q u a t r o
O amor para mim sempre foi um grande problema na minha vida, pelo menos antes de conhecer o verdadeiro significado da palavra tudo era mais fácil de se conseguir ou de se resolver.
Não tinha muito com o que se preocupar, afinal quando duas pessoas queriam ficar por um tempo tudo era questão de se acertarem. Porém, quando finalmente encontro alguém que fez o meu coração bater mais forte, ela simplesmente fugiu...sem me dar nenhuma explicação.
Se Letícia tivesse me dito apenas um "não" eu teria entendido, mas ela simplesmente fugiu e não tem mais atendido minhas ligações ou respondido minhas mensagens.
Se ela tivesse apresentado alguém com que ela estivesse namorando, como Luana fez ao jogar na cara de todo mundo o relacionamento com Jason, eu também teria entendido.
Porém, nada fez o coração doer mais do que ver a expressão de medo em seu rosto.
— Quem morreu? — Jason perguntou entrando no meu quarto, sem ao menos na porta para avisar sua chegada. — Sua cara está péssima para alguém que acabou de passar engenharia.
Ela tem razão, mas nem mesmo minha maior conquista estava ajudando a melhorar o meu ânimo.
— Ninguém, mas não estou bem. — Falei virando minha cadeira para encara-lo. — O que você está fazendo aqui? Para ser a casa do seu sogro, você está bem acomodado.
Conversar com ele nesse momento, parecia muito mais divertido do que ficar vagando por horas na internet sem ter nada realmente para fazer.
Jason estava deitado na minha cama, enquanto vasculhava os livros que havia deixado em cima da mesma para limpar e depois devolver para a estante.
— Você a sua irmã possuem um gosto para livros chato para caralho. — Jason falou ignorando a minha pergunta. — Em vez de lerem algo para fugirem da realidade, leem sobre guerras e sofrimentos.
— Não sei sobre a Luana, mas sofrimento está definindo o meu estado atual de espírito. — Falei arrancando o meu exemplar de a culpa de das estrelas da sua mão.
Jason bufou entediado.
Retiro o que eu disse, ele pode ser insuportável demais para apenas uma pessoa lidar sozinha.
— O que você veio fazer aqui? — Perguntei novamente puxando de sua mão outro livro, antes que ele começa-se a fazer perguntas constrangedoras demais para o meu gosto.
— Cinquenta tons de cinza? — Perguntou com a sobrancelha arqueada enquanto olhava para a capa de outro. — Você é mais pervertido do que eu pensei, não gosta nenhum pouco de sutileza, saquei!
Mesmo tendo sido um incesto, ainda não entendo como minha irmã se apaixonou por esse idiota sem cérebro.
— Eu vou te jogar por essa janela.
— Tudo bem, não vou mais zoar você pelo seu gosto peculiar por livros eróticos. — Jason prometeu com as mãos em sinal de rendição. — Apesar de ser muito divertido te irritar.
Da próxima vez vou lembrar de trancar a porta.
— Eu realmente não sei como começar essa conversa, por isso estava te enrolando com essas bobagens sobre livros. — Jason continuou se sentando na ponta da cama. — Seu pai me ligou dizendo que você está um porre de pessoa, e após pensar um pouco percebi que Letícia também está com um comportamento muito estranho.
— E-está? — Perguntei tentando soar indiferente. Levantei e comecei a guardar os meus livros na estante, apenas para não ter que encarar mais nenhuma pergunta constrangedora.
— Está. É por isso que estou aqui para conversar com você. — Jason falou sem ao menos se abalar pelo meu claro nervosismo. — O que aconteceu entre vocês? Não me parece que isso esteja fazendo bem para nenhum de vocês.
E não estava mesmo.
— Não sei do que você está falando. — Menti.
— Eu tenho cara de idiota? — Jason perguntou e eu tive que segurar a vontade de dizer que sim, isso poderia me resultar problemas com a minha irmã. — Você mente tão mal quanto a sua irmã, espero que o pirralho mais novo tenha mais sorte nesse quesito.
Não havia escapatória. Eu tinha que desabafar com alguém antes que morre-se sufocado com as teorias malucas que a minha cabeça estava formando, Jason conhecia a ruiva melhor do que eu, poderia me ajudar a entender a sua reação.
— Eu não vou contar nada para ninguém, pode confiar na minha palavra.
Respirei fundo e dei de ombros, minha vida não podia ficar pior do que já estava mesmo.
— Se você abrir a sua boca para alguém, Luana ficará viúva antes mesmo de você trocar aquele anel de noivado por um de casamento. — Ameacei o empurrando da minha cama.
— Qual é o seu problema?
— Preciso de uma bebida, pelo menos um copo para poder contar tudo o que estou guardando aqui dentro. — Respondi caminhando em direção a porta do meu quarto.
Ainda bem que o resto da minha família não estava em casa, assim poderia contar tudo sem que alguém ouvisse e me importunasse depois.
Jason podia ser muito idiota, mas tinha certos momentos que sabia como ser um bom amigo e ouvinte, enquanto contava o que aconteceu, ele não me interrompeu em nenhum momento, nem mesmo para perguntar ou sugerir alguma coisa.
Estávamos já há alguns minutos sentados no balcão da cozinha, conversando sobre o meu relacionamento com Letícia com duas cervejas como companhia.
Nunca me senti tão despreparado.
— Isso foi tudo como aconteceu. — Declarei. — A levei em um lugar legal e contei tudo o que eu sentia, mas ela se levantou e saiu correndo.
— Tenso.
— Letícia me deu tantos sinais positivos, que pensei por um momento que ela também estivesse apaixonada por mim.
— Muito tenso.
— Eu não sei o que fazer. — Confessei.
Jason pigarreou.
— Eu acho que Letícia deve estar com medo. — Jason começou. — Ela nunca encontrou alguém que a amasse de verdade, como você, então está fugindo de ser machucada de novo.
— Machucada de novo?
— Ela nunca foi muito boa com relacionamentos. — Jason explicou dando de ombros. — Letícia também gosta muito de você, porém está com medo de sair com o coração machucado mais uma vez.
— Então, o que eu faço? — Perguntei.
— Se ela está fugindo de você, vá atrás dela. Mostre que você não está brincando quando diz que a ama. — Jason respondeu deixando de lado a cerveja. — Faça ela notar por si mesma, o amor que você está disposto a oferecer em troca de uma chance.
— Acho que você está certo.
— Eu sempre estou certo. — Jason retrucou. — Menos quando a sua irmã está com a razão.
Idiota.
— Vou te mandar o endereço do lugar onde ela está trabalhando. — Jason continuou. — Aproveita e resolve logo essa situação, porém se lembre de uma coisa, Letícia é como uma irmã mais nova que nunca tive, faça ela chorar e eu quebro a sua cara.
— Faço suas palavras as minhas. — Retruquei. — Afinal, você divide a cama com a minha irmã.
Jason sorriu.
— Será bom ter você como cunhado, novamente. — Falou antes de ir embora para sua casa.
Peguei as chaves do carro do meu pai, que estavam em cima do balcão da cozinha, decidido a conversar definitivamente com a mulher que amo.
Olá, queridos leitores! Muito obrigada pelo livro ter conseguido mais de 100 visualizações!❤️
O primeiro livro já está sendo repostado e em breve estará completa no perfil.
Até o próximo capítulo! Se você gostou vote na estrelinha por favor para ajudar no crescimento da história.
E S T R E L I N H A ⭐️
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