, mas entra nessa categoria.
Então enquanto tomava minha xícara de café quente e o vapor batia em meu rosto, decidir faltar e assistir alguma coisa na televisão. 'Lembrando que Netflix ainda não estava no seu auge, e eu não a conhecia. '
"Tia hoje vou faltar viu, vou ficar aqui para fazer alguns trabalhos da faculdade." - Minha tia encarou-me e deu de ombros.
"Por mim tudo bem. É bom que a gente sai hoje a noite, deu uma vontade de ir lá comer lanche." - Minha tia falou toda animada.
"Nem precisa sair tia, tenho telefone de uma hamburgueria aqui perto que entrega." - Ele concordou. Eu não estava muito a fim de sair, tinha que fazer qualquer coisa pra ficar em casa.
"Então ta bom, quando você for pedir você me avisa, que eu passo cartão."
"Ai nem vem tia, eu pago o meu pelo menos." - Respondi.
"Sei que você não vai mudar de opinião." - Sorri, pois realmente não mudaria.
Ela terminou o café e saiu da mesa, onde meu tio fez o mesmo. Eu fiquei mais um tempo saboreando meu café e aproveitando apenas minha companhia.
Eu estava deitado no quarto, sentindo o vento do ventilador em minhas pernas. Já eram quase 15h00. Estava vendo vídeos no youtube em meu celular, quando escutei alguém me chamando. Abri a janela e era o Luan com a Milena.
O que os dois estavam fazendo juntos? Natan, isso não te interessa, para de ciúmes bobo.
"Oi gente, entrem ai." - Falei da minha janela, já que por ela conseguia ver o portão.
"Beleza." - Luan respondeu, enquanto a Milena abria.
Aproveitei enquanto eles entravam para arrumar meu quarto. Peguei as roupas que estavam em ciam da cama e taquei tudo pra dentro do guarda roupa. Troquei o pijama que eu ainda não tinha tirado do corpo, e passei o primeiro creme que eu vi nas minhas coisas. Por incrível que pareça isso foi em segundos.
"Oi Natan, tudo bem?"- Milena falou enquanto deitava na minha cama.
"Oi Vaca, tudo bem e você?" - Ela bateu no meu braço e pegou seu celular para fuçar.
"Oi Luan, tudo bem com você?" - Falei meio irônico, visto que ele entrou e nem me cumprimentou.
"Desculpa Natan" - Ele coçou a nuca. "Estou bem sim e você?" - Ele sentou na outra cama que tem no meu quarto e ficou me encarando.
"Estou bem sim." - Ficou um silencio depois disso. "Eai o que vocês vieram fazer aqui?".
"Nossa grosso." - Milena falou já saindo da minha cama.
"Grosso nada, vocês aparecem aqui do nada e querem que eu adivinhe o que querem?" - Falei ríspido e direto.
"Alguém está de mau humor hoje, acho que não vai querer ir tomar sorvete." - Luan falou rindo da situação.
"Opa, ai muda as coisas."- Rimos. "Vou só trocar de roupa e vamos."
"Você quer que a gente saia?" - Milena falou toda delicada.
"Hum, como se vocês dois ainda não me tivesse visto de cueca." - Milena arregalou os olhos, Luan colocou as mãos no rosto e eu apenas ri.
"Como assim, vocês dois..." - Ela ficou apontando para mim e para o Luan, mas ele a cortou.
"Não! Não fizemos nada." - Luan respondeu bem direto.
"Então como você já viu ele de cueca?"
"Não precisamos transar para nos vermos de cueca." - Falei.
"Hum, mas ainda não responderam minha pergunta." - Ela já estava ficando brava e eu apenas estava rindo mentalmente, pensando no que estava se passando na cabecinha do Luan.
"Outro dia eu te falo." - Preferi manter segredo, mas quem acompanha meus relatos, sabem sobre.
"Vocês são dois cuzões,lançam a bomba, e depois saem correndo." - Ela se levantou da cama e saiu do quarto.
"Ai meu pai, muito drama." - Falei e o Luan começou a rir.
"Drama é pouco."
Encaramos-nos por alguns segundos e desviei o olhar.
"Deixa-me trocar de roupa, se não vocês me matam." - Falei pra quebrar a tensão.
"Beleza, vou esperar lá na sala com a Milena."
"Tudo bem, daqui a pouco já tô indo lá." - Ele concordou e saiu.
Deitei-me um pouco na cama e pensei: Pra quem não queria sair... Ai bateu aquela preguiça que eu acho que qualquer pessoa sente, mas levantei-me e fui lá trocar de roupa.
Depois de uns 3 minutos, apareci na sala. Eu estava vestindo uma bermuda branca, com uma camisa preta com estampa de pensa e um tênis da Nike preto. Eu estava me sentindo confortável.
Luan apenas me olhou de baixo pra cima. Milena olhou e sorriu.
"Que foi Milena?" - Falei encarando-a serio.
"Nada, é que você está bonitinho. Nem parece aquele ser que se veste igual mendigo na faculdade." - Comecei a rir, pois era verdade. Chega um tempo, que você desiste de se produzir para ir pra faculdade. Você liga o foda-se e vai de chinelo e bermuda largada.
"Concordo com você, ele se superou." - Luan falou enquanto se levantava do sofá. "Vamos?"
"Vamos!" - Falamos juntos.
Spoiler??
"Eu não sei o que realmente sinto. Não sei o que eu realmente eu quero, mas uma coisa é certa, eu nunca vou desistir."
Essa frase sumia e ressurgia em minha cabeça. Será que eu realmente gostava do Eduardo....
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