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Querido diário, às vezes quando estou dormindo, começo a pensar em tudo que eu poderia ter feito, ou situações que eu poderia ter mudado, do meu passado.
Fico imaginando como poderia ter sido minha vida amorosa, se eu tivesse coragem de chegar na pessoa que eu estava afim, como poderia ter sido minha carreira profissional, se caso eu tivesse mandado currículo naquele lugar.
Sabe, tantas coisas poderiam ter acontecido, mas minhas escolhas me levaram para outro lugar.
Mas sabe caro amigo, não me arrependo de ter feito tudo isso. De ter errado, de ter acertado por engano. Pois, foram essas escolhas, que me trouxeram onde estou e me transformaram nessa pessoa forte que eu sou hoje.
Então diário, voltando no tempo...
Nossos rostos estavam se aproximando, eu sentia sua respiração. Meus olhos estavam fechados, minha boca queria ir ao encontro da sua, mas minha cabeça sabia que era errado.
“Desculpa Luan, mas eu não posso.” — Distanciei meu rosto do seu.
“Eu também não posso, nem sei porque fiz isso.” — Ele virou seu rosto com vergonha pro vidro, mas depois olhou-me novamente. “Não conta pra ninguém, sério!” — Ele estava me olhando assustado.
“Relaxa, tudo isso foi apenas o momento” — Soltei um sorriso para tentar tirar a tensão do ar.
“Verdade” — Ele também sorri. Fomos pra sala e ficamos conversando até chegar o pessoal. A Milena quando chegou, já correu para perto de nós.
“Como foi o final de semana de vocês?" — Milena colocou a cadeira ao meu lado, sentou-se e colocou o seu braço direto em meu pescoço.
“Normal, fiz merda nenhuma” — Luan falou enquanto mexia em seu celular.
“O meu foi movimentando” — Luan deu uma olhada de canto para mim e voltou sua atenção pro seu aparelho eletrônico.
“Safado, tenho certeza que o Eduardo está envolvido, né Natan?
“Mais o menos. Depois de o lago lá fizemos algumas paradas e eu fui pra casa dele dormir. Aí ontem ele me convenceu a dormir também, e acabei aceitando.” — Milena deu um sorriso e o Luan me encarava em silêncio.
“Vocês fizeram...? — Milena fazia alguns sinais obscenos com seus dedos. Não acreditava que eu estava vendo aquilo.
“Milena, isso aí já é Particular.” — Luan saio sem olhar na nossa cara. Milena olhou para ele com uma cara de deboche, me fazendo sorri.
“O que deu nele?” “Deve ter ido encontrar a namorada dele.” — Menti para não rolar mais perguntas. “Eai, algum show marcado?” — Mudar o assunto é a melhor solução.
“Ai migo, não sei! Vou pesquisar depois com a galera e te aviso”
“Tudo bem!” — Murmurei desanimado. Ficamos sentados conversando enquanto o professor não chegava. Todos os alunos começaram a chegar, menos quem eu queria ver.
Milena foi para o lugar dela, e começou a conversar com a aluna que sentava em sua frente, me deixando de lado. Depois de um tempo, Luan entrou na sala, com aquele seu sorriso misterioso e travesso e se aproximou de mim.
“Natan, você sabe se do Eduardo”
“Não sei, por quê?” — Peguei meu celular assustado, achando que tinha acontecido algo.
“E que geralmente ele chega cedo no colégio. Mas é que eu queria saber se ele vai vim mesmo, pois, se não vou sentar no lugar dele.” — Ele olha pro lugar do Eduardo, e sigo seu olhar. Me sentia mal, estava tão acostumado com o ele, que quando ele não estava, era como se uma parte minha também não estivesse ali.
“Pode sentar, ele nem deve vim” — Falei desanimado, mas tentando manter um sorriso calmo e confiante.
“Vou sentar então” — Ele correu e pegou sua mochila com uma das mãos e colocou na cadeira do Eduardo. Luan sentou-se e começou a mexer no celular novamente, às vezes ele virava para mim e conversava.
A professora entrou na sala e começou a dar matéria. Semana que vem era a entrega do nosso trabalho, e aproveitei para conversar com o Luan sobre ele.
“Luan, o seminário vai ser na terça-feira, a professora colocou no portal.” — Murmurei e ele olhou rapidamente.
“Ela mudou de novo? Vaca mesmo, está achando que é festa!”
“Nem me fale, mas ganhamos dois dias” — Falei feliz e ele apenas deu de ombro. Olhei para frente quando a porta se fechou e vejo o Eduardo me encarando e virando o rosto quando percebeu que eu o encarava.
Ele começou a caminha, passou do meu lado e sentou na cadeira do Luan. Não falou nada, apenas pegou seu caderno e começou a copiar. Fiquei mal a aula toda, as vezes eu olhava para trás para ver se ele tinha mudado sua fisionomia de machão emburrado, mas não, ele a mantia. Única coisa que ele fazia, era conversar o horário todo com a Mi.
Depois de duas aulas cansativas, o sinal do intervalo tocou. Milena que estava batendo papo com o Eduardo, olhou para mim e abriu um sorriso.
“Vem Eduardo, para de ser orgulhoso” — Ela puxou seu braço devagar, e virei o rosto quando vi isso.
“NÃO VOU” — Ele berrou. Continuei olhando para frente, tentando não demonstrar curiosidade.
“Se berrar comigo de novo, te meto um tapa. Sou sua amiga, mas não sou trouxa para aceitar que um macho se empodere em cima de mim. Eu em!” — Eu estava ouvindo tudo e tentava não rir. Milena veio perto de mim e puxou meu braço, me fazendo me levantar rápido.
“Aí meu braço” — Estávamos do lado de fora da sala e ela soltou. “Desculpa, é que teu namorado me estressou.”
“Namorado nada, estamos ficando só” — ela virou os olhos.
“Vocês dois são farinhas do mesmo saco. Vocês dois são fodas, um é orgulhoso e o outro é problemático. Cuidado para não virar um relacionamento tóxico.” — Eu estava escutando tudo com muita atenção, mas minha cabeça às vezes se perdia e voltava a pensar no Eduardo. Do nada ela para de falar e volto a me concentrar na conversa.
“Você está certa, tenho que melhorar isso. Sei que não sou muito sentimental, mas estou melhorando. Em relação aos meus problemas, você sabe do que se tratam. Já deixei claro para ele, e outra, eu falo que não estamos namorando, não é porque eu ao gosto dele, e sim porque ele não me pediu em namoro. Como vou falar que é um relacionamento, se nem um pedido teve?” — Fiquei sem ar por um certo tempo, mas voltei a ter fôlego quando finalizei meu ponto de vista.
“Você está certo também! Vocês dois são muito orgulhosos. O Eduardo tava me contando o que aconteceu hoje mais cedo, e tipo, eu achei mó nada a ver, a briga de vocês. Primeiro é os ciúmes que acho desnecessário, o segundo é você sair com um garoto, que deixa o Eduardo puto, parece que você gosta de provocar.” — Ela me olhava com cara feia, meio que me forçando a perceber meu erro.
“Vou conversar com ele depois, vou deixar esse orgulho de lado.” — Dei um sorriso largo com os lábios, e a abracei.
“Faz isso more, você vai ver como vai ser melhor” — Começarmos a andar pela faculdade e aproveitamos para fofocar um pouco.
Contei para a Milena sobre minha primeira vez com o Eduardo, de como ele tinha sido carinhoso comigo e como ele era desengonçado em alguns aspectos. Estávamos rindo muito. Cada lembrança era uma fincada no meu coração. Eu queria correr e ir lá perdoar ele e pedir desculpas por eu também ser infantil.
Queria com ele na sala e ficar conversando sobre vários assuntos. Mas meu medo com um pouco de orgulho me contia a esperar. Ficamos nessa conversa até o segundo sinal, que insinuava o final do intervalo.
Cheguei na sala e o professor já estava. Amo estudar, mas as vezes cansa. Voltei para cadeira e o Luan apenas me deu um sorriso e retribui. Eduardo estava me encarando feio, eu nem liguei. Íamos colocar nossas diferenças de lado depois, e voltaríamos a se falar. O Eduardo é a melhor pessoa que eu conheço, além de ser um ótimo amigo e parceiro para todas as horas. Mas às vezes, ele se tornava frio e cruel, e isso me cortava por dentro. Ele sabia me destruir.
Fiquei as 3 aulas do mesmo jeito que às duas primeiras, triste e pensativo. Fui melhorar quando o sinal tocou. Esperei todo mundo sair, e o Eduardo sabia que estava querendo falar com ele, pois, ele ficou sentado na cadeira sem falar nada. Ele mantia uma postura firme, às vezes abria a boca para se despedir dos seus amigos. A Milena, que também estava comigo na sala, me deu um beijo e falou bem baixo no meu ouvido.
“Se cuida viu” — Assenti com a cabeça e ela saiu.
Quando o último aluno se retirou da sala, eu me aproximei do Eduardo, onde o mesmo me encarava com seus olhos castanhos, e puxei a cadeira e sentei-me.
“Eduardo, me desculpa se te fiz algo que te deixou triste ou desapontado” — Ele me olhou assustado e surpreso, mas não falou nada.
“Sei que você não vai me perdoar, mas eu te perdoei” — Fui me levantando calmamente com os meus olhos cheios de lágrimas, e caminhei. Ele correu, me puxou pelo braço e me meteu um beijo. Eu estava com saudades dos teus beijos, ficar horas sem falar com ele, era como se eu tivesse ficado anos sem a felicidade.
“Eu te desculpo, e também peço desculpa. Estou pedindo de forma sincera agora” — Ele deu um sorriso e manteve seu olhar fixo só meu. Não consegui soltar nenhuma palavra, apenas o beijei.
Saímos do abraço um do outro, e fomos de mãos dadas pro carro, que estava no estacionamento da faculdade. Não tinha quase ninguém no colégio, o máximo que tinha, eram as funcionárias que cuidavam da limpeza do lugar.
Ficamos encostados em seu carro. Ele apenas olhou para mim por alguns segundos e soltou um sorriso mais calmo e doce.
“Que foi?” — Perguntei enquanto colocava um dos fios do meu cabelo para trás da orelha. Tenho esse costume às vezes.
“Quando fico sem você, eu fico mal! Que bruxaria você fez?”
“Uma que deu errado, pois, me trouxe um mostro e idiota para minha vida” — Ele abriu a boca e arqueou os olhos.
“É assim então.” — Ele entrou dentro do carro e trancou a porta. Eu corri para o outro lado e tentei abrir a porta.
“Abre essa porre” — Eu gritei ele apenas ria dentro carro. Eu estava tremendo, ia matar aquele idiota.
“Não” — Eu olhava para dentro do vidro, mas por ter filtro escuro, quase não conseguia ver ele direito.
“Te odeio, Eduardo”
“TE AMO, NATAN” — Ele gritou e saiu com o carro, me deixando sozinho. Corri atrás dele, já que tinha perdido meu ônibus para ter essa conversa com o mesmo.
Ele parou o carro e destrancou a porta. Eu entrei e dei um tapa nele, onde o mesmo apenas esboço um sorri.
“Vamos por favor? Fiquei com frio, graças a essa sua brincadeira” — Estava fazendo de bravo, mas não conseguia.
“Você gostou que eu sei!" — Ele me cutucou com seu dedo. "Adoro fazer isso com você.”
“Você fala isso, pois, o carro é seu. Quando eu tiver um, vamos ver se você acha graça. Só que o meu vai ser pior, vou embora e te deixar sozinho.” — Fiquei firme, mas sorria às vezes.
“Fiquei excitado! Você nervosinho me excita” — Ele mordeu os lábios e eu fiquei com vergonha.
“Você com essa cara de machão mau me deixa doido” — Falei para provocar.
“Olha como você me deixou” — Ele apontou pro pau dele. Sua mala já se mantia em capo visível, onde me deixava com água na boca. Dei um beijo nele, desci pra perto do seu pau e peguei um chiclete quer ficava na porta do motorista.
“Sacanagem viu? Achei que você ia fazer outra coisa” — Disse ele com uma voz de despontado, mas com um olhar sexy e provocante.
“Isso foi seu castigo por sua brincadeira”
“Não gostei” — Ele fez biquinho.
“Foda-se” — Mandei um beijo no ar para ele. Seguimos viagem e ele me deixou em casa. Nada de interessante aconteceu naquela noite. Mas de manhã que foi acontecer a bomba.
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(◕દ◕)
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