CAPÍTULO 32
Não sei se isso acontecesse somente comigo, quando estou preocupado com alguém, mas, quanto mais procuro uma pessoa, mais eu chego perto da conclusão que o raio que o parta não fica tão longe assim.
Parece que a Luana foi engolida pelos corredores do colégio e isso está me deixando louco de preocupação. Eu também notei que ela tinha voltado da biblioteca com uma expressão triste no rosto, achei que era pela briga com a nossa professora de biologia.
Agora estou desconfiando que tem algo a mais nessa história, ela não costuma se abalar com uma briga boba. Leticia estava certa de ficar com medo te ter acontecido algo de grave.
Desde o que aconteceu com o meu sogro, que a Lua passou por um momento muito difícil.
Não é fácil perder um pai, mas para ela foi muito pior.
Não sou uma pessoa que acredita em contos de fadas. Eu passei dessa fase infantil há muito tempo, mas uma coisa eu não posso negar: a madrasta da minha loirinha é pior que a madrasta da Cinderela e da Branca de Neve juntas.
Ingrid não deixou ninguém da minha família superar o luto recente, assim que se passou uma semana do acidente ela acionou seus advogados para tentar roubar a herança deixada para a Lua.
Eu não me interesso pelo dinheiro que o pai da Lua deixou para ela, mas não acho justo que aquela mulher tão má fique com tudo o que Edgar construiu enquanto vivo.
Tenho medo que esse seja o motivo da tristeza repentina da Luana. Ela não gosta de falar sobre isso, quando chegou a intimação em nossa, casa ela chorou o dia inteiro.
Por esse motivo que eu não gosto dessa mulher.
– Aliyah, você viu a Luana por aí? – Perguntei quando a encontrei perto da sala de informática.
– Não, hoje infelizmente não tive muitas aulas com ela, por que? – Ela perguntou curiosa.
– Ela não estava muito bem hoje. – Respondi frustrado. – Não sei o que aconteceu, pensei que ela podia ter mencionado algo com você.
– A Lua não me falou nada, mas qualquer coisa que souber eu te aviso. – Aliyah falou enquanto entrava na sala de informática. – Fale com a Leticia, ela sempre sabe dos segredos da Luana.
Esse o problema, pensei, dessa vez nem mesmo o gnomo vermelho sabe o que aconteceu.
Peguei o celular e observei que logo minha oitava aula começaria. Pela minha situação, não é nada indicado cabular aulas, mas não posso ignorar que algo está acontecendo a minha volta.
Guardei o aparelho no bolso direto da calça decidido a procurar onde tudo isso começou. A Luana estava bem e feliz até a sétima aula, mas tudo mudou desde que ela foi a biblioteca buscar aquele maldito livro de biologia.
Sinto no meu peito que algo está muito errado nessa história, principalmente por ela não quer contado nada para a Letícia. Eu odeio quando não sei como reagir nesse tipo de situação.
Posso dizer que nunca fui um aluno muito estudioso, então eu não tenho muito costume de ir na biblioteca. Na verdade durante todo esse tempo, nunca fiz minha carteirinha obrigatória para a retirada de livros.
Então, não foi nada surpreendente quando a bibliotecária se assustou com a minha presença.
– Senhor Smith, faz muito tempo desde a sua última visita! – A senhora Lúcia exclamou com um sorriso doce no rosto. – Espero que dessa vez não seja por motivos de confusão.
Fiz uma careta ao me lembrar do que ela estava falando. Nesse dia eu tinha brigado com um colega de classe por um motivo bobo e acabei sendo encaminhado para a biblioteca, para arrumar todos os livros por ano de publicação, como forma de castigo.
Acho que não preciso dizer que nunca mais voltei naquela biblioteca, meio que fiquei traumatizado.
– Não se preocupe senhora Lúcia, dessa vez eu vim aqui para procurar minha namorada. – Expliquei me apoiando na mesa.
– Assim espero. – Ela respondeu apontando um lápis em minha direção de forma ameaçadora. – A Luana passou aqui hoje cedo, mas não veio mais na biblioteca.
– Em que seção ela entrou? – Perguntei ignorando o fato dela saber o nome da Lua.
– Na de livros didáticos. – Senhora Lúcia falou pegando um papel em brando dentro de uma gaveta.
Quando estava indo em direção a seção indicada, me veio uma ideia que poderia facilitar a minha investigação.
– Ela conversou com alguém quando esteve aqui? – Perguntei olhando ao redor.
Senhora Lúcia negou rapidamente com um aceno de cabeça.
– Geralmente eu não observo com quem as pessoas conversam. – Falou com um semblante culpado. – Mas, tem um jovem que não saiu de lá desde cedo. Pergunte algo a ele, talvez ele saiba de algo.
Agradeci rapidamente a senhora. Apesar de tudo, eu ainda tinha uma chance de saber o que deixou a Lua tão triste de repente.
Quando me aproximei da prateleira de livros indicados, eu logo avistei o garoto que a dona Lúcia tinha me falado. Ele estava com o rosto encostado na mesa e utilizava um casaco como cobertor, cobrindo a sua face. Como pensei que ele estava dormindo, preferi não incomoda-lo com minhas perguntas.
Andei até a seção de biologia e comecei a procurar por algum indício de conversa ou de discussão.
– O que está procurado não está em uma estante de livros empoeirados. – Uma voz rouca falou me assustando.
– Que porra! – Exclamei me assustando. Com o impacto acabei derrubando vários livros no chão.
– Está escondendo algo Jason? – O rapaz que estava dormindo respondeu se levantando da cadeira, fazendo um barulho irritante.
Me virei para ele surpreso. Eu conhecia aquela voz muito bem. Conforme o rapaz se levantava, o casaco caia revelando o seu rosto.
– Mas que porra você está fazendo aqui?! – Exclamei olhando para Theo, que me observava com um semblante divertido.
– Estudando! O que mais um estudante poderia fazer em uma biblioteca? – Theo respondeu cruzando os braços.
– Não me interessa nem um pouco o que você faz ou deixa de fazer. – Falei tentando sair daquele lugar.
– Não seja tão apressado e imprudente Jason. – Theo falou colocando a mão em peito. – Talvez, seja por isso que a Lua anda tão triste ultimamente. Ter um namorado explosivo não deve ser nada fácil.
– Do que você está falando?! – Perguntei o empurrando com minhas mãos. Acho que não medi muito bem a minha força, acabei o lançando em direção a outra prateleira derrubando ainda mais livros.
Theo começou a rir, satisfeito com alguma coisa que só ele sabia. Ele balançou a cabeça em negação e me encarou.
– Como da última vez que nos encontramos, você continua a se estressar facilmente. – Theo comentou ajeitando a camisa. – Não me admira, que você esteja tão perto de ser expulso.
– Eu odeio esse seu jeito calmo. Acabe logo com esse rodeio! – Falei perdendo a paciência.
– Não pense que eu me esqueci, do soco que você me deu. – Theo falou se afastando. – Eu não costumo perdoar dívidas, e a sua está muito alta.
Theo começou a se afastar cada vez mais, como se não desse importância a nossa briga ou com o que estava acontecendo. Não queria que ele fosse embora, mas seria uma estupidez discutir com ele, quando realmente estou prestes a ser expulso.
Ele sabe muito bem, que o modo calmo como ele age me irrita. Theo não estava aqui somente por uma rivalidade boba, ele queria destruir a minha vida inteira e qualquer chance de felicidade que eu tenha.
– Bom, eu quero te pedir um favor. – Theo falou parando de andar no meio da biblioteca.
Ele começou a procurar algo dentro do bolso. Isso não estava me dando uma sensação boa.
– Entregue isso para a Lua e diga que me diverti muito com o nosso passeio. – Theo falou tirando uma pulseira do bolso.
Uma pulseira que eu conhecia muito bem. A mesma que a Luana usava diariamente, desde que descobriu que pertencia ao seu verdadeiro pai.
– Diga a ela que quero repetir. – Theo falou se virando para me encarar. – Mas, que da próxima vez não leve nada tão caro assim. Para o que fazemos, não precisamos de roupas ou acessórios.
Falando isso, Theo lançou a pulseira em minha direção. Ela caiu no chão, fazendo um barulho metálico ao entrar em contato com o chão.
Me abaixe e peguei a pulseira. Sentir o peso dela em minhas mãos aumentava o meu ódio. Luana nunca tirava aquela pulseira.
– Bom, esse é o seu lugar. – Theo falou apontando para o chão. – Esse vai ser o único lugar que vai te aceitar, quando eu tomar com tudo o que você tem.
Me aproximei dele lentamente, tentando não demostrar o meu ódio.
– De tudo o que você falou, só uma coisa faz sentido. Eu realmente estou por um fio de ser expulso dessa escola. – Falei encarando ele cara a cara. – Mas, o que nos diferencia é que eu não dou a mínima se for expulso.
Após falar isso, eu dei dois socos no rosto dele, sem me importar se alguém visse.
Dane-se se eu for expulso! Pelo menos eu bati nesse idiota.
Theo caiu no chão, quando eu acertei os socos nele. Era prazeroso ver aquela cena, ver o meu inimigo com o rosto sangrando no chão. Totalmente derrotado!
Me abaixei ao lado dele, e o observei tossir sangue. Me aproximei do ouvido dele e sussurrei:
– Debita mais essa dívida em minha conta. – Falei antes de pegar a pulseira da minha garota e sair da daquela biblioteca infernal.
De uma coisa eu tenho certeza, eu nunca mais volto nesse lugar.
Apesar de tantos problemas com a minha internet, consegui manter a programação das publicações das minhas histórias!❤️
Espero que tenham gostado!
Se gostou vote na estrelinha por favor para ajudar no crescimento da história.
E S T R E L I N H A ⭐️
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