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Querido diário, eu acho que todo mundo já se perguntou, por que a vida é tão sacana? Por que ela nos faz sofrer tanto, quando podia nos ajudar? Eu mesmo me faço essa pergunto toda vez. Às vezes é tão cruel, que ela nos derruba sem ao menos percebemos, e quando damos conta, estamos fracos e sozinhos no chão.
Minha família sempre foi aquele tipo de familiares unidos, que vivem fazendo churrasco, festa e tudo mais. Ah e não podemos esquecer que eles emam ficar falando mal um do outro. Mas como toda família, ela não é perfeita!
Minha mãe, por exemplo, é a melhor pessoa que eu conheço, mas seu preconceito em relação ao relacionamento homoafetivo acaba me dando medo e me machucando toda vez que ela faz um dos seus comentários. Já meu pai é um homem mais fechado que eu conheço, ele é mais difícil de demonstrar seus sentimentos, mas mesmo ele sendo um pouco preconceituoso, assim como a minha mãe, ele é uma pessoa que faz de tudo para ajudar sua família.
Na época que eu morava com eles, achava mais fácil fazer eles me odiarem por eu ser uma pessoa respondona e malcriada, do que vê-los lá na frente, me odiando por ser gay. Diário, Você pode me julgar pelas minhas atitudes, mas foi a minha maneira de criar um escudo contra o futuro.
Eu sempre fui aquele garoto que sempre duvidou do amor, e pior ainda quando o assunto era destino. Para mim era impossível de acontecer comigo! Não vou dizer que não me iludo, pois estaria mentindo. Às vezes faço isso por mim e pela pessoa que estou afim. Teve uma vez que jurei por todos os deuses que o menino que eu gostava, sentia o mesmo por mim, mas acabou que tudo era parte da minha cabeça. (risos internos)
Não me apresentei ainda né? Me chamo Natan, tenho 24 anos agora, sou mineiro e meu signo é de gêmeos. (não me julgue).
Na minha vida tive muitos obstáculos e vários perrengues sinistros, onde muitos me destruíram e outras me ensinaram. Eu tentarei contar de todos eles.... Corrigindo, quase todos, pois são muitos. Desde os meus relacionamentos tóxicos, (alerta de spoiler) até o meu recente.
Posso dizer que comecei a viver há cinco anos atrás, quando eu tinha 19 anos e estava começando a faculdade. Sempre mudei de cidade, nunca parei em uma fixa, mas quando passei no vestibular, meus pais perceberam que era hora deu fixar raízes e me deixaram morando com a minha tia, na cidade que eu nasci.
Minha tia ela é ótima, mas graças a sua devoção extrema a igreja, ela acha que sou obrigado a seguir a sua religião, e vive fazendo comentários desrespeitosos contra algumas pessoas. Eu mesmo já sofri com essas suas "opiniões do mundo", como ele gostava de chamar. Mas sou grato a ela por ter me acolhido quando eu mais precisava de uma casa para morar. Temos sempre que ver o lado positivo e o negativo das coisas.
Minha faculdade, ficava a 40 minutos da minha casa se você andasse a pé, e 10 minutos se você fosse de carro ou ônibus; eu sempre ia de ônibus. Eu nas primeiras vezes amava andar de busão, mas aos poucos fui começando a odiar. Uma vez peguei uma linha errada, que tinha um nome parecido com o do meu bairro, quando me dei por mim, estava indo por uma rota diferente do que de costume. Então no calor do momento, eu liguei chorando e tremendo para minha tia me ajudar. Graças a Deus deu certo, só quem anda de ônibus sabe esse medo.
O que eu mais gostava da minha cidade é que ela era calma e organizada, podia sair na rua sem ter medo de ser assaltado, mas o que eu realmente gostava de lá, era do lago. O lago é um espaço imenso, com um baita lago artificial, com ruas de corrida em sua volta, além de alguns pedalinhos em suas águas. Recentemente o prefeito inaugurou um cinema que funciona a base de energia solar, muito foda.
Em um Domingo qualquer, resolvi ir ao lago, aproveitei que meus pais estavam na cidade ainda, para pedir para me levar. Toparam de cara. Ir lá para caminhar, e tipo a coisa que eu amo de paixão, inclusive se eu estiver com meu fone de ouvido e escutando minhas playlist favoritas.
Geralmente vão os homens mais lindos da cidade, e ficam fazendo corrida sem camisa, às vezes alguns passavam do meu lado e eu acabava rindo de lado.
Quando estava preparando para começar a caminhada, avisto um rapaz, que aparentava ter uns 21 anos, sentado em uma mesinha de canto, tomando um Chopp em um dos quiosques mais badalados do parque. Eu não entendi o porquê deu focar nele, ele era bonito e tal, mas algo nele me atraiu, até hoje eu não sei o que é! Só parei de encará-lo, quando ouvi um dos meus irmãos me chamarem para ajudá-los com os equipamentos de skate.
Sim tenho irmãos, ainda por cima dois, dois diabinhos (risos) que infelizmente eu amo de mais, mesmo não demonstrando. Então comecei a caminhar, em suas direções enquanto fazia um gesto com as mãos significando que eu havia escutado.
Fiquei naquele parque por horas, e sempre tentava localizar aquele menino. Às vezes eu me xingava mentalmente, para eu parar de ser trouxa e focar na minha atividade física, mas eu me ignorava e continuava a olhar. Foi assim por muito tempo, até minha mãe me anunciar que já estava indo embora e que era para eu já finalizar a corrida.
Quando estava me preparando para partir, tive que olhar novamente para o menino, que estava ainda na mesma mesa, e nesse momento ele me olha, me faz uma cara de curiosidade e retorna a sua atenção para seus amigos que estavam em sua companhia. Meu coração bateu uma batida mais forte, mas ignorei e fui pro carro para seguir viagem.
Cheguei por volta das 20h00min em casa, onde fiz as minhas higiene pessoais e fui jantar. Antes de dormir, conversei um pouco com os meus amigos no WhatsApp, silenciei alguns grupos que me adicionaram e deitei para dormir com aquele garoto em minha mente.
No outro dia acordei cedo com a forma delicada da mina mãe de me acordar.
"Acorda Natan, você não é a bela adormecida pra ficar aí dormindo não."- Minha mãe falava enquanto ia abrir a cortina do meu quarto.
"A mãe relaxa aí, hoje é Segunda! Acordar..." - Peguei meu celular e vi a hora, e completei a frase. "Acordar 08:10 da manhã devia ser crime."- Eu estava morrendo de sono, então coloquei uma almofada na cara e tentei dormir novamente.
"Vai dar migué não, garoto" - Minha mãe puxou meu travesseiro. "Semana que vem você já começa a sua faculdade e eu vou embora, e você também ainda nem cuidou da questão da documentação. Você sabe que... "- Minha mãe ficou falando um tempão sobre eu ser relaxado e como eu deixo tudo de última hora".
"Okay mãe, amanhã eu vou cedo lá resolver esse problema" - Falei já sentado na cama e passado meus dedos delicadamente em meus olhos, para tentar tirar algumas remelas.
"Bom mesmo, pois não quero me arrepender de deixar você aqui sozinho, e outra, não quero a família Buscapé - apelido dado pela minha mãe a nossa família- falando mal de você, ouviu?" Concordei com a cabeça. Ela veio perto de mim, sentou ao meu lado, respirou fundo e falou com a voz serena.
"Filho, eu sei que não sou aquela mãezona foda, igual ao dos seus amigos, mas eu te amo, e muito. Te deixar aqui é a pior coisa para mim, acho que para qualquer mãe, é uma tristeza ver que seu filho cresceram." - Ela estava com os olhos, lacrimejando. "Vou sentir muita saudade sua viu, Natan. Sinto muito orgulho de você." - Ela me abraçou e eu só conseguir soltar um "Também vou sentir saudade".
Depois desse momento emocional, ela saiu do me quarto e eu fui me arrumar. Até agora não entendi o motivo de ela ter me acordado nesse horário, mas já que levantei vamos aproveitar o dia.
Fui ao sentido da cozinha para tomar café. Enquanto ia caminhando e me aproximando da cozinha, ia sentido mais claramente do cheiro do café passado na hora. (Ummm) A mesa estava cheia de coisas gostosas, como pão de queijo, bolo de fubá e um de chocolate, biscoito de polvilho e algumas bolachinhas de nata. Sinceramente, amo ser mineiro.
Depois desse café dos deuses, resolvi sair um pouco, desci para o centro, para ver se achava alguns materiais escolares para a faculdade. Entrei em algumas papelarias famosa daqui da cidade, e comprei o eu precisava; caderno, caneta e uma mochila nova.
Quando estava indo embora, encontrei uma amiga minha muito antiga, o nome dela é Thais. Quando a gente se conheceu, nós não se falávamos muito, porém, tudo mudou quando eu e ela nos juntamos para falar mal de um grupinho que estudava em nossa sala. Desde esse dia, nos tornamos melhores amigos, e sempre que vinha de férias eu me juntava com ela para causar.
"Eai viado, vem de férias e nem avisa." - Thais berrou lá do outro lado da rua, fiquei com tanta vergonha que não sabia onde eu metia minha cara.
"Uai, eu avisei sim! Você que não lê as mensagens." - Ia falando enquanto me aproximava dela, quanto me aproximei, dei um abraço cumprimentando-a.
"Mano eu até li, mas não li." - Eu a encarei com uma cara de 'que garota?'. Ela percebeu minha cara, deu um sorriso e continuou. "Calma me deixa falar de outra forma. Eu li sua mensagem, porém eu estava com meu boy, e eu devo ter clicado na conversa sem querer e mostrou que eu li, entendeu?" - Concordei com a cabeça mesmo continuando sem entender.
Menina doida. - Pensei.
"Mas por que você veio pra cá agora, Natan? Você não vem geralmente, no início das férias?" - Thais não sabia que eu ia mudar, acho que ninguém sabia, deixei para fazer surpresa mesmo.
Quando fiz o vestibular e passei, foi um choque para mim. Eu sabia que eu ia passar, mas era estranho saber que ia ficar longe dos meus pais, mesmo querendo isso. Então resolvi deixar em off o assunto, e contar quando tudo estivesse certo.
"Vim para ficar, passei em ADM." - Os olhos da Thais estavam brilhando e piscando muito. Estava parecendo um cu quando avista um macho bonito, pisca igual doido. Mas do nada ela fechou a cara.
"Você foi me conta isso só hoje"? Poc, eu devia ser a primeira, a saber." - Ela disse sentando em um dos bancos do calçadão.
"Mas eu fiz a prova quinta, já que morava longe, aí o resultado saio só sábado de manhã." - Sentei do lado dela e deite em seu colo. "Você tecnicamente foi a primeira que eu contei."- Ela me encarou, e sorriu e me puxou para um abraço.
"Eu te perdoou, mas quero que você vá hoje na festa dos calouros comigo." - Ela pegou seu celular e me mostrou o convite da festa.
"Pode ser, é da galera da federal, né?" - Ela concordou com a cabeça.
"Me manda o convite por mensagem então, que eu vou sim"! - falei enquanto ela abria um sorriso lindo.
Ficamos conversando até dar umas 11:50, e acabamos decidindo de ir embora.
Quando estava em casa, recebi a mensagem da Thais, com o convite. Pensei em inventar uma desculpa para não ir, mas eu precisava sair, e essa festa era uma boa oportunidade. A única coisa que eu não sabia é que minha vida ia mudar muito com essa festa.
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Oi meus amores, tudo bem?
Mores gostaram do Livro? Curtem aí!!! (◍•ᴗ•◍)❤
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