Muitas pessoas podem considerar que a escola é um lugar maravilhoso onde aprendemos diversas coisas legais, isso em parte é verdade, mas na maioria do tempo é um verdadeiro inferno.

Finalmente o final de semana chegou me trazendo um pouco de paz. Desde o segundo dia de aula que eu estava rezando para que sábado chegasse para poder focar em mim mesma.

Jason não estava em casa. Ele saiu cedo junto com a minha tia para ajudá-la com as compras do mês.

Eu preferi ficar em casa. Eu não estava com muito ânimo de sair logo de manhã cedo, apesar de querer manter esse meu desejo, eu tenho certeza que Leticia não vai deixar que se realize.

Ela prometeu que me levaria a um lugar divertido e geralmente ela cumpre as suas promessas, apesar de só dessa vez eu querer que ela não cumprisse.

Desde o meu encontro com aquele rapaz na biblioteca que eu estou me sentindo estranha. Amedrontada com todo o mistério por trás dele. Nada faz sentido.

É uma mistura de medo e insegurança.

Não estou conseguindo dormir pensando no que ele estava tentando me dizer. Minha mente estava travando uma batalha interna dentro de mim, uma parte deseja esquecer tudo isso e seguir em frente, mas outra deseja contar tudo ao meu namorado e o questioná-lo sobre o que o rapaz me falou.

Eu odeio não saber das coisas! Eu me sinto ameaçada e coagida em uma vida incerta. Se aquele garoto for algum tipo de psicopata? Se na verdade ele é um maluco que quer me fazer mal?

Passei as mãos pelo cabelo desesperada, minha mãe sempre me dizia que eu me impressionava fácil com as coisas, mas só agora que eu realmente estou dando atenção ao que ela me falava.

Falando nela, ontem à noite ela me ligou. Algo muito surpreendente na minha opinião. Desde aquele maldito acidente, que tirou a vida do meu pai, nós nunca mais voltamos a nos falar pessoalmente, eu realmente evitava esses encontros.

Como de costume, ela não me trouxe boas notícias. Minha madrasta continua com processo na justiça, Ingrid insiste em tomar a minha herança. Eu sinto muito por ela, mas eu não vou deixa-la levar e destruir o patrimônio que meu pai lutou tanto para construir e manter vivo por tantos anos.

Apesar da minha estar vivendo definitivamente aqui na cidade, ela nunca parou realmente aqui por culpa desse novo processo, ela está cuidando de tudo para mim.

Eu não tenho cabeça para isso no momento.

Eu só quero ter um momento de paz e viver como uma garota normal novamente. Eu sinto muita falta disso.

Resumindo, meu final de semana não começou tão bem como eu desejava, mas eu não posso permitir que o dia inteiro siga esse mesmo curso desastroso, eu mesma prometi que reescreveria a minha história na primeira página do meu diário de verão, não será agora que a quebrarei.

Precisava fazer alguma outra coisa para desviar a minha mente dos últimos acontecimentos. Não estava no clima para ler um livro e nem para assistir alguma série, então optei por continuar com a minha investigação pessoal que acabei deixando de lado por causa do início do ano letivo.

Desde que encontrei Aliyah no saguão do aeroporto que senti que seriamos grandes amigas, mas infelizmente esqueci de pegar o número de telefone ou qualquer outro meio de contato dela. Acabei perdendo o contato de uma grande conselheira.

Ela daria uma grande psicóloga, pensei, enquanto pegava meu notebook que estava em cima da minha escrivaninha improvisada. Um dia depois da morte do meu pai, a minha mente ainda se encontrava destroçada, eu não conseguia e nem queria ver ninguém, mas mesmo assim eu pensei nela.

Eu precisava de alguém que vivesse fora de tudo isso. Precisava dos conselhos de alguém que fosse imparcial e não favorecesse um dos lados, alguém que fosse tão transparente como ela.

Eu comecei minha própria busca por ela na internet, mas infelizmente até agora eu não a encontrei em nenhum lugar no mundo. Eu refinei a pesquisa, mas mesmo assim não obtive resultados.

Liguei o computador e recomecei a minha busca, tentei novos filtros e sites, mas quando o relógio marcou uma hora e meia de busca, eu acabei percebendo que talvez fosse impossível encontrá-la.

Eu me senti um pouco idiota. Era ilógico tentar encontrar alguém na internet sabendo só o primeiro nome. Pensando bem, isso tudo é uma grande loucura, vivemos em um mundo enorme com mais de um trilhão de pessoas.

Jason me ajudou nessa procura no início, mas depois preferi continuar sozinha, algo no meu interior não queria acreditar que fosse impossível e olhar solidário de dele me deixava bem claro que era isso o que ele pensava sobre isso na verdade.

Ele não queria me deixar sozinha no meu período de luto tão forte, acho que ele pensou que isso fosse meu modo de superar a minha perda, ele não estava errado, mas também não estava certo.

Realmente uma missão impossível, pensei enquanto desligava o computador dando pôr fim a minha busca por uma amiga de aeroporto. Nesse momento meu celular tocou, como eu já imaginava era Letícia me ligando para levar para algum lugar.

Pensei em não atender, mas a minha educação me fez aceitar que nada desse mundo faria Letícia desistir desse passeio. Me joguei na cama me sentindo derrotada e atendi a ligação já esperando o meu fim eterno.

Sim, pode me chamar de dramática.

– Letícia, o que houve? – Perguntei tentando parecer animada.

– Eu te prometi algo inovador, só estou lhe trazendo algo inovador. – Respondeu ignorando totalmente a minha pergunta.

Respirei fundo me preparando para o que aquela maluca arrumou.

– O que você planejou? – Perguntei.

Letícia ficou em silêncio por um momento antes de responder. Ela parecia estar pesando na maneira mais fácil e prática de me explicar o que estava pensando.

Espero que ela não me venha com nenhuma ideia indecente. Quando estava quase desligando ouvi a respiração dela do outro da linha, ela estava insegura com o melhor modo de apresentar sua ideia.

– Você já pensou em em voltar às origens? – Perguntou rapidamente me deixando surpresa.

Após um tempo de pausa, voltei com mais um capítulo para vocês. Espero que gostem!

Me desculpem qualquer erro de ortografia.

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E S T R E L I N H A ⭐️