CAPÍTULO 13
A sala de informática era um local bem confortável comparado com outros que já conheci. Todos os computadores estão funcionando e os professores são todos bem atenciosos.
Logo na nossa primeira aula já tivemos que realizar uma pequena pesquisa para provar as nossas habilidades manuseando o aparelho eletrônico.
Eu gostei bastante da atividade, já que foi a menos complicada desde o início das aulas, mas parece que Leticia não encarava a situação dessa maneira.
Ela estava sendo a minha dupla hoje no laboratório, mas parecia mais que ela estava pesquisando o preço de uma caixão do que sobre a história do primeiro presidente do Brasil.
– O que você tem hoje? – Perguntei em tom baixo para não chamar a atenção dos professores.
– Nada, mas eu não estou no clima de ser uma boa estudante hoje. – Leticia respondeu sem tirar os olhos do monitor.
Desconfiada eu resolvi olhar para saber o que estava chamando a atenção dela daquela maneira.
– Site de relacionamentos?! – Exclamei surpresa.
– Silêncio! – Leticia pediu tapando a minha boca. – Não quero que ninguém saiba disso.
Olhei para ela e para a tela novamente.
– O que está passando pela a sua cabeça? – Perguntei em um sussurro. – Isso não é nem um pouco seguro.
Leticia não pareceu se importar muito com a questão da segurança.
– Ué eu não tenho ninguém nessa cidade que seja um bom partido. – Retrucou dando de ombros. – Talvez eu tenha mais sorte em outras cidades.
– Isso é perigoso! – Reafirmei. – Você não conhece que está do outro lado da tela ou do que realmente ele é capaz.
– Eu sou grande o suficiente para decidir isso sozinha Luana. – Leticia retrucou chateada.
Preferi não retrucar. De alguma maneira essa ideia tinha sido cravada na mente de uma maneira irreversível.
– Eu pensei que você estava interessada no professor Derek. – Falei passando por mais uma página insignificante da internet.
Leticia respirou fundo.
– Eu ainda estou interessada nele, mas eu não vou mais ficar focada só em uma pessoa. – Leticia explicou me olhando. – Eu já em entreguei demais para tentar outra vez me jogar em um único relacionamento.
– Esse não é um pensamento nada positivo para alguém como você. – Comentei.
Letícia riu do meu comentário.
– Não era o meu plano inicial, mas infelizmente não são todas que encontram o seu príncipe encantado. – Letícia argumentou dando de ombros.
– Nem todas as princesas precisam ser salvas. – Contra-argumentei. – Às vezes só precisamos encontrar a guerreira que há dentro de nós.
Não sei o que ela estava pesando sobre o que eu falei, mas tenho certeza que enxerguei um pequeno vislumbre de entendimento em seus olhos castanhos tão escuros.
– Eu acho que você tem razão. – Letícia falou após um tempo. – Talvez, eu realmente tenha que me encontrar novamente.
Olhei para ela satisfeita por ter conseguido feito ela raciocinar por um momento.
– Eu não falo isso para o seu mal, mas por que eu te considero minha irmã. – Falei abrindo um sorriso de concordância.
– Eu também te considero minha irmã. – Letícia falou emocionada.
– Essa cena realmente é muito emocionante, mas eu tenho certeza que não tem nada a haver com o tema proposto da atividade. – A professora Teresa falou nos assustando.
Nos viramos rapidamente para encarar a fera. A professora Teresa era uma típica mulher de meia idade que não possuía uma expressão muito simpática com os alunos.
Infelizmente, ela não gosta muito de mim e da Letícia. Algo que eu acho muito improvável, mas não acho que seria um bom argumento nessa situação.
– Foi só um pequeno momento de distração. – Falei de maneira cautelosa.
– Não é nada demais. – Letícia completou. – Ainda estamos fazendo o trabalho.
Professora Teresa não parecia muito convencida.
– Assim espero meu bem. – Comentou com um sorriso debochado no rosto.
Letícia soltou um muxoxo de falsa dor.
Eu não fiquei nem um pouco tranquila com esse negócio de "meu bem". Pela minha experiência literária eu aprendi desde cedo que essa frase sempre vem acompanhada de um castigo ou de um sátiro.
– Não se preocupe, nós duas estamos fazendo um trabalho magnifico. – Falei reunindo toda a minha coragem. – Eu não costumo entregar as coisas pela metade.
Letícia chutou minha perna por debaixo da mesa me alertando que eu estava sendo muito imprudente, mas algo naquela mulher não me agradava nem um pouco.
Teresa deu outro sorriso de escárnio antes de dar meia volta e ir embora. Isso não me deixou mais calma, algo naquele sorriso me fez ter plena certeza que ganhei o ódio daquela mulher.
– Ótimo! Era só o que me faltava. – Letícia exclamou pondo as mãos no cabelo em sinal de desespero. – A Teresa nunca foi com a minha cara, mas agora está bem claro que ela nos odeia.
– Eu odeio tudo isso. – Falei pegando as minhas anotações. – Mas agora, eu vou me esforçar em dobro para entregar a melhor atividade.
– Boa sorte, você vai precisar. Ela nunca dá nota dez para ninguém. – Letícia falou jogando em cima da mesa o caderno que estava em seu colo. – Ultimamente você está escolhendo coisas muito difíceis.
– Do que você está falando? – Perguntei.
– Primeiro você quer virar líder de torcida e agora quer agradar a professora mais difícil do colégio. – Letícia explicou. – Você anda fazendo muitas opções complicadas ultimamente.
Dei de ombros. Errada ela não estava, mas eu também tenho os meus motivos.
– Você poderia tentar algo mais fácil? Que tal xadrez? – Letícia sugeriu.
– Eu não sei jogar. – Respondi descartando essa possibilidade. – Quer saber? Vamos continuar com isso, eu não quero dar mais motivos para essa professora me infernizar.
Letícia não pareceu ficar satisfeita com a minha resposta, mas aceitou a minha decisão. Eu posso não saber jogar xadrez, mas sei dançar muito bem e não irei permitir que me tirem essa felicidade.
Depois péssima aula de informática, eu ainda tinha que encarar duas aulas seguidas de matemática antes do meu primeiro intervalo. Eu já estava com um pouco de fome, mas infelizmente a cantina não estava aberta.
Suspirei derrotada quando percebi que teria que comer algum doce perdido de dentro do meu armário. Quando cheguei perto do corredor dos armários, meu relógio de pulso já informava que estava atrasada.
Infelizmente Letícia não pode me acompanhar. Ela decidiu por acompanhar o professor Derek até o ginásio. De uma forma bem convincente ela se ofereceu para ajudá-lo com as próximas aulas.
Depois de revirar todo o meu armário em busca de algo para comer, eu acabei encontrando uma barra de cereal perdida no meio dos meus livros. Fiquei aliviada quando notei que ainda tinha tempo de chegar na sala antes da chamada.
Tranquei meu armário e quando estava saindo do corredor uma pessoa me puxou em direção a uma sala vazia. Eu pensei em gritar, mas tinha uma mão forte me impedindo.
– Calma loirinha! – Jason pediu tentando me acalmar.
– Jason! – Exclamei dando um tapa em seu peito. – Qual é o seu problema? Você quer me matar?
Coloquei a minha mão no coração tentando me acalmar. Eu ainda vou me deixar viúva.
– Eu não pensei que você se assustaria tanto. – Falou tentando se defender. – Eu não tenho culpa se a sua consciência é tão pesada.
– Às vezes eu te odeio. – Falei ignorando a provocação dele.
– Odeia nada! – Jason retrucou me prensando na parede encurtando o espaço existente entre nós.
De repente, eu percebi que estava em uma sala de aula vazia, na verdade possuía algumas carteiras vazias, mas estava totalmente desabilitada.
– Como você conseguiu entrar aqui? – Perguntei tentando ignorar a proximidade de nossos lábios.
– Eu tenho as chaves. – Jason respondeu dando de ombros.
– Como? Você as roubou? – Perguntei alarmada.
– Não, eu as clonei. – Jason explicou sem dar muita importância ao que estava dizendo. – Agora, vamos ao que nos interessa.
Jason me beijou impedindo qualquer reclamação minha. Suas mãos apertaram minha cintura aproximando ainda mais nossos corpos. Reunindo o resto de juizo que me restou eu o empurrei.
– Você quer cobrar a sua divida aqui? – Perguntei ofegante.
– Sim, um fetiche bem interessante na minha opinião. – Jason comentou deixando selares em meu pescoço.
– Eu vou precisar tomar banho depois. – Falei o empurrando novamente.
– Eu também tenho a chave do banheiro dos professores. – Jason falou erguendo do bolso um molho de chaves. – Mais alguma preocupação?
Ainda surpresa neguei com um aceno de cabeça.
Jason sorriu malicioso antes de tirar a camisa e a jogar em canto qualquer da sala. Ele uniu nossos lábios com desejo, suas mãos fortes apertavam cada parte do meu corpo como se estivesse o moldando.
Ele era a minha perdição.
Após algum tempo sem publicar nada, venho com mais um capítulo especial de QDDO!❤️
Até o próximo!
Me desculpem qualquer erro de ortografia.
Se gostou vote na estrelinha por favor para ajudar no crescimento da história.
E S T R E L I N H A ⭐️
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