Estou chateada comigo mesma, estou me comportando como uma garota mimada, que não tem senso de responsabilidade. Eu sei perfeitamente bem, que não deveria me comportar como antigamente, mas meu coração está apertado com todas as dúvidas que aquele idiota plantou dentro da minha cabeça.

Ao abrir meu armário, notei que a minha pulseira não estava mais em meu braço. Olhei em volta e uma aflição encheu meu peito, não acreditava que tinha perdido a pulseira que o Sebastian deu de presente a minha mãe.

– Jason estava te procurando por toda a escola. – Aliyah falou se aproximando de mim.

Nesse momento, eu estava tão distraída que mal notei a aproximação dela. Acabei me assustando e derrubando os livros que estava tentando guardar no meu armário.

– Ah! Eu não consegui encontra-lo. – Exclamei enquanto me abaixava rapidamente para pegar os cadernos.

Aliyah me ajudou rapidamente, mas deu para perceber que ela estava desconfiando de algo.

– Lua, você está bem? – Perguntou me entregando um dos livros que tinha caído. – Jason parecia preocupado quando me procurou.

– Eu estou bem. Não aconteceu nada. – Falei tentando passar confiança em minhas palavras. – Ele deve estar me procurando, para falar sobre alguma coisa que aconteceu na aula.

Aliyah não parecia satisfeita com a minha resposta.

– Luana, eu posso não te conhecer há muito tempo como a Letícia, mas sei exatamente quando está escondendo algo. – Aliyah falou me deixando envergonhada.

Ela praticamente jogou na minha cara, que eu não sei mentir nem para o meu próprio bem.

– Não sei do que você está falando. – Falei abrindo o meu armário como desculpa para desviar o olhar, espero que ela não perceba a minha tática.

– Desviar o olhar é uma forma muito antiga de omitir a verdade. – Aliyah falou me deixando ainda mais envergonhada. – Não se esqueça que o meu sonho é ser psicóloga.

– E você está indo muito bem com isso. – Retruquei chateada por ser tão fácil ler o meus sentimentos.

Espero que ela não tenha notado a hostilidade em minha voz.

– Não pense, que eu quero te forçar a falar alguma coisa. – Aliyah falou rapidamente ao notar a minha reação. – O meu objetivo,  é que você não esconda nada que te machuque das pessoas que te amam.

Fiquei em silêncio. Ela estava certa.

– Não estou te chamando para uma consulta gratuita comigo. – Aliyah continuou. – Estou querendo que você converse com o Jason sobre isso, algo me diz que isso tem haver com ele.

– Tudo bem, você tem razão. – Concordei. – Eu vou falar com ele, mas não sei se aqui é o melhor lugar possível para isso.

Aliyah deu de ombros.

– Logo tocará o último sinal, converse em casa com ele. – Aliyah sugeriu. – Quanto mais cedo você falar, menor será o problema. Não se esqueça que para uma mesma história, sempre há outras versões, mas somente uma é a verdadeira. Qual versão você vai querer que o Jason escute?

Não tenho ideia do que a minha amiga descolorida anda lendo, mas está fazendo muita diferença no modo dela de pensar. Chega a ser um pouco assustador, conversar com ela.

Apesar de tudo, ela estava completamente correta em falar que nada dura para sempre em oculto. Mas depende de nós, se o modo como for revelado vai nos favorecer ou prejudicar.

Quando estava prestes a responder, o sinal tocou avisando que as aulas deste dia tinha acabado. Me despedi de Aliyah e comecei a procurar o meu namorado. Ela estava certa, eu precisava conversar com ele.

Eu estava adiando isso há muito tempo, mas agora chegou a hora.

Procurei por ele por todo o colégio, mas no final não o encontrei em lugar nenhum. Esperei por Jason no portão do colégio, com a esperança dele estar atrasado por causa de alguma reunião de equipe, mas essa ideia foi descartada quando Dante, um dos amigos dele, me falou:

– Luana, o Jason já foi embora há muito tempo. Ele pediu para te avisar que não estava muito bem.

Fiquei assustada com isso e perguntei o que ele tinha, mas ele infelizmente, não soube me responder.

Corri rapidamente pelo caminho mais curto até a casa da minha tia. Dante se ofereceu para me levar em seu carro, mas preferi ir sozinha.

Ele pode ser amigo do Jason, mas aprendi ultimamente que todos os amigos e ex amigos do meu namorado não são flores que se cheirem. O Dante parece ser legal, mas não custa prevenir.

Quando cheguei em casa, minha tia me esperava sentada em uma cadeira de balanço, enquanto ouvia música em um fone de ouvido.

– Tia, o Jason está em casa? – Perguntei sem conseguir respirar direito por causa da "pequena" corrida que tive que dar.

Minha tia quase furou o dedo com a agulha, acho que não enxerguei esse pequeno detalhe enquanto corria feito uma louca.

Sim, ela estava costurando.

– Ele está sim! – Exclamou colocando o dedo na boca. – Mas por que essa pressa toda? Quem foi que morreu?

– Ninguém. Eu espero. – Respondi me sentando no chão ao lado dela para descansar.

– O que aconteceu? – Tia Clara perguntou.

Olhei para ela surpresa.

– Está tão na cara assim que houve alguma coisa? – Perguntei chateada.

– Não, mas o modo como meu filho chegou aqui, me deixou com uma pulga atrás da orelha. – Tia Clara falou com uma expressão um pouco preocupada. – Não é é muito como meu filho chegar em casa com os punhos machucados.

– Ele se meteu em uma briga?! - perguntei preocupada com a possibilidade dele ter se metido em confusão.

– Ele não tenho a mínima ideia, mas espero que pelo menos tenha valido a pena. Não quero ser convocada na escola por um motivo bobo. – Tia Clara falou dando de ombros. – Não posso culpá-lo pelo temperamento explosivo dele, principalmente com o pai que eu dei para ele.

Me levantei do chão rapidamente.

– Isso é loucura! Ele não pode sair por aí brigando com as pessoas, principalmente agora que ele tem a chance de reverter o erro que ele cometeu no passado. – Exclamei indo em direção a porta de entrada da casa.

Ele não podia jogar fora todo o progresso que ele estava fazendo, principalmente agora que ele tinha a chance de ser completamente feliz.

– Espero que você saiba o que está fazendo querida. – Tia Clara falou pegando uma linha azul, dentro de uma maleta de costura que estava ao seu lado.

– Como assim? – Perguntei confusa.

– Ele precisa de você agora, assim como você precisou ano passado. – Tia Clara falou sem ao menos me olhar de volta. A sua concentração estava totalmente na peça que estava costurando.

Entrei na casa, com o único objetivo de saber o que aconteceu de verdade com ele. Jason não ia chegar em casa com sinais de luta, sem nenhum motivo específico. Na verdade, nem que o mundo exploda hoje, mas eu vou contar tudo o que estava me incomodando para ele.

Estou com alguns capítulos prontos dessa história, então as atualizações serão mais rápidas a partir de agora.

Obrigada pelas visualizações e pelos votos depositados nessa obra, espero que gostem!

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E S T R E L I N H A ⭐