💠-14-💠
💚LUDMILLA💚
- Ei, Brunna. - a chamo ao vê-la saindo com o carro da garagem.
Sorte minha que havia resolvido vir esse horário ou não iria a encontrar mais tarde.
- Bom dia, Ludmilla. - fala sorridente ao abaixar o vidro do carro.
- BOM DIA, LUDMILLAAA. - Isabella grita e eu rio me aproximando do carro.
- Bom dia, garota. - dou umas batidinhas no vidro traseiro e David da uns gritinhos no canguru que estava em minhas costas - Aqui estão as fotos. - estendo um envelope amarelo - Semana que vem eu entrego o álbum. - explico e Brunna afirma com a cabeça.
- Ludmilla, olha a minha bolsa. - Isabella fala afobada na cadeirinha no banco de trás e me viro para ela, ela levantava uma bolsa de rodinha da barbie e eu sorrio.
- A sua bolsa é muito linda. - elogio e ela sorri orgulhosamente - Igual a sua mãe. - me viro para Brunna que ri apertando o volante.
- Que? - Isabella pergunta confusa me fazendo rir.
- Tchau, Ludmilla. - Brunna diz em um tom divertido.
- Te vejo sexta. - pisco me afastando do carro.
Ela engata a ré no carro até chegar na rua, pelo vidro claro, eu consigo vê-la me olhando com um sorriso presunçoso de dentro do carro.
- Você acha que eu consigo ter algo com ela? - pergunto olhando por cima do meu ombro.
- Baba. - David responde.
- É, eu também acho que consigo. - coloco minhas mãos no bolso da minha calça - Vamos começar a nossa rotina! - bato palmas e David apoia suas mãos em meu ombro.
[...]
- Qual papinha você prefere? De legumes ou de feijão? - questiono com as duas opções em mãos.
- Da. - David responde e eu franzo o cenho.
- Nenhuma não é opção. - nego com a cabeça.
- Dadada. - volta a dizer e levanto a sobrancelha.
- Sim, a de feijão não é boa mas pelo menos tem ferro. - explico colocando a de feijão sobre a pia e abro a de legumes - E a de legumes também não é lá essas coisas. - dou de ombros pegando uma colher, empurro uma cadeira para perto de David e me sento nela - Abre a boca. - mando pegando um pouco de papinha com a colher e levo até a boca de David que luta para não abrir mas por fim coloco em sua boca e ele faz careta enquanto mexia a papinha em sua boca.
Seguro a risada quando ele faz um bico choroso, ignoro e continuo dando papinha até que ele desista de lutar contra a poderosa e deliciosa papinha.
- Viu só? Nem foi tão ruim. - falo deixando o recipiente da papinha de lado, pego uma mamadeira menor com água e entrego a ele que rapidamente suga o líquido cristalino.
Seguro minha risada ao ver sua cara de desgosto por ter sido obrigado a comer papinha como sempre acontecia. Me encosto na cadeira e fico esperando ele terminar de beber água para poder o levar para sala.
- Acabou? - pergunto e ele deixa a mamadeira sobre o apoio da cadeira - Então vamos. - me levanto da cadeira, o retiro de onde ele estava e vou para a sala, o coloco no cercadinho e me jogo no sofá.
Essa casa era enorme mas eu só usava o quarto, a sala e a cozinha. Eu não me sentia confortável em bisbilhotar algo ou mudar um objeto de lugar, era como se eu estivesse invadindo a casa e a intimidade do meu irmão. Tinha quase certeza que era pelo período de luto, eu esperava que depois de algum tempo morando aqui eu poderia pensar em mudar algo de lugar sem me sentir mal com isso.
Por David e eu termos feito diversas coisas ao decorrer do dia e não o deixado dormir, às oito ele dormiu em meus braços enquanto eu brincava com seu cabelo. Só precisei o levar para o seu berço e poder me jogar na cama e ter esperança de poder descansar e dormir a noite toda.
Mas isso não foi possível, às duas da manhã eu acordo com David chorando. Salto da cama rapidamente, acendo a luz, abro a porta do meu quarto e vou direto para o seu. Vejo o bebê sentado chorando enquanto segurava uma mantinha e suspiro.
- Garoto? - pergunto me aproximando dele, o pego no colo e dou alguns tapinhas em sua fralda para me certificar que não estava cheia - De novo uma crise? - pergunto levando minha mão até seu rosto e limpo as lágrimas que escorriam - Vamos fazer um chá? - levo minha mão até seu cabelo e o acaricio.
David continua chorando porém agarra o meu pijama e eu o abraço antes de sair de seu quarto em direção as escadas que davam na cozinha.
- Calma, garoto. Está tudo bem. - sussurro com minha boca perto do seu ouvido e quebro o abraço para pegar uma chaleira.
Procuro um pacote de camomila que havia comprado especialmente para David e com muita, mas muita dificuldade eu coloco um pouco da erva na chaleira por estar com um bebê que chorava alto em meus braços. Enquanto coloco a chaleira para esquentar, eu me encosto na bancada e deito David em um único braço.
- Eu estou aqui, não precisa ter medo. - digo o balançando em meu braço e acariciou seu rosto - Veja, eu estou aqui e não vou a lugar algum. - sussurro diversas vezes até que David para de chorar, afunda o rosto em meus peitos e eu sorrio - Nunca irei. - completo.
Assim que a chaleira começa a fazer barulho de que estava fervendo, procuro uma mamadeira pequena e tiro a chaleira do fogo, despejo o líquido fervente no recipiente, coloco um pouco de mel e mexo a bebida antes e a fecho e levo até a pia, onde ligo a água no gelado e coloco a mamadeira de baixo para esfriar um pouco.
- Está melhor? - o coloco em pé em meu colo e olho para seu rosto avermelhado. Aperto meus lábios sentindo pena do bebê e beijo sua bochecha - Você vai experimentar um cházinho que eu preparei para você. - desligo a torneira ao me certificar que estava em uma temperatura segura para David tomar, o deito em meu colo e pela primeira vez, eu mesma seguro a mamadeira para ele.
Suas mãozinhas gordas param sobre a minha e os grandes olhos azuis ficam parados em meu rosto. Esboço um sorriso calmo, desligo a luz com meu cotovelo e subo as escadas sem me importar com a bagunça que estava na cozinha, vou para meu quarto e me sento na cama sem tirar os olhos de David.
- Está do seu agrado? - pergunto com o tom de voz mais calmo que eu conseguia.
Fico em silêncio observando cada detalhe do rosto de David, desde os fios loiros de seu cabelo a sobrancelha e seus cílios longos. Seu nariz fofo e o suas bochechas rosadas.
Nesses minutos que fico em silêncio, em nenhum instante David desvia os olhos do meu rosto, nem eu ousava desviar. Ele parecia estar buscando conforto em meus olhos e eu buscando o confortar.
- Hoje você pode dormir comigo, mas é só hoje. - quebro o silêncio que estava instalado no ambiente - Mas é só por hoje, entendido? - reafirmo tirando a mamadeira já vazia de sua boca e coloco no mobile ao lado da cama, o faço arrotar e monto uma barreira com travesseiros impedindo que David role e caía da cama.
O deito no lado vazio da cama de casal e pouso minha mão sobre sua barriga.
- Sem mais chororó, entendido? Eu vou estar bem aqui do seu lado. - aponto meu dedo indicador em seu rosto e ele sorri segurando minha mão que estava sobre sua barriga com força - Boa noite, garoto. - beijo sua bochecha e estico meu braço para cima da cama procurando o interruptor e poder desligar a luz - E sem chupeta, isso é um veneno para a sua arcada dentária. - falo pousando minha cabeça no travesseiro e ouço uma risada sonolenta de David.
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