CAPÍTULO 24
Quando acordei pela manhã eu não sabia se a minha cabeça estava latejando pelo excesso de bebida ou pelo banho de chuva que levei.
– Acho que não foi uma boa ideia te jogar no rio com aquela água tão gelada. – Jason falou ao acordar e notar que a minha pele estava queimando em febre.
Eu olhei para com a minha melhor de "jura?"
– Eu acho melhor você não ir para o colégio hoje querida. – Tia Clara falou ao ver minha temperatura no termômetro. – Você provavelmente pegou um resfriado com aquela aventura toda.
– Não queria que o meu primeiro dia como noiva fosse assim. – Resmunguei tentando engolir alguma coisa da bandeja de café da manhã que a minha tia me trouxe.
Tinha coisas muitas coisas boas, mas o meu estômago não estava aceitando nada. Tudo ao meu olhar parecia ruim ou sem gosto.
Eu odeio não conseguir comer nada! Comida é vida!
– Pare de brincar com a comida! – Tia Clara falou me repreendendo. – Você precisa comer para o remédio fazer efeito.
– Eu sei tia, mas nada está me dando apetite. – Falei deixando de lado o garfo que estava segurando.
Jason o pegou em seguida e cortou um pedaço da panqueca que a minha preparou e a levou em direção a minha boca.
– Vamos coma um pouco, assim eu posso ir para o colégio muito mais tranquilo sabendo que você pelo menos está comendo. – Jason falou tentando me convencer.
Acabei cedendo ao pedido dele e abri a minha boca como uma criança de cinco anos para receber o pedaço de panqueca que ele estava me oferecendo.
Jason queria ficar do meu lado o dia inteiro, mas a minha tia não deixou. Eu entendo as razões dela, ele não pode ultrapassar os limites de falta por causa da prova dele.
– Eu não tenho nada contra o rio do terreno do meu pai, mas vocês tinham que tomar banho de rio com um sereno daquele. – Tia Clara resmungou me entregando um copo de suco de laranja. – Tome isso, vai te fazer bem.
– Isso é tudo culpa minha. – Jason falou com um semblante culpado no rosto. – Eu não devia ter te jogado você no rio sem o seu consentimento.
– Ei! Isso também foi culpa minha, eu podia ter saído do rio assim que você me jogou, mas eu quis ficar. – Falei tentando justificar o meu resfriado, bom isso não é culpa de ninguém.
– Pelo menos vocês se divertiram. – Minha tia falou com um sorrisinho no rosto.
– Isso não tem como negar. – Falei levantando as mãos em rendição.
Jason se animou um pouco, mas dava para notar que ele ainda estava preocupado com o meu mal estar. Nesse momento tia Clara olhou a hora no meu despertador que ficava do lado da minha cama e logo ela puxou Jason pela manga da camisa.
– Você já está atrasado. – Falei percebendo o motivo da presa da minha tia. – Copie tudo por mim e não esqueça de pedir para que a Leticia venha me ver mais tarde.
– Tudo bem, eu vou tentar ser um aluno aplicado por você. – Jason falou colocando a mão no coração em sinal de promessa.
– Vocês são muito lindo juntos, mas essa doçura toda já está me dando diabetes. – Tia Clara disse antes de praticamente jogar Jason para fora do meu quarto.
Apesar de não estar muito bem, eu não consegui segurar uma risada ao ver essa cena tão cômica.
– Se cuide querida, que logo eu volto com um chá caseiro delicioso para você. – Tia Clara falou colocando a cabeça na vão da porta antes de me deixar sozinha.
– Chá caseiro? – Perguntei sozinha.
Por algum motivo essa ideia não me deu uma sensação muito boa.
Deitada na minha cama e com uma febre extremamente alta, a última coisa que eu queria no momento era uma chá de gengibre com alho.
– Tome tudo. – Tia Clara falou ao me absorver cheirar o conteúdo da xícara. – Vai te fazer muito bem.
Não estava muito certa disso.
– Isso se não me matar primeiro. – Retruquei afastando a xícara do meu rosto. – Você não tem algo menos fedorento? Tipo um xarope?
– Ter eu tenho, mas não vou usar. – Tia Clara respondeu pensativa. – Eu prefiro usar meus próprios métodos, antes de tentar algo mais comum.
– Eu não estou muito afim de experimentar seus próprios métodos. – Falei com certa cautela.
– Jovens! Sempre reclamando do que é bom de verdade. – Tia Clara resmungou com uma careta.
– Eu não estou reclamando! – Argumentei. – Eu só não quero ficar com bafo de alho no fim da tarde.
Tia Clara colocou as mãos na cintura pensativa.
– Isso não vai ser nada agradável para o meu filho, mas não há nada que uma boa escovada de dentes não resolva. – Tia Clara falou antes de empurrar a xícara na minha boca. – Beba tudo e mais tarde coloque mais um pouco, agora eu vou fazer o almoço.
Senti o meu estômago dar voltas de skate quando aquele líquido ruim entrou em contanto com ele.
Coloquei a xícara em cima da cômoda e fechei os olhos tentando não colocar para fora o pouco café da manhã que tinha conseguido comer.
Me levantei e fui direto para o banheiro jogar todo o conteúdo daquela xícara na pia. Eu não quero mais beber mais daquela coisa horrível.
Quando voltei para o quarto peguei o meu notebook e com um fio de esperança eu iniciei uma vídeo chamada para a minha amiga da capital.
– Luana? O que aconteceu com você? – Vanessa perguntou ao ver meu rosto assim que atendeu a ligação.
Sorri com o comentário da minha amiga.
Sempre direta!
– Eu estou com uma gripe muito forte. – Falei colocando um fone para conversamos com mais privacidade.
– Nossa ainda bem, eu já estava pegando a minha mala para viajar para acabar com a raça do Jason. – Vanessa falou fechando o punho.
– Não se preocupe, ele está se comportando muito bem. Aliás muito melhor que o esperado. – Comentei mostrando o anel em meu dedo.
– Aí meu Santo Antônio! – Vanessa exclamou dando um pulo da cama.– Não me diga que é o que eu estou pensando.
– Se por acaso for o fato da sua melhor amiga ter ficado noiva, vai ser meio impossível não te contar. – Falei com um leve toque de ironia.
– Não passou nem um ano direito e você já está causando ainda mais nessa cidade menina. – Vanessa falou colocando as mãos na cintura. – Não quero nem saber, eu vou ser a madrinha desse seu casamento.
Quando Vanessa falou isso meu coração deu um pulo. Eu tinha esquecido desse destelhe. Quase não resisti ao impulso de bater minha mão na testa.
Essa coisa de madrinha vai me dar ainda muito trabalho. Ainda bem que posso ter mais do que uma quando a hora chegar.
– O que foi? Por que você ficou tão pensativa amiga? Não me diga que já está pesando nos detalhes do casamento sem mim? – Vanessa perguntou com uma rapidez impressionante.
– Uau! Nossa foram várias perguntas. – Comentei supresa tentando me lembrar pelo menos da primeira. – Não é exatamente um pedido de casamento, pois não vamos nos casar ainda, porém esse anel demonstra que o nosso relacionamento está sólido.
– Fico feliz por estar indo tudo bem com você. – Vanessa comentou abrindo um sorriso animado. – Que pena que ainda não é o pedido oficial, mas estou orgulhosa da atitude do Jason. Eu fiquei bem surpresa na verdade.
Arquei a sobrancelha.
– Você não acreditava que ele fosse capaz de fazer isso? – Perguntei.
– Veja bem, não posso dizer que o seu namorado tem a ficha mais santa do mundo. – Vanessa argumentou gesticulando com as mãos.
– Isso eu não posso negar. – Concordei.
– Quais são as novidades dessa cidade parada que quase não acontece nada? – Vanessa perguntou irônica.
– Você não tem ideia do tanto de coisas estranhas que aconteceram por esses dias. – Comentei revisando em minha mente tudo o que aconteceu.
No fim eu acabei contando tudo. Sem esconder nada. Eu conheço a Vanessa há muito tempo e tenho muita confiança nela e na sua capacidade de guardar segredos.
Eu acabei mencionado o meu encontro com aquele rapaz da biblioteca e do modo como ele me assustou. Isso não agradou nada a minha amiga.
– Você contou isso para o Jason? – Vanessa perguntou.
Eu acenei com a cabeça negando.
– Você contou pelo menos para a sua amiga cosplay da Merida de chapinha? – Vanessa perguntou ajustando a webcam.
Franzi o cenho por um momento sem saber de quem que ela estava falando, mas logo descobri que ela estava perguntando da Leticia.
– Eu também não contei para ela. – Revelei sentindo o peso da culpa cair em cima dos meus ombros.
– Eu te aconselho a contar para o Jason. – Vanessa falou com um semblante sério. – Você mesmo falou que odeia mentiras e que quer um relacionamento baseado na confiança. Então você deve dar o exemplo.
Baixei a cabeça por um momento pensando no que minha tinha me falado.
– Você tem razão. – Falei tomando uma decisão. – Eu vou falar para ele, mas não agora.
Vanessa respirou fundo.
– Tudo bem, faça do seu jeito. – Vanessa se deu por vencida. – O importante é que ele saiba do que aconteceu.
Concordei com um aceno de cabeça sabendo que a minha amiga estava certa, eu preciso ser sincera com o meu namorado.
– Agora eu preciso ir. – Vanessa falou ao notar que alguém tinha batido na porta do seu quarto. – Deve ser a minha mãe querendo me levar para algum evento importante.
– Tudo bem, depois a gente se fala. – Falei desligando a video chamada.
Mais um capítulo de QDDO!❤️
Eu estou muito atrasada com algumas publicações, mas não é minha culpa, estou em momento cheio de criatividade.
Se gostou vote na estrelinha por favor para ajudar no crescimento da história.
E S T R E L I N H A ⭐️
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