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Horas se passam e as crianças finalmente dormem depois de muita brincadeira entre as duas adultas e os dois mais novos.
Já na cama, Ludmilla olhava para o lado contrário onde Brunna estava, seus olhos estavam fixos na parede cinza que indicavam que ela estava perdida em seus pensamentos enquanto recebia um carinho em suas costas desnudas.
- Meu bem? - Brunna sussurra fazendo Ludmilla virar a cabeça em sua direção - Está tudo bem? - questiona.
Ludmilla estava falante e animada a algumas horas atrás enquanto implicava com Isabella e Brunna ou brincando com David mas depois que as crianças dormiram, elas foram para a cama, Ludmilla ficou em silêncio e pouco falante. Isso preocupou Brunna, e muito.
- Uhum. - afirma com a cabeça com os olhos chocolates tendo um brilho triste.
- Você ficou quietinha do nada, algo me diz que está acontecendo algo. - diz baixo aproximando o seu rosto da mulher.
- Amanhã faz vinte anos que meus pais morreram. - se limita a dizer - E em dois dias, era para ser o aniversário de Lawrence.
- Oh, Ludmilla. - leva sua mão até o couro cabeludo da mulher e o acaricia - Eu sinto muito.
- Está tudo bem. - suspira apreciando o carinho que recebia - Hoje tive muitas emoções, estou cansada. - solta uma risada sem humor - Isabella, David e ao deitar aqui tudo me atingiu... Desculpe, eu não queria ser uma péssima companhia.
- Ei, nunca diga isso. - leva a mão para o rosto de Ludmilla vendo seus olhos marejados - Eu estou aqui para você, seja em tempos ruins ou bons. - se inclina para beijar a testa da outra que sorri com o contato.
Ludmilla procura sua camisa e a veste voltando a se deitar mas dessa vez, ela envolve Brunna em um abraço e afunda seu rosto no pescoço da mulher.
- Eu te amo, você é incrível. - murmura fazendo Brunna sorrir e voltar com o cafuné em seus cabelos castanhos.
Brunna resolve ficar em silêncio por saber que Ludmilla não queria conversar sobre isso. Era isso que Ludmilla amava em Brunna, ela respeitava o seu espaço e não a forçava falar contra sua vontade.
- Eu vou fazer uma tatuagem para o David. - diz vários minutos depois.
- Uh, sério? - Brunna se afasta para olhar no rosto da sua mulher que afirma com a cabeça.
- Tenho uma tatuagem para cada pessoa importante na minha vida... Acho que vou tatuar o número 27 em números romanos no meu braço. - mexe as sobrancelhas enquanto fala - É o dia que ele nasceu.
- Uma boa ideia. Eu não tenho coragem de fazer uma tatuagem. - Brunna solta uma risada baixa por confessar aquilo em voz alta.
- Quem sabe, quando nós nos casarmos eu não faço uma tatuagem para a Isa e você? - estreita os olhos. Aquela frase pega Brunna de surpresa.
- Casar?
- É, oras. - afirma com a cabeça - Daqui uns anos. - completa - Eu estava pensando, para você, poderia ser uma câmera fotográfica porque nós conhecemos por causa da fotografia e para a Isa... Um desenho dela? - diz em tom de dúvida.
- Pensei que não pensava nisso. - diz com um pequeno sorriso fazendo Ludmilla torcer os lábios.
- Eu penso no meu futuro, a todo instante. - explica vendo os olhos castanhos brilharem - E nos meus planos, vocês duas estão incluídas.
- Que linda, mas um passo de cada vez. Está bem?
- Sim, desculpe se eu apressei as coisas falando sobre isso. - pela primeira vez desde que Brunna conheceu Ludmilla, ela vê a mulher corando brutalmente.
- Não, eu gosto de saber que estou incluída nos seus planos futuros como sua esposa. - roça seu nariz no da mulher - É fofo.
- Menos mal. - murmura de forma tímida - Mas quando vamos fazer a sessão de fotos? Eu andei pensando, acho que eu gostaria que fosse algo mais fofo e não sensual. - muda de assunto acariciando a cintura de Brunna.
- Já disse, quando você quiser... E como séria?
- Isa poderia participar também. Algo maternal, sabe?
- Gostei da idéia. - afirma com a cabeça.
Ludmilla fica um pouco mais animada com a idéia de fotografar Brunna como normalmente ficava. Em minutos, ela falava sem parar sobre como poderiam ser as fotos deixando Brunna ainda mais apaixonada do que estava.
E assim se vai uma semana, com Brunna e Ludmilla mais próximas do que nunca, Ludmilla dormindo todos os dias na casa da mulher pois Brunna sabia que nessa semana, não seria bom para ela ficar a sós. No dia do seu aniversário, Isabella a surpreende com um desenho dos quatro e uma cartinha curta escrita com a ajuda da sua professora que dizia: "amo você, tia Ludmilla. Meu irmãozinho e eu amamos!" Com vários corações pelo papel.
Na outra semana, os quatro foram ao parque para iniciar a sessão de fotos. Até mesmo David participou de algumas no colo de Brunna e outras apenas com Isabella. A maioria, foi de Brunna com Isabella, todas capturando o sentimento materno que Brunna tinha por sua filha.
Quando eles voltaram para a casa de Brunna, Ludmilla ficou eufórica vendo o quanto as fotos estavam boas.
- Quais você vai mandar? - Brunna pergunta com o rosto apoiado no ombro de Ludmilla enquanto passava as fotos já editadas pela tela no notebook.
- Não sei... Todas estão boas. - murmura concentrada - Mas eu acho que irei mandar essa. - para em uma foto onde Brunna e Isabella estavam contra o Sol, Brunna estava agachada, seu braço passava pelo ombro e o outro pela perna da menina a erguendo até a altura de seu peito. Ambas sorriam na foto mas na verdade, elas gritavam - E essa. - passa para a outra onde Brunna estava no escorregador, David sentado entre suas pernas e Isabella em pé no playground.
Ludmilla mostra mais três fotos, dentre elas apenas uma que Brunna estava sozinha. A mulher tinha os olhos fechados e a cabeça levemente tombada para trás, a luz do Sol batia em seu rosto e uma brisa ia de encontro aos seus cabelos.
- Só vou pegar o email e mandar. - fala animada e olha para Brunna, a mulher não consegue conter o sorriso ao ver a animação no rosto dela e a beija.
- Isso, mostre para eles quem é a melhor fotógrafa de Luisiana.
Ludmilla sorri entrando no seu email no qual seu amigo da Vogue havia mandado explicando as exigências para caso ela fosse contratada. Nas outras vezes, ela havia lido apenas por cima, nada com tanta atenção, apenas o que a interessava.
- Espera. - Ludmilla murmura ao ver algo que ela não tinha percebido. Brunna franzi o cenho.
- O que?
- Se eu for chamada para a entrevista e for contratada, eu vou precisar me mudar para Nova York. - olha para Brunna e apenas pensar na possibilidade de ficar longe de Brunna, seu coração começa a doer - Tudo bem, não vou mandar essas fotos. - resmunga indo fechar o notebook mas Brunna a impede.
- Nada disso, você vai mandar essas fotos. - diz de forma mandona.
- Ficar longe de você? Nem pensar. - nega com a cabeça. Brunna suspira irritada com a possibilidade dela sacrificar o seu sonho por ela. Suas mãos vão até o rosto da mulher e o segura.
- Ludmilla, mande essas fotos. Caso te chamarem para uma entrevista e eu sei que vão, nós duas vamos dar um jeito nisso. - pausa - Nem que nós tenhamos que passar um tempo separadas.
- Brunna...
Depois de alguns minutos de debate, Brunna convence Ludmilla a mandar, a mulher manda as fotos selecionadas — agora completamente desanimada — e recebe um beijo de Brunna assim que as fotos são enviadas.
Naquele momento, Ludmilla se sentiu entre a cruz e a espada. Entre sua carreira e o amor
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