💠-27-💠
Dois meses se passaram e com eles, a primeira briga do casal acontece. Brunna descobriu que Ludmilla sempre dava doces para Isabella em dias de semana, que resultou nas duas discutindo, quando Ludmilla apresentou o argumento de "Isabella é uma criança, crianças devem comer doce na infância" foi o estopim para que Brunna ficasse irritada agravando a discussão, porém quando Ludmilla percebeu que realmente havia ultrapassado limites infligindo as regras de Brunna, apenas se calou se permitindo a ouvir as coisas que Brunna dizia.
Com essa primeira discussão, um clima pesado se estabeleceu entre elas por vários dias e Ludmilla por seu orgulho gigantesco, não pediu desculpas mesmo sabendo que estava errada. Bom, não até esse momento.
- Então, você acha que eu devo pedir desculpas para ela? - Ludmilla questiona encarando David, agora com nove meses, quase dez.
- Dadadadadada. - diz aumentando seu tom de voz ao decorrer dos "da".
- Sim! Eu sei que eu estou errada! - cruza os braços revirando os olhos - Mas ela não precisava ser tão grossa, era só falar: "Ludmilla, pare de dar doces para a minha filha. Você está ultrapassando os limites".
- Bababa. - David bate as mãos na proteção da cadeira de alimentação com um enorme sorriso banguela.
- Então você realmente acha que eu tenho que deixar o meu orgulho de lado e ir falar com ela?
- Dada. - bate novamente a mão e Ludmilla fica o encarando de forma pensativa.
- É, se eu quero ter algo sério com ela, nós vamos ter que passar por cima do orgulho algumas vezes... Mas ela que me deve desculpas por ter sido grossa, não é? - David ri e bate novamente a mão - Está bem, eu fui uma otária, vou pedir desculpas. - se inclina sobre a cadeira e beija a bochecha do menino que ri.
Ludmilla começa a andar pela casa atrás do bebê conforto, tira David da cadeira e o passa para o bebê conforto, pega as chaves de seu carro e pouco tempo depois, ela estava estacionando na frente do café onde Brunna trabalhava. A fotógrafa sai do carro com David nos braços e entra o estabelecimento, olha em volta vendo Brunna atendendo uma das poucas mesas ocupadas ali.
Brunna se sente observada e olha por alguns instantes em direção a Ludmilla. Ludmilla aponta para a mesa perto da porta indicando que iria se sentar e a mulher afirma com a cabeça voltando sua atenção para o cliente.
Antes que ela entregue o pedido no balcão, pede para sua amiga cobrir ela por uns instantes para ir conversar com a sua não-namorada.
- Aconteceu algo? - Brunna pergunta se sentando de frente para Ludmilla.
- Dada. - David grita estendendo os braços em direção a mulher que solta uma risada, estica os braços e Ludmilla entrega o bebê por cima da mesa.
- Oi, meu lindinho. Quantos dias eu não te vejo. - afina a voz beijando a bochecha gorducha de David.
- Eu queria conversar com você. - Ludmilla diz depois que Brunna termina de brincar com David e desvia sua atenção para a fotógrafa - Eu queria pedir desculpas e dizer que sim, eu estava errada por passar por cima das suas regras.
- Você demorou dois dias para chegar a conclusão que a errada era você e que eu não era a mãe chata? - Brunna questiona com indignação
- Eu não quero brigar. - Ludmilla diz entrelaçando os dedos sobre a mesa.
- Não é o que parece. - murmura irritada com o acontecimento.
- Me desculpa, amor. Eu juro que nunca mais irei passar por cima das suas regras. - estica sua mão e toca a da outra sobre a mesa - Principalmente quando se tratar da sua filha.
Brunna fica encarando David por uns instantes e respira fundo subindo o olhar para Ludmilla que a olhava demonstrando seu nervosismo.
- Tudo bem mas se eu descobrir mais alguma coisa...
- Eu deixei ela jogar GTA várias vezes. - Ludmilla dispara cortando Brunna.
- Ludmilla!
- Em nossa defesa, ela só roubava os carros e caía de prédios. - gesticula com a mão - E eu fiquei de olho a todo segundo.
- Tem mais alguma coisa que eu devo saber?
- Eu acho que não... - murmura insegura e Brunna levanta a sobrancelha - Não tem. - nega com a cabeça rapidamente - Agora nós duas estamos bem?
- Se você não fazer isso novamente, sim. - Brunna diz de uma forma séria.
Ludmilla fica a olhando e percebe que ela tentava ficar séria a todo custo. Quando Ludmilla se arrasta pelo banco de couro até chegar ao seu lado, aproxima seu rosto da mesma e a olha mais de perto, Brunna fecha os olhos e deixa um sorriso escapar.
- Não queria te deixar chateada, me desculpa. - Ludmilla sussurra colando seus lábios na bochecha de Brunna.
- Sorte que você é muito linda ou eu não desculparia tão cedo. - Brunna deixa a pose de brava de lado e encara Ludmilla com um sorriso bobo.
- Te amo. - deixa escapar. Ambas prendem a respiração ao ouvir as duas palavrinhas com tanto poder. Até mesmo Ludmilla fica em choque por ouvir o que havia dito.
- Eu também te amo, uh? - responde com um sorriso doce nos lábios, leva sua mão, que não segurava David, até o rosto da fotógrafa e o acariciar.
Ludmilla fica sem palavras mas para Brunna, a forma que seu peito começou a subir e descer de uma forma acelerada, seus olhos castanhos brilharem e um sorriso contido por uma mordida nos lábios, era o suficiente para saber que seus sentimentos eram verdadeiros.
- Quer jantar lá em casa hoje?
- Sim... Estou morta de saudades da mini Gonçalves. - afirma com a cabeça.
- Está, é? - estreita os olhos.
- Sim, aquela garota é minha diversão diária. - Brunna solta uma risada baixa e cola seus lábios em um selinho rápido.
- Se é por isso, você pode a buscar na escola? Eu não vou conseguir sair daqui a tempo.
- Claro, vou levar chocolate. - brinca mas recebe um olhar sério de Brunna - Estou brincando, nada de chocolate para a mini Gonçalves até sábado.
- Muito bem. - ri e David começa a falar várias palavras que normalmente falava tentando ir para o colo de Ludmilla.
- Podemos pedir pizza para o jantar?
- Claro, como você quiser. - sorri.
- Vamos, garoto. Precisamos buscar a minha enteada. - Ludmilla diz pegando David dos braços de Brunna.
[...]
- Olá, você deve ser a Ludmilla. - uma mulher se aproxima da fotógrafa de mãos dadas com Isabella.
- Sim, sou eu. - afirma com a cabeça a olhando com curiosidade.
- Sou Ashley, a professora da Isa. - estende a mão em direção a Ludmilla.
A fotógrafa segura David com mais firmeza em um braço e aperta a mão da professora.
- Tia Ash, esse é o meu irmãozinho! O David. - Isabella fala animada apontando para David deixando Ludmilla de boca aberta.
- Ah, esse é o David? Ela comentou muitas vezes que havia ganho um irmãozinho. - a professora diz risonha - Pensei que Brunna havia engravidado.
- Ele é filho da tia Ludmilla e ela é namorada da minha mamãe. - Isabella explica sem deixar Ludmilla falar a famosa frase: "ele não é meu filho" já que ela ainda estava em choque com a palavra irmãozinho.
- Ah sério? Que legal. - Ashley encara Ludmilla e vê a expressão de choque que a mulher tinha encarando Isabella - Eu queria que você entregasse essa advertência para a mãe dela, precisa ser assinado para amanhã. - entrega um papel para Ludmilla que o pega.
- O que ela fez?
- Ela deu um soco em um colega da sala. - Ludmilla solta uma risada mas fica séria no mesmo instante ao lembrar que ali, ela era a figura de uma responsável.
- Oh, certo. Vamos, Isabella? - pede e a menina afirma com a cabeça - Foi um prazer te conhecer, Ashley. - diz gentilmente sentindo David jogar o corpo em direção a Isabella.
- Tia, me deixa levar ele? - Isabella pergunta e Ludmilla afirma com a cabeça entregando o bebê para a mais nova.
Ludmilla se despede da professora dizendo que iria entregar a advertência a Brunna e assim vão para o carro. Isabella ajuda Ludmilla a colocar David no bebê conforto e em seguida coloca o cinto de segurança na menina.
Ao se sentar no banco do motorista, Ludmilla aperta o volante e fica encarando o estacionamento.
"Irmãozinho"
- Irmãozinho? - Ludmilla se vira para a garota que a olha com curiosidade.
- Ele não é meu irmãozinho? - rebate.
- Não sei? - responde em forma de pergunta - É?
- Ele não é seu filho?
- Não.
- Então ele é meu priminho? - pergunta confusa e Ludmilla aperta os olhos.
- Não. - nega com a cabeça.
- Ah tia Ludmilla, então ele é meu irmãozinho. - coloca a mão na cintura.
Ludmilla fica a encarando sem reação por vários minutos mas ao se lembrar da advertência, pisca rapidamente e suspira.
- Por que você bateu no seu colega?
- Porque ele estava mexendo com a minha amiga, a tia Ash fala que ela é especial então ela é especial para mim. - explica e Ludmilla afirma com a cabeça - Ela tem autismo... O que é autismo? - pergunta.
- Você fez bem em tê-la defendido, mas nada se resolve com agressão... Embora eu ache que resolva mas não na sua idade. - Ludmilla diz mudando de assunto por não saber explicar muito nem sobre autismo fazendo Isabella soltar uma risada baixa mas compreensiva - E se prepare para ouvir cinco horas da sua mãe te dando sermão. - se vira para frente ouvindo a menina soltar um "aaaaah" mimado
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