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Querido diário, eu já vivi por um bom tempo, me alimentando de dor e de solidão. Vivi postando foto e desejando curtidas. Teve um tempo que minha maior felicidade era ter mais de 130 visualizações no WhatsApp. Esses vícios, disfarçados de felicidade momentânea, entrou sorrateiramente na minha vida, e com isso, me fez perder bons momentos.
Sabe diário, eu aprendi que viver rodeado por seguidores, onde ele só serve para nós amostrar, faz com que sejamos infelizes e iludidos. Tem casos q no Facebook, por exemplo, duas pessoas se falam, mas na vida real, nem se olham.
Minha dica é: Seja feliz sem viver em uma tela. Você não precisa postar foto do que você está comendo, ninguém liga. Você não precisa ficar vidrado em curtidas e seguidores, pois ninguém liga. Aproveite a vida, ela é curta, e quando você percebe, você perdeu muita coisa importantes.
"O que ele está fazendo aqui?" - Perguntei com a cara fechada para Thaís.
"Não sei nem quem é" - Thaís murmurou.
"Eu sou o Kauan, fiz o ensino fundamental com o Natan e com o Caio." - Kauan chegou comprimento a Thais com um sorriso confiante no rosto.
Eu dei um sorriso de lábios, e voltei a olhar para a mesa que estava com os dominós.
"Vai ficar de graça, Natan? Tá com medo de perder, né? - Ele sentou no meu lado. Pude sentir seu perfume forte, e um cheiro de desodorante masculino.
"Ai Kauan, se toca. Você nem devia estar aqui. E outra, eu e Thaís somos muito bons, não tenho medo de perder para você!" - Levantei a minha mão no ar e a Thaís deu um toque, enquanto encarava o Kauan, como forma de lubridiá-lo.
"Eu também sou muito bom, e pode ter certeza que, eu e o Caio, vamos tirar vocês dois."
"Você quer apostar que não vai conseguir?" - Falei confiante da minha vitória.
"Vamos!" - Kauan concordou, com uma certa aflição em sua voz, mas que se mantia bonançoso.
"Qual vai ser o prêmio? Se for difícil de pagar, eu nem vou entrar nessa disputa louca de vocês três." - Disse o Caio, com sua mãos levantadas em sinal de redenção.
"Calma, o prêmio vai ser bom apenas para o lado vencedor" - Kauan sentou em uma das cadeiras que estavam livres. "Vou falar um prêmio e vocês dois escolhem um, pode ser?"
"Pode!" - Thaís afirmou, e eu dei de ombros.
"Então podem começar a escolher primeiro."
Eu fui no ouvido da Thaís, comentei algumas idéias, onde ela fez o mesmo comigo. Acabamos chegando em uma decisão.
"Se a gente ganhar, vocês vão ter que pagar a entrada do Show que vai ter semana que vem" - Falei com um sorriso de lado e tentando manter contato visual com ambos.
"Eu também quero ganhar um ingresso" - Luca falou. Já tínhamos até esquecido dele por causa do calor do momento.
"Vamos querer três ingresso pro show, e vocês não podem recusar, já que aceitaram entrar disputa."
Os dois desafiantes se entreolharam e começaram a conversar com olhares.
"Beleza, mas se vocês perderem... Rufem os tambores...." - Caio começou a bater na mesa com seus dedos. "Você Natan, vai ter que sair comigo em um encontro, e a Thaís, vai ter que sair em um encontro com o Caio. Simples assim!"
Eu o olhei com raiva e nojo, essa disputa acabou saindo pior que eu imaginava, tinha que arrumar um jeito para sair daquilo.
"Esse prêmio não é válido, pode fazer o favor mudá-lo."
"Como você disse, não pode desistir, e tem mais, não estabelecemos o que não podia e o que podia pedir, então tudo é válido." - Ele mordeu os lábios e deu um sorriso malicioso para mim.
"Verdade Natan, não vale desistir agora!" - Caio falou em uma calmaria e olhando envergonhado para a Thaís.
Não falei nada, e nem a Thaís, já que a mesma tentava manter uma cara de séria, mas quem conhecesse, sabia que ela tinha gostado da proposta.
"Então beleza, vamos começar"
Luca saiu de uma das cadeiras para o Caio sentar, e o Kauan, que já estava sentado, apenas ajeitou a sua cadeira.
Começamos colocando as peças de cabeça para baixo.
"Pode deixar que eu embaralho, não confio em vocês dois." - Ele piscou para mim, e começou a embaralhar. Eu virei o olho, como ato de reprovação, mas acabei ignorando.
Caio que entregou as peças. Ficou 6 pecas para cada, e o restante ficou no morto. ( Ficam na mesa 4 peças, e caso você não a tenha, imediatamente você é obrigado a pegá-las na mesa. Encarei a Thais, logo após ver meu jogo, e a mesma apenas concordou com a cabeça.
"Então, quem tiver a sena, pode começar" - Disse a Thais. Analisei meu jogo novamente e vi que não tinha sido eu. Droga, quem começa tem vantagem.
"Vou começar então!" - Caio mexeu em suas peças, e tirou a sena de lá, e colocou na mesa com um sorriso em seu rosto.
"Parece que estamos na vantagem, vai se preparando aí Natan, nossa noite vai ser longa." - Ele soltou um sorriso malicioso, onde eu apenas retribui com um sinal de vômito.
'Natan, você precisa vencer, você não merece sair com um traste desse. O que o Eduardo vai pensar?' - Pensava de forma frenética.
"Thaís sua vez, já que você é a esquerda do Caio." - Falei.
"Tá bom, já vou jogar." - Thaís analisou cada peça e passava seus dedos delicadamente em cada uma delas. "Pronto! Pode ir Kauan"
"Deixa eu pensar aqui.... Aqui está" - Ele colocou uma peça que me bloqueou de jogar, já que eu não tinha nenhuma pedra de 6.
"Pode ir Caio, eu não tenho" - Kauan e Caio começaram a rir, a Thais me olhou incrédula.
"Vou então" ....
O jogo estava 6x4 para eles, ou seja, tínhamos que fechar o jogo com uma carroça. Cada membro já tinha passado uma vez, e com isso voltamos ao jogo, onde o Caio ainda continuava sendo o primeiro. Ele começou 3 vezes seguidas ( é uma regra nossa, que sempre quem pega a sena começa, não existe a regra da ordem de início)
Tínhamos que fazer de tudo para ele passar a vez.
"Quero ver você ter essa peça, Caio" - Falei com um sorriso no rosto.
"A não! Sacanagem, Natan! Você acabou de matar uma das minhas peças."
Tinha contado as peças, e vi que as peças que eu e a Thaís tínhamos podia ser iguais, então dava para fazer jogo. Durante a partida percebi também, que o Kauan e nem o Caio tinha mais, uma pedra de 5. Acabei tendo que me fechar também, para não matar o carrão dela. A mesma entendeu a jogada e acabou fechado, já que o Caio não tinha, como havia mencionado
"FECHEI, CHUPAAA!" - Thaís deu um tapa na mesa e gritou.
"Bem feito, acharam que podia nos ameaçar e depois sair ilesos? Quero só ver agora" - Caio ficou super decepcionado, já o Kauan, mantia seu sorriso debochado no rosto.
"Não foi dessa vez, mas na próxima vamos acabar com vocês dois." - Murmurou ele, tentando nos desmotivar.
"Pode já ir preparando o cu aí rapaziada, pois o show não é barato." - Luca que chegou com uma garrafa de coca, estava rindo de mais da situação.
"Vamos pagar sim, podem ter certeza." - Caio tentou sorrir, mas não conseguia.
"Calma meu amor, ainda vou sair com você." - Thaís apertou a perna do Caio, fazendo-o levantar a cabeça com uma felicidade.
"Ai sim, vamos pra onde? Escolhe que eu te levo." - Thaís chegou perto do ouvido dele r sussurrou Algo que não deu para ouvir.
"Vamos curtir então? Já são 15:50, logo temos faculdade." - Luca falou de uma forma divertida, motivando todo mundo a correr para a piscina.
Já que durante o jogo, íamos comendo algo, acabamos ficando saciados.
Quando já estava na faculdade, fiquei aguardando o Eduardo chegar. Mesmo eu ter me distraído hoje, não consegui deixar de pensar nele e em nós. Estava preocupado, a felicidade dele era a minha também.
Quando você está com alguém, você acaba aderindo às dores e felicidade dela também. Se ele está bem, eu estou, se fica mal... Eu acabo ficando também. Sei que não somos perfeitos, mas sempre tentávamos ser um para o outro.
Fiquei sentado naquela cadeira com os pés batendo rapidamente no chão. O Eduardo tinha mandado mais cedo mensagem, que ele tinha ligado para sua mãe, e eles tinham conversado novamente. Eu estava nervoso, não sabia o que tinha acontecido. O Eduardo não me respondia, e isso me deixava puto com ele, e triste também.
"Calma Natan, desse jeito vai fazer um buraco no chão" - Disse Luan enquanto colocava sua mochila na cadeira de costume.
"Eu sei, mas estou nervoso."
Ele me encarou, levantou uma das sobrancelhas e puxou uma cadeira e colocou do meu lado.
"Eu sei que não sei dar concelhos, nem ser uma pessoa sentimental, mas se quiser ajuda ou conselhos... Estou aqui" - Ele abriu um sorriso de canto com seus lábios e eu apenas concordei com a cabeça.
"Obrigado Luan, mesmo! Mas é um assunto particular, e não quero te envolver nisso." - Ele me deu um tapa em minhas costas e levantou-se da cadeira que estava sentado.
"Quando você quiser contar, estarei aqui" - Fiz um (okay) com o dedo.
Ele foi para fora da sala, e fiquei sozinho novamente com meus pensamentos. Meus amigos sempre vinham conversar comigo, onde, eu apenas respondia o básico. A paciência estava me deixando doido.
O professor chegou, e começou a dar a aula. Fiquei esperando uma mensagem do Eduardo, e torcendo para ele chegar no meio da aula como sempre, mas isso não aconteceu.
Faltando 10 minutos para acabar a aula, recebo uma mensagem. Abri o WhatsApp, e vi que era do Eduardo
'Natan, tem como você vim aqui no canteiro da faculdade?'
Não respondi, apenas fui encontrá-lo.
"Por que você está aqui sozinho, amor? Vamos pra sala" - Fui me aproximado mais dele e percebi que seus olhos estavam inchados.
Ele não falou nada, apenas caminhou ao meu encontro, me envolveu em um abraço, e começou a chorar.
"Calma, tudo vai dar certo." - Murmurei calmamente com a intensão de ajudá-lo.
"Ela só disse coisas ruins para mim. Disse que não era mais filho dela e tudo mais. Minha própria mãe Natan, minha própria Mãe." – Apertei-o mais em meu abraço.
"Eduardo, eu sei que foi horrível escutar essas palavras, pois já ouvi muito isso e coisas bem piores, durante minha a vida. E sei também, que vai continuar te machucando cada dia mais e te deixando mal. Mas cabe a você, decidir se compensa continuar sofrendo por bobeiras. Sua mãe errou muito em dizer isso, mas você não deve ficar remoendo-as em sua cabeça, seja feliz. Vai ser difícil isso que vou te dizer, mas você deve superar e dar um tempo para ela." - Ele estava ainda grudado com meu corpo.
"Você está certo, vou dar esse tempo e vou tentar esquecer. Obrigado meu amor." - Ele se desgrudou de mim e deu-me um beijo maravilhoso e molhado.
"Vamos para a sala guarda essa sua mochila, a aula já deve ter acabado." - Falei segurando em sua mão e caminhado.
"Vamos, tem muita coisa que preciso te contar sobre a foto." - Ele falou com raiva, onde o olhei assustado.
Desculpa a demora para postar, gente! Quase não consigo tempo para escrever. Meu amigo que me passa as idéias e informações da vida dele, quase não tempo também.. aí complica muito!!
Mas espero que gostem, e não esqueçam de comentar o que estão achando e de deixar uma estrelinha
Amo vocês!!
(◕દ◕)
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