💠-13-💠
💚LUDMILLA💚
Dois dias depois eu recebo uma ligação da assistente social dizendo que David teria uma consulta com a pediatra naquela tarde.
Eu agradeci mentalmente já que a maioria das coisas eram para serem feitas de manhã. Eu odiava fazer qualquer coisa que tivesse que ser feita antes das 11 da manhã, antes desse horário era como se o meu corpo estivesse desligado.
Quando fomos na pediatra, ela era uma mulher nova. Deveria ter apenas trinta e cinco anos para menos. Eu gostei dela, a era calma e gentil, precisava ser para responder as minhas milhares de perguntas que outras pessoas achariam idiotice ou que era piada.
Ela se chamava Keana, ela respondeu tudo com extrema calma e sem dar uma única risada das minhas perguntas. No final da consulta eu fui parabenizada por estar cuidando muito bem do meu sobrinho e que eu fiz bem em não dar o enroladinho de salsicha. Nessa hora foi a primeira vez que ela riu enquanto falava.
Mas o que importava era que eu estava indo bem. Essa era a minha maior preocupação, imagina se o garoto fica doente? Eu já não sabia lidar com uma criança saudável, imagina uma doente?
Eu cheguei em casa às sete e meia pois eu precisei passar do mercado já que o estoque de comida na dispensa estava acabando. David não quis ficar no carrinho e o que eu fiz? Precisei colocar ele no canguru e ficar carregando ele por ai nas costas.
O prazo para que eu entregasse as fotos reveladas a Brunna estava se esgotando. Apenas o do álbum que eu tinha mais uma semana mas nesse momento eu queria passar um tempo com David.
Nesse momento ele estava sentado na minha cama e eu sentada na frente dele, ele tinha um carrinho de madeira, o seu ursinho que eu deduzi ser o seu favorito, uma bolinha de plástico colorida e outros de pano.
- Sabe garoto, às vezes pode parecer que eu odeio ter você na minha vida mas na verdade, eu gosto. Gosto muito. - comento o olhando e ele me olha.
- Dá. - diz mexendo a cabeça com o carrinho de madeira em mãos e sorri.
- Ainda bem que você sabe. - toco sua cabeça bagunçando seus cabelos que agora estavam curtos - Eu já comentei que eu tenho mais medo de não ser o suficiente e errar na sua criação do que eu tenho de parir uma criança? - me inclino para frente e David ri assim que beijo sua cabeça - É, o meu antigo maior pesadelo era parir uma. - comento com um falso tom nostálgico e David me estende o carrinho - Obrigada. - o pego e coloco sobre minha perna - Mas voltando... Eu queria deixar uma coisa muito clara que eu me recuso a falar com aquelas vozes de bebê, espero que você entenda isso e não leve para o lado pessoal o meu tom.
Fico encarando David por alguns segundos e algo diferente começa a nascer dentro de mim. Algo diferente e que eu nunca havia sentido, era gostoso e me trazia uma sensação gostosa de paz por saber que ele estava seguro e bem... Era algo tão desconhecido por mim.
- Dadá? - David estende a mão para o brinquedo e eu rio.
- Dada. - repito devolvendo o brinquedo e ele sorri abertamente a ponto de seus olhinhos ficarem pequenos.
Fico o observando brincar até que resolvo o fotografar. Procuro o meu celular e ligo a tela vendo uma foto minha com o meu irmão na tela de bloqueio, sorrio tristemente e desloqueio o celular com a minha digital. Entro no aplicativo da câmera e foco em David, tiro algumas fotos e sorrio.
- Olha só, essa ficou linda. - viro meu celular em sua direção ao ver uma na qual ele olhava para a câmera. - Ficou linda, não é?
Rapidamente eu seleciono a foto para meu papel de parede da tela inicial do meu telefone. David tenta pegar o aparelho e eu o olho.
- Não pode pegar o meu celular. - falo fazendo não com o dedo indicador - Esse aparelho é cheio de germes e você vai babar nele. - explico colocando o celular de baixo do travesseiro e pego a bolinha colorida, a mexo um pouco e logo ele a pega.
Céus, eu estava tão rendida por esse garoto.
- Está na hora de você comer.- olho em meu relógio e me arrasto para fora da cama, o pego no colo e saio do quarto, desço as escadas e adentro a cozinha, o coloco na cadeirinha de alimentação - Do que adianta eu não ter me alistado para o exército sendo que eu tenho que dar comida para esse monstrinho? - resmungo enquanto pegava o deu babador.
[...]
Termino de revisar as fotos relevadas e coloco em um envelope amarelo. Passo fita e o deixo de lado, volto a mexer em meu notebook observando as fotos tiradas de Brunna.
Tudo nessa mulher me atraia, desde o seu jeito de andar até o modo na qual ela mexia os olhos quando era provocada. As ondas do seu cabelo que iam até a metade de suas costas, suas curvas, suas mãos delicadas e macias, seu sorriso, seu cheiro, o modo que ela bebia a porra de uma cerveja. Céus, parecia que eu havia encontrado o meu pequeno inferno particular já que eu estava a todo momento me lembrando de algum dos seus detalhes na qual eu não deveria.
Encosto minha cabeça no estofado do sofá e fico encarando a página da Vogue a minha frente. Trabalhar como fotógrafa revista era o meu sonho e eu esperava que Brunna aceitasse ser a minha modelo para me ajudar o realizar.
A uns anos atrás eu havia conversado com um fotógrafo da Vogue e descobri que para você ter chances de ser chamada para uma entrevista de emprego, era só enviar as suas melhores fotos mas eu faço isso a anos mas não ganhei nenhuma resposta de volta. Talvez seja por as fotos não serem boas o suficiente.
Mas dessa vez com Brunna Gonçalves sendo a minha modelo, eu tinha quase certeza que daria em algo as fotos que eu irei enviar caso ela aceitar.
Já conseguia me vendo sendo chamada para uma entrevista nessa revista ao enviar as fotos que eu já planejava em minha cabeça e provavelmente, em comemoração, levar Brunna para um jantar no melhor lugar que eu possa escolher.
Céus, essa mulher era tão linda que eu ficava hipnotizada..
Saio de meus pensamentos quando meu celular vibra ao meu lado e o pego. Levanto a sobrancelha ao ver três mensagens de Penélope e entro na conversa, levanto as sobrancelhas e abro a boca ao ver três fotos. Duas últimas fotos, Penélope estava nua e na primeira, ela usava apenas uma cinta liga fazendo ficar de boca aberta.
Por fim uma quarta mensagem chega:
Penélope: Já que você é fotógrafa, você poderia me dizer se essas fotos estão boas?
- Valha-me Deus. - murmuro olhando as fotos.
Não sei se era por ser fotógrafa mas eu não via tanta malícia em nudes e sim ficava observando as fotos como se fosse uma obra de arte... Talvez eu tenha me tornado uma velha chata?
Resolvo apenas vizualizar e responder com uma mensagem curta; um simples "estão boas".
Talvez estivesse chegando a hora de eu abandonar os meus antigos hábitos e focar em outras coisas.
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