💠-37-💠
Ludmilla estava com um riso frouxo. Qualquer coisa era motivo para ela rir e ela feliz assim, contagiava David e Isabela fazendo os três rirem entre si. Já Brunna estava tensa ao lado de Ludmilla segurando sua bolsa esperando o seu vôo para Nova York ser chamado.
- Ei, o que foi? - Ludmilla pergunta olhando para Brunna e coloca um pouco de salgadinho que havia roubado de Isa na boca.
- Estou nervosa. - confessa.
- Come um salgadinho, ajuda a não ficar nervosa. - leva um dos cheetos até a boca da mulher que solta uma risada baixa e abre a boca para receber o salgadinho na boca - Medo de avião?
- Sim. - fala envergonhada e encara David que estava no colo de Ludmilla tentando pegar um salgadinho.
- Mamãe! - David grita irritado e Ludmilla ri.
- Amor, posso dar para ele experimentar? - olha para Brunna pedindo permissão.
- Ludmilla , ele é muito pequeno para comer esse negócio cheio de gordura. - nega com a cabeça.
- Um só não vai matar, ele já tem quatro dentinhos então fica facil para ele mastigar. - diz hesitante com medo de levar bronca da namorada - E ele já tem onze meses, está quase para completar um ano.
- Um só. - Ludmilla abre um enorme sorriso e enfia a mão dentro do saco de cheetos que estava com Isabella ao seu lado e entrega um único salgadinho para o bebê.
- Gostou, garoto? - pergunta encarando o menino que enfiava o salgadinho na boca.
- Ele gostou, mãe. - Isabella fala risonha encarando David.
- O bom gosto, meu pai. - Ludmilla comenta arrancando uma risada das duas Gonçalves.
Minutos depois os passageiros para o vôo para Nova York começam a ser chamados fazendo a família ir para o portão de embarque. Como Ludmilla estava com um bebê no colo, ela acaba por ir na fila preferencial e entra um pouco mais rápido que Brunna.
A mulher encontra a sua poltrona e guarda a bagagem de David e a dela antes de se sentar na janela. Minutos depois Brunna e Isabella entram no avião, enquanto Brunna guardava as bagagens delas, Isabela coloca a mão na cintura e encara Ludmilla.
- Me deixa ficar na janela? - pergunta e Ludmilla levanta a sobrancelha.
- Nem pensar, eu cheguei primeiro. - nega com a cabeça.
- Por favor, mamãe. - pede juntando as mãos na frente do rosto.
- Vocês duas, nem comecem. - Brunna repreende as duas como se fossem duas crianças iniciando uma discussão fazendo Ludmilla soltar uma risada e pular para a poltrona do meio dando lugar para Isabella - Aqui a chupeta dele. - estende uma chupeta verde e Ludmilla sorri assim que sua namorada se senta ao seu lado.
- Abre o bocão. - Ludmilla pede levando a chupeta até a boca de David que ri e começa a se acomodar nos braços de Ludmilla.
Antes que o vôo decole, Ludmilla entrelaça sua mão na de Brunna logo após ajudar Isabella com o cinto. Ludmilla leva a mão da mulher até seus lábios e deixa um beijo carinhoso ali.
- Não precisa ter medo. - sussurra para que ela ouça. Brunna vira sua cabeça em direção a Ludmilla vendo as grandes orbes castanhas a olhando.
Ela apenas cola seus lábios e separa segundos depois, se inclina para o lado apoiando a cabeça no ombro da mulher e fica brincando com David.
- Mamãe. - David diz embolado pela chupeta em sua boca e estende os braços em direção a Brunna fazendo as duas mais velhas se encararem.
- Ele me chamou de mãe ou foi para você? - Brunna pergunta se sentando corretamente.
- Ele te chamou de mãe. - Ludmilla diz com um enorme sorrio - E ele quer ir para o seu colo. - olha para Brunna que estava com a boca aberta e um sorriso começa a nascer em seus lábios aos poucos.
- Vem cá, meu garotinho. - fala por fim pegando David no colo - Ludmilla, você não pegou a mantinha dele para quando sairmos do avião, vai estar frio. - olha para a mulher que os olhava com um sorriso bobo.
- Mamãe! - David diz novamente dando um saltinho no colo de Brunna e a olha, sorri e a chupeta quase caí de sua boca. Ele solta uma risada e volta a repetir vários "mamãe" para Brunna vendo a cara de surpresa e emocionada que ela tinha.
Enquanto os três estavam ali, Isabella estava entretida demais em olhar pela janela vendo o avião começar a se mover. Brunna estava tão entretida com David ter a chamado de mãe que nem ao menos percebeu.
- Quando pousarmos nós pegamos a manta. - sorri se inclinando e beija a bochecha de Brunna - E que garoto sem vergonha, prefere ficar no seu colo do que no meu. - finge estar brava vendo David ficar sério sentindo a pressão que era aliviada graças a chupeta que estava em sua boca.
Brunna usa seu corpo como encosto para David que fica com as pernas esticadas sobre as suas coxas e segurando seu polegar.
Ludmilla resolve puxar conversa com Brunna até que ela perceba que o avião já estava no ar e não teria perigo de Brunna ficar tensa novamente.
- Mamãe, olha só a cidade pequenininha lá em baixo. - Isabella diz dando tapinhas no braço de Ludmilla para que ela lhe de atenção.
- Olha lá, tá tudo pequeno. - Ludmilla diz em um falso tom surpreso se inclinando sobre Isabella para olhar pela janela - Parece formiguinhas. - brinca e Isabella afirma com a cabeça admirada.
Isabella usava um moletom preto, um gorro azul escuro com alguns desenhos vermelhos e uma calça quente junto com uma bota, já que em Louisiana havia amanhecido frio o clima de Nova York séria em torno de 17 graus quando o avião pousasse. Já David usava uma calça de moletom, uma blusa de manga cumprida por baixo do moletom azul e um tênis branco que Ludmilla havia comprado um dia antes da viagem. O suficiente para que os dois não fiquem com frio ao chegar em Nova York, apenas David que seria enrolado em uma manta para evitar que fique doente.
Ao pousar em Nova York, elas pegam um táxi para levá-las até Livingston. Brunna sente seu coração acelerar, a ponto de o sentir quase sair por sua boca ao ver o táxi estacionar na frente da casa, na qual Ludmilla havia mandado diversas fotos.
Essa era a primeira vez que ela via a casa pessoalmente, todas as outras foram por fotos ou vídeos.
Quando saem do carro, o motorista as ajuda tiras as poucas bagagens de mão, Ludmilla paga tudo e os quatro ficam parados na frente da casa a olhando com um enorme sorriso no rosto.
- Deixa eu pegar o David. - Isabella pede e como sempre, Ludmilla entrega o bebê a ela que o segura com cuidado.
- O que acho... - antes que Ludmilla termine a frase, Brunna a puxa pelo moletom que usava e junta seus lábios em um ato inesperado pegando Ludmilla de surpresa.
- É perfeita. - sussurra dando diversos selinhos nos lábios de Ludmilla a deixando com um sorriso bobo.
- Ai, o David tá gordo. - Isabella fala segundos depois fazendo suas mães se afastarem e a olhar - Gordo. - repete olhando para o menino fazendo Ludmilla rir - Não quero mais segurar ele, mãe. - olha para Ludmilla que afirma com a cabeça, ainda rindo e pega David de volta.
- Prontas para conhecer a nossa nova casa? - Ludmilla pergunta apalpando seus bolsos atrás da chave da casa.
- SIM. - Isabella salta com o braço levantado fazendo as duas rirem.
- Vamos lá. Isa, ajude a sua mãe a levar as malas, eu estou com esse nenê gordinho aqui e não consigo ajudar. - Ludmilla explica.
- Preguiçosa. - Brunna murmura fazendo Ludmilla levantar a sobrancelha e a olhar - Preguiçosa. - repete em um tom mais alto, ambas ficam sérias se encarando até que riem.
- Fui descoberta. - brinca pegando sua mala maior.
Elas pegam as poucas malas que haviam levado de avião e as mais velhas andam até a casa, sobem os dois pequenos degraus e Ludmilla coloca a chave na fechadura, destranca a casa e empurra a porta dando a visão do mais novo lar daquela família.
- Gonçalves Oliveira. - Isabella lê o que estava escrito na caixa de correio - É OS NOSSOS SOBRENOMES JUNTOS. - diz eufórica começando a pular e corre em direção as mães que estavam paradas na porta.
Brunna encara a mulher com um enorme sorriso e seus olhos ficam marejados. Ela volta a colar seus lábios nos de Ludmilla.
- Amo você.
- Amo você também. - sorri - VAMOS ENTRAR, ISABELLA. - Ludmilla eleva a voz fazendo a menina ficar ainda mais animada.
Elas entram na cama. A casa tinha um pouco da personalidade de Ludmilla e ao mesmo tempo, um pouco da personalidade de Brunna fazendo o coração da mulher se encher de amor por notar os pequenos detalhes que Ludmilla havia planejado, mesmo em um curto espaço de tempo.
Ludmilla começa a mostrar a casa para os três, já que ela era a única que conhecia a casa até então. Após mostrar o quarto de Isabella e de David, Isa pede para ficar ali com o David deixando suas mães sozinhas por um curto período de tempo.
- Por que você não vê o nosso quarto? - Ludmilla pergunta para Brunna com um enorme sorriso apontando para a porta que ficava em frente ao quarto de Isabella e do David.
Brunna assim faz, da alguns passos, roda a maçaneta e abre a porta revelando uma enorme cama de casal, uma escrivaninha, poltrona, uma enorme tapete felpudo bege, parecido com a cor das paredes. Seus olhos param sobre o único objeto que a chama atenção que estava sobre a cama.
Ao se aproximar, ela vê que era um porta retrato com uma foto que ela conhecia bem. Ela se inclina e pega o porta retrato se permitindo ver a foto mais de perto, na foto estava Ludmilla segurando Isabella de cabeça para baixo e ela segurando David nos braços.
- Bem vinda ao nosso mundo. - Ludmilla diz abraçando Brunna por trás e beija seu ombro - Nosso pequeno paraíso. - completa fazendo Brunna suspirar e fechar os olhos segurando o choro.
Elas ficam em silêncio por alguns segundos até que um soluço escapa da garganta de Brunna fazendo Ludmilla a virar para a olhar com preocupação.
- Ei, o que foi? - pergunta levando as mãos até o rosto de Brunna para tentar levantar o seu olhar- Você não gostou de alguma coisa? - pergunta preocupada.
Brunna não dizia nada, apenas deixava as lágrimas escorrerem por sua bochecha enquanto segurava a foto em mãos.
- Amor, o que foi? - repete a pergunta ainda mais preocupada. - Eu fiz algo que você não gostou? - dessa vez, Brunna sobe o olhar para Ludmilla e esboça um enorme sorriso negando com a cabeça.
- Eu amo você demais. - confessa com a voz chorosa e envolve Ludmilla em um abraço a fazendo sorrir aliviada - Porra, eu te amo demais. - funga apertando Ludmilla como se seu mundo dependesse daquilo enquanto segurava a foto em uma única mão.
- Eu também te amo, meu amor. - fala beijando os cabelos de Brunna - Amo muito. - aperta Brunna com a mesma força que ela a apertava.
Brunna afasta seu rosto e encosta seus lábios dando início ao primeiro beijo de verdade naquela casa. Na casa da sua nova família.
Como sempre, Ludmilla segura o rosto de Brunna durante o beijo como se aquela mulher fosse a coisa mais preciosa do mundo, e de fato era, Brunna era a coisa mais preciosa do mundo da fotógrafa
Durante o beijo, Ludmilla fazia um leve carinho com seus polegares no rosto de Brunna enquanto ela tinha as mãos em volta de sua cintura deixando seu corpo colado no ela. Aos poucos, Ludmilla desliza sua mão para a linha do maxilar e depois para a nuca de Brunna na tentativa de aprofundar um pouco mais o beijo.
Aos poucos, o beijo vai perdendo intensidade e velocidade até que é finalizado por alguns selinhos. Brunna encosta sua testa na da mulher olhando no fundo daqueles olhos castanho.
Ela sentia vontade de rir.
Brunna se conhecia bem o suficiente para dizer que se caso alguém aparecesse dizendo que ela iria conhecer uma mulher e um bebê que iriam colocar sua vida de cabeça para baixo, a faria se apaixonar tão rápido quanto a velocidade da luz e em menos de cinco meses se mudar para Nova York com ela, largando toda a sua vida em Louisiana e o pior, ter certeza que nunca esteve tão certa em fazer algo com tamanha impulsividade e que havia encontrado uma pessoa que verdadeiramente a amava. E essa mulher a amasse tanto a ponto de amar sua filha como se fosse dela e Isabella também a amaria a ponto de a chamar de mãe, e de bônus, ganhar um novo filho, Brunna provavelmente diria que a pessoa estava maluca e soltaria uma gargalhada.
- Mãe, o David ta andando. - Isabella grita do seu quarto fazendo as duas mulheres arregalarem os olhos e correrem para o quarto dos dois.
- Mamãe! - David diz animado em pé no meio do quarto sem perder o equilíbrio.
- Ah, meu Deus. - Ludmilla murmura vendo David dar alguns passinhos em sua direção, pela primeira vez, sem o empurrador ou alguém segurando suas mãos.
David levando seus bracinhos para tentar se equilibrar e afirma mais o passo indo em direção as duas mulheres, ao se aproximar delas, ambas se ajoelham e David de joga em seus braços soltando uma gargalhada alta e com vontade.
- Seu menino está crescendo! - Brunna fala de olhos arregalados.
- Nosso menino. - Ludmilla corrige fazendo Brunna sorrir abertamente.
- Mamães, ele tava aqui ó. - Isabella aponta para o canto do quarto - Ai ele veio andando até aqui! - aponta para o meio do quarto saltitante e se aproxima das duas - AGORA ELE PODE BRINCAR COMIGO NO PLAYGROUND QUE TEM NO QUINTAL, NÃO PODE? - pergunta alto e saltitante.
- Pare de gritar, Isabella. - as duas mães dizem em sincronia fazendo Isabella rir - E ele ainda é muito pequeno. - continuam em sincronia.
David começa a falar "dadada" alto como se discordasse daquilo com uma carinha de bravo, mesmo não sabendo sobre o que elas estavam falando fazendo as três rirem.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro