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CAPÍTULO 58

Agora me olhando no espelho, eu estou me sentindo um idiota. Não consegui dormir durante a noite, aquele quarto frio não me pertencia mais, não quando sinto tanta falta do calor da minha loirinha. Em algum momento, tinha que contar a verdade para ela, mas fui pressionado e acabei falando coisas que não devia.

Como sempre, estraguei tudo.

Tinha que conversar com ela, não podia permitir que Luana perdesse a confiança em mim, algo que ela preza tanto em um relacionamento. Eu já devia ter contado sobre o meu passado antes, mas era muito difícil conversar sobre esse assunto com outra pessoa, mas como sempre, a minha recusa de aceitar a realidade, piorou totalmente as coisas.

Luana tinha direito de saber sobre a Mirela – A primeira garota por qual me apaixonei, bom pelo menos era o que achava até um ano atrás. – E sobre toda a história por trás da minha antiga antipatia pelo Theo.

Nunca imaginei que Mirela poderia retornar à cidade, depois de tantos anos longe e sem manter contato com ninguém. Pensei que poderia apagar essa parte da minha história, mas mais uma vez a vida me mostrou da pior maneira, como eu estava errado.

Devia ser esse o assunto que o Sebastian queria falar comigo. Ele queria me alertar sobre a volta dela e me preparar para momentos como esse.

Respirei fundo e parei de me repreender, tinha que fazer algo mais importante no momento. Conferi a hora no relógio digital, Luana devia estar se arrumando nesse momento, de uma maneira quase que estranha – e bizarra – Tinha decorado todo o horário pré-estabelecido que ela havia montado.

Me aproximei do seu quarto e bati algumas vezes contra a porta, mas quando ninguém me respondeu, empurrei a porta e me deparei com um quarto vazio e sem qualquer vestígio da minha loirinha.

Uma certa raiva misturada com uma sensação de impotência, me atingiu de uma maneira inesperada. Como ela tinha ido para o colégio?

– Mãe! – Chamei enquanto descia as escadas correndo.

Antes mesmo de chegar na cozinha, escutei o som de algo caindo no chão, parecia algo metálico.

– O que aconteceu? – Perguntei quando notei que havia uma panela de macarrão, totalmente espatifada pelo chão.

– Nada, só o meu filho que quase me deu infarto às seis e meia da manhã! – Minha mãe respondeu sarcástica. – Pelo visto, vou ter que mudar o cardápio do almoço de hoje.

– Me desculpe, eu não queria causar mais problemas. – Falei chateado comigo mesmo.

Minha mãe me olhou preocupada, parecia querer me falar alguma coisa, ela deve ter conversado com Luana quando ela saiu, nesse instante ela só está esperando o momento certo para me dar um sermão.

Enquanto tentava me sentir melhor, a ajudei a concertar a bagunça que causei, antes de me sentar para tomar café. Incomodado por estar sendo observado por ela de uma maneira estranha, resolvi encarar o problema.

– Pode perguntar o que quer saber. – Falei me servindo com mais um copo de café. – Você está me observando sem piscar, há mais de um minuto e meio, está me assustando.

Minha mãe pousou a xícara de chá que segurava na mesa, com toda certeza ela não sabia como começar aquela conversa.

– Tudo bem, eu não queria soar tão direta, porém é necessário. O que você fez dessa vez?

– Besteira.

– Disso, eu já sei, especifique pois não sou vidente. – Minha mãe retrucou. – Luana parecia muito chateada hoje cedo, não gostaria de vocês terminassem por algo bobo.

– É sobre a Mirela. – Falei, sabendo que minha mãe explodiria em seguida. – Acho que ela voltou.

– Como assim, voltou? – Minha mãe perguntou em falsa calma, que me causou um mal pressentimento. – Jason, se você tiver traído a Luana com essa m-menina, eu te expulso de casa a base de tapas.

– Não! Eu nunca fiz isso com a Luana. – Falei indignado. – Eu a amo e aliás quem a encontrou foi minha loirinha.

– Está ficando cada vez pior! – Minha mãe falou cantarolou enquanto passava as mãos pelo cabelo, como uma forma de aliviar o nervosismo. – Ela contou alguma coisa sobre o antigo relacionamento de vocês?

– Não, nada. – Respondi me sentindo um pouco mais aliviado. – Luana a mencionou casualmente e eu acabei surtando, ela questionou meu comportamento, entrei na defensiva e falei coisas que não devia.

Minha mãe estava pensativa. Eu sabia muito bem que ela estava me repreendendo pelo meu comportamento hostil em relação a Luana.

– Você precisa contar. – Minha declarou jogando o chá na pia. – Antes que alguém conte para ela, da maneira que quiser e invertendo os papéis.

– Eu estou com medo de perdê-la. – Confessei me sentindo péssimo.

– Talvez porque já esteja perdendo. – Minha mãe concluiu me deixando ainda mais aflito. – Jason, por mais que o amor seja forte e puro, nenhum relacionamento sobrevive quando um dos lados não é sincero. Você mais do que ninguém deveria saber disso.

– Como sempre você tem razão. – Falei me levantando. – Preciso ir e concertar toda essa besteira que fiz. Não quero perder a única coisa boa que aconteceu comigo nesses últimos anos.

– Assim espero, não gostaria de ter que escolher um lado. – Falou pegando uma chaleira que estava em cima do balcão. – Enquanto isso, vou tentar fazer um novo chá, aquele estava péssimo.

Quando estava chegando na porta, uma dúvida se surgiu na minha mente.

– Mãe, se você tivesse que escolher um lado, qual seria?

– Nesse caso, eu escolho o lado Luana. Sou uma pessoa justa, não posso fechar os olhos para os seus erros. – Respondeu sem hesitar. – É mais fácil perdoar uma verdade difícil do que uma mentira atenuadora. Digo por experiência própria.

Bom, isso me ajudou a esclarecer as coisas.


Quando cheguei no colégio, logo procurei por minha loirinha, mas não a encontrei nos lugares mais movimentados, provavelmente estaria na biblioteca ou em alguma sala em que eu não poderia entrar para conversamos como um casal e não como dois irresponsáveis.

Tinha várias incógnitas sem soluções, a primeira e mais importante: Quem a tinha levado para o colégio?

Tinha muitas possibilidades, e todas não eram do seu agrado e por isso preferiu acreditar que Letícia tinha comprado um veículo de última hora e que a ofereceu uma carona, apesar de ser quase impossível.

– Olá, Jason. – Letícia o cumprimentou, quando ele estacionou a moto no estacionamento. – Onde está a Luana?

Ótimo, possibilidade errada!

– Bem que eu gostaria de saber. – Respondi frustrado.

Olhei ao redor, tenho certeza que ela deve estar muito magoada comigo, quando estava prestes a tentar convencer Letícia me ajudar com a situação, senti uma ardência em meu rosto.

– Por que você me bateu?! – Perguntei massageando minha bochecha.

– Para você parar de ser idiota. – Letícia respondeu colocando as mãos na cintura. – Vanessa e eu fizemos uma promessa, se você fizer a Luana sofrer, é nosso dever protegê-la ou vinga-la.

Olhei para ela em total descrença, mas decidi relevar essa agressão gratuita, estava precisando dela.

– Tudo bem, preciso da sua ajuda. – Falei sendo direto, não queria enrolar com o assunto. – Discutimos ontem a noite, por um motivo muito idiota.

– Deveria ser importante, pelo menos para ela. – Letícia retrucou, com o seu típico ar de sabe tudo. – Geralmente você transforma assuntos simples em complicadas, apenas com uma palavra.

Não tive como negar isso.

– Não é tão fácil como você pensa. – Falei tentando ignorar a tensão que se apossava do meu corpo. – Ontem, quando vocês foram passear naquele shopping da cidade, Luana conversou com uma garota da nossa idade.

– E o que você queria? Shopping é o segundo sobrenome dos adolescentes atuais. – Letícia falou irônica.

Revirei os olhos.

– Gnomo vermelho, preste atenção. – Pedi quase que implorando para que ela ficasse calada. – Se fosse qualquer garota eu não me preocuparia, mas por ironia do destino, essa mesma garota se chama Mirela.

Letícia me encarou em silêncio.

– E daí? – Letícia falou após um tempo.

– Como assim, e daí? – Perguntei frustrado, eu esperava que ela tivesse uma reunião muito mais animada do que essa. – Eu estou falando da minha ex-namorada, aquela que causou um grande estrago na minha vida.

Letícia deu de ombros, como se eu estivesse falando grego.

– Você não vai me dizer nada? – Perguntei, me arrependendo de ter desejado que ela ficasse calada.

Letícia completamente muda, não significa boa coisa.

– Em primeiro lugar: não culpe a Mirela pelo seus erros, ela desejou que os seus feromônios masculinos batessem de frente com os Theo. – Letícia falou de uma vez, sem me dar chance de me defender. – Em segundo lugar: não vejo problema da Luana saber sobre seus relacionamentos do passado.

Minha amiga tinha razão.

– Você está certa.

– Eu sempre estou certa.

– Tenho medo que a possível volta dela, interfira em nosso relacionamento. – Revelei, totalmente chateado por me expor dessa maneira.

– Só vai interferir se você permitir. – Letícia retrucou. – Aliás, você já está permitindo. Esconder as coisas dela, só vai deteriorar o relacionamento de vocês.

Não acredito que depois de tantos anos de amizade, a coisa mais estranha que tinha acontecido entre a gente, era Letícia me dando conselhos amorosos.

– Me ajuda, por favor. – Implorei me ajoelhando aos seus pés.

– Eu já ajudei, agora é com você. – Letícia falou me puxando pela mão, tentando me levantar a força.

Parece que ela não gostou da minha brincadeira.

– Procure a Luana e fale a verdade. – Letícia falou ajeitando a minha camisa. – É o que eu gostaria, caso eu estivesse na situação dela.

– Ainda bem que tenho você! – Exclamei, lhe dando um beijo na bochecha em seguida.

Entrei no colégio rapidamente, deixando o gnomo vermelho para trás totalmente confusa. Agora, eu tinha coisas mais importantes para fazer no momento.

Muito obrigada por todo o carinho depositado em minhas histórias, saibam que amo cada comentário, estou fazendo o máximo para responder todos vocês !❤️

Tia Clara como sempre divando e falando grandes verdades na cara do Jason, o ensinando a ser um homem melhor.

As vezes queria guardar a Luana e o Pietro em um potinho.

Me desculpem qualquer erro de ortografia, estou fazendo o máximo para melhorar.

Se gostou vote na estrelinha por favor para ajudar no crescimento da história.

E S T R E L I N H A ⭐️

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