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Passei meu final de semana inteiro pensado no que fazer com a minha vida, porém após um grande conflito interno com a minha consciência decidi seguir o conselho de Jason, por mais absurdo que parecesse.
Começaria o meu primeiro dia de emprego usando a minha melhor cara de dissimulada, se bem que não andam muitos japoneses nessa cidade, então tenho bastante tempo até que descubram a verdade.
Como no colégio não houve muitas atividades para casa, não preciso me preocupar em me prejudicar no bimestre por causa do emprego.
Com o meu uniforme prontamente arrumado e com a coragem que Deus me deu, estou me preparando para encarar uma nova fase de minha vida.
Assim que entrei no pet shop, encontrei o mesmo rapaz que me empurrou para a toca do diabo sem nenhuma preparação emocional e física.
– Olá, garota desbocada. – Enzo me cumprimentou assim que notou minha presença. – Seja bem-vinda ao nosso humilde estabelecimento.
Babaca!
– Cala a boca. – Respondi passando por ele indo em direção ao meu armário.
Enzo me acompanhou um pouco contrariado.
– O que deu em você? Estava mais simpática ontem quando estava desesperada. – Perguntou me observando. – Espero que não tenha ficado chateada com a minha pequena ajuda.
Olhei para ele incrédula.
– Não posso chamar aquilo que você fez como ajuda, nossa chefe quase me comeu viva. – Retruquei guardando minha bolsa em um armário cinza que parecia ter mais de cinquenta anos.
Como um lugar que tinha tanto dinheiro, tinha móveis tão velhos?
– É a maneira dela de dizer que amou você. – Respondeu sem se abalar com o meu visível mau humor. – Se você soubesse como ela era, jamais teria sido tão...verdadeira.
Verdadeira é uma palavra que não se aplica a mim nesse momento.
– Foi a pior desculpa que já escutei em séculos.
– Eu sei, mas não pude pensar em uma melhor. – Enzo respondeu dando de ombros. – Geralmente ninguém tem coragem de dizer na cara dela o quão desagradável é aquela sala.
Nos encaramos por alguns segundos e logo conclui que ele seria um problema na minha vida por um único e singelo motivo: ele é tão insuportável quanto eu.
– Eu não vou te perdoar. – Decretei virando as costas para ele. – Então, poupe os elogios.
Diferente do que eu pensava não fui mordida por nenhum cachorro e nem perseguida por gatos enraivecidos, meus cliente foram bem comportados e não me fizeram nenhum mal.
Enzo também não me importunou mais, talvez ele tenha notado a minha cara de enterro.
O que mais me deixou chateada foi me recordar da minha situação caótica com Pietro, as mensagens ignoradas só cresciam em meu celular e pesavam cada vez na minha mente.
O que eu poderia fazer? Não tinha coragem de encara-lo, não depois do que eu fiz.
– Olha, não querendo bancar o intrometido, estou ficando preocupado com você. – Enzo falou quebrando o nosso tratado de silêncio. – Está esperando mensagem de alguém? Você não para de olhar para esse celular.
– Na verdade estou querendo que alguém pare de mandar mensagens para mim. – Confessei desistindo de manter a pose de durona, com quem mais poderia me abrir sem ser julgada por minha escolha?
– Ex-namorado? – Enzo perguntou pegando uma cadeira para se sentar, ele deve ter notado que a história deveria ser bem longa.
– Nunca chegamos a ser nada. – Por minha culpa, minha consciência gritou de forma acusadora.
– É, dizem que nada dura para sempre. – Enzo recitou calmamente como se estivesse vendo mais do que eu estava contando.
Olhei para ele com a sobrancelha arqueada.
– Você acabou de recitar ponte para terabitia para mim? – Perguntei em tom incrédulo. – Você quer me fazer chorar até morrer?!
– É um clássico, assim como diário de uma paixão. – Enzo respondeu como se explicasse tudo. – Me conta, por que você não quer falar com ele.
– Eu fiz algo muito errado.
– Errado? Você tem que cara que apronta muito, mas não acho que seja algo tão ruim. – Enzo falou pensativo.
– Eu menti. – Confessei.
– Na entrevista de emprego? Isso eu já sei, ninguém que fale japonês fluentemente está trabalhando em um pet shop e sim em uma multinacional. – Enzo falou dispensando qualquer culpa de minha parte. – Quem inventou essa mentira está de parabéns, foi a pior que já vi na minha vida...
– Não é sobre o emprego. – O cortei rapidamente. – Eu menti para a minha melhor amiga. Quebrei uma promessa que fiz.
– Uma promessa?
– Sim, eu quebrei o coração do irmão dela.
Olá, meus amores! Muito obrigada por todo o carinho e por estarem gostando da história!
Finalmente o motivo da briga do casal foi revelada e no próximo capítulo teremos o ponto de vista do Pietro sobre essa situação.
Me desculpem qualquer erro de ortografia.
Se gostou vote na estrelinha por favor para ajudar no crescimento da história.
E S T R E L I N H A ⭐️
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