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💚LUDMILLA OLIVEIRA💚
- Pessoal. - grito chamando atenção de todos que estavam comigo naquele bar festejando sabe-se lá o que - A próxima rodada fica por conta da Gina! - aponto para a minha amiga que levanta a sobrancelha e ri.
- Ludmilla, sua desgraçada. Você me paga. - responde em um tom alto para que eu possa a ouvir devido a comemoração das pessoas da mesa.
- Não fique brava, gatinha. É uma revanche pela última vez. - pisco em direção a ela antes de dar um gole no meu copo de cerveja.
Havia quase quinze pessoas na mesa. Eu não conhecia a maioria, não sabia pelo o que estavam comemorando porém Gina me disse as seguintes palavras: bebida barata e pessoas solteiras. Foi o ápice para que eu começasse a me arrumar para a encontrar em uma hora na frente do bar na qual estávamos.
Horas mais tarde eu tava no apartamento de uma mulher colombiana chamada Penélope. Após ficarmos suadas e exaustas, eu fiquei a acariciando até que ela dorme e eu possa ir procurar algo para beber ou comer. Não era porque eu sempre ia para a cama com alguém diferente que eu era uma grande estúpida e babaca a ponto de não lembrar o nome da pessoa no dia seguinte ou ir embora após ela dormir. Pelo contrário, eu sempre fazia o máximo que podia para faz a pessoa se sentir especial, desde carícias depois do ato a café da manhã na cama antes de eu ir embora. Lógico que eu sempre deixava claro que eu só queria algo casual.
Eu me considerava a pessoa mais romântica não-romântica já existente por sempre ser romântica com minhas parceiras mas nunca romântica o suficiente para tentar entrar em um relacionamento. Isso é confuso? Espero que não.
Volto para o quarto de Penélope depois de fazer um lanche rápido e me deito ao seu lado, me cubro e adormeço rápido. Quando acordo, vejo Penélope me encarando confusa e franzo o cenho.
- Bom dia? - murmuro.
- Pensei que você tinha ido embora. - ri sem jeito e eu bocejo.
- Peço perdão mas eu me dei a liberdade de dormir aqui, espero que não se importe. - levo minha mão até seu braço e o acaricio.
- Não, é claro que eu não me importo. É que eu pensei que você havia ido por eu ter ouvido você sair ontem a noite.
- Fui comer algo, estava faminta. - faço careta e ela ri baixinho.
- Vou preparar algo para nós comermos. Tem uma escova reserva no banheiro. - afirmo com a cabeça antes que ela se levante exibindo sua nudez.
Penélope se abaixa pegando minha blusa e a veste. A blusa não era tão grande, ela foi até a metade de sua bunda e ela parecia não se importar com isso. Ao sair, ela fecha a porta me deixando sozinha naquele enorme quarto.
Olho no relógio em meu pulso e arregalo os olhos ao ver que eram nove horas.
- Puta merda. - murmuro saltando da cama e começo a caçar minhas roupas.
Eu tinha uma reunião em quarenta minutos para acertar os detalhes do próximo evento que eu iria fotografar e não poderia me atrasar.
Depois de escovar os dentes, saio do quarto apenas de sutiã e vou em direção a cozinha.
- Ei, você pode me devolver a minha blusa? - pergunto afobada fazendo a ruiva me olhar confusa.
- Não vai tomar café? - levanta a frigideira que havia dois ovos no dentro.
- Desculpe, eu tenho um compromisso. - Penélope suspira e tira minha blusa e me entrega voltando a ficar nua - Deixei meu número na sua escrivaninha, da próxima vez eu tomo café. - visto minha blusa e me aproximo dela ignorando sua nudez, beijo sua bochecha e ela sorri.
- Vou te ligar.
- Assim espero. - sorrio de lado.
- E boa sorte nesse tal compromisso. - diz antes que eu saía da cozinha.
- Obrigada. - respondo da sala soltando um pequeno sorriso antes de destrancar a porta e sair do apartamento no qual eu havia passado a noite.
Pego um táxi que tinha acabado de ser desocupado e vou direto para o meu apartamento, entro como um furacão no prédio e subo os quatro lances de escada em minutos.
Adentro o apartamento, vou direto para o chuveiro e tomo um banho de pouco menos que sete minutos, me arrumo em dez e olho no relógio vendo que faltava apenas dez minutos. Pego a papelada e minha câmera.
Eu era fotógrafa. Não o tipo de fotógrafa que uma revista contrata e som o tipo de fotógrafa que pais contratam quando não acham outro com um preço melhor. Eu era boa no que eu fazia porém o meu nome não tinha o reconhecimento necessário para que eu fosse contratada por alguém então eu vivia de bicos em eventos como festas de 15 anos, casamentos sem um orçamento enorme e essas coisas.
Dessa vez, com sorte eu seria contratada para a festa de uma criança. Eu me divertia nessas festas, as mães sempre eram divertidas e me enchiam de docinhos ou salgados.
Em cinco minutos chego no café que minha cliente havia marcado. Ao entrar, vejo a mulher que eu havia conversado por e-mail sentada em uma mesa próxima a janela.
- Desculpe o atraso. - peço me aproximando da mesa e ela sobe seu olhar para mim.
- Você é a fotógrafa Oliveira, estou certa? - abre um enorme sorriso gentil e se levanta, entende a mão em minha direção.
- Sim, você é a Senhora Gonçalves...? - falo em tom de dúvida apertando sua não.
- Está certa. - solta uma risada baixa - Você não se atrasou, chegou na hora. - volta a se sentar e me sento a sua frente.
- Menos mal. - meu tom sai divertido.
Começo a vasculhar minha bolsa e retiro uma pasta preta, pego a papelada de contrato e deixo ao meu lado.
- Gostaria de um café? - pergunta dando um gole na xícara a sua frente. Eu afirmo com a cabeça e ela chama uma garçonete.
Só então eu percebo que elas usavam o mesmo uniforme. Assim eu deduzo que ela trabalhava ali.
- Sim? - bela mulher de cabelo liso se aproxima com um bloco de notas em mãos e sorri para mim.
- Gostaria de um café com creme, por favor. - ela afirma com a cabeça enquanto escreve.
- Certinho, trago seu café o mais rápido o possível. - diz gentilmente.
- Obrigada... - meu olhar cai sobre a plaquinha em seu uniforme - Camila.
Ela acena com a cabeça antes de se afastar, volto meu olhar para a minha provavelmente cliente e meus olhos vão para a papelada ao meu lado.
- Bom, aqui está o contrato. - empurro em sua direção - O valor do serviço é setenta reais por duas horas, mais o cachê é cinquenta, caso você desejar um pôster, é mais cinquenta, um álbum é cem. - explico e a mulher a minha frente arregala os olhos brevemente.
- Eu gostaria muito de um álbum mas acho que está fora do meu orçamento. - comenta com os olhos nos papéis, presumo que ela estava lendo - Pelo o que eu vi, as fotos que você tira são ótimas. Por que o preço tão baixo? - me olha.
- Eu ainda não tenho um estúdio e também meu nome não é tão conhecido. Comecei a menos de dois anos e entrar nesse ramo é mais difícil quando você não tem um nome conhecido e é careira. - explico.
- Entendo.
- Mas caso você querer o álbum, eu posso dividir em duas vezes para você. - começo a negociar.
Volto a mexer em minha bolsa, retiro uma pasta vermelha e tiro algumas fotos reveladas de dentro.
- Os meus serviços são bons, Senhora Gonçalves. - estendo as fotos em sua direção.
A mulher começa a as analizar e vejo uma pontada de admiração cruzar os seus olhos.
- Aqui está o seu café com creme, senhora. - a mulher de cabelo liso se aproxima colocado a xícara de café a minha frente, a agradeço e ela se retira.
Na mesa, um silêncio se instala enquanto a minha possível cliente lia o contrato com as fotos em mãos. Depois de vários minutos, ela pega una caneta que estava no bolso de sua blusa e começa a assinar me fazendo soltar um sorriso vitorioso.
- Algo mais que eu precise assinar para lhe contratar? - pergunta e afirmo com a cabeça.
- Esse formulário. - tiro o papel de dentro da pasta preta e entrego a ela.
- A festa vai ser no começo do mês que vem. - fala enquanto preenchia o formulário.
- É para a sua filha? - pergunto guardando os papéis de contrato na pasta e ela afirma com a cabeça.
- Ela vai completar seis anos.
- Meus parabéns. - parabenizo a fazendo sorrir sem mostrar os dentes.
- Aqui está. - entrega o papel já preenchido.
Olho rapidamente para as informações.
"Responsável: Brunna Gonçalves Coelho"
"Evento: Seis de maio de dois mil e vinte"
"Pessoa a ser destacada nas fotos: Isabella Gonçalves Pérez"
- Está tudo certo? - Brunna pergunta e eu afirmo com a cabeça guardando a ficha na pasta.
A mulher e eu começamos a conversar sobre como ela gostaria que fosse as fotos, estilo da lente — o que foi necessário eu mostrar algumas fotos tiradas com lentes diferente para que ela entendesse sobre o que eu falava — e outras diversas coisas.
Meu coração dançou conga dentro do meu peito quando eu apertei sua mão e ela disse: "Pois bem, negócio fechado, Senhora Oliveira."
Eu já havia fechado diversos negócios ao decorrer desses um ano e meio sendo fotógrafa porém a cada aperto de mão para selar o acordo, meu coração saltava como se fosse a primeira vez. Afinal, era alguém confiando a mim algo que ele gostaria de guardar de recordação para o resto da vida.
Horas mais tarde quando eu coloco os pés em meu apartamento que ao meu ver estava caindo aos pedaços, meu irmão começa a me ligar diversas vezes dizendo que iria voltar para a nossa cidade natal para me ver.
Lawrence era meu irmão gêmeo. Nós eramos inseparáveis e tudo isso piorou quando nossos pais faleceram quando tinhamos quinze anos.
Muito dizem que a sua alma gêmea é o amor da sua vida cujo você vai conhecer, se casar, ter filhos e viverem juntos a vida toda. Mas na minha opinião, sua alma gêmea é aquela pessoa que você se identificava, te da paz. Que é o seu porto seguro. Seja um amigo, seu animal de estimação, seus pais ou você mesma.
Eu tenho a minha alma gêmea. Eu a conheço desde que nasci. Na verdade, bem antes de ter nascido, ele foi o meu companheiro de útero. Meu adorável e inseparável irmão gêmeo, Lawrence.
Ele e eu éramos idênticos, tínhamos olhos castanhos claros iguais, nariz, boca, sobrancelha, formato parecido do rosto e até mesmo o bico de viúva em meus cabelos. A única diferença entre nós era que ele sempre foi mais calmo no requisito de festas, ele sempre foi mais aconchegado.
Isso gerou resultados positivos a ele, atualmente ele era casado e tinha um filho de seis meses. Esse era o sonho dele, já o meu era outro; ser fotógrafa e não ter uma família tão cedo pois eu amava a minha vida de solteira.
No começo de tudo, nós planejamos que iríamos nós tornar advogados criminalistas, levar o nome Oliveira para frente mas isso tudo deu errado quando eu desisti da faculdade de direito no terceiro semestre e fui para de fotografia.
Lawrence ficou chateado mas como sempre, ele me apoiou e me ajudou.
Agora ele era um advogado bem sucedido, ele tinha uma família incrível e que provavelmente seria o orgulho dos nossos pais. E eu? Bom, eu era eu. A irmã festeira que muitos diziam que não teria futuro e veja só, eu tive. Não um que me enchesse de dinheiro, mas sim fazendo algo que eu amava.
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