Não sei a que momento eu comecei a dormir, mas eu acordei com batidas muito insistentes na porta do "meu" quarto.

Me sentei na cama um pouco tonta.

Olhei ao meu redor e notei que adormeci abraçada com o meu diário.

— Luana filha acorda! — Ouvi minha mãe gritar quase desesperada.

Com uma careta eu me levantei da cama e segui em direção à porta.

Parei de repente e olhei novamente para minha cama.

Eu posso deixar o meu diário tão visível!

Peguei o diário com rapidez e o guardei de baixo do travesseiro.

Eu sei que não um esconderijo muito bom, mas vai ter que servir por enquanto enquanto eu não acho um mais seguro.

Novamente me encaminhei em direção à porta e respirando fundo a abri para encarar o rosto preocupado da minha mãe.

Se eu demorasse mais um pouquinho sequer ela chamaria os bombeiros para arrombar a porta.

— O que foi? — Perguntei um pouco sonolenta.

— Você sabe que horas são? —Perguntou a minha mãe.

— Três horas da tarde? — Sugeri bocejando.

— Não. São seis da tarde. — Falou minha mãe rindo em seguida com a minha reação.

— Não acredito! Eu não posso ter dormido tanto assim! — Exclamei surpresa. — Por que a senhora não me acordou?

— Eu tentei, mas você não me ouviu e por fim eu desisti e além disso você estava precisando descansar. — Falou minha mãe tentando se defender.

— Tudo bem não tem problema. — Falei passando a mão no meu cabelo tentando ajeitá-lo.

— Ótimo, o jantar já está pronto. — Falou minha mãe me ajudando a controlar meu cabelo rebelde.

— Eu já vou, só vou tentar dar um jeito na minha juba. — Falei desistindo de tentar de vencer tantos nós só com os dedos.

Minha mãe me olhou e sorriu de orelha a orelha.

— Eu fico feliz que as minhas roupas antigas tenham servido em você! — Falou minha mãe me avaliando. — Você ficou linda! Eu te espero lá na sala de jantar.

Minha Falou tudo apressadamente e saiu sem deixar eu falar nada.

Eu fiquei super surpresa.

Nunca imaginei que essas roupas super descontraídas fossem dela, ela sempre se vestiu com roupas mais sérias e principalmente com calça.

É estranho e ao mesmo tempo encantador descobrir certas coisas da sua mãe.

Agora só falta descobri o que ela está me escondendo.

Depois de um tempo eu finalmente conseguir domar o meu cabelo.

Após lavar o rosto eu saí do banheiro e encontrei a minha mala no quarto.

Alguém tinha trazido.

Isso me poupava o esforço.

Sai do quarto a trancado e levando a chave comigo.

Encontrei a minha família já se servindo das diversas opções de comidas que estavam na mesa.

Mas não vi os meus avós.

— Onde estão os meus avós? —Perguntei me sentando na mesa.

— Eles...eles não puderam vir por estar cansados. — Falou minha tia enrolando uma mecha de cabelo.

Ela está mentindo.

Mentindo como a minha mãe.

Isso não é bom.

— Ok. — Respondi secamente me servindo com um pouco de arroz.

A mentira deve estar no sangue da minha família.

Devo ser adotada! Só pode!

— Tenho certeza que amanhã a gente pode se encontrar e matar toda a saudade. — Falou a minha mãe um pouco envergonhada.

Nem disfarçar elas sabem.

Jesus!

Mau cheguei e o clima pesado se instalou na sala de jantar.

Não me senti culpada.

Elas que estavam mentindo para mim, elas que aguentem.

— É impressão minha ou aqui pegou fogo no parquinho! — Jason exclamou ao notar a tensão no local.

— Impressão sua, agora me passa um pouco desse macarrão aí. — Falei pegando a travessa da mão dele antes que ele deixasse cair.

— Vocês tem certeza? —Perguntou ele duvidando.

— Sim, por que? — Perguntou a minha mãe tentando disfarçar.

— Aqui tá um clima estranho. — Jason falou se sentando na mesa.

— Impressão sua. — Minha tia repetiu encerrando o assunto.

O jantar não teve um clima agradável.

Eu não fiz nada para melhorar.

Observei atentamente as reações e os olhares cúmplices da minha tia e da minha mãe.

As irmãs Ricci, as piores mentirosas do mundo inteiro.

Daria um bom filme de comédia se não fosse trágico.

Assim que dei a última garfada me levantei e fui em direção da cozinha.

— Lave a louça, filha! — Ouvi minha mãe gritar enquanto eu saia.

Eu preferia lavar a louça do que aturar aquele inferno de pessoas.

— O que diabos aconteceu naquela sala!? — Exclamou Jason colocando o seu prato na pia.

— Não sei do que você está falando. — Falei começando a ensaboar um dos pratos.

— Sabe sim. — Retrucou. — Em toda a minha vida, eu nunca tinha jantando em uma sala tão desconfortável.

— Não tenho culpa se a sua presença é tão desagradável! —Retruquei abrindo a torneira.

— Olha aqui bela adormecida isso aqui é culpa sua! — Jason falou me virando pelos ombros.

— Bela Adormecida?! — Exclamei nervosa.

— Sim, lourinhas e dorminhocas, ou seja igualzinhas! — Falou  tirando a bucha da minha mão.

— Me devolve isso! — Falei tentando tirar a bucha da mão dele.

— Eu não quero comer em um prato lavado por você, se é que você sabe lavar pratos direito! —Ironizou ele.

— Fala o cara que não sabe nem manter um quarto organizado. Por que está mais para uma zona de guerra do que para um quarto. — Falei irritada.

Eu sei lavar louça sim!

Era só o que me faltava!

— Aquele é o meu santuário não te meta com ele! — Exclamou ele nervosinho.

— Idiota! — Falei pegando um pano e jogando nele.

— Um idiota que você adora. —Retrucou jogando o pano em mim. — Agora seja boazinha e seque a louça enquanto eu lavo.

— Eu mal te conheço! — Falei pegando o pano e esperando a louça.

Ouvi a risada convencida dele e respirei fundo para não matá-lo com alguma faca de cozinha.

Ele não vai me dar paz.

Oi meus amados leitores, venho agradecer imensamente pelas 214 visualizações em menos de uma semana!❤️

Venho com esse capítulo curtinho para agradecer a vocês pelo carinho!❤️

A mãe e a tia da Luana está com mistério enorme em torno delas.
O que será que elas estão escondendo?

Espero que tenham gostado!❤️

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E S T R E L I N H A ⭐️